Não recolheu a pomba
Mesmo de asa quebrada
Ela está firme na ronda
Mas está acomodada
Café com leite no frio
Ela poderia lhe dar
De estômago vazio
Vê o homem a vagar
A mãe bateu na filha
Pequena e indefesa
Não educa, só humilha
Basta mostrar firmeza
O namorado gritou
A moça esmoreceu
Quem viu disfarçou
Assistiu e se recolheu
O vovô, o pobre, tropeçou
O neto disse um palavrão
O pai deu um beliscão
Na criança que chorou
O jovem foi convocado
Para os horrores da guerra
O pai nem foi notificado
Quem se mete só se ferra
Onde estão os valores
Nesse intenso vai e vem
Vingam os malfeitores
Entre homens ditos do bem
Sobreviver quem sabe!
Nem se sabe o amanhã
Mas viver é o que nos cabe
Com ou sem esperança vã
O cosmos não se respeita
É tempo de destruição
E o homem a si se enjeita
Virou verme sem solução
Sem amplexo e sem nexo
Sem alma e sem coração
Homens, mulheres no sexo
Tentam driblar a solidão
KATIA CHIAPPINI
NOVOS TEMPOS
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