POEMA
Deixe-me lembrar
Deixe-me com meus enredos
Com a cana de açúcar e os cafezais
Ganhei uns e perdi outros medos
E nem cabem nas páginas dos jornais
Dona Benta e a gente de Lobato
O Continente de Érico, certíssimo
Trazem as lembranças de relatos
De contexto social riquíssimo
Descobri que sabia declamar
E rezar na missa, na festa do divino
E na semana da Pátria, me perfilar
Desfraldar a bandeira e entoar o hino
Além da missão de ser professora
Para com o conhecimento transformar
Lembro do médico que vinha da lavoura
Na carroça trepidante, para vidas salvar
Lembro do padrinho e de beijar sua mão
Dos avós e pais a me aconselhar
Lembro das comadres e da visitação
E das gargalhadas sonoras no lar
Lembro da beleza do verde-mar
De brincar nas ondas e delas correr
Nele, buscava conchas para meu colar
Até o sol se deitar, ao entardecer
Kátia Chiappini
POEMA
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