Já tenho meus cabelos brancos
Mas isso não é uma surpresa
Ainda bato forte os tamancos
Conservando alguma destreza
Podem me olhar, olho a olho
Nada de me fitar de soslaio
Não tenho as barbas de molho
De palha, ainda faço um balaio
Como se eu não tivesse sido
Criança, jovem, depois adulto
Julgam-me agora desvanecido
Mas a velhice não é um insulto
Não queiram me catequizar
De que me restaram espinhos
E que dobrar a espinha é tombar
Pois de outra pipa sou vinho
Quando pesar em seus ombros
A mesma idade que tenho agora
Saibam ultrapassar os escombros
E os olhares que suportei outrora
KATIA CHIAPPINI
Dedico esses versos ao poeta Jaime Katz, que me presenteou com um texto de sua autoria intitulado: ''O Velho''.
E que me inspirou a devolver a ideia em forma de versos.
O VELHO
ResponderExcluirNos contentamos em ser jovens... Nos preparamos para gozar a juventude, tão ansiada, tão esperada, que ao dar os ombros para a velhice, somente quando sentimos o passar dos anos, como a areia dentre os dedos é que nós damos conta dela... Bela e justíssima reflexão. Parabéns!
ResponderExcluirObrigada,caro poeta Julio Cesar Pareceu-me oportuna essa reflexão porque vemos nossos velhos, as vezes, bem maltratados, mesmo os próximos de nós, de pessoas de nossas relações.
ResponderExcluir