Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

domingo, 24 de novembro de 2024

SENTIMENTOS CONFUSOS

                SENTIMENTOS CONFUSOS


Quando crianças brincavam

Maria e João eram amigos

Na mesma escola estudavam

Protegiam- se quando em perigo 


Na juventude eram unidos

Amigos de estudos e de festas

Um era do outro apoio bem-vindo

João surpreendia Maria com serestas


Quando adulto João amou Maria

Que por sua vez disse amar Milena

João ficou confuso e sua agonia

Fez com que saísse de cena


Maria só queria aventura

Arrependida quis voltar para João

Viu-o deitado sobre sua amargura

Magro, triste e em depressão


Maria aflita pediu seu perdão

João não a perdoou jamais

Estremecidos, Maria e João

Viveram sem sentido e sem ideais


KATIA CHIAPPINI





quinta-feira, 14 de novembro de 2024

FUGA

                                    FUGA


Hoje lutamos, sem trégua, dia após dia

Para não sair correndo por aí ao léu

Mas nos vemos em constante agonia

Só que ainda queremos chegar ao céu


Parece que não nos direcionamos

As características do ser mudaram

Já perdeu o valor o que assimilamos

E bajulamos os amigos que restaram


Fugimos da honestidade por receio

De sermos o soldado de passo certo

Precisamos portar máscaras em meio

Aos descaminhos que estão por perto


A fuga nos torna vulneráveis

Mas a circunstância nos obriga

Erramos muito, somos instáveis

Mas o perdão de Deus me abriga


KATIA CHIAPPINI

SONHOS CAÍDOS

                         SONHOS CAÍDOS


Sonhos caídos ferem e machucam

Mas permanecem junto aos donos 

Rosas tristes, sem vida, murcham

Mas ainda são lindas no outono


Águas passadas e as lembranças

Trazem muitas reais desavenças

Mas pertencem às nossas andanças

E nos impõem a inevitável presença


Pessoas tomam rumos adversos

Mas ainda são nossos semelhantes

Mesmo quando ausentes nos versos

Precisam de nós para seguir adiante


São anjos caídos mas ainda anjos

Que pra se erguer buscam socorro

Roubam do músico o seu arranjo

Esquecem o trovador além do morro


Mas nunca a canção foi tão longe

E não vi o poeta se acomodar

Há uma inquietação de sul a norte

E sempre aquela vontade de acertar


KATIA CHIAPPINI


AOS SETENTA ANOS DE VIDA

AOS SETENTA ANOS DE VIDA



Vida avançada, vida ativa 

Aos setenta anos, sim, é possível

O sorriso lindo ainda cativa

E a simpatia é bem visível

Mas, percebam bem pessoas

A vivacidade nos surpreende

Aos setenta um coração ainda soa

E aos amores também se rende

Aos setenta não mais brigamos

Acumulamos todo o carinho

Com alegria ainda bordamos

Aquela linda colcha de linho

Pretendemos chegar aos 80

Antecipamos alguns abraços

De transcender somos sedentas

Para conquistar nosso espaço

Deixem-nos voltar à infância

Dos pássaros ouvir a sinfonia

E dos familiares nessa instância

Buscar amor ,prazer e sintonia

Aos vinte anos íamos ao bar

Dançávamos a noite inteira

Aos70 gostamos de ver o mar

De brincar com os netos na areia


KATIA CHIAPPINI