O vento ondula o vestido
Da moça deitada na rede
O som da mata é ouvido
O campo está com sede
Na varanda daquela casa
Ela embala a nostalgia
Lembra que bateu asas
Mas que foi feliz um dia
Está olhando as ovelhas
No cercado pastando
O seu corpo emparelha
E se embala cantando
A árvore dá o conforto
Sua sombra a protege
O cão parece morto
Descansa no tapete beje
O sino bate e chama
É hora da refeição
De nada se reclama
Em respeito ao patrão
A moça está na estância
Dos seus tios Léo e Bebê
Das flores sente a fragrância
E o açude ao longe se vê
Um primo apara o gramado
O peão retorna ao abrigo
Os primos são convocados
Para mexer o doce de figo
A moça da rede aqui viveu
Ela veio de trem da cidade
Porque ama o rincão como seu
É sua referência e liberdade
O sol doura a rede ao acordar
A lua convoca as constelações
A moça se transporta para o mar
Lá embalou só as desilusões
A moça permanece na rede
Porque a natureza a conforta
No campo não há paredes
E não se trancam as portas
KATIA CHIAPPINI
A MOÇA SE EMBALA NA REDE DE SEUS SONHOS!
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