QUANDO O HOMEM SE DECLARA
Eu sou voraz e fiel viajante
De teu corpo sensual e ondulante
Observa bem o meu semblante
E o pulsar do coração exuberante
Sou como um cigano itinerante
Criado ao Sul, nos pagos gigantes
Sou homem rude, mas pensante
És meu sonho de mulher cativante
Lembro do fogão à lenha, já distante
Que nos via entre chamas dançantes
Lembro da cachoeira deslumbrante:
- Fazia par com o pássaro esvoaçante
Os campos, sob um Sol causticante
Ou a parreira de uvas verdejantes
Descobriam um cenário relevante
Mas, só tu, mulher, foste fulgurante
Hoje, já cansado e cambaleante
Sonhador, qual D.Quixote de Cervantes
Choro, ao me ver, tal qual um infante
A implorar por tudo que já tive antes
KATIA CHIAPPINI
QUANDO O HOMEM SE DECLARA
ResponderExcluir