Amor é guarida infinda
Quando me arrasta me basta
É uma travessura bem-vinda
Eivada de imaginação vasta
É hora calma, é meu carma
É interstício, é qual paraíso
É sentimento que desarma
É causa para perder o juízo
Se for sincero eu o quero
Quem o perde fica sem eixo
Não tenho pressa, eu espero
Sou paciente e não me queixo
É hora de lançar o anzol
O amor que me habita, grita
Quero-o cortando o arrebol
Ou na madrugada que se agita
Não me oponho e me disponho
Amor é lume, é perfume
Está entre a realidade e o sonho
Entre o discernimento e o ciúme
Percorre léguas sem trégua
Inventa sutilezas no toque
Não se mede com uma régua
É preciso ter um novo enfoque
Energiza nossas veias. é teia
É misterioso, é qual candura
Convida ambos a rolar na areia
Remete à feliz juventude e pura
O amor se insere, nos espanta
Vem de uma escalada minuciosa
Entre sulcos e fendas se agiganta
Muitos os gemidos, pouca é a prosa
O amor é o melhor dos troféus
Ora acelera, ora desacelera
Caem as roupas e todos os véus
Esvaziando o compasso de espera
KATIA CHIAPPINI
SOBRE O AMOR
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