MÃES!
As vezes o filho grita
Se agita e só reclama
A mãe não facilita
Exige e ao dever chama
O amigo comprou maconha
A mãe teme o perigo
Sabe que o usuário sonha
E a inércia vira um castigo
À mãe não deu ouvidos
Foi beber no bar do João
Ficou tonto sem sentidos
Caiu com o copo na mão
O excesso de farras noturnas
Precoces e preocupantes
Afastam obrigações diurnas
Não permitem ir adiante
E o carro em velocidade
Com o celular chamando
Sei que é próprio da idade
Mas pode acabar matando
A mãe sabe que é uma fase
Mas sabe estar atenta
Manda estudar a crase
Manda ler e orienta
O fumo se revela na tosse
Mas a turma o instiga
Quer ter de si a posse
Contesta a mãe e briga
Um dia vê um amigo
De sua infância, na rua
Maltrapilho, sem abrigo
Mostrando a pele nua
Pergunto: qual é a jogada?
Resposta: sou um viciado
Entendo que só a calçada
O recebe nesse estado
Então abraço e peço perdão
Àquela que me criou
Agradeço à mãe a devoção
E sei que o meu mal não desejou
KATIA CHIAPPINI
Mães nunca nos esquecem!
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