CENAS DE RUA
(pessoas abandonadas pelos pais)
Algumas pessoas
Estão sem alma
Apenas nuas
E agora calmas
Mendigos sofrem
Abandonados
Têm fome e tossem
Estão desgarrados
Mas ninguém os vê
Ou não lhes convém
Dizem: para que?
Se não os fiz refém!
São as criaturas
De um momento triste
Catam inseguras
Comem até alpiste
Todos temos pressa
Seguimos em frente
Nada nos interessa
Só ser negligente
O homem de rua
Já nem mais se move
Só namora a lua
A ninguém comove
Homens estão sós
Todos percebemos
Cuidamos de nós
Nem mais os vemos
E gritos sentidos
Dos emergentes
Não são ouvidos
E somos gente?
Tanta evolução
Pouca validade
Vinga a ambição
Não a caridade
Essas criaturas
Perdem identidade
Vivem nas agruras
E na falsidade
Ligo para a viatura
É hora da sopa
É da Prefeitura
Peço alguma roupa
Uns tiveram pais
Mas se rebelaram
Ouve-se seus''ais''
Mas não regressaram
Curiosos espiando
Lamentam o que se vê
São seres vagando
À própria mercê
O cão não deixa o dono
Lambe a mão e o pé
É o único retorno
É o amigo de fé
E uma pobre mulher
Desnutrida- nem anda -
O homem tira a colher
E reparte a sua vianda
KATIA CHIAPPINI
e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com
A sociedade está doente.
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