POEMA: DESACERTOS
DESACERTOS
Um quer dormir com ar condicionado
No café da manhã quer comer melão
Outra quer deitar com ar só ventilado
E pede ao marido: não esqueça do melão
Um janta , ao chegar, às 20 horas
Outra prefere jantar bem mais tarde
Melhor ter paciência, sem demora
Do que criar um clima de alarde
Ele já falou que vai ler o jornal
Ela tinha pensado em ir ao cinema
Ele nem cogita e acha bem normal
Ela precisa usar um estratagema
Ele se contenta em falar de negócios
Ela tinha imaginado poder desabafar
Ele prefere não ser interrompido no ócio
E não está disposto à mulher escutar
Ela quer incenso e o melhor vinho
Ele assegura que tudo isso é bobagem
Ela o conduz, insinuante, ao ninho
Ele, distraído, nem entende a mensagem
Quantos e tantos casais, por aí, existem
Que teimam em conviver desse jeito
Pensam no seu conforto, mas admitem
Ficou sem sentido ocupar o mesmo leito
Penso que temos uma vida assaz curta
Para desistir de viver amor e paixão
Quem os íntimos momentos não furta
Colhe pedras espinhos e triste solidão
KATIA CHIAPPINI
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