TORMENTOS!

                 
                  TORMENTOS DA ALMA

Quando se perde o refúgio
E nos resta o desalento
Ou só o subterfúrgio
Seguido do esquecimento

Quando se desfaz a esperança
É preciso se conter
Para não perder a criança
Que se pensa ser e ter

Quando a palavra não condiz
Com o gesto que não vem
Quando se confessa- eu fiz -
Por acreditar em algúem

Quando toma forma a ausência
E as injustiças magoam
Ora a tristeza ou a penitência
Ou ambos, os corações povoam

Quando não se sabe a razão
E uma espada suspensa permanece
E se desconhece a intenção
De um ato que não enobrece

Então tudo se inviabiliza
E os seres se tornam vultos
O sentimento não se materializa
E a colheita não dá frutos

A tormenta, de sentinela
Preenche e perfila as almas
O desamor sai à janela
E pra tristeza não há palmas

Desculpas proliferam
Nos seres carentes de afeto
Uns vão , outros esperam
Pra realizar o sonho secreto

Quem procura entender
O inexplicável e o inesquecível
Não vive o seu bem -querer
Nem o momento imprevisível

Quando a espera gira em círculos
Menor a saudade, maior a indiferença
Rompem-se todos os vínculos :
- Cada um cumpra sua sentença -

KATIA
Email: k.treen2@hotmail.com
KATIA