Começou como brincadeira
A dama respondendo certeira
Atenta, do lado de cá
A tela recebe a fala
Os dedos teclam faceiros
Até a noite se cala
Para esperar os letreiros
As mensagens vão e voltam
O moço e a dama sedentos
Falam de suas vidas, se atolam
Em desabafos e lamentos
Mas para que haja o agora
A dama mente a idade
E o moço não vai embora
E retorna com saudade
Noite após noite, em verdade
O moço se expressa, marcante
A dama jura amizade
Ele é mais provocante
Assuntos se avolumam na tela
A dama, arredia, se esquiva
E fala muito pouco dela
E se conserva à deriva
Como são ambos solteiros
O moço diz a que veio
A dama quer virtual companheiro
O moço, bem mais, é ligeiro
A dama fica com receio
O moço insinua encontrá-la
Na dúvida falará sem rodeio
Sua idade: terá que enfrentá-la
E quando se arma de coragem
Escreve: explicação inadiávelE a verdade tem livre passagem
A dama diz - sessenta, lamentável-
O moço só tem quarenta anos
A dama disse: quarenta e oito,só
Ele se magoou mas foi humano
E ela despejou: sou vovó
A dama queria amizade pura
O moço deu o seu recado
-Amor platônico só na literatura-
Ele a queria ao seu lado
Não sei como terminará
Não sei do moço, por enquanto,
Mas a dama não se arrependerá
Mesmo administrando o pranto
A diferença de idade-um calvário-
Tornaria esse amor quixotesco
Seria mais um fato hilário
Tanto ilusório como carnavalesco
Como terapia que recupera
Quem nos ouve sabe que existimos
No verão, inverno ou primavera
E o que existiu valeu por si
Marcou, mesmo pelo avessoE a dama antes de partir
Lutará pelo recomeço
A dama será gratificada
Recuperando sua verdade
O moço sairá em retirada
Pra encontrar sua outra metade
KATIA
Email: k.treen2@hotmail.com
Homens e mulheres e seus problemas afetivos,seus conflitos e escolhas!
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