Se fosse possível estaria morando no apartamento da praia. Fico a pensar que ao acordar iria caminhar à beira-mar e deixar o primeiro Sol me aquecer. E no rio Mampituba, que se une ao mar, poderia aprender a pescar. E se a chuva chegasse me deixaria ficar até que ela mesma me secasse. E poderia deitar na areia, ouvir o murmúrio das ondas.
Poderia rolar nas dunas de areia e sentir a mãe terra me acolhendo.
Na igreja, modesta e acolhedora, faria minhas preces diárias, antes de comprar os mantimentos para a alimentação do dia.
Imagino que iria ver os lobos marinhos, porque estaria na praia de Torres. Um barco de turismo faz esse passeio e a paisagem que inclui as lontras, é deslumbrante. Ao entardecer iria subir o Morro do Farol, onde a altura das rochas me brindaria com um espetáculo único. Vislumbraria toda a cidade lá do morro e depois desceria ainda avistando o mar a exibir suas ondas que param na areia.
No calçadão os camelôs exibem toda sorte de artesanato e as bancas que se estendem ao longo do trajeto ,vendem churros, panquecas, cachorro quente, pipoca, crepes e demais guloseimas.
Na praia da Guarita há uma elevação com altos penhascos e uma escada permite transitar no topo. E alguns bancos estão estrategicamente colocados para que se aprecie a vista.
Se eu morasse na praia iria receber no rosto a brisa encantada que, mesmo nos dias mais quentes, se faz presente.
Algumas amigas aposentadas já moram na praia e perto do meu edifício. A roda de mate congrega os vizinhos pela manhã e ao entardecer.
Os restaurantes têm especialidades em frutos do mar.
As bicicletas circulam pelas calçadas e as damas de melhor idade se locomovem rápidas para manter a forma e a saúde.
Morar na praia muda a rotina, diminuem os compromissos e a sensação de liberdade encanta.
É tempo de ler os livros preferidos e que estão na fila de espera porque na cidade os afazeres não permitem que os livros peguem a senha.
Para quem quiser se exercitar, além da caminhada, há academias. E clubes onde se pode praticar tênis, vôlei, futebol, natação e outros esportes. Aos finais de semana há bailes, inclusive para a terceira idade.
Por tantas e belas razões eu moraria na praia se pudesse. Quem sabe, um dia desses, resolvo me desligar da cidade para tentar essa empreitada.
Morar na praia é morar na rede da sacada que embala aquelas lembranças mais significativas, enquanto, o barulho das cordas conversa com a gente.
KATIA CHIAPPINI
AMO ESTAR NA PRAIA!É O MEU MUNDO PARTICULAR E SECRETO!
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