Estância é terra amada
Que o trabalho conquista
Orgulhosa a peonada
Segue do capataz a pista
O gado é investimento
Todo o cuidado é pouco
O veterinário está atento
Não faz ouvidos moucos
Estância é exuberância
Vejo as garças da janela
É o chão de minha infância
Me embalei na cancela
O rebanho é marcado
À ferro e fogo sem dó
Disfarça e olha pro lado
Onde caminha a carijó
No feijão há carne de ovelha
O leite espumante é morno
Vejo a turminha parelha
A cavalgar pelo entorno
A acordeona abre o fole
Xotes e milongas vão soar
Com os ''causos''não se bole
E nem se atreva a duvidar
As prendas enlaçam os pares
A bailanta é tradição
A fogueira corta os ares
Há churrasco e chimarrão
No domingo há rodeio
Bocha,'' truco'' e gritaria
As damas dão um passeio
E voltam com a ventania
O gaúcho, altivo e matreiro
Tem a têmpera de aço
O cavalo é fiel companheiro
E avança num largo passo
O mascote traz a magia
É o camelô das estâncias
Tanto vende bijuterias
Como seda em abundância
Confesso que ao pago remonto
Como parte da identidade
Tios e primos ainda encontro
No rodeio de minha saudade
KATIA CHIAPPINI
MINAS LEMBRANÇAS DA ESTÂNCIA!
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