ESCREVENDO NA JANELA
Na janela escrevo meu enredo
Vejo um barco cortando o mar
Vejo um balde de brinquedo
E a natureza a tontear
A janela descortina o belo
O mar, a montanha e a serra
Vejo o brilho do sol amarelo
E conchas afundando na terra
O s namorados andam abraçados
E a melhor idade de mãos dadas
E a vovó de cabelos prateados
Passeia com o cão nas calçadas
E percebo na chuva fria
A paz da terra umedecida
Vejo o mendigo de mãos vazia
Buscando outra mão estendida
Não só a natureza inspira
O ser humano é um bem
O mesmo ar que se respira
Oxigena o homem sem vintém
A inspiração revela a poesia
Uma canção ou uma pintura
Mas o alcance de nossa filosofia
Também se inspira na amargura
Vejo da janela um átomo de justiça
Incrível visão-mas só um atalho-
Alguém dispensou a preguiça
Repartiu o pão e o agasalho
A janela apoia meu relato
Descobre o ser em sua passagem
Amar o semelhante é um fato
E importa mais do que a imagem
Há no mundo contradições
Nem tudo agrada ao olhar
Elevo minhas preces e orações
Para o amor se estender além-mar
KATIA CHIAPPINI
A JANELA MOSTRA UMA PEQUENA CENA DO MUNDO COTIDIANO
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