Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

domingo, 30 de junho de 2013

O PORTA RETRATO !

            O VENTO LEVOU O RETRATO

Fiquei com o retrato
Única lembrança - que sina -
Emoldurado com aparato
Lindo, talhado em resina

Estava junto à janela
Na mesa de cabeceira
Limpava-o com flanela
E o sol chegava na beira

A foto sorria para mim
Trazia recordações
Adolescentes no jardim
Desvencilhando-se dos botões

Um dia ao sair de casa
Esqueci a janela aberta
O porta retrato criou asas
O vento estava alerta

Agora não vejo teu rosto
Fiquei sem eira nem beira
No coração só desgosto
A seta feriu - certeira -

Tenho outro porta retrato
Quem sabe outro amor virá
De outro jeito, com outro formato
E essa angústia passará

Quão frágil se faz a vida !
São alguns os momentos felizes
Temos que curar as feridas
Plantar novas raízes

Amores se modificam
Hábitos se transformam
As solidões se agitam
Os sentimentos hibernam

KATIA CHIAPPINI



SE EU NADA MAIS TIVER...

                    SE NADA ACONTECER...

Quando o amor eu não sele
Que eu saiba selar meu sonho
Quando não me ofertares a pele
Ofereço-me, em ti me ponho

Espero que não me renegues
Ainda conservo a esperança
A tempestade me persegue
Mas se transforma em bonança

Se eu não for o teu presente
Lembre do passado, como eu
Lá plantamos uma semente
Lá deixamos nossos apogeu

Se eu nada mais tiver...
Tive o suficiente pra lembrar
Deus me fez frágil,mulher
E tu me ensinaste a amar

Jovens, adultos ou maduros
Vivemos de imaginação
Os sentimentos mais puros
Nos levam a crer na ilusão

Um dia contemplamos estrelas
Os dois -corpos entrelaçados -
São lindas - como não vê-las -
São confidentes dos namorados

Se eu não mais for feliz
Nem vou reclamar de ti
Um dia teu corpo me quis
E em teu peito eu me perdi

O amor se reinventa
Como as fases da lua
O universo se movimenta
Pra espiar a mulher nua

Rastros de magia permanecem
Há momentos não passageiros
As almas nunca se esquecem
Quando os corpos se dão por inteiro

Vais lembrar dos sete véus
Com eles dancei ao teu redor
Viajaste direto aos céus
E eu ? direto ao toque maior

                                     KATIA CHIAPPINI


quarta-feira, 19 de junho de 2013

A ROTINA NÃO ROTINEIRA.

                   ROTINA ! NEM TANTO !

Sempre falamos mal da rotina porque a falta de imaginação para transforma-la ocasiona esse mesmismo.Mas dentro do processo da rotina é possível inovar um pouco a cada dia. Temos nossa família, nosso trabalho, obrigação de orientar os filhos nos estudos e, de certa maneira, temos que  estabelecer uma rotina. Mas é possível criar pequenos intervalos dentro dela para inovar. Você pode tomar um cafezinho, fazer a leitura de um capítulo de um livro, ouvir um lindo C.D, tomar um sorvete, olhar as novidades nas vitrines.
Entre um compromisso e outro é possível entrar na igreja para fazer uma oração, caminhar pela praça florida, convidar uma amiga para dividir e sorver a cuia de chimarrão.
Você pode levar seus netinhos para almoçar e depois deixá-los na escola ou convidar sua filha para escolher um presente no shopping.
Sua rotina ficará mais leve e  você poderá se beneficiar de novas experiências.
Convide uma pessoa amiga para ir ao cinema, ao teatro. Comente com ela o que mais gostou e aproveite para enriquecer seu conhecimento.
E a beleza das árvores, flores, frutos e pássaros ?  E as pombas comendo pipoca pelas mãos das crianças ? E os trigais e milharais ao longo da estrada ?
Tudo isso e todas as belezas da terra devem ser objeto de nossa atenção.
Em certa ocasião presenciei um fato inédito:
Uma amiga minha arrumou sua casa, comprou doces e salgados, colocou uma linda toalha na mesa. Esperou por toda a tarde e não recebeu nenhuma visita de nenhuma de suas amigas, conforme estava combinado.
Pensando nesse fato, percebi que minha amiga tinha perdido o vínculo que a unia ao antigo grupo de amizades que tinha feito. Ela se recolheu em si mesma e não acreditaram nela. Devem ter pensado que o convite foi feito só por gentileza, sem intenção de receber.
A rotina não precisa ser rotineira. Deve ser um modo de se organizar mas deixando sempre um lugar para pequenos prazeres diários.
Nada mais tranquilizante do que colocar uma venda nos olhos, deitar na cama e ouvir uma música que tire você do ar, por breves instantes, mas com significativos sonhos.
E se você tiver um foco de cada vez e quando atingir um deles já se dedicar ao outro, terá sempre motivos para fugir da rotina e ainda , de quebra, estar inserido em sociedade. 
Vencer a rotina significa se manter atento, exercitar a imaginação, semear bons hábitos, renovar as amizades e capturar momentos de felicidade em gestos simples mas de colheita produtiva.

                                       KATIA CHIAPPINI 

A FILA NÃO ANDA !

               UM ESPECIAL MOMENTO !

Estamos atravessando o momento mais esperado dos últimos anos e constatando que o povo acordou. Mas, de início, quero declarar que a manifestação pacífica é sinal de inteligência e, ao contrário, as infiltrações da politicagem devem ser banidas e responsabilizadas, e se persistirem, desvirtuarão o movimento e haverá quebra de legitimidade que a constituição garante. As barbáries não nos representam. Os feridos nos hospitais, em meio à multidão descontrolada e hostil, estão a clamar por justiça e , talvez, alguns deles não se recuperem. Nem aos policiais cabe exercer a violência excessiva e nem ao povo cabe o direito de sair quebrando os bens públicos que foram pagos com nossos impostos e que nos servem como coletividade. As manifestações poderiam ser pacíficas se apenas o policial civil ficasse circulando no ambiente, atento, mas não agressivo. E a tropa de choque poderia ficar de prontidão, numa esquina qualquer, para ser acionada se preciso fosse.
Não sou cientista política, nem administradora de mensalão, nem economista de gabinete, nem extremista de esquerda ou de direita.
Não sou dona da verdade, nem sigo a linha de D. Quixote de la Mancha, nem sou ativista , nem sindicalista, nem feminista extremada. Apenas ouço o clamor do povo injustiçado, da voz de Deus, do sino da revolta batendo mais forte, e anunciando as passeatas em prol do coletivo e de seus justificados anseios.
Sou uma simples cidadã brasileira com direito à voto, alfabetizada, adulta e responsável.
E meu Brasil chora por mim.
Estou na fila da reivindicação pelo exercício de minha liberdade e de meus semelhantes , pois merecemos viver com dignidade e com nossos direitos básicos garantidos pela constituição, sem que sejam vilipendiados.
Estou na fila com sol ou com chuva, no inverno ou no verão
E a fila não anda..

                                        KATIA CHIAPPINI
                           E-mail : katia_fachinello42@hotmail.com



sábado, 15 de junho de 2013


                                     AMIGOS DO BLOG !
Se quiserem enviar sugestões de temas para crônicas ou para um poema, é só mandar para o meu e-mail e poderei atender aos amigos.
Ao longo de 16 meses tenho elaborado esses textos para compartilhar aqui e me preocupo com a qualidade dos mesmos. Se quiserem dar uma opinião sobre alguns deles e se eu receber por e-mail, posso responder as perguntas aqui, após um determinado tempo, suficiente para juntar todas as participações.
Ou se quiserem se cadastrar como seguidores, estejam à vontade e terei imenso prazer em verificar as adesões.
Procurem ouvir o vídeo que minha netinha gravou: SHE-CHARLEZ AZNAVOUR que se encontra aqui e também no youtube. Mas no youtube é preciso colocar : katia-she.
Aos poucos vou preparar outros vídeos porque amo tocar piano ao entardecer e leciono, especialmente, terceira e melhor idade.
Conto com sua presença aqui, pois só a sua justifica a minha.
Obrigada pelo acesso carinhoso nesse recanto da tranquilidade, que vem amenizar as intranquilidades do dia a dia, bem como trazer essas gotas poéticas para a viagem dos sonhos e a paz da alma.

katia /junho/ 2013 
Colaborações ou sugestões: 
katia_fachinello42@hotmail.com  ( e-mail )

sexta-feira, 14 de junho de 2013

ESTÂNCIA SÃO MIGUEL DO SARANDI !


                     Minhas férias na Estância
                     São Miguel do Sarandi!

 Os melhores anos de minha vida foram os que passei, em períodos de férias escolares, na estância de meus tios Léo e Bebê.
Ao chegar em Livramento, eu e meu irmão passávamos alguns dias na casa de meus avós maternos.
Depois meus tios nos levavam para a estância, de uma beleza indescritível : uma paisagem inigualável que nunca saiu de meu olhar.
A estrada era precária, cheia de acidentes de percurso. Íamos de jipe da cidade para a estância. Quando esse atolava na lama, tinha que ser empurrado por meus primos e meu tio ficava acelerando até conseguir sair do buraco. Minha tia Bebê, com botas longas até o joelho, saía do jipe e entrava no lamaçal para avisar meu tio da profundidade do mesmo. E para dizer onde poderia passar com chance de vencer o obstáculo.
Uma das brincadeiras de minha preferência era fabricar licores caseiros com meu tio Léo. Ele colhia amora, ameixa, pitanga, butiá, em seu próprio pomar. Colocava tudo sobre a mesa agregando o mel, o limão, a canela e a cachaça. Eu costumava competir com meu tio para ver quem conseguia um melhor sabor no preparo do licor e meus primos eram os jurados.
Enquanto meu tio e eu jogávamos moinho, damas ou xadrez, minha tia fazia doces em caldas , renovava o assento das cadeiras de palha, fazia sabão caseiro, requeijão, cucas, linguiça, morcilha e ainda costurava e fazia lindas peças bordadas. Além disso pintava lindos quadros e sua habilidade nas lidas domésticas era um fato surpreendente.
Tia Bebê era uma mãe brasileira, mãe de todos, figura ímpar e de alegria e bondade contagiantes.
Ao acordar, cedo da manhã, meu tio e ela tomavam algumas cuias de chimarrão, antes do café. E ao entardecer repetiam a dose,.nas cadeiras preguiçosas que ficavam a disposição, na varanda. 
Meus primos, meu irmão e eu andávamos à cavalo pelo campo, tomávamos banho de açude, observávamos o trabalho dos peões..
Quando se aproximava a época da exposição em Esteio, grande Porto Alegre, meu tio solicitava nossa colaboração para preparar as ovelhas. Era ´preciso separar pequenas porções da lã da ovelha, abrindo os fios, um a um, com os dedos. A lã ia ficando bem uniforme ,com o auxílio de um pente especial que completava o serviço, deixando todo o pelo espesso, adquirindo volume e beleza. Meu tio ganhou vários troféus com as exposições de seu gado, também no Uruguai.
Outra novidade que conheci na estância foi a chegada dos mascates, que pediam pouso e comida, por uma noite, para mostrar seus produtos. Eles movimentavam as mulheres em busca de tecidos, perfumes, roupa íntima e toda sorte de miudezas que vendiam na ocasião. Os cães saiam pelo campo latindo e avisando a chegada dos mascates e suas enormes e pesadas malas. E as crianças reviravam as quinquilharias procurando algum brinquedo.
Entre outras tarefas junto aos primos eu tinha uma em especial. Precisava distraí-los longe da casa grande, depois do almoço, para que todos pudessem descansar um pouco em seus quartos.
Então, íamos para perto do açude e lá inventávamos brincadeiras para passar o tempo. Brincávamos de pular corda, contar histórias,  de jogar pedras no açude, de teatro e dança. Também cantávamos toadas e repentes que a gauchada cultivava por aquelas bandas da fronteira.
Minha tia ficava agradecida e me dizia, ao acordar da sesta :
- Muito bem, Katiazinha !
À tardinha eu costumava dedilhar o acordeon e os peões vinham com suas banquetas, sentar perto da casa.
A música fazia a moldura junto com a paisagem dos campos sem fim e do pôr do sol. Ficávamos na frente da casa e o toque musical era relaxante e agregador.
Pela manhã, um peão fazia a gentileza de bater na porta de meu quarto com o leite espumante e morno, tirado das vacas bem tratadas  e de raça pura. Eu saboreava com gosto essa preciosidade que não existia na cidade grande.
O almoço era farto com muitas iguarias típicas e a carne de ovelha no feijão deixava-o com um sabor indescritível. Canjica, carne de panela, polenta, sopa de legumes, arroz com linguiça caseira, morcilha, tudo muito bem feito, eram as opções de refeições fartas.
Como sobremesa tínhamos os doces em calda, feitos em tachos gigantescos, pela minha tia Bebê ,com nossa colaboração. Era preciso mexer o doce,  o tempo todo, até ficar no ponto certo.  Fazíamos um revezamento e um esforço coletivo. 
À noite era preciso deitar por volta de às 22 h, porque nesse horário se  desligava o gerador. Ao terceiro toque de um grande sino devíamos estar nos quartos, de dentes escovados e roupa de dormir.
Gostávamos de ver a marcação do gado, a tosa, a vacinação, os filhotes nascendo e todos os cuidados que eram necessários para conservar os animais saudáveis. Havia um pequeno galpão que era depósito de montanhas de feno, onde gostávamos de brincar.
Só ficávamos impressionados ao ver o abate do gado, um por dia, que nos servia de alimento. Havia uma poça de sangue junto aos porcos abatidos mas teimávamos em olhar, porque a curiosidade infantil é um fato.
Todas essas lembranças trago comigo e passar as férias na estância era o melhor momento do ano.  E a casa ficava cheia de crianças.
Lembro-me de meu pai perguntando:
- Não sentiram saudade de casa ?
E eu prontamente :
-Não, papai.
E lembro de uma cena que minha tia me contava e que eu gostava que ela repetisse.
Um dia,estávamos, minha tia e eu, nos balançando na frente da casa e ela me disse :
-Sabes, Katiazinha, como se deu tua chegada aqui?
-Sim, lembro-me de que cheguei à noite e logo fui dormir.
-E lembras o que me falaste na tua primeira manhã ?
-Isso não lembro, tia !
Então ela continuou: 
-Olhaste, da frente da casa, todo o campo, surpresa, e teus olhos giraram os trezentos e sessenta graus e ficaste muda.
-Ah!, lembro que fiquei admirando a imensidão do campo.
-Mas lembras o que me disseste ?
-Não.
Então, minha querida tia falou que eu fiquei estasiada e pulando em frente da casa quando , ao abrir a porta,  me deparei com aquela paisagem deslumbrante e sem fim.
E, antes que pudesse me perguntar alguma coisa, eu olhei para ela com os olhinhos brilhando e disse, aos 7 anos de idade :
- Meu Deus ! que pátio grande eu tenho para brincar !
Depois, titia me abraçou e beijou, calorosamente, deixando escorrer uma lágrima de emoção.
E esse abraço foi o melhor de minha vida. E dele tirei a força que jamais sonhei.

KATIA CHIAPPINI
e-mail: katia_fachinello42@hotmail.com 








quarta-feira, 12 de junho de 2013

FELICIDADES ! DIA DOS NAMORADOS

                        AOS NAMORADOS

Se o amor for sua verdade
Não tenha tantos pudores
Faça  valer sua vontade
E abrevie suas dores

Não espere pelos refletores
Uma simples vela reflete na parede
O coração chama os amores
Ora no leito, ora na rede

Alugue uma linda cabana
De frente para a areia e o mar
A lua no céu te chama
Chama a estrela pra brilhar

Faça uma linha sinuosa
Ao requebrar os quadris
Desfile com jeito de dengosa
Ao sussurrar : quero'' bis''



KATIA  CHIAPPINI

terça-feira, 11 de junho de 2013

NAMORO À MODA ANTIGA

            SAUDADES DO ROMANTISMO !

Sinto saudade dos velhos tempos em que se recebiam flores, um cartão entre elas e uma sugestiva declaração. E das inúmeras cartas que guardei durante todos esses anos e que ainda guardam o perfume de sândalo. Lembro dos bailes da reitoria da UFRGS, de Porto Alegre, onde as luzes permaneciam acesas e o ambiente bem arrumado com mesas e cadeiras distribuídas ao redor do salão. 
Os homens ficavam bebendo seu aperitivo, no balcão do bar, dentro do salão. De lá observavam o movimento das moças e seus olhares lânguidos . Flertar era  olhar em direção ao par escolhido e permanecer fixando os olhos, nele ou nela, como se fosse um convite para a primeira dança. Se a moça dançasse mais de uma música com o mesmo par e permanecesse na mesa do cavalheiro alongando a conversa, era prenúncio de namoro, uma breve esperança.
Os namorados eram atenciosos, bem vestidos, perfumados, cavalheiros. Abriam a porta do carro para a moça, ajeitavam sua cadeira no restaurante e esperavam a dama abrir a porta da casa para só então dar a partida ao veículo.
O encontro era mágico e o cavalheiro selecionava as palavras para conquistar a namorada.
Perfumes, joias, discos, livros e bombons eram mimos que a namorada recebia e que pareciam definir gestos delicados por parte do namorado.
As costureiras tinham o maior empenho ao confeccionar vestidos de festa ou lindas fantasias para o dia do baile de máscaras. Esses tinham o seu mistério e permitiam que a moça só se identificasse no final da noite, quando então se dirigia ao seu eleito.
Quartas, sábados e domingos eram os dias de namorar em casa, sob os olhares da família da moça que circulava pela sala, como se fosse ao acaso. Ou com o pretexto de oferecer um cafezinho.
O namorado não se esquivava do convívio familiar e mantinha uma conversa com os pais da namorada. 
Namorar era também se interessar pelos usos e costumes, um do outro, para que se avolumasse o número de informações úteis ao relacionamento e boa convivência. Então, o companheirismo e a cumplicidade eram parte desse projeto onde os beijos e abraços eram mais um jeito de se expressar e não o único.
E quando alguma coisa não dava certo e o resultado fosse inesperado, restava o respeito mútuo e a amizade. E,principalmente, a mulher não sofria ameaças e tinha sua vida preservada em sua individualidade.
Havia a leveza nas relações, eram preservadas as atenções.
As grandes orquestras dos anos 70, 80 e 90 e seus cantores românticos nunca mais foram superadas e embalaram muitos casos de amor verdadeiro. Amar era envolver corpo e alma. Havia a preocupação  de equilibrar as diferenças e priorizar os sentimentos. Notava-se o famoso brilho no olhar, a vivacidade nos gestos, um'' bom dia'' dado com especial empolgação e uma vibração na voz.
Nesse dia dos namorados fico a lembrar de tudo isso e me sinto estranha nos dias atuais. Faz tempo que não vejo um casal de namorados passeando de mãos dadas, abraçados, a passos lentos, se olhando nos olhos, ou  delineando aquele sorriso que fala por si.
Mas vejo casais extrapolando tudo, no meio da rua, onde crianças transitam curiosas e perguntam a suas mães, detalhes que as deixam perplexas e sem saber como elaborar a melhor resposta que respeite as limitações da  idade.
Onde estão as árvores de minha infância que abrigavam os namorados sob sua sombra ?
Até elas se deixaram abater e vergaram seus galhos e desfaleceram antes do corte da mão implacável.
Afinal, já haviam se desiludido com os novos tempos e perdido suas flores e frutos, de tanta tristeza.
Há quanto tempo você não se abriga sob a sombra de uma figueira para olhar o rosto de sua namorada ou ouvir sua voz, como fazem os pássaros suspensos nos fios de luz ?
E você  ainda sabe quando aparecerá no céu a próxima lua cheia ?
Será que ainda é a lua dos namorados ?

                            FELIZ DIA DOS NAMORADOS !
                                        KATIA CHIAPPINI
                        email: katia_fachinello42@hotmail.com


segunda-feira, 10 de junho de 2013

NAMORADOS !

                    DIA DOS NAMORADOS !





                                        Encantados
                                        Renovados
                                        Entoando fados
                                        Lado a lado
                                        Emocionados
                                        Emoldurados

                                        Alvoroçados
                                        Instigados
                                        Provocados
                                        Enlaçados
                                        Felizardos
                                        Bem- amados

                                        Apegados
                                        Aninhados
                                        Estimulados
                                        Estimados
                                        Emocionados
                                        Gratificados

                                         Acalentados
                                         Arrepiados
                                         Transportados
                                         Calados
                                         Aconchegados
                                         Abraçados

                                         Iluminados
                                         Musicados
                                         Versificados
                                         Acoplados
                                         Vivificados
                                         Apaixonados

                          FELIZ DIA DOS NAMORADOS !
                             ( já fomos, somos ou seremos )

                                     KATIA CHIAPPINI
                      e-mail : katia_fachinello42@hotmail.com

domingo, 9 de junho de 2013

19.000 ACESSOS





CARÍSSIMOS AMIGOS !

Quem poderia esperar tantos colaboradores ?
Tantos olhos ávidos por poemas ?
Tantos acessos num blog autoral contendo poemas e crônicas ?
Agradeço a oportunidade de mostrar meu trabalho porque a mim gratifica e encanta. Escrever é dedilhar a alma como se tocasse piano porque toca as cordas do coração e os bordões da sensibilidade.
Amo escrever e executar melodias ao piano,relatei em meu perfil. . Postei no blog uma interpretação minha com arranjo próprio da música de Charles Aznavour, denominada She, lembrando a passagem dele pela minha linda cidade de Porto Alegre, Rio Grande do  Sul- Brasil. Assisti esse magnífico artista e sua agilidade no palco  e boa performance, aos 89 anos de idade.Na verdade, assisti-lo nos leva a pensar como é possível elevar o espírito e desejar trilhar uma jornada próspera, onde a idade não nos impede de tomar novos rumos a qualquer tempo, tornando a vida mais leve. 
Queridos, desafiem a vocês mesmos a todo o instante. Retomem seus planos interrompidos, mas não esquecidos. Eu mesma, só depois que me aposentei do magistério e criei os filhos, só depois disso, recomecei com os trabalhos de literatura, participando de coletâneas e não parei mais. Da mesma forma , iniciei um trabalho com a terceira idade e demais idades, ministrando aulas de piano, cujos benefícios são inúmeros e prolongam a vida dos neurônios e da alma. Acreditem, o trabalho é gratificante. Imaginem a minha alegria ao ouvir  Dona Jacira, ao piano ,tocando a primeira valsinha, aos 85 anos de idade ?   Como não vibrar  ?
Então, agradeço aos meus leitores  do blog, agora com 19.000 acessos em quatorze meses de atividade contínua, como contínuo é meu prazer de postar minhas inspirações poéticas.
Se quiserem sugerir um tema para poesia ou crônica, é só enviar seu pedido por e-mail, como consta abaixo. E atenderei. E se quiserem ser seguidores é só se cadastrarem, devidamente. 

OBRIGADA ,MUITO OBRIGADA

KATIA CHIAPPINI

email: katia_fachinello42@hotmail.com

 Em tempo; o texto de nome D. Jacira está no blog. 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Prenúncio de muitas catástrofes !

                            TEMORES !

Temos muitas faces, como os atores
Vivemos papéis multiplicadores
Precisamos ativar os sensores
E aprender a aceitar desamores

Em volta vemos desertores
Uma corja de bajuladores
Os bons costumes sem mentores
A maldade arrastando seguidores

Monta-se o circo dos horrores
Com falsos animadores
Estamos sem defensores
Proliferam os torturadores

Em nome da fé - os aliciadores -
O diabo tem colaboradores
A treva apaga os refletores
Deus aceitará os cumpridores

Vamos secar nossos suores  
Transitar entre os batalhadores
Renasce o Nazismo e defensores
E a democracia perde os condutores

Soterrados os mineradores
Como outras ovelhas sem pastores
Vamos perdendo a vida e as flores
E a natureza reage - ecoam os clamores - 

A droga tem fornecedores
Ex-maridos são matadores
O trânsito mata os transgressores
Não há devotos, só pecadores

Alunos agridem professores
Crianças se criam sem pudores
Não há punição aos infratores
Nem esperança nos eleitores

Dinheiro e poder são os senhores
A ambição acumula ''favores''
Cuidado se honesto fores :
- O mundo é dos impostores

Os idosos apanham dos cuidadores
Não aplacam da criança os temores
O opressor manda seus tratores
Para atropelar o justo e seus valores

A ganância gera dissabores
O homem não tem mais controle
Confundem-se os neurotransmissores
A humanidade perde suas cores


                                      KATIA CHIAPPINI
                      email :katia_fachinello42@hotmail.com





domingo, 2 de junho de 2013

DESABAFO !

                           CONFIDÊNCIAS!

Estou cansada, sofrida
Nesse mundo sem guarida
Mostrei a face destemida
Mas estou itinerante, abatida

Mas a agenda é concorrida
Disfarçando a ferida
A alma está desfalecida
Ao vento desprotegida

Relaxei em minha lida
A desordem está inserida
Não me permite dar partida
Nem sei onde chegar, ainda

Não reguei a flor preferida
Abandonei a praça e a corrida
Restou a paixão interrompida
Sem teto, sem cama aquecida

Aceitei aquela despedida
A oportunidade está perdida
Estou sem amor na vida
Mas era uma situação proibida

Já fui feliz - a escolhida -
Mas vou superar contida
Choro, mas não estou combalida
Sou uma dama bem-nascida

                                 KATIA CHIAPPINI
                   email :katia_fachinello42@hotmail.com