O MENINO E O CEGO
O menino guiando o cego
Não ganhou carro de brinquedo
O menino ao qual me apego
Saiu da infância bem cedo
Atento escolhendo o caminho
Segura o braço do pai
Conduzí-lo de volta ao ninho
Sem tropeços sempre vai
Crescerão os dois risonhos
Pois o sangue os unirá
O menino abdicará dos sonhos
O amor ao pai se fortalecerá
A namorada-um empecilho-
Para ambos se revelará
Os olhos do pai são os do filho
E essa verdade prevalecerá
A dedicação ao pai cego
Tornará o jovem um ermitão
Dar-se-há a perda do ego
Passo a passo sem contemplação
Como não há familiares
E a pensão do pai é irrisória
Não se contratarão auxiliares
Pai e filho contarão essa história
Algumas indagações ficam no ar:
-Que fara o filho quando o pai morrrer?-
Terá forças pra se renovar?
Ou ficará na terra sem viver?
Enquanto vivos estiverem
Semearão exemplos de bondade
Aos que forem, aos que vierem
Não importando a identidade
Presos um ao outro sem saída
Terão uma vida limitada
Sem emoções fortes, sem despedida
Os dois num só passo na jornada
São destinos traçados no além
Só a Deus compete a explicação
Um precisa do outro para estar bem
E nos deles para aprender a lição
Honrar pai e mãe é um mandamento
E Deus quer nossas almas sem vendas
Das almas cegas de sentimentos
Ele não aceitará as oferendas
KATIA
Email: k.treen2@hotmail.com
Vi m menino acompanhando seu pai cego,ao atravessar a rua,com toda a atenção e segurando-o pelo braço.
ResponderExcluirEntão me veio a idéia dessas considerações que coloquei em forma de poesia.