Não recolho a pomba
De asa quebrada
Estou na ronda
Mas acomodada
Café com leite no frio
Eu poderia dar
De estômago vazio
Ele me olha sem parar
A mãe bateu na filha
Pequena e indefesa
É covardia- não se humilha-
Embora se trate com firmeza
O namorado gritou
A moça esmoreceu
O homem a cena evitou
Olhou mas se recolheu
O vovô tropeçou
O neto deu um safanão
Aquela criança chorou
E sentiu um beliscão
O jovem foi convocado
Para os horrores da guerra
O pai nem foi consultado
Ou se cala ou se ''ferra''
Onde estão os valores
Quem ainda os tem?
Prevalecem os malfeitores
Entre os homens ditos do bem
Sobreviver, quem sabe!
Nem se sabe o amanhã
Mas viver é o que nos cabe
Com ou sem esperança vã
O cosmos não se domina
Traz no final a destruição
Que o homem cumpra sua sina
Virou verme sem solução
Sem amplexo e sem nexo
Sem alma e coração
É mera máquina de sexo
Quer driblar a solidão
KATIA CHIAPPINI
e-mail;katia_fachinello42@hotmail.com
NÃO SE TEM TEMPO PARA VIVER COM SERIEDADE E CONFIANDO NAS PESSOAS, OU NÃO SE TEM CLIMA.
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