Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

quarta-feira, 30 de julho de 2014

SANTANA DO LIVRAMENTO!


            SANTANA DO LIVRAMENTO
                            (191 anos)
Santana do Livramento está completando hoje 191 anos. Fundada em 30 de julho de 1823, o município só viria a ser criado em 1857, quando se emanciparia de Alegrete.
Notabilizou-se pelo desenvolvimento da indústria pastoril e da pecuária. Faz fronteira com o Uruguai e liga-se a Rivera. E basta atravessar uma praça para atravessar do Brasil para o Uruguai.
Um marco decisivo para o desenvolvimento da cidade foi a contribuição de uma filial do Banco da Província do Rio Grande do Sul( 1910). Foi constituída  a Sociedade  Industrial e Pastoril.( 1907)
Outro empreendimento de vulto, na época, foi a Charqueada Sant'Anna, cuja capacidade de abate chegou a 1,2 mil cabeças de gado por dia. A povoação dessa charqueada era superior a 900 habitantes, distribuídos em 150 casas.
Em 1919 nascia a Sociedade Agropecuária da Fronteira que depois passou a se chamar Associação Rural de Sant'Aana do Livramento.
Passei os anos de minha infância em Livramento e tenho familiares, por parte de pai e por parte de mãe, nessa fronteira de meus primeiros sonhos juvenis. Lá frequentei os primeiros salões de baile. 
Lembro-me dos meus queridos tios Léo e Bebê que reuniam toda a família para assistir à missa dominical.
Na igreja matriz eu assisti, pela primeira vez, o casamento de um militar e fiquei deslumbrada com o cerimonial, com os trajes e medalhas, com as espadas se cruzando para que os noivos passassem por baixo, rumo ao altar. Era bem pequena mas nunca esqueci desse casamento tão peculiar e pomposo.
Também as sessões de cinema me fascinavam. Era possível assistir às várias sessões de domingo, na matinê, com produções diferentes. E se pagava um só ingresso. E assistíamos aos filmes nos cinemas do Uruguai, com as amigas.
Livramento é meu segundo lar. Na estância São Miguel do Sarandi passei as férias galopando, comendo carne de ovelha no feijão, canjica e coalhada, com leite tirado das vacas criadas na fazenda.
As churrasqueadas eram feitas no domingo e a mesa era mais farta, com direito às compotas diversas fabricadas por minha tia prendada. Tia Bebê era muito especial. Fazia costuras, pintava quadros, empalhava cadeiras, fabricava o sabão, a linguiça caseira, o requeijão.E aprendeu a dedilhar o acordeon.
O mais apreciado dos doces caseiros era o doce de figo em calda que ela deixava tapado, na varanda, num tacho gigantesco. E servia como sobremesa. Mas minhas filhas pequenas, levantavam o pano que cobria o doce, e na surdina, surrupiavam os doces..
Nas festas de família haviam os declamadores, os tocadores de gaita, os bailes do galpão e muita carne assando no fogo de chão e na lareira.
Lembro de uma figura folclórica, o pinga-pinga, como era chamado.
Andava pelas ruas vendendo uma bala, tipo puxa-puxa, que era a alegria da criançada e que ele mesmo fabricava. E caminhava cantando e falando no final dos versos que inventou: ''pinga aqui, por favor''. Um trocadilho que fazia para dizer que pingassem uns trocadinhos para ele. o que induzia a comprar as balas. 
Livramento se une a Rivera e não se consegue imaginá-las em separado. Há moças uruguaias trabalhando em Livramento e há moças brasileiras trabalhando nas lojas fronteiriças e enviando seus filhos para estudar nas escolas de Rivera.
Podemos destacar alguns vultos de renome nascidos em Santana do Livramento.
Um deles foi o tradicionalista e folclorista Paixão Cortês, cujo monumento nos recebe na entrada da cidade de Porto Alegre.
Lineu Dias nasceu em Livramento e faleceu no Rio de Janeiro.
Destacou-se como ator,contista, poeta, dramaturgo e tradutor.
Foi casado com Lilian Lemmertz, atriz, e teve como filha Júlia Lemmertz, atriz de novelas da rede globo de comunicações.
Outro vulto foi Nelson Gonçalves, um dos expoentes da canção de músicas românticas e intérprete inesquecível de expressivos tangos e boleros.  Ele ganhou fama em todo o território nacional com seu talento e foi o intérprete preferido de compositores famosos.
Na área médica temos o professor Rubens Maciel, catedrático, médico dedicado à medicina interna. Fez excelente trabalho e presidiu a enfermaria 29 da Santa Casa de Misericórdia, de Porto Alegre.  Fundou uma escola de medicina e foi um dos pioneiros a incentivar a criação do Instituto de Cardiologia de Porto Alegre. E pertenceu à Academia de Medicina e ocupou uma cadeira nessa instituição. Prestígio e inteligência o tornaram influente  e um exemplo de dedicação à profissão.
Ivo Caggiani foi outro vulto nascido em Livramento. Ele escreveu livros sobre a história da cidade e foi um jornalista que descortinou horizontes e promoveu sua terra natal.
Ainda na área musical temos o Gaúcho da fronteira, cantor, compositor e instrumentista: um regionalista que divulgou o folclore do Rio Grande do Sul.
Vamos lembrar de Natho Hen, nascido em Quaraí, Rio Grande do Sul, mas que se mudou para Livramento e lá se estabeleceu e fundou uma escola de música. Ele foi compositor e pianista de renome.
Quero parabenizar Livramento pelos transcorridos 191 anos e dizer que amo essa fronteira pelo exemplo de hospitalidade.
É uma terra onde a beleza dos campos deixa saudades. E onde conheci o gaúcho pilchado, de lenço e faca na cintura. Onde observei o trabalho feito no campo, a boiada passeando nos potreiros .Onde vi o avestruz cortando os campos, atrás das ovelhas e os cachorros ajudando a camperear. E o zorrilho caindo do telhado. E todo o trabalho da tosa, vacinação e marcação do gado.
Terra onde o mascate chegava aos domingos e abria uma gigantesca mala com toda a sorte de quinquilharias e que nos encantava com seus tecidos de seda, bijuterias, lenços de seda, sapatos e bolsas.
Uma linda terra para mim: uma criança que corria  feliz  e se perdia no campo, até que o cavalo a ajudasse a voltar para a casa. 
E que jamais vai esquecer seus tios e primos. 
E, por mais que façam, hoje, uma homenagem à Livramento, ainda faltava a minha. E não poderia deixar passar em brancas nuvens.
       

                                        KATIA CHIAPPINI  
       
                         -e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com


terça-feira, 29 de julho de 2014

A VALIDADE DE UM AMOR QUE SE PERDEU!.

      VALE AMAR PARA PERDER TÃO CEDO?
                        ( Para meu pai)
Já me perguntei muitas vezes se vale amar para depois perder uma pessoa querida, tão cedo.
Por que amar se a perda é tão sofrida Será que vale à pena?
Mas a perda é inevitável e imprevisível.
Amei meu pai de todo o coração por sua bondade e carisma. Era um homem benquisto no trabalho, em casa e pelos irmãos. Onde quer que fosse era bem acolhido e nunca fez nenhum inimigo enquanto viveu.
Embora pudesse ter conhecido a primeira neta- e amava crianças-não teve esse prazer. E esse sentimento de lástima tenho eu ao lembrar disso. Papai faleceu pouco antes de nascer minha filha.
Então, fico a pensar nas contradições da vida e em seus inúmeros acontecimentos que não temos como evitar.
Imaginei que levaria meus filhos na casa do vovô. E que os encheria de beijos e abraços e contaria lindas histórias ao redor da mesa da sala de jantar ,ou junto à cabeceira da cama.
Assim como eu que sempre fui amada por ele, meus netos o seriam.
Mas talvez fosse covardia fugir do amor paterno com medo de perdê-lo um dia. E ficar encolhida em um canto qualquer.
Só sabendo sorrir, como tantas vezes o fiz com meu pai, poderia suportar a sua perda. E preciso ter a vida iluminada pelo sol para aprender a suportar a negritude da noite na alma.
É como suportar a dor de uma separação pensando na alegria do encontro. Só que a morte é o maior dos desencontros e bem mais difícil de assimilar, quando se trata de um ente querido.
Só depois de pensar um pouco, meditar com tranquilidade, consegui entender que a dor da perda é parte da felicidade.
Quem perdeu é porque um dia foi feliz. Quem nada arriscou não perdeu mas não ganhou momentos de felicidade.
Em certa ocasião, perdi, antes de nascer, meu primeiro filho. Era jovem e tentei me conformar porque teria outros filhos.
Mas fui feliz enquanto uma vida germinava em mim, enquanto tinha essa expectativa.
Então penso que felicidade e dor não andam muito longe uma da outra. Ambas são parte da vida.
Mas não queria ter perdido meu pai com 55 anos, ainda em  perfeita saúde.  E trabalhando saudável e sem nunca ter ficado de cama por doença, até ser surpreendido por aquele infarto.
Fez um transplante com o Dr Zerbini, em São Paulo. Mas , na época, já se soube que havia restado só um coração de passarinho.
Ficou com falta de ar, a mesma de antes, e percebemos que o caso era muito grave. E durou poucos meses depois disso e veio a falecer.
Mas como saberia eu do seu abraço carinhoso, do afago nos meus cabelos, dos poemas que escrevia e lia para mim, de sua rara bondade?
Como desfrutaria de seu carinho, de sua companhia e de seus conselhos? O que teria para recordar?
Embora tivesse sentido muito sua perda, valeu tê-lo comigo sim, até a inevitável perda.
Há um pensamento lindo que diz:''os barcos estão seguros no porto mas não foram feitos para isso.''
Só estaríamos seguros de perdas e sofrimentos se nada tivéssemos para amar. E temos que viver com o presente maior de Deus que é poder desfrutar do tempo presente: o único que temos. E não ter medo de se arriscar, de mostrar a face para o que der e vier.
E antes de tudo, o amor é essencial para sabermos que não estamos sós. E o amor entre pai e filha é o primeiro elo de uma corrente que se tornará sólida e que será origem de outros amores futuros.
Assim, valeu em minha vida esse amor que sempre tive de meu pai.
Ele não era para mim algo a temer e nunca quis ser. Sempre soube se impor pelo amor e não pelo temor. Ele conversava, aconselhava e argumentava até que eu o entendesse. Nunca precisou me bater e nunca teria coragem de exercer sua autoridade dessa forma. Ele era o equilíbrio emocional da casa porque mamãe era mais nervosa, de gênio forte. Ele sabia lidar com ela que se deixava envolver pela sua maneira firme mas sábia de argumentar, sem levantar a voz.  
Como se aproxima- e já estamos quase em agosto- o dia dos pais- lembrei-me de sua passagem rápida por esse mundo. Mas a dor de perder sua companhia foi, sim, compensada pela felicidade de compartilhar meus melhores momentos com ele. 
Nos primeiros tempos foi muito difícil. Mas, dois meses depois, nasceu minha primeira filha e minha alegria voltou a reinar. Dizem que Deus tira algo e nos dá uma compensação: outro ganho.
E sempre lembro de contar aos meus filhos algumas passagens que revelam a sabedoria de papai e o modo de contornar qualquer problema com calma, sem querer dominar e nem assustar sua família. E falo de sua paciência, sua virtude principal, para harmonizar qualquer circunstância com turbulências à vista.
Nesse dia dos pais vou lembrar, mais uma vez, de que valeu, sim,ter amado meu pai.
E sempre lembro que a perda do primeiro filho também foi superada pelo fato de ter conseguido ter meus três filhos saudáveis.
Amem seus pais enquanto estiverem desfrutando de sua companhia.
E não percam a fé, seja qual for a circunstância.
 Ela é uma aliada e junto com a esperança nos faz mais fortes para qualquer recomeço. 
E recomeçar é saber tomar o rumo da própria vida e almejar pequenos fragmentos de felicidade . E como não se sabe se a vida nos será breve ou longa, pelo menos, vivamos com intensidade o amor filial: base e fundamento de todos os outros que se sucederão.
FELIZ DIA DOS PAIS!

                                KATIA CHIAPPINI 


                                            e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com


MACHADO DE ASSIS!

        LEMBRANDO MACHADO DE ASSIS!

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 1839 e faleceu em 1908, no Rio de Janeiro.
Mulato, pobre, epilético, vítima de preconceito, perdeu sua mãe ainda em plena infância e foi criado pela madrasta.
Foi romancista, contista, cronista, crítico literário, jornalista,poeta teatrólogo, humorista, novelista e cientista.
Grandes estudiosos da arte literária se dedicaram a estudar sua obra e sua biografia.
Em sua fase romântica escreveu sobre o amor e os relacionamentos amorosos. Suas principais obras dessa época são: 
- A mão e a luva
- Helena
- Ressurreição
Em sua fase realista explorou o psicológico de seus personagens e estudou o ser humano com suas qualidades e defeitos, procurando analisar, com profundidade, o homem. Dessa fase temos:
- Dom Casmurro (1899 )
- Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
- Quincas Borba (1891) 
É fundador da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente. E considerado o maior expoente da literatura nacional.
Sua obra se divide em contos, peças de teatro, críticas literárias e da dramaturgia, poemas, crônicas do cotidiano, romances e ensaios.. 
Foi o construtor de uma obra universal onde salienta sua perspicácia analítica fugindo do contexto geográfico e temporal.
Seus personagens mostram um homem dominado por grandes anseios mas sucumbindo às suas próprias fraquezas.
Se é indiscutível sua contribuição para a literatura e sua expressão artística como se explica o fato de ser lido por poucos intelectuais?
Talvez o fato de ser considerado um clássico, um gênio, exceda os limites de um leitor comum. Firmou-se a ideia de que um grande autor é necessariamente complexo e digno da elite cultural.
Sendo um autor do século passado, muitos despreparados ´podem pensar que sua obra tenha ficado no anacronismo, quando sabemos que a obra é sempre atual e atemporal.
Mas sua obra é referência em todas as bibliotecas, granjeou o respeito de todos e se tornou um mito. A exaltação em torno dele, no entanto, criou uma aura de sobriedade, afastando-o do leitor. 
Podemos lembrar que é necessário que os professores apresentem Machado de Assis aos adolescentes porque a leitura das obras desse autor, para serem valorizadas, requerem certa maturidade.
Isso porque em seus livros não há ação, velocidade ou gestos de heroísmo, ou heróis fantásticos, tão ao gosto dos jovens. Sua obra tem um caráter racional, impessoal, objetiva.
Então, se o aluno não estiver preparado para entender a obra machadiana, na escola, vai considerá-la uma leitura pesada, apenas cansativa. E vai formar um conceito negativo do que leu.
Não vai desenvolver o carinho, a afetividade que devem envolver autor e leitor na simbiose do encontro, da identificação.
Faço essas rápidas considerações porque há necessidade de resgatar o valor desse literato. E necessário se torna compreendê-lo como um grande colaborador no sentido de desvendar a alma humana, desenvolvendo o autoconhecimento e levando-nos a entender melhor nosso semelhante.
Ora somos lobos e ora anjos em luta constante entre o Bem e o Mal.
No poema'' Círculo Vicioso', 'Machado de Assis fala do homem insatisfeito com o que é e com o que tem.
Mas não acreditava muito que fôssemos só produto do meio e da genética e que isso explicasse nosso comportamento ou direcionasse fatidicamente para um rumo previsível.
O fato é que ele próprio foi autodidata - frequentou apenas três séries primárias- numa sociedade preconceituosa. Mas enfrentou todas as adversidades, entre elas a gagueira, e se tornou o maior vulto da literatura e nem os elementos adversos conseguiram fazê-lo parar de perseguir o que se propôs.
Provou, com suas próprias vivências, que a vida é um mistério e que cada ser é único e surpreendente em sua trajetória.
Se nos detivermos a ler ''A Carteira,'' poderemos nos identificar com o personagem'' Honório'' em suas reações. Iremos perceber nossa vulnerabilidade em circunstâncias adversas e a tendência de tentar justificar nossos atos menos dignos com desculpas infundadas. Porque não somos severos conosco e sim para com os outros. Pois diante da mesma falta que cometemos os condenamos severamente.
Diante da galeria de personagens machadianos vamos conhecendo nossas fraquezas, desejos, ambições inconfessáveis, sonhos, esperanças, egoísmo e ingenuidades.
Sem falar em 'Bento',' em todo o seu desespero, ao conviver com o mais destrutivo dos sentimento: a dúvida.
A verdade, por mais dolorosa que, seja não se compara ao desespero da dúvida cuja corrosão nos tira a paz e nos anula como pessoa.
Com ''Capitu'' percebe-se a capacidade de frear emoções, de esconder sentimentos e de dizer o que não se pensa, pois só podemos pensar o que é ditado pelas conveniências.
Deixo aqui meu conselho de que voltem a ler'' Dom Casmurro'', dessa vez, com mais atenção aos aspectos psicológicos da trama.
Pode parecer que  o autor tenha sido implacável, pessimista e sem crença no ser humano. Mas numa análise equilibrada quis dizer que somos seres sempre em processo de construção, buscando o aperfeiçoamento.
 Soube atenuar as fraquezas do ser humano com pinceladas de humor.
Machado de Assis não julga, jamais assume uma posição moralista. Ele deixa o leitor tirar as próprias conclusões.
Como pessoa foi simples e generoso. Conquistou amigos que o seguiram ao longo dos anos.
Dedicou poemas a sua esposa Carolina a quem disse amar profundamente.
Machado de Assis faleceu de câncer no Rio de Janeiro.
Que ele possa ser um refúgio para nossas noites insones e nos tornar pessoas mais humanas.
Machado de Assis conseguiu a incrível façanha de despertar nossa simpatia por personagens que mereceriam repúdio ou, no mínimo, contestação.
Que toda a tecnologia disponível para a leitura possa trazer à tona, algumas obras suas.
E que a educação governamental inicie projetos literários, acéfalos no momento, com o objetivo de restaurar a obra machadiana, que valor não terá se ficar escondida nas prateleiras empoeiradas das bibliotecas públicas.
Após ter conquistado seu espaço em todas as enciclopédias e obras didáticas  referentes à literatura e de ser mundialmente reconhecido, não seria justo deixá-lo sem amparo e reconhecimento.
Robert Schwarz, crítico literário nascido na Áustria, foi apenas um dos que se dedicou a estudar a obra de Machado de Assis. E quando iniciou esse estudo disse que não o deixaria mais.
A respeito de Machado de Assis formulou a seguinte afirmação:
 - ''É certo que os livros não envelhecem igualmente como é certo que alguns remoçam.''

                                   KATIA CHIAPPINI


                                         -E-MAIL:katia_fachinello42@hotmail.com






sábado, 26 de julho de 2014

LEMBRETES SOBRE A GRIPE!

                                   GRIPE
Conversando com os médicos que me atenderam e reunindo outras informações que procurei seguir para curar a gripe e sugerindo algo que pensei a respeito, tomei a liberdade de compartilhar com os leitores essas recomendações. Espero que lhe sejam úteis.
- Antes de tudo, vacine-se anualmente contra a gripe. O vírus sofre mutações a cada ano e não basta se vacinar uma vez só.
- Aos primeiros sintomas agasalhe-se mais, se sofrer mudança de temperatura.
Não espere e marque sua consulta médica. Se demorar muito o quadro pode se agravar, pode atacar o ouvido e diminuir a audição. Pode trancar as vias respiratórias superiores o que exige uma medicação mais forte. Pode aumentar a dor de garganta ou a febre, sem falar na tosse convulsiva e nas dores por todo o corpo. E se procurar o médico ainda pode evitar sofrer os efeitos colaterais dos corticoides.
- Ao sair da academia, seque seu cabelo com secador e aguarde na sala de espera antes de sair. Se possível tome chá ou café e fique lendo uma revista, por um período de tempo.
- Beba muita água, sem ser gelada.
- Faça repouso e tome cápsulas de vitamina C.  Pode tomar 15 gotas de Própolis, ao dia, numa porção de água. E colocar numa colher com mel puro.
- Se conseguir, coma balas de gengibre, ou use-o nos chá com mel e canela.
- Prefira sopas quentes e alimentos leves mas se alimente bem.
- Lave as mãos adequadamente, mais vezes ao dia. O álcool gel não substitui a água e sabonete.
- Lave as narinas com soro fisiológico várias vezes para se proteger das bactérias.
- Evite frequentar lugares com aglomeração de pessoas.
- Lembre-se de ingerir proteínas, inclusive as de soja, como grão de bico. Não dispense a carne ou o suco da carne.
- Mantenha distância das pessoas ao falar com elas e já vá dizendo que não beijem você.
- Coloque a mão na frente da boca ao tossir.
- Arejar o ambiente, abrir as janelas para trocar o ar viciado, quando bater sol no ambiente, torna-se uma providência fundamental.
- Não faça dieta nesse período e sim, procure se alimentar nas horas certas para não debilitar mais o sistema imunológico.
- Alongue-se em casa por um período, porque o cansaço na academia não lhe fará bem. Nem o suor esfriando no corpo.
- Procure ler, assistir televisão, conversar ao telefone e manter o bom humor. Mas resguarde-se em casa.
- Faça um exercício de meditação e visualize a si mesma já curada e com ótima disposição. Não se deprima e nem se faça de vítima que trará má energia para o seu lar.
- Ouça uma boa música, deitada, bem agasalhada.
- Quando estiver um pouco melhor convide uma amiga para tomar chá, mas conserve a distância de, aproximadamente, um metro dela.
E VOLTE A VIVER COM TODA A SUA ENERGIA!

                                     KATIA CHIAPPINI
                               -E-MAIL: KATI_ FACHINELLO42@HOTMAIL.COM

A BULA DA VIDA

                         A BULA DA VIDA

INDICAÇÕES: para as pessoas de boa vontade que não desistem de viver a vida com determinação.
MODO DE USAR: em gotas, a cada respiração, para oxigenar os pulmões.
POSOLOGIA BÁSICA: sorrir, pelo menos 12 vezes ao dia.
CONTRA-INDICAÇÕES: não há, indicada para todas as idades.
CUIDADOS ESPECIAIS: 
GRÁVIDAS; passos calmos, paciência e cuidados com a alimentação.
IDOSOS: caminhadas diárias, tomar o sol da manhã, convidar uma amiga para o chá da tarde.
CRIANÇAS: respeitar seus pais e seguir as orientações que os professores ministram.
INFORMAÇÕES AOS PACIENTES: valorizar o momento presente e ter o passado como referência para corrigir o presente e nunca para servir de tormento e agonia.
PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: evitar os sentimentos menores tais como inveja, ódio, egoísmo. Não desviar do caminho íntegro e verdadeiro. Sua vida é de sua responsabilidade.
SEGURANÇA E EFICÁCIA: quanto maior for o espírito solidário mais proveitosa será a vida. Não fazer inimizades é um modo de viver com mais tranquilidade, segurança e harmonia.
INTERAÇÕES: procure um trabalho voluntário e faça a interação com a comunidade carente dedicando algumas tardes de seu dia para essa atividade meritória.
TOXIDADE: não há perigo de se tornar tóxica se não houver envolvimento com o mundo das drogas ou com o submundo da criminalidade. E se não se intoxicar com a prepotência e o orgulho.
SUPERDOSAGEM: a superdosagem da vida só vai restabelecer seu bom humor. Tome a vida em suas rédeas e viva os momentos de interação com alegria, faça novas amizades e refaça seus planos sempre que atingir algo a que se propôs, seguindo em frente.
OBSERVAÇÃO: a vida pode ser mantida perto das crianças porque é o melhor medicamento. E as crianças são o futuro melhorado, são a esperança do cosmos, são as propulsoras da harmonia.
E são nosso grande estímulo para querer viver desde que nos ensinam a ser mais humanos e sensíveis aos seus anseios bem como a conviver com mais tolerância na vida familiar.
A criança é a vida fluindo por todos os poros, é a visão mais linda do planeta. E quando se lança, correndo, para os braços de seus pais, nos leva a refletir que depende de um olhar atento e carinhoso para ser feliz.
RECOMENDAÇÃO FINAL: faça uma criança feliz e a vida lhe sorrirá. E estará praticando a bula da vida em toda sua plenitude.
E não perca  de vista essa bula. 
Vivencie!

                                   KATIA CHIAPPINI


                        e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com
Não deixe que a vida lhe escape sem que tenha realizado seus sonhos mais íntimos. E não se prive dos melhores momentos que a vida poderá lhe dar.
Siga a bula da vida!                                            katia

sexta-feira, 25 de julho de 2014

ÊXTASE

                                ÊXTASE

Algo vago e em alerta
Vem em ondas á noite
Dá sinais e desperta
Como carinhoso açoite

O mundo todo silencia
A atmosfera respeita
O ser se denuncia
E a outro ser deleita

É a entrega qual guarida
Aprazível espetáculo
É a posse embevecida
É a palavra do oráculo

É o que semeia e transmite
Sensação indizível
É força que não se omite
Perfeição indiscutível

É a pausa que permeia
O universo dos amantes
É o toque que não se freia
''E nada será como antes''

É dos pássaros polifonia
A hora mais completa
É contagiante energia
Tão íntima como seleta

Desfaz qualquer resistência
Enquanto liberta o ser
As vezes é incoerência
Mas justifica o prazer

É ´poesia que ecoa
Da alma sem grilhões
É sentimento que voa
Mar revolto-sensações-

O êxtase e sua vivência
Precisa ser verdadeiro
Ser feliz é consequência
Nele cabe o mundo inteiro

                                    KATIA CHIAPPINI
                    e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com






quarta-feira, 23 de julho de 2014

DIA DOS PAIS!

                      MEU PAI  E AMIGO!

Mais uma vez se aproxima o dia dos pais, no mês de agosto.
Meu pai sempre foi meu melhor amigo e conselheiro.
Desde pequena costumava conversar sobre meus estudos, sobre minhas amizades. E respondia minhas indagações com sabedoria, na medida da pergunta e nada além do necessário.
Gostávamos muito de ouvir música juntos e ficar comentando sobre elas.
Quando ele voltava do trabalho convidava mamãe e meu irmão para dar uma volta de carro.
E nos finais de semana costumávamos jantar fora e depois ir ao cinema.
Papai era caseiro, chegava em casa na hora certa e não nos trazia preocupações. Sua companhia era agradável e sempre estava disposto a ouvir minhas histórias da escola.
Quando fiquei uma adolescente bem desenvolvida ele se preocupou em falar sobre minha postura junto aos colegas e aconselhou a não pegar carona com nenhum homem.
Perguntei:
- E se for um colega seu do trabalho e que frequenta a nossa casa?
Ele respondeu:
- Não minha filha, será apenas um colega.
Sempre me pedia para não discutir com mamãe e ter paciência com ela. É que nem sempre minha mãe deixava eu receber as colegas em casa ou ir à casa delas. Só se ela pudesse estar em casa  ou se pudesse levar e buscar, respectivamente.
Mas papai achava um jeitinho próprio para lidar com o gênio de minha mãe e ficava de intermediário para reivindicar por meu irmão e por mim.
Ele nos deixou muito cedo mas durante o tempo que nos acompanhou foi incansável em nos proporcionar tudo o que fosse necessário.
O melhor presente que me deu foi um piano. Para isso contou com a ajuda de meu avô e dividiram o valor total, meio a meio.
Em outra ocasião ganhei um violão, depois um acordeon.
Mas aproveitei bem todos os instrumentos porque estudei música por vários anos. Hoje, já avó e aposentada, tenho prazer em lecionar piano para a terceira idade, tanto quanto em dedilhar o meu piano, ao entardecer, como forma de lazer.
Meu irmão e eu fomos criados com respeito aos mais velhos e nunca nos dirigimos aos nossos pais com palavras grosseiras.
Mas dele veio o empenho para que tivéssemos harmonia no lar.
Tinha muita vontade de conhecer a primeira neta mas não teve essa alegria. Eu estava com sete meses de gravidez quando ele veio a falecer. 
Quero desejar que meus leitores tenham um feliz dia com seus pais.
E, se isso não for possível, elevem seus corações em preces que essas serão ouvidas.
Só um homem íntegro e consciente de seus deveres para com a família será um bom pai. Esse é um teste definitivo e que define o caráter do homem: assumir a paternidade.
Valorizem o esforço de seus pais e copiem seu exemplo ao formarem nova família.
E podem ter certeza de que um bom filho será um bom pai. Levará do lar os valores cristãos para praticar em família.
E esses exemplos que vivenciamos no lar serão sempre um salvo conduto para nossa vida. Essas lembranças de casa guardamos no coração pela vida a fora. E, mais tarde, sempre temos aquele desejo recorrente de voltar à casa paterna e buscar novas forças para desempenhar nossa missão com dignidade. 
Meu pai ficou inquieto no dia de meu casamento. Eu era sua menina e confidente e companhia de todas as horas.
Papai e eu gostávamos de ler e de escrever poesias, além de ouvir músicas. Então, sempre tínhamos o que conversar.
E se ele se incomodasse no trabalho eu ficava sabendo e também falávamos sobre isso. Tínhamos uma afinidade total e gosto de lembrar de suas palavras ao me falar sobre os fatos da vida,à medida que eu ia crescendo.
Não se percam de seus pais, desfaçam qualquer assunto que tenha ficado pendente, tenham respeito filial e ensinem seus filhos a manter o mesmo respeito.
E, na velhice, tenham mais carinho para com eles. Principalmente nesse momento crucial em que as aflições se avolumam.
Serão recompensados com a sensação do dever cumprido e terão paz de espírito se cuidarem de seus pais até o final.

                                FELIZ DIA DOS PAIS!
                                   KATIA CHIAPPINI


terça-feira, 22 de julho de 2014

IMAGENS!

                        IMAGENS!  ( do Brasil )

Um cravo na lapela
Um sino na capela
Um clarão de vela
Uma simples aquarela

São imagens belas
Tão singelas
Menos aquelas
De nossas favelas

Algumas são ritos
Outras são mitos
Imagens de conflitos
Dos corações aflitos

Na noite ouço apitos
Nas prisões os gritos
Na rua há delitos
Nunca antes vistos

Indiferente passa
Seja qual for a raça
O ser que nada abraça
E que teme a mordaça

O país que se descobre
Bajula o sangue nobre
Deixa que roubem o cobre
E o homem vil encobre

O cidadão empobrece
O patrão o desmerece
E mesmo com as preces
A cesta básica encarece

E essa terra varonil
Que se diz mãe gentil
Está com febre e com frio
Ninguém sabe, ninguém viu

                                     KATIA CHIAPPINI
                      e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com








FUGINDO DA ROTINA

                      FUGINDO DA ROTINA
      

Parece difícil fugir da rotina. Na verdade uma certa organização é indispensável para nossa vida. Mas, quem sabe, aos finais de semana possamos desligar um pouco e criar outras maneiras de aproveitar alguns momentos de puro lazer.
Deve ter percebido que a pessoa que se orgulha de cumprir todas as metas no trabalho é uma pessoa ansiosa, sempre cansada. Mas precisa sobreviver e dançar nesse ritmo frenético do dia a dia.
Priorize, sim, suas tarefas dentro da família que constituiu e que espera seu amparo. Seja o melhor funcionário e tenha orgulho de seu próprio esforço. Mas seja maleável aos desejos de sua família, de seus amigos e não os afaste de você.
Como eles vão se lembrar de você? Certamente por suas qualidades pessoais e não pelas cifras que acumulou.
Seu filho vai lembrar do dia que você atendeu ao seu pedido de ir para o sítio. Ou daquele filme que assistiram juntos, ou do passeio ao parque de diversões, ou das brincadeiras do palhaço no circo, ou da viagem sem roteiro que se desenvolveu sem preocupações definidas e foi se transformando em momentos lindos, de improviso e, por isso mesmo, os melhores.
E quanto tempo faz que você não janta em casa com seus filhos?
E se lembrasse disso poderia saber como estão na escola, que planos têm para o futuro, o que estão pensando para fazer no horário extra-classe.
E a conversa poderia ser tão produtiva que nem precisaria pedir para não atenderem o celular: seria automático.
E o filho não pediria para o vovô lhe buscar na saída da escola para poder dizer aos colegas que aquele é seu pai.
E não sairia escondido da sala de aula para rasgar um cartaz que fez para dar no dia dos pais, sendo que seu pai não compareceu ao ser convidado para a ocasião.
E não sairia chorando da sala ao mostrar suas notas para o pai dominador que não percebeu seu esforço e só se fixou numa nota abaixo da média e o chamou de burro e incompetente. E isso, quando seria o aceitável marcar uma aula particular para solucionar as dificuldades daquela disciplina, em especial.
Quanto mais a ambição por acumular bens de consumo nos assola, menos probabilidade existe de priorizar os verdadeiros sentimentos cristãos. E a família sofre e os amigos se afastam.
Fugir da rotina é reeducar a mente e torná-la saudável, é cuidar do corpo e se exercitar, é se alimentar com os nutrientes necessários e voltar ao bom humor.
As atividades podem ser as da escolha pessoal. Uns gostam de nadar, outros de correr ou caminhar, outros de velejar, outros de patinar, outros de cavalgar. Sem falar no convívio com o mundo das artes que amplia a sensibilidade e transforma os seres de dentro para fora.
O importante é criar novos vínculos e não se deixar embrutecer num canto qualquer da casa sem ligar para os filhos e nem para a esposa. Além de sua rotina diária crie novos comportamentos para ser mais feliz com a proximidade dos que lhe querem bem. Mas perceba que estão no limite da tolerância para com a sua intolerância visível.
Deixe seu dia mais pleno e sinta o perfume da natureza que lhe cerca e observe os animais que brincam com seus donos.
Convide seus netos para brincar na praça, assistir uma peça infantil, tomar um sorvete, ver um filme.
Se quiser mais amor em sua vida procure distribuir primeiro sem esperar que lhe peçam.
Ofereça um jardim antes que lhe peçam uma só rosa.
Não perca sua alma, seus valores e nem a própria identidade.
Se a ética é relativa a moral é universal.
Então, reveja seus valores, princípios, normas e faça um jogo filosófico para entender a si mesmo e refletir sobre o que você quer e suas possibilidades de obter. Ou o que você ainda deve fazer por si mesmo. E o que pode realizar sem prejudicar seu semelhante.
Entre um e outro dia deixe um tempo para deitar numa cadeira confortável, fechar seus olhos, meditar sobre tudo.
Permita-se sonhar o que ainda não sonhou e amar a quem ainda não amou.
Não deixe que a rotina o estratifique, que a saudade o sufoque, que o medo de arriscar lhe prive de tentar ser mais feliz.
Não diga que seu destino é esse ou aquele. Tome as rédeas de sua vida e acredite mais em você.
Se a vida não fosse um movimento constante o rio calmo nos bastaria Mas não basta. Preferimos as ondas de um mar revolto em toda sua pujança. Assim somos nós: um mar revolto.
Só que o tempo vai nos ensinando a dominar as ondas, a construir depois da tempestade e a seguir em frente porque a caminhada é mais importante do que a vitória.
E tenhamos paciência e sabedoria para aceitar o que não nos for possível modificar.
Mas preferir a derrota prévia e se deixar vencer sem lutar, é desconhecer a centelha divina que é a nossa força vital e a mais preciosa. 
      

                                    KATIA CHIAPPINI 
                       e-mail:katia_fachinello42@hotmaiol.com 






domingo, 20 de julho de 2014

CONVERSANDO COM O LEITOR !

            36.000 ACESSOS NO DIA DO AMIGO
     MINHA VOVÓ E MAMÃE:
     AMIGAS DE SEMPRE!
  
Os amigos do blog são o que me incentivam a escrever e me impedem de descuidar das publicações.
Deles vem o motivo para continuar a escrever. E´por causa deles estamos em 36.000 acessos do blog inspirações.
E a inspiração é algo incrível que vem me atropelando e me impondo a escrita.
Basta ler algo, em qualquer local, que  posso me inspirar. 
Apenas uma palavra lida na placa de rua, no mercado, no folheto da igreja, na parede, no jornal, no ônibus, na placa do caminhão, pode ser motivo de minha inspiração. Sou uma leitora atenta e cuja mente já está preparada para mandar um comando para os olhos se fixarem nos letreiros do  dia a dia e nos acontecimentos insólitos.
Também as cenas que eu observo, as que meus amigos me contam, podem trazer essa inspiração criadora. E, ainda, podem ser a matéria prima das inspirações, as minhas experiências da infância até a idade adulta.
E esses amigos que tenho, amigos virtuais, são os que passeiam o olhar para esse cantinho tranquilo e encontram um tempo para ler, aos poucos, essas publicações.
Então, deixo hoje meu agradecimento pela companhia aos que procuram na leitura um momento de meditação ou de lazer.
E agradeço essa atenção renovada, já por mais de dois anos, motivo de alegria para mim. Tenho dito a vocês que enquanto houver um leitor, aqui estarei para escrever os poemas que podem ser lidos na hora de dormir e levar ao sono tranquilo.
E nossos amigos no mundo real estão se abraçando hoje, almoçando em família, visitando as pessoas de suas relações ou telefonando para desejar um bom dia de domingo.
E podemos pensar que a amizade sincera perdura por um longo tempo, por 50 anos, por exemplo. E, é pena, os amores, muitas vezes, não duram nem por um período de 5 anos.
Nosso nível de tolerância e nossa vontade de acertar é frágil. E como dá trabalho dialogar até acertar arestas, as pessoas se deixam com facilidade e partem para novos relacionamentos, também passageiros. E a vida vai passando numa sequência de dias iguais e não se quer mais investir num relacionamento que possa ser o início de uma família cujas responsabilidades infundem medo.
As pessoas não pensam, não se aprofundam, não se dão ao trabalho de se doar ao outro ser. Tudo é um jogo. Tudo se torna uma brincadeira que desrespeita os verdadeiros sentimentos.  E a esperança,  aquela que se diz ser a última que morre, já desfaleceu faz tempo e abandonou os corações aflitos.
Mas quem sabe a fé que move montanhas possa acordar, como num passe de mágica, a esperança. E juntas, possam iniciar uma nova jornada em nome do amor ao semelhante.
Meus agradecimentos sinceros aos amigos virtuais e meu abraço especial às amigas que me cercam e que sabem ser confidentes e companheiras na alegria e na tristeza.
Que as amizades verdadeiras se firmem cada vez mais!
Que os meus leitores, em Inspirações, estejam sempre comigo!

FELIZ DIA DO AMIGO!

OBRIGADA AOS LEITORES POR 36.000 ACESSOS. 


KATIA CHIAPPINI 


sábado, 19 de julho de 2014

A PÉROLA E A ESMERALDA.

               A PÉROLA E A ESMERALDA

Júlio César com pérolas presenteou
No Império Romano à sua amada
Cleópatra esmeraldas usou
Em suas vestes bordadas

Esmeralda de um verde profundo
Está entre as pedras de mais valia
Extraída após cavar bem fundo
Revela do garimpeiro a maestria

A ostra precisa ser ferida
Para a pérola desabrochar
Areia e minerais dão a partida
E a pérola reluz beijando o mar

Esmeraldas opacas podem ser
Transparentes são as mais preciosas
Descobertas no Egito-sem querer-
Coroaram a nobreza majestosa

Pérolas se banham nas ondas
Estão em poemas e declamações
Brilhantes, lisas e redondas
São prova de amor nas declarações

Esmeralda representa um amor
Dito fiel, incondicional
Seu efeito é rejuvenescedor
Traz o equilíbrio espiritual

Esmeralda é amuleto, talismã
Trabalha o chacra cardíaco
Pode ser uma crença pagã
Mas afasta o poder demoníaca

A alma pode estar sem viga
As mágoas o vento conduz
O sorriso pode ser a liga
Ser como pérola que reluz

O colar pode arrebentar
Tal como a dor que se espalha
Juntar as contas e o mal superar
É caminhar além das falhas

A pérola branca em formosura
É uma ostra premiada
A esmeralda verde e pura
É a esperança lapidada
      

                                       KATIA CHIAPPINI-
            
                           e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com






quarta-feira, 16 de julho de 2014

UM SUSTO: DOR DE OUVIDO

                  UM SUSTO: DOR DE OUVIDO
              

Pensando friamente parece bobagem falar de dor de ouvido.
Mas como não costumo ter essa preocupação, o fato me deixou pouco à vontade. O ouvido inflamado foi consequência de uma gripe mal curada.
Consultei a médica e ela receitou antibiótico, o que já era esperado.
Ela explicou que a audição voltaria, passo à passo.
Quando soava o telefone, a campainha, o interfone, meu filho se prontificava a atender porque eu não me dava conta dos sons se não estivesse por perto. Se as pessoas falassem comigo eu pedia que repetissem a frase dita. Fiquei indisposta, com dor de cabeça, com dor no corpo e com menos disposição para cumprir com os meus compromissos.
Durante quatro dias nem tive ânimo para tocar piano. No quinto dia tentei dedilhar meu repertório musical. Escolhi as partituras e iniciei a execução das peças.
Mas, nesse instante, levei num tremendo susto porque o som que eu ouvia ecoava como se estivesse ao longe, diminuído.
Fiquei decepcionada e triste, pois nem imaginei que não pudesse ouvir o som do meu instrumento: único e aveludado. Parecia que eu estava tocando com o pedal baixo, aquele que abafa a altura do som quando se quer tocar à noite. Nada foi tão visivelmente frustrante como esse fato.  No dia seguinte procurei outro médico para saber sua opinião. Mas ele confirmou o diagnóstico de sua colega e não incluiu nenhuma medicação complementar.
Voltei para casa pensativa e, no caminho, me veio à mente o sofrimento das pessoas surdas e rezei por elas. Também rezei para que nada disso me acontecesse e que minha recuperação fosse breve.
Fiquei ciente da importância de poder ouvir só quando percebi que o piano não me deu o retorno, quando dedilhei uma melodia.
Sem a audição completa como apreciar a música dos grandes mestres?
Como dedilhar Zequinha de Abreu, Ernesto Nazareth, Cartola, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Tom Jobim e os clássicos onde se exige uma sintonia fina? 
Lembrei-me dos netos pequenos que me ensinam as melodias do jardim de infância para que eu possa cantar junto com eles.
Lembrei-me de que, muita vezes, devo ter deixado de ouvir meus amigos em suas confidências. E de ouvir todos os sons da natureza e dos animais que a enfeitam.
Lembrei-me do toque da sineta chamando os alunos para se dirigirem às salas de aula. E quão importante é esse toque e o que representa.
E vou ouvir mais vezes a voz do poeta declamando poesias de sua autoria nos saraus locais.
E quando estiver curada desse mal que me aflige, vou recuperar o toque do piano e os momentos de lazer e encantamento que perdi.
Vou interpretar meu repertório com especial emoção.
Vou prestar atenção no sino da igreja. Ele toca pela manhã para chamar os fiéis para assistirem à missa. E vou aproveitar para ajoelhar na cerimônia religiosa e fazer uma novena para que Deus me conserve a audição.
E quero me propor a ouvir tudo o que deixei de ouvir por medo ou vergonha.
Vou correr todos os riscos e não permanecer surda aos meus próprios anseios.
E quero ouvir aquela voz mansa feito dolente melodia e todos os sussurros que não me permiti ouvir.  E quero escutar todas as declarações que esperam pelo som magnífico do ''Bolero de Ravel'', para me serem feitas.

                                  KATIA CHIAPPINI
                       e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com




DESEJO!

                           O  DESEJO!

É o ensejo
Do beijo
Sem pejo

É uso
Abuso
Difuso

Ora suporte
Ora norte
Ora sorte

Emoção
Satisfação
Paixão

É vital
Natural
Visceral

É ansiedade
Necessidade
Saudade

É a pele
Que impele
Não repele

É a vida
Que convida
Dá  a partida

É o roupão
Caído ao chão
É o toque de mão

É o que se quer
Homem ou mulher
Do jeito que vier

                                    KATIA CHIAPPINI