ESPERANÇA

                            ESPERANÇA

Entre pedras e terras áridas descobrimos uma flor.

Nos desertos, como por encanto. nasce uma vegetação.

Num lar de periferia, onde há tanta miséria, onde o tráfico e o assassinato proliferam, muitas vezes surge uma alma nobre  de um ser que não se deixa contaminar e que supera todos os desafios.

Assim como temos a ovelha negra na família, temos outras ovelhas bem orientadas que não se deixaram contaminar. em meio a essa calamidade que persiste em nossos dias. Deus olha para todos quanto amam sua mensagem e sábias palavras. Deus quer solidariedade entre os semelhantes.

Antes do egoísmo vamos escolher a empatia, antes do desprezo a acolhida, antes do orgulho a humildade.

Há uma tendência natural que leva a humanidade a se aproximar nos conflitos e vicissitudes.

É possível recuperar os valores cristãos que norteiam os homens de boa vontade.

Em tempos de crise, há grupos que recolhem roupas e alimentos para suprir as necessidades dos desabrigados.

São pessoas caridosas que atendem aos apelos do pároco, na igreja, aos apelos dos centros espíritas e das casas de acolhimento que se preparam para abrigar vítimas de enchentes e outras catástrofes.

A esperança se aninha no coração de quem  aceita os desígnios divinos e o fardo que lhe cabe. Quem semeia o bem com ele será recompensado. Quem reparte o pão o recebe em dobro. A esperança vem da paz de espírito cultivada com tenacidade e constância.

A esperança busca no interior do ser, a centelha divina, que sensibiliza e leva a compartilhar o que puder e o que desejar.

A esperança quer entrar na dança, quer iluminar por onde passa.

Quem tem esperança pratica as orações que o Pai Celeste nos deixou. Pai, Filho e Espírito Santo se unem para nos abençoar e dar proteção, Fé, esperança e caridade são sentimentos nobres que devem nos acompanhar nos momentos de tristeza.

Antes de lamentos infinitos vamos agradecer o que conseguimos com o próprio esforço e dedicação, sem proferir blasfêmias aos céus.

De cada momento difícil devemos tirar bons ensinamentos e permanecer na fé em Cristo.

Que os bons propósitos justifiquem o fortalecimento dos elos da humanidade para quem caminhemos todos na mesma direção em prol do bem comum,

Deus seja louvado!

KATIA CHIAPPINI

SE EU TE AMO...

                          SE EU TE AMO...

Se eu te amo por vezes resmungo

Se discordo é porque me importo

Meu amor tem ácaros e fungos 

Mas quando me pedes me comporto

Se há cobranças, há muito cuidado

O amor vigia cada gesto que é feito

Se te amo quero estar ao teu lado

Do lado esquerdo como do lado direito

Quero falar ultrapassando a madrugada

Relembrar do início a nossa bela história

Olhar pela janela aberta e enluarada

Ouvir que sou o alvo dessa trajetória

Se eu te amo e te enrolo firme em mim

É para deixar fluir na ternura a comunhão

Pra lembrar que tu és meu Arlequim

E eu tua Colombina nos dias que virão

Se eu te amo, ora imponho limitações

Ora concordo com tua palavra e vontade

Ninguém é dono absoluto da perfeição 

Nem tem a chave do reino da verdade

KATIA CHIAPPINI

NADA OU QUASE NADA SEI

                       Nada ou quase nada sei

Não sei o que digo que já não tenha dito

Não sei o que faço que já não tenha feito 

Mas, vivências temos rumo ao infinito

E desejamos um amor em nosso leito

Não preciso comprar o que pensei obter

Nem viajar por onde um dia desejei

Nem chorar tento, nem gritar ou sofrer

Por desejos inúteis que realizar imaginei

Nã preciso aceitar o desamor que aceitei

Nem desistir de lutar para tornar aceitável

A busca do amor que em sonhos realizei

Com a esperança de vencer o improvável

Um dia o toque do amor eu conheci

E conheci o êxtase para então entender

Que mesmo sofrendo o tanto que sofri

Tirei do amor a força que me fez viver

KATIA CHIAPPINI

AOS 70 ANOS DE VIDA

                      AOS SETENTA ANOS 

Vida avançada, vida ativa

Aos 70, sim, é possível

O sorriso belo ainda cativa

Qual simpatia bem visível

Mas percebam bem, pessoas

A vivacidade ainda surpreende

Aos 70, um coração ainda soa

E aos amores também se rende

Aos setenta nem mais brigamos

Acumulamos mais carinho

Com as amigas nós ficamos

Bordando a colcha de linho

Pretendemos chegar aos 80

Antecipamos alguns abraços

De transcender estamos sedentas

Pra conquistar o nosso espaço

Deixem-nos retornar à infância

Dos pássaros ouvir a sintonia

E dos familiares nessa instância

Colher amor, prazer e sintonia

KATIA CHIAPPINI 

PEDIDOS

                                 PEDIDOS

Pedi para o anjo da guarda

Um amor real. terra a terra 

Um soldado vestido de farda 

Para brincar  comigo de guerra

Pedi para o majestoso sabiá

Cantar alto em minha janela

E cuidar  para ver se vem de lá

Meu amor no barco à vela

Pedi mistério e mais magia

Ao duende sutil e encantado

Pra quem me quer ou queira

Acordar junto ao meu lado

Pedi ao louro que ele fale

 O nome do meu amor

E deixe que eu me embale

Em sonhos feitos de amor

Pedi para a bondosa fada

Sua varinha de condão

Quero meu coração em geada

Aquecido de amor e paixão

Pedi ao gênio de nome Aladim

Flores raras para o meu vaso

Pedi também que devolva a mim

O grande amor de meu ocaso

KATIA CHIAPPINI 

AS ROSAS

                                 AS ROSAS

As rosas aprenderam 

A falar para contestar

Vivências absorveram

E hábitos vão mudar

Elas seguem formosas

E o perfume ainda exalam

Apenas mais poderosas

Agora exibem sua fala

A luta mal iniciou

O homem se acomodou

A rosa desabrochou

E novos rumos tomou

Cuida da casa e dos filhos

Se o marido anda ausente

Não perde mais seu brilho

Nem a força vital da mente

Há rosa delegada, juíza

Rosa no Palácio da Alvorada

Rosa madrugando com a brisa

Em toda e qualquer empreitada

Ainda encontramos murchas rosas

Presas a uma triste realidade

Pacientes, meigas e fervorosas

\Lutando com fibra e tenacidade

Mas essas rosas tão mimosas

Não irão desistir da luta jamais

Há uma missão grandiosa

Que não se encontra em jornais

Mulheres, rosas de meu Brasil

Continuem falando, sempre mais

Sejam rosas formosas, muitas mil

Com o brilho e a força de samurais

KATIA CHIAPPINI

SUPERAÇÃO

                            SUPERAÇÃO

Nem tão à esquerda e nem tão à direita

O bem do povo é o que mais importa

Queremos essa raiva insana desfeita 

Queremos colher o fruto de nova horta

Se esse for, e é, o desígnio de nosso Deus

Digamos adeus a tantos desentendimentos

O Brasil é o meu lugar como também o seu

Nada de acumular nefastos ressentimentos

O futuro é um mistério, está ao léu, ao vento

Sempre há tempo hábil para tentar corrigir

O esforço de todo o povo é um real evento

E sabemos que o livre arbítrio manda intervir

Precisamos unir forças, fé e esperança

Ao invés de fomentar clima de provocação

Quem ama a sua pátria dela não se cansa

Quer conservar a bravura e manter a tradição

Ninguém disse que essa é uma fácil missão

E se fosse fácil  não  seria parte da história

O amor ao semelhante nos mostra a direção

Porque só a solidariedade conduz à vitória

KATIA CHIAPPINI

VIVO OU MORTO?

                        VIVO OU MORTO?

As vezes nos sentimos vivos

E outras parecemos mar revolto 

Vivemos mesmo sem ter motivo

E sei que às vezes estamos soltos

Não sei se somos um mar bravio

Porque um dia já tivemos alguém

Agora estamos nos vendo vazios

Sem que nos  prendamos a ninguém

Não sabemos o que significa isso

Cada vez sabemos menos do ser

Perdemos o nosso brilho e o viço

Por vezes temos medo de viver

Parece que estamos em ponto morto

Ou querendo engatar marcha ré

Estamos seu um sentido e sem porto

Como o mar calmo e sem maré

Podemos estar vivo ou estar morto

Não nos importa saber a diferença

Estamos conosco  mesmos e absortos

Sem expressão, sem nenhuma crença

Todos podemos estar mortos em vida

Quando nada fazemos ou nada definimos

Então quase mortos queremos pedir guarida

Porque viver nem ainda nos permitimos

Vivo, viúvo, viúva, não é o que importa

Ouvir a razão, eis nossa única solução

Quando o discernimento bater à porta

Poderemos perceber a melhor opção

Cada vez sabemos bem menos do ser

Perdemos a ternura e todo aquele viço

Por vezes nem sabemos como viver

Mas só vivendo descobriremos isso

Se estamos mais mortos do que vivos

Vamos decifrar esse difícil teorema

Se nosso ego parece estar inativo

Vamos acordá-lo e resolver esse dilema

A vida ou a morte, precisamos perceber

Pode ser uma continuidade bem-vinda

O tempo vai nos fazer, em tempo entender:

Se praticarmos o bem, a felicidade será infinda

KATIA CHIAPPINI

AGORA

                                 AGORA

Não protele seus dias, não mais

Hoje é hoje e já chegou a hora

Leia atento as folhas do jornal 

Atualize-se e não jogue a vida fora

Abrace bem seu querido filho

Cante a canção do canarinho

Não tropece e não caia do trilho

Ajude a auxiliar o seu vizinho

Isso fará muito bem à você

Há carência num e noutro ninho

Parece que nunca ninguém vê

Saiba se doar um pouquinho

Olhe para o lado e levante

Aquela pobre vovó da cama

Mostre-se alguém atuante

Regue a planta e corte a grama

Um cobertor para alguém

Não tem porque você negar

Ame como o menino de Belém

Conjugue todo o dia o verbo amar

Jesus nasceu numa manjedoura

Quase esquecido do mundo

Mas Sua palavra é incentivadora

Seu divino amor é amor profundo

Não queira se intitular um julgador

Aprenda a praticar a humildade

Desperte o  amor antes do temor

Acolha em breve, a sua felicidade

KATIA CHIAPPINI

EVA

                                    EVA

Virgem por signo ou necessidade 

Eva se reserva e guarda a castidade

Por uma convicção ou estabilidade

Por conveniência, mas sem alarde

Sabe enfrentar a cruel formalidade

Costuma meditar ao final da tarde

Bebe um copo de cerveja em sociedade

Ou no bar movimentado da faculdade

Gosta de brindar com a turma, à vontade

Ora serena, ora misteriosa, ora fugaz

Procura buscar o seu momento de paz

O que decide, jamais volta atrás

É uma jovem dama prendada e capaz

Assim, tanto fez como tanto faz

Agora está esperando por um bom rapaz

Que lhe chame com um só grito ''Eva Vaz''

KATIA CHIAPPINI

FUI

                                      FUI

Fui sol, quando aquecida

Fui lua cheia e fulgurante

Fui tua estrada preferida

De olhos verdes e brilhantes

Fui moça delicada e mimada

Colhi amigos e paqueras

Atenções ainda lembradas

Pertencem a outras eras

Vestidos e saias rodadas

Com flores e cachos de uva

Revelavam moças prendadas

Com mãos vestidas de luvas

Luvas e chapéus nos teatros

Nos salões dos bailes de gala

Indispensáveis esses aparatos

Como na música as escalas

Fui vinho de bons vinhedos

Tive as maçãs do rosto coradas

Guardei profundos segredos

Dancei valsas enluaradas

Fui relva que a brisa balança

Ou fina garoa que acaricia

Vivi o amor nessas andanças

Mas o perdi nas cercanias

Hoje sou aquela dama

Que de promessas viveu

Saciou a fome e a sede na cama

De quem jamais mereceu

KATIA CHIAPPINI

FEIRA DO LIVRO

                         FEIRA DO LIVRO

O livro está presente

Visível para toda a gente 

Não o esqueça na prateleira

Venha conferir e siga em frente

O autor inspirado quer ser lido

Desde que se lançou na narrativa

Não é justo deixá-lo esquecido

A obra inédita se impõe e cativa

Precisamos ter uma leitura atenta

Que o atual momento nos sugere

Tanto faz com 40 ou com oitenta

A pessoa culta o bom livro confere

Não se pode desconhecer os fatos

E nem o sistema que nos manipula

Temos que ter consciência dos atos

Antes que a insanidade nos engula

Ler significa não se deixar ao léu

Convide o seu amigo para ir à feira

Faça da literatura o seu troféu

Para não ficar ''sem eira nem beira''

KATIA CHIAPPINI