TODOS SOMOS FILÓSOFOS!
Todos temos ares de filósofos bem intencionados e nos pomos a aconselhar , confortar com palavras de carinho, compreender pais e filhos.
Mas o que nos leva a ser quase perfeitos na teoria e tão imperfeitos na prática?
Por que sabemos todas as regras e não as pomos em prática?
Nos arvoramos e nos convencemos de nossas ideias e a razão parece estar sempre conosco.
Mas aconselhar o semelhante é bem mais fácil do que agir com decência e polidez.
Acontece que temos uma consciência poderosa e essa nos dá a senha para agir de acordo com os ensinamentos cristãos.
Podemos ser honestos, mas se formos fracos de espírito, vamos escorregar, a qualquer momento. Então, como se diz que a ocasião faz o ladrão, quando ninguém estiver nos vigiando, tentaremos praticar um ato errôneo e às escondidas de tudo e de todos.
Somos educados para sermos justos, honestos, solidários. Mas basta alguém acenar com alguns dólares havidos indevidamente, para aceitarmos um suborno.
Filosofamos o tempo todo sobre a virtude da caridade, frequentamos a missa dominical e damos o dízimo para a igreja, como Deus espera que o façamos.
Mas ao chegarmos em casa, ao ver nossos velhos debilitados, ao invés de cuidarmos deles, tratamos de providenciar um asilo para colocá-los. E, pior que isso, vamos pagar a mensalidade e voltamos para casa sem o mínimo interesse de visitar nossos velhinhos.
Filosofamos sobre nosso dever de ajudar o semelhante. Mas, ao ver um cego atravessando a rua, fazemos de conta que não é de nossa responsabilidade oferecer um braço de apoio, e apressamos o passo mesmo que ouçamos uma voz que nos diz:
- Moço (a),,me ajude a atravessar para o outro lado?
E no trabalho bajulamos o chefe e toda cúpula que o bajula também. Parecemos tranquilos e solidários. Não nos negamos a comprar um ingresso para o chefe ir ao teatro. Nem temos coragem de dizer que essa não é nossa função na empresa.
Ao chegar em casa, percebemos que nossa mulher esqueceu de comprar o mamão que estamos acostumados a comer à noite. Aí, é um ''Deus nos acuda'.' E lançamos fogo para todos os lados, metralhamos com palavras grosseiras nossos entes queridos. Esses que esperavam receber um abraço e um beijo, ao final do dia.
De que vale estudar tantos anos para não aprender a dominar o gênio quando houver alguma contrariedade?
Que filosofia é essa que praticamos?
De que nos valeu entrar em contato com o pensamento dos grandes mestres, se nada aprendemos para a nossa vida?
E o dinheiro que acumulamos e a ninguém ajudamos? Quantas vezes negamos um auxílio para nossos filhos iniciarem a vida?
Muito bem, quando estivermos velhos,vamos marcar uma volta ao mundo no navio mais luxuoso, com direito a iguarias importadas, com diferentes ambientes para o lazer. Mas não vamos levar ninguém para não gastar com os outros.
Então, repentinamente caímos no chão e temos morte súbita.
De que nos valeu tanta usura, tanta ganância?
E, se não for o caso, ainda podemos estar vivos mas solitários.
Quem não criou laços os afastou. E o oráculo do tempo não perdoa. O tempo passa e quem não viver seus dias dando o melhor de si, como ser humano, nenhum amor receberá em sua velhice.
Precisamos aproximar os princípios filosóficos de nossas ações e rever essa individualidade que nos prejudica. E temos obrigação de recuperar a centelha divina que nos faz parte de Deus.
Ou a vã filosofia, pois assim a tornamos, por livre e espontânea vontade, de nada terá valido em nossas vidas.
KATIA CHIAPPINI
e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com
Somos maus filósofos e despreparados para a solidAriedade que deveríamos praticar!
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