DE TANTO AMAR
De tanto amar ficamos tão tristes
Com medo de ser nuvem passageira
Se o amor veio em migalhas como alpiste
Escapará quando se balançar a peneira
De tanto amar perdemos até a fome
Na ânsia da espera pelo bem amado
Desejo que nos braços ele nos tome
E que tenhamos nossa fração de reinado
De tanto amar parecemos virar criança
Saltitantes corremos sem nem perceber
A creditamos ser um do outro a esperança
E o aconchego eterno que queremos ser
De tanto amar perdemos até a razão
Negando aceitar que não há mais nada
E sem coragem de admitir que foi ilusão
Vamos aceitando esse amor de fachada
De tanto amar navegamos em águas turvas
Até que um dia vem o cansaço, o desamor
Já não importam fartos seios, belas curvas
E muito menos valem todas as juras de amor
KATIA CHIAPPINI
DE TANTO AMAR
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