A surpresa de Karina
Karina é minha filha primogênita. Alta ,esguia ,cabelos longos, olhos castanhos, bem como dona de um sorriso franco. É suave e cativante.
Quando cursava faculdade,pensou em trabalhar no turno inverso.
Candidatou-se a uma vaga, numa loja de roupas femininas, no Shopping Praia de Belas, em Porto Alegre. O horário se estendia entre 14 horas e 22 horas .O trabalho era contínuo e as moças não podiam sentar em nenhum momento.
Karina tem facilidade de se comunicar e logo se deu bem nas vendas.
Cumprindo as metas da empresa, destacou-se, logo na primeira semana, como a melhor vendedora. Foi a vendedora do mês e teve sua foto afixada na parede do estabelecimento. Sabia indicar a roupa mais adequada para cada pessoa. Opinava sobre o melhor feitio, a melhor cor, o corte mais adequado para equilibrar peso e altura. E entendia um pouco de etiqueta social e sobre a roupa indicada para cada ocasião.
Em certa ocasião, quando não havia movimento na loja ,as atendentes estavam à postos, aguardando os clientes.
Nessa hora avistaram o gerente se dirigindo até elas com olhar fixo e carrancudo .Ele entrou dizendo que retirassem as roupas das prateleiras e colocassem sobre o balcão e misturassem as peças. Depois, organizassem novamente colocando-as nos respectivos lugares.
Explicou que o objetivo era mostrar serviço e não dar na vista que ninguém entrara na loja naquele instante. E falou que repetissem esse mesmo comportamento sempre que a loja estivesse vazia.
Mas minha filha permaneceu sempre de bom humor e atendendo com educação e paciência como se espera de uma profissional preparada.
Depois de um ano de casa, Karina precisou se desligar da empresa porque iria fazer mais créditos em sua faculdade de Farmácia. E ainda faria a parte prática no laboratório.
Chamou o gerente e lhe explicou a situação.
Qual não foi sua surpresa quando ele se dirigiu a ela e disse:
-Passe amanhã no setor financeiro para receber seu pagamento.
O gerente deu as costas para minha filha, sem nenhum agradecimento, sem votos de sucesso em sua carreira, sem nenhuma despedida formal.
Desconsiderou todo seu empenho e produtividade, assiduidade e dedicação.
No dia seguinte, quando ela foi receber seu pagamento, se deparou com algumas moças, já aguardando para serem entrevistadas.
Recebeu o que lhe era devido e foi se despedir das colegas de trabalho, com as quais soube conviver sem nenhum atrito.
Voltou para casa com a certeza de ter aprendido uma importante lição Aprendeu que o ser humano pouco vale para uma empresa. É uma mercadoria como o é o estoque da loja.
O que vale para o patrão é o lucro, o cumprimento das metas e a multiplicação do capital,a cada ano.
E assim caminha a humanidade. Se move atropelando os semelhantes e fazendo questão de abdicar dos princípios de solidariedade e cidadania.
E os ensinamentos e valores cristãos,há muito esquecidos, estão a repercutir nas relações de modo a desestruturar a harmonia e promover a mesquinhez entre os homens.
Quando cursava faculdade,pensou em trabalhar no turno inverso.
Candidatou-se a uma vaga, numa loja de roupas femininas, no Shopping Praia de Belas, em Porto Alegre. O horário se estendia entre 14 horas e 22 horas .O trabalho era contínuo e as moças não podiam sentar em nenhum momento.
Karina tem facilidade de se comunicar e logo se deu bem nas vendas.
Cumprindo as metas da empresa, destacou-se, logo na primeira semana, como a melhor vendedora. Foi a vendedora do mês e teve sua foto afixada na parede do estabelecimento. Sabia indicar a roupa mais adequada para cada pessoa. Opinava sobre o melhor feitio, a melhor cor, o corte mais adequado para equilibrar peso e altura. E entendia um pouco de etiqueta social e sobre a roupa indicada para cada ocasião.
Em certa ocasião, quando não havia movimento na loja ,as atendentes estavam à postos, aguardando os clientes.
Nessa hora avistaram o gerente se dirigindo até elas com olhar fixo e carrancudo .Ele entrou dizendo que retirassem as roupas das prateleiras e colocassem sobre o balcão e misturassem as peças. Depois, organizassem novamente colocando-as nos respectivos lugares.
Explicou que o objetivo era mostrar serviço e não dar na vista que ninguém entrara na loja naquele instante. E falou que repetissem esse mesmo comportamento sempre que a loja estivesse vazia.
Mas minha filha permaneceu sempre de bom humor e atendendo com educação e paciência como se espera de uma profissional preparada.
Depois de um ano de casa, Karina precisou se desligar da empresa porque iria fazer mais créditos em sua faculdade de Farmácia. E ainda faria a parte prática no laboratório.
Chamou o gerente e lhe explicou a situação.
Qual não foi sua surpresa quando ele se dirigiu a ela e disse:
-Passe amanhã no setor financeiro para receber seu pagamento.
O gerente deu as costas para minha filha, sem nenhum agradecimento, sem votos de sucesso em sua carreira, sem nenhuma despedida formal.
Desconsiderou todo seu empenho e produtividade, assiduidade e dedicação.
No dia seguinte, quando ela foi receber seu pagamento, se deparou com algumas moças, já aguardando para serem entrevistadas.
Recebeu o que lhe era devido e foi se despedir das colegas de trabalho, com as quais soube conviver sem nenhum atrito.
Voltou para casa com a certeza de ter aprendido uma importante lição Aprendeu que o ser humano pouco vale para uma empresa. É uma mercadoria como o é o estoque da loja.
O que vale para o patrão é o lucro, o cumprimento das metas e a multiplicação do capital,a cada ano.
E assim caminha a humanidade. Se move atropelando os semelhantes e fazendo questão de abdicar dos princípios de solidariedade e cidadania.
E os ensinamentos e valores cristãos,há muito esquecidos, estão a repercutir nas relações de modo a desestruturar a harmonia e promover a mesquinhez entre os homens.
KATIA CHIAPPINI
Voltando a contar essa breve história sendo minha filha a protagonista
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