DISCRIMINAÇÃO ÀS AVESSAS
Modernamente estamos num período de transição. Convivemos com vários tipos de comportamentos. Existem muitas tribos que criaram um mundo desprovido de leis. E se conservam surdos aos apelos da boa convivência e de uma salutar conveniência. Existe o jovem, que para ser aceito em seu grupo, se submete a traficar drogas pesadas porque, por necessidades psicológicas, quer ser o cara legal, o camarada. Há outros que gritam com seus pais e professores, hostilizam os idosos rompendo todos os limites da decência. Tornou-se usual hostilizar crianças, furtar o gabarito dos concursos públicos, assaltar e derrubar as pessoas no chão para mobilizá-las, arbitrariamente, roubar mercadorias em lojas, negar o lugar ao deficiente. É possível que por motivos fúteis sejamos agredidos com termos de baixo calão.
Existem pais que defendem seus filhos mesmo sabendo que agem de má fé.
E nós, simples assalariados, já começamos a nos sentir deslocados em nosso próprio meio. E nosso campo de ação se esvazia na incerteza. Estamos presos na própria casa, não só por portões de ferro ou cerca elétrica mas pelo temor de sair às ruas.
E solto está o delinquente por excesso de permissividade, pelas entrelinhas da lei, por falta de espaço nos presídios, pelo indulto de Natal e pela ausência de justiça.
O homem faz viagens transcontinentais, singra os mares sem fim, mas não é capaz de fechar as comportas da melancolia, a transbordar da alma, em forma de lágrimas. O homem aterrizou em solo lunar mas não no seu interior. Desbravou céus e terras sem plantar a semente da amizade. A tecnologia da comunicação inseriu o homem no mundo exterior e o levou a todos os cantos da terra com incrível velocidade. Mas tornou-se enjaulado porque ama mais o seu computador e assemelhados do que as pessoas. E mesmo a beleza do pôr do sol não o sensibiliza e ele teima em buscar a escuridão de seu quarto para se isolar.
Por outro lado, a ambição desmedida e a devoção aos bens materiais, fez do homem um escravo do trabalho, em detrimento do convívio familiar. E sua vaidade exacerbada não lhe dá trégua e não consegue frear sua busca frenética por novos procedimentos da cirurgia plástica.
Que bom seria se pudéssemos contar com o trabalho de líderes comunitários e sugerir a fundação de um clube com objetivos definidos visando a restabelecer os valores perdidos. As aulas seriam sobre solidariedade, sobre cuidados com a saúde física e mental, sobre relacionamento familiar. Representariam um oásis no deserto da insanidade que ora nos rodeia.
E multiplicaríamos esse clube por toda a terra atingindo uma grande parcela da população. Isso, se tudo não passasse de um sonho tão distante!
Assim, como estamos soltos no espaço, fica difícil resistir às tentações da vida moderna. Precisamos nos apoiar, uns aos outros, para não trocar os valores verdadeiros por um falso brilho.
Há casos de trabalhadores de uma empresa que são coagidos a se filiar a um determinado partido político sob ameaça de demissão. Ou a fazer vistas grossas para as irregularidades. E como não se permite a quebra da produtividade, a substituição é rápida e certeira porque a pessoa importa menos do que a obtenção dos lucros da empresa.
Somos, hoje,sim, uma civilização incivilizada tentando dançar conforme a música.
Usamos inúmeras máscaras e vamos nos equilibrando na corda bamba até o momento da exaustão provocar a nossa queda ao solo. Ou o suicídio ocasionado pela depressão profunda.
Então vou propor duas questões:
- Qual é a sua marca registrada ?
- Que exemplos irá deixar aos seus descendentes ?
E a resposta se torna um enigma de difícil solução porque hoje somos discriminados por agir com correção. E sofremos pressão para aderir e ser coniventes com os desmandos de nossos superiores hierárquicos.
Nem sabemos mais como devemos agir. Nem como ser aos nossos próprios olhos. E as indagações permanecem sem resposta porque o homem não conhece a si mesmo.
Os filósofos ainda se perguntam as mesmas questões :
- Quem somos ?
- De onde viemos ?
- Para onde vamos ?
- O que existe depois da morte ?
Mas a discriminação às avessas, essa sabemos que existe e que nos tolhe o modo de agir, bem como a dignidade de caráter.
O homem que tenta se manter correto é chamado de bolha, de crente, de jegue, de careta ou de ultrapassado, entre outros adjetivos que o desqualificam.
Fico a pensar:
- Já prestaram atenção às letras das músicas da moda ?
-Já contaram nos dedos o número de casais que se respeitam ?
- E estão de acordo com o conteúdo dos programas de televisão ?
Enfim, o caos é total e parece irreversível. A luz do túnel já não brilha mais porque dinamitaram o túnel junto com nossa esperança.
Mas ainda assim, não podemos nos valer do conformismo e aceitar o que vemos ao nosso redor sem contestação.
Do contrário, seremos adeptos de um dito popular que aprendi ainda na infância :
- O que não tem solução solucionado está.
Porque não está.
KATIA CHIAPPINI
Se for diferente lute pela igualdade !
Se for igual lute pela diferença !
Katia
VOCÊ JÁ PASSOU POR ISSO ?
ResponderExcluirSEJA VOCÊ MESMO ! E TRATE IGUAL AOS DIFERENTES.
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