Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

VOTAÇÃO!

                          VOTAÇÃO!

Uma difícil decisão
Essa nossa obrigação
Descrente é a Nação
Pois teme mais confusão
Está com medo, sem chão

Parece que a questão
É não ter mera fração
De crença e convicção
É não ter exata noção
Dos efeitos da eleição

Tanto mal em questão
Foi feito em profusão
E nos largaram de mão
Noutros e nesse rincão
Em  meio à indignação

O voto parece vã ilusão
Mas se for a solução
Que não seja um senão
Que abrigue o cidadão
Que se confie na gestão 

Quem sabe haja evolução
Haja uma nova direção
Para banir a corrupção
Em tempo e com precisão
Para uma futura ascensão 

KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

INCOMPATIBILIDADE

                    INCOMPATIBILIDADE

Nem Hipócrates e seus aforismas
Nem bênçãos do batismo e crisma
Podem evitar ameça de cataclisma

Antes fosse apenas simples cisma
Ou tratasse de pessoas sem carisma
Antes fosse emocional aneurisma

Visto de um ou de outro prisma
Equívocas premissas ou sofismas
Ultrapassam as simples cismas

Pior do que grave aorteurisma
A situação do Brasil abisma
E submerge entre as marismas

KATIA CHIAPPINI 

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

VERSOS ESTENDIDOS

                      VERSOS ESTENDIDOS
                                   ( Caros leitores )

A primeira palavra em letras maiúsculas é de Maria Teresa Marins Freire, uma poetisa e professora, minha amiga.
Pedi sua permissão para brincar com os versos e completá-los, dando-lhes nova roupagem e sentido.

                           DOCE, o amor divide
                           SUAVE, na medida certa
                           FORTE, ninguém duvide
                           PERSISTENTE, qual atleta
                           RESISTENTE, ao oportunista
                           AMOR? sua maior conquista

       Maria Teresa e eu dedicamos esses versos para         Pérola e Julio Oyle ,de Salvador, Bahia, Brasil.

                  Maria Teresa / Katia Chiappini

domingo, 21 de outubro de 2018

SOBRE O POETA: POUCAS PALAVRAS

                   SOBRE O POETA:
                   POUCAS PALAVRAS.


POETAS!

Nem precisamos dizer que fazemos poemas. Nosso louvor à vida em todas as suas formas, um sorriso nos lábios e um forte abraço revelam uma sensibilidade e um dom de expandir o amor entre nossos semelhantes. O poeta é abrangente, palpitante, emocionante e de alma translúcida.
O poeta vive a poesia em todos os gestos e transborda as emoções além dos poros, além fronteiras, além -mar, sublime e eternamente.


                               KATIA CHIAPPINI


PALAVRAS AMIGAS: PENSAMENTOS

                     PALAVRAS AMIGAS: 
                     PENSAMENTOS

1- Poema, meu lema, melhor esquema.Único estratagema para decifrar meu teorema.E único tema a me livrar das algemas

2- O poeta é um atleta atento que malha na academia dos sentimentos.

3- Se exclame, reclame ,caia e levante do tatame: mas ame.

4- Discorde sem brigar, reaja sem ferir, fale sem berrar impropérios.
Cobre de você uma postura digna e racional.

5- Se nada é para sempre, eu sou seu nada: é para sempre.

6- Quando se sentir mendigo em relação aos afetos, ofereça uma fatia de sua vida ao sentimento de amor. E ame com entrega plena

7- A maior desilusão de sua vida pode ser a de saber que nunca terá coragem  de se arriscar por um sentimento que lhe é correspondido.

8- Armazene o sentimento de amor mesmo antes de chegar o eleito.

9- Uma quadrinha!

                             Quadrinha!

                  O amor faz parte das rimas
                  Mas se dormir pouco, tenho custos
                  Deixo nas rimas minha estima
                  E vou dormir o sono dos justos

                  Convido anjos coloridos
                  Pra embalar meu sonho
                  Relembro amores vividos
                  E na magia eu me ponho
.
                                KATIA

10-  Como queres ser o cravo se ainda n]ão retiraste os espinhos de tua rosa e se sabes que eles ferem a alma?

                               KATIA CHIAPPINI

sábado, 20 de outubro de 2018

CALAMIDADE

                        CALAMIDADE

                                 Não parece o Brasil
                                 Essa terra não gentil
                                 Nem altiva, ou varonil
                                 Cheia de crimes mil

                                 Reconheço o ser vil
                                 Infiltrado, mas sutil
                                 Afogado num barril
                                 Cheirando pó a mil
                    
                                 Temos um ser servil
                                 Sofrendo de abril a abril
                                 Seja militar ou civil
                                 Que mata o ser senil

                                 O céu não azul anil
                                 Perdeu cor e perfil
                                 Magoou-se o infantil
                                 Entramos num funil

                                 Tal qual em Chernobyl
                                 Explodimos o Brasil
                                 A terra se faz hostil
                                 E o povo estica o pernil

                                             KATIA 

                         OBS: Chernobyl

1- O nome Chernobyl é sinônimo de traumas e mortes. O pior acidente nuclear de todos os tempos completa 30 anos em 2016. A tragédia na usina nuclear de Chernobyl ocorreu em 1986, na Ucrânia, então parte da antiga União Soviética. 

2- Esticar o pernil significa morrer, está relacionado com o último ''coice'' que alguém dá antes de morrer.
Também se diz: bater as botas, ir para a terra da verdade, falecer, bater o cachimbo,, ir para o sono eterno.

KATIA CHIAPPINI


BREVES CONFISSÕES

                     BREVES CONFISSÕES

Eu me atraco
Eu me atrelo 
Eu te ataco
E me revelo

Eu me atrevo
Tu te esquivas
És o meu trevo
Me sinto viva

Eu te busco
Tu te agitas
Como'' cusco''
Tu me fitas

Nada pedes
Me ofereço
Então cedes
Te agradeço

Sem anúncios
Sem cobrança
São prenúncios
De esperança

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

VÍNCULOS

                               VÍNCULOS

Estamos fragilizados
O vínculo se parte
Homens desalmados
Prontos pra descarte

É triste, mas bem real
Convivem ambição e poder
Sem verdade e sem moral
Vale mesmo, corromper

Os lares já desabando
Como  bolas de neve
E crianças se drogando
Levam existência  breve

Os líderes e o fanatismo
Nas religiões ou guerras
Esqueceram do altruísmo
E contaminaram a terra

A Escola e nossa sociedade
Sofreram muitas sequelas
Vingam atos de crueldade 
Pois a violência impera

Os vínculos de toda ordem
Sofreram total avaria
E os focos da desordem
Comemoram atual anarquia

KATIA CHIAPPINI




domingo, 14 de outubro de 2018

AOS PROFESSORES EM SEU DIA!

             AOS PROFESSORES EM SEU DIA!

Caro amigo professor!
És um fiel renovador
Escondes teu dissabor
És de história, contador

És voraz e batalhador
Mereces nosso louvor
Espalhas humano calor 
És o melhor orientador

Seja como e onde for
Nunca serás agressor
Amenizas do ser, a dor
Promoves a paz e o amor

Professor,  encantador!
Do saber és o caçador
Dos alunos és redentor
Da vida, grande  inspirador

Se não fosses precursor
Se não empreendedor
Se não tivesses pendor
Não serias bom professor!

KATIA CHIAPPINI



sábado, 13 de outubro de 2018

PALAVRAS AMIGAS;PENSAMENTOS

       PALAVRAS AMIGAS: PENSAMENTOS

1- Os adultos também almejam o amor de seus pais e gostariam de voltar a ser netos para mais amor aprisionar.

2- Ama quem desafia a si mesmo na medida que esse amor passa a ter sentido na reciprocidade. Se, unilateral, o amor não vinga.

3- Algumas verdades não devem ser ditas num relacionamento amoroso. Oculte a palavra que fere e a substitua por outra que aconselha.

4- Problemas são menos importantes do que a vontade férrea de vencê-los.

5- Quando se sentir perdido converse com sua criança interna e suplique por uma orientação.

6- Como dizer que será uma simples aventura o que nem deixou acontecer.

7- Os defeitos não deveriam ser apontados de tal forma que pudessem anular as qualidades.

8- As pedras estão em toda parte mas entre elas nascem flores.

9- Amar é respeitar os defeitos e qualidades do outro porque ele lhe deu uma razão de viver, um sentido sublime que pede reciprocidade

10- O melhor resultado de uma semeadura vem do fato de saber florescer no jardim da solidariedade.

KATIA CHIAPPINI

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

PACIÊNCIA COM OS IDOSOS

                PACIÊNCIA COM OS IDOSOS

É preciso entender que o idoso derruba a comida porque está trêmulo. Ou atravessa a rua distraído. Ou faz a mesma pergunta muitas vezes porque se esquece que já foi feita.
O idoso já foi jovem e se dedicou aos familiares .Algumas vezes, ajudou nas despesas domésticas dos filhos.
Quando os idosos apreciam certas guloseimas, cabe aos filhos presentearem seus velhinhos com essas preferências.
Os idosos gostam de passear de carro. Convidá-los para um almoço num bom restaurante, ou para uma sessão de cinema com direito ao pacote de pipoca e uma bebida, é um gesto de carinho.
Os idosos querem estar em família sem serem censurados na presença de visitantes, quando esse for o caso.
Se o idoso não percebeu que os botões de sua roupa não estão alinhados com as casas, não devemos chamar sua atenção com rispidez.
Se se negar a tomar banho não pode ser chamado de relaxado, apenas, é preciso que se convença da importância da ser asseado. Falar e argumentar com jeito e ternura vai fazer com que aceite fazer sua higiene. 
Certa ocasião, minha mãe, já com quase 90 anos, foi ao aniversário de uma amiga da família. E, pasmem, essa pessoa começou a reclamar das roupas de mamãe. Disse que já conhecia aquela roupa e que esperava que fosse escolhida outra vestimenta para fazer jus ao aniversário. Mamãe ficou sem jeito e nada respondeu ,mas me levantei, imediatamente, e a levei para casa. Convidei-a para caminhar na calçada e olhar para o céu estrelado e límpido. Conversei com ela, disse que não reparasse e que a pessoa não teve a intenção de magoar. Disfarcei e falei que essa amiga deveria estar cansada ou ficara nervosa por outros motivos. 
Os idosos merecem respeito e admiração. Eles foram nosso esteio.
Esse é o momento dos filhos demonstrarem gratidão e, sem dúvida, recompensarem toda a dedicação que receberam durante longa vida
Procurar não discutir com os idosos é respeitar o seu momento, suas dores de coluna, suas queixas, sua vontade.
Dar liberdade ao idoso é não tolher seus atos, é não se arvorar de juiz e nem criticar tudo o que ele diz.
Vamos pensar que é comum o idoso aceitar palavras ditas aos berros, com medo de ser colocado no asilo. Então, procura aceitar as palavras grosseiras, porque pensa nas festas de final de ano e não quer estar longe da família. Essas ocasiões marcantes  devem ser compartilhadas e o espírito solidário deve ser a tônica dominante.
Quando o idoso estiver acamado, podemos sugerir um rodízio para atendê-lo em suas necessidades. Mas é necessário demonstrar empenho e bom humor ao exercer essa tarefa.
Nada de tratar com desprezo o idoso, nada de ser cruel e desumano.
Os filhos que saem de casa e formam nova família devem fazer visitas semanais aos pais. Seria muito triste abandoná-los nesse momento.
É preciso não esquecer que aquele que se dedica aos seus idosos, não será abandonado no final da vida. Se os filhos e netos forem amorosos, o exemplo vingará e seus efeitos também.
Idosos gostam de companhia para falar de seu passado, de suas melhores lembranças.
Minha mãe amava os programas de televisão aos domingos pela manhã, especialmente o de Inesita Barroso e o de Rolando Boldrin.
Sabendo disso eu chegava cedo, aos domingos, tomava o café com mamãe e assistia os dois programas com ela. Essa rotina a fazia feliz e, já aos sábados, ela perguntava se eu iria no domingo. Fiz isso por muitos anos e valia estar com ela e ver como sorria ao ver Rolando Boldrin declamar ou Inesita Barroso cantar a''Marvada Pinga'', uma de suas melhores performances.
Se quisermos estar em paz com Deus e seus ensinamentos e com nossa consciência, vamos nos dedicar mais aos idosos, ter paciência com suas teimosias e manias próprias da idade.
É nosso dever cuidar bem de nossos avós e dedicar a eles alguns momentos de nossos dias.
Visitei um asilo e percebi que algumas pessoas estavam sadias e lá se encontravam, Surpresa, conversei com um juiz de carreira ,bem lúcido. E interpelei  algumas senhoras que me confessaram que seus filhos alegavam incompatibilidade de gênio para justificar essa ação de abandono.
Outros idosos pediam para sair de casa porque estavam cansados dos maus tratos sofridos.
Outros eram interditados, com atestados falsos, porque havia interesse, de um ou mais membros da família, em dispor dos bens do idoso para conforto próprio.
Percebi a realidade dos asilos e fiquei triste com tantos relatos que revelavam injustiça para com os idosos.
Cuidei de mamãe por mais de 6 anos e não a abandonei, jamais.
Quando a perdi, tive como consolo o fato de perceber que havia dado a ela o melhor de mim. De ter feito o que estava ao meu alcance para atenuar seus dias. E nada supera a satisfação pelo dever cumprido e a tranquilidade da consciência, ao deitar no travesseiro para dormir um sono sem sobressaltos. 
Sejamos caridosos ,atenciosos e companheiros de nossos idosos para que Deus olhe por nós e seja benevolente com nossas falhas do dia a dia.
Abandono nunca; paciência sempre!

KATIA CHIAPPINI

CRIANÇA-ESPERANÇA

                    CRIANÇA-ESPERANÇA

                             Criança,oh, quanta doçura!
                             Criança, esse ser sem maldade
                             De alma singela quanto pura
                             A criança ainda deixa saudade

                             Quisera voltar à velha infância
                             Onde tantas alegrias deixei
                             Nos campos da bela estância
                             Onde com os primos me criei

                             Fui criança amante da natureza
                             Viajava com meus pais e irmão
                             Mamãe fez rodada saia: lindeza!
                             Para rodopiar na dança de salão

                            Belas lembranças me comovem
                            E tantas brincadeiras infantis
                            Voltar no tempo? sim, aprovem
                            Pois foi um tempo muito feliz  

                           Que Deus jogue o seu manto
                           E livre nossas crianças do mal 
                           Das mazelas e do desencanto
                           Criança! és tesouro sem igual 


                                  KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

SIGNIFICADO DO ATO DE ESCREVER

      SIGNIFICADO DO ATO DE ESCREVER
             ( poeta Mário Quintana )
Escrever é estar com a vida plena: em estado de graça.
Quando você se aproxima do computador, as letras já estão alinhavadas na inspiração que se projeta, momentos antes, quando o cérebro começa a definir o que deve ser escrito, naquele dia e hora.
Parece que seu dia ficará incompleto sem a manifestação escrita que desvenda seu interior, seus projetos, devaneios, loucuras românticas, sonhos possíveis e impossíveis e futuros mistérios que está buscando decifrar.
Tenho a impressão que escrever preenche qualquer inquietude, disfarça qualquer mágoa.
Percebo que escrever é atingir um público ávido por palavras de estímulo, por histórias eivadas de aventuras, de conhecimento.
Quando você escreve passa a ser uma fonte de interesse. Pois, seus leitores podem colher exemplos a seguir. Ou caminhos a percorrer para alçar voo, para exercitar a concentração, para acalmar o espírito cansado ou em desânimo.
O prazer de escrever está ligado a uma realização pessoal que você descobriu em algum momento de sua vida.
Uma vez escritor, sempre escritor.
Você percebe que não pode parar sem que lhe falte o ar rarefeito, sem que o seu dia seja perfeito.
É quase um estado de levitação. Um devaneio lúcido e produtivo.
Se o escritor começa um texto, conforme seu interesse seja mediato ou imediato, ele pode ficar muitas horas trabalhando nele, sem que perceba que a hora do almoço ou da janta já passou ao longe. E não terá fome ou sede, até que termine a etapa que se determinou a cumprir, naquele momento.
A impressão que passa é que o escritor reage com todo o seu corpo. É possível que grite de satisfação, chore de emoção, ou rasgue seus rascunhos, ou bata na mesa com força porque não encontrou a rima certa. 
É possível que se apaixone pelo personagem que criou e sinta suas dores e desenganos. E nesse estado de sofrimento, talvez crie seu melhor romance de ficção e jogue no texto e no personagem, parte de suas mágoas, não fictícias. 
Pode ser que alguém possa explicar porque há tanta magia no ato de escrever .E como pode haver tanta energia na figura do escritor.
Mesmo nos piores dias o escritor sente palavras palpitando no seu interior e pedindo para pular e preencher as pautas.
O escritor não escreve por ambição ou dinheiro. O verdadeiro escreve pelo prazer de dizer o que quer, sem sofrer perseguição, sem se ver com a liberdade de expressão cerceada. Sem aquele prazo que o editor estabeleceu e cuja cobrança lhe é insuportável.
E as palavras não se tornam só linhas lançadas no papel, mas uma necessidade, porque essenciais à vida.
Escrever com continuidade torna o escritor mais perspicaz, mais experiente e com uma linguagem bem construída, cuidada e futurista.
´Pode ser que o trabalho em excesso deixe o escritor cansado. 
Mas após se refazer, voltará ao texto com novas ideias e mais confiante em sua capacidade de captar mais elementos, abrindo um leque de possibilidades, ao seu redor.
Escrever acalma, faz enfrentar as dificuldades e faz entender que não é possível parar antes do grande final. Então, vale a caminhada porque se a vida é um mistério, pouco se sabe sobre todas as coisas e pouco se descobre sobre o mundo lá fora, ou sobre nós mesmos. E, muito menos sobre onde, em que lugar, quando e como será o grande final.
Ao escrever você deve deslizar livremente, pois as palavras vão possuir uma luz que tudo ilumina e um deleite peculiar que compensa todos os esforços. Pode parecer que o poeta perde tempo, mas cada rima feita com carinho é um tempo ganho em satisfação interior, em entusiasmo justificado e merecido.
As palavras podem ser facho de luz ou balas de revólver.
É preciso ter responsabilidade sobre o que se escreve: ou se abrem portas ou se fecham.
Os corações solitários gostam do silêncio da noite para escrever porque é um modo de driblar a solidão, disfarçar a dor de cotovelo.
Às vezes, o escritor nem se levanta para fechar a janela, onde o vento bate com fúria. Ele tem medo que as palavras possam fugir e isso seria desastroso, porque a inspiração pode se dissipar e tardar a voltar.
O verdadeiro escritor não teme o fracasso, ao contrário, esse lhe serve de estímulo para prosseguir a jornada.
Há escritores que se dedicam a escrever sobre as guerras e viciam nesse tema e se a prenunciada guerra não ocorrer, eles perdem toda a inspiração.
Há outros que escrevem para mostrar que os caminhos podem ser diversos e que podemos mudar a rota sempre que houver necessidade de recomeçar. São os escritores que se voltam para o semelhante e buscam equilibrar as alegrias e dores. E que sabem aconselhar e sugerir procedimentos tais que levem ao indispensável fortalecimento do espírito.
Não há nada que impeça o escritor de escrever. Nem a rejeição e nem o ridículo. E ainda que reprimido e, por vezes, desacreditado, maior será o desafio que lhe acometerá e a vontade de vencer os obstáculos.
Quanto mais o escritor se aprofundar no texto, mais motivação terá para descobrir mensagens, verdades, premissas e novas paisagens poéticas. Escrever é dançar com as palavras e desafiar a si mesmo, num constante fluxo de ideias mirabolantes, alucinantes e nem sempre coerentes. Mas é um despertar de alma que beneficia o corpo. O texto flui e, nesse instante, o mundo se torna mais belo.
E parece que o escritor escuta o canto das cotovias e pintassilgos, o murmúrios de cachoeira, o trepidar das folhas ao vento, a brisa na face, o cheiro da terra molhada e a garoa do amanhecer a pingar no rosto.
Parece que as flores estão abrindo suas pétalas para lhe dar um bom dia. E que o cão, inseparável companheiro, está pulando em seu pescoço para lhe pedir uma rimas como recompensa pela dedicação inconteste.
E escrevendo, o poeta se sente, ora um deus, ora um sábios, ora um predestinados, ora um anjo alado, ora um gênio da lâmpada de Aladim, com direito de fazer seus três pedidos. 
Um escritor deve ao seu leitor apenas o seu texto. Apenas a disponibilidade de comunicar e interagir.
E quem, em sã consciência, se decidisse a fechar a porta para um escritor, melhor seria que lhe presenteasse com sua eterna ausência.

                                  KATIA CHIAPPINI


segunda-feira, 8 de outubro de 2018

AS PEDRAS DO CAMINHO

     
                  AS PEDRAS DO CAMINHO

As pedras estão em toda parte
Mas entre elas nascem flores
Pois só com trabalho e arte
Colocamos na vida as cores

Pedras podem ser preciosas
E servir de ornamento nobre
Mas há algumas perigosas
Que nossas mazelas encobrem

Lançamos pedras ao discriminar
Grupos e tribos alternativas
É preciso as diferenças respeitar
Promovendo diálogo e tratativas

A traição, hoje tão disseminada
É pedra que fere fundo o coração
A maldade é pedra  anunciada
Joga-se pedra no ser, já no chão

Pedras são os nossos legados
Com ou sem nosso consentimento
Não somos feito os juízes togados
Não nos cabe qualquer julgamento

Pedras são fardos meus e seus
Nosso fardo é qual colosso
Não o jogue em nenhum fariseu
E jogue as injustiças no poço

 KATIA CHIAPPINI 

sábado, 6 de outubro de 2018

PALAVRAS AMIGAS: REFLEXÕES

                      PALAVRAS AMIGAS:
                      REFLEXÃO

1-Na verdade não há previsão nem data
Pra viver o amor que se sente
Quando jovens o amor vem e arrebata
Quando maduros o tempo se faz ausente

2- Quem não amar você na tempestade não o queira na bonança

3- Não somos totalmente felizes nem totalmente infelizes.Mas é sinal de sabedoria saber viver o interstício com intensidade de sentimentos.

4- Um dia após o outro existe para que o outro não se esqueça de regressar.

5- Preciso ouvir a tua voz antes de ouvir a minha; o teu sorriso antes de esboçar o meu; o teu olhar a falar sobre sentimentos profundos, no silêncio do momento.

6- Certa é essa incerteza de cada dia a nos surpreender com os mistérios da vida.

7- Quem ama sabe o que é sofrer, mas, quem não ama sofre mais.

8- A virtude será desvirtuada quando proclamada para enaltecer o próprio ego.

9- Se o amor não estiver extinto faça dele o seu manancial

10-  Também sou tua colheita
        Do mar sou onda suave
        De amor e paixão sou feita
        Entra,sou tua nave

KATIA CHIAPPINI

SERENIDADE!

                                     SERENIDADE!

Suave a mão dele me aperta
Aperta minha mão por inteiro
Pela emoção sou descoberta
Mas o toque me parece brejeiro

O olhar no meu, emoção pura
Um rosto me fixando sorridente
Palavras de elogio e ternura
Sussurros leves, mas conscientes


Meus cabelos sendo acariciados
Revelam comunicação lisonjeira
Insinua-se um beijo bem pensado
E pedido de sentar junto à lareira 

Depois uma caminhada breve
Para conversar sobre a novela
Sugere que a atenção talvez leve
Pra ver o pôr do Sol, junto à janela

Uma amizade que evolui serena
Deixa perceber a  cumplicidade
De um amor sem quarentena
Com uma postura e uma verdade

Ao anoitecer, na mesa de um bar
Algumas confidências são feitas
Um pedido de novamente encontrar
Um tempo para algumas horas perfeitas

O tempo contará essa história
Sem pressa, abstraindo a fofoca
Minha vida se tornaria inglória
Se amor fosse só moeda de troca

KATIA CHIAPPINI

A HISTÓRIA DE ZÉ

                               A HISTÓRIA DE ZÉ

                            Zé compôs uma linda melodia
                           Ensaiou pensando em Maria
                           Sem saber que depois cantaria
                           Antes de tudo, a sua agonia

                          No festival se inscreveria
                          Roupas novas compraria
                          Sabonete perfumado na pia
                          A higiene com capricho faria

                         Feliz com a seleção, aceitaria
                         No palco as palmas ouviria
                         Embalando a própria alegria
                         Pensou em vencer por Maria

                         Chorou, no palco, mas de alegria
                         Com o troféu, procurou por Maria
                         Não mais a encontrou: que ironia
                         Adeus Carnaval, adeus fantasia

                         A inspiração não o consumia
                         Zé calou a letra e a melodia
                         O coração acusou nostalgia
                         E a alma, qual cicatriz, ainda doía

                                  KATIA CHIAPPINI




sexta-feira, 5 de outubro de 2018

PARA O POETA LUIZ ALBERTO!

            PARA O POETA LUIZ ALBERTO


LEMBRANÇA PARA O BAÚ
DE POEMAS!

Esse moço é inquieto
Brejeiro e sentimental
Vê mil anjos pelo teto
Que o livram de todo mal

Sua simplicidade emociona
Sabe'' ser'' mais do que'' ter''
Mas a bondade o impulsiona
Revela-se amigo, sem querer

Bens materiais? não muitos
Normalmente se sente feliz
É também artista fortuito
É bem mais do que se diz

Oh! restaurador de mão cheia!
Desejamos feliz semeadura
A arte corre em suas veias
Emoldura sua alma e a estrutura

Felicidades, caro poeta!
Desejam os Elos literários
Cumpram-se as suas metas
Mas, siga de Deus, um operário

KATIA CHIAPPINI

E GRUPO MOVIMENTO NACIONAL ELOS LITERÁRIOS.

NÃO TENHA MEDO...

                      NÃO TENHA MEDO...

Não tenha medo de sorrir
Se lhe falarem da morte
Porque antes de partir
A vida nos dá o suporte

Atos e fatos nos agregam
As experiências e o saber
Nosso exemplo não negam
Quando soubemos viver

Não precisamos temer:
- O nosso final é certo
Dúvidas temos ao viver
E o viver segue em aberto

Podemos corrigir atos do mal
E perdoar todas as ofensas
A consciência é juízo final
Antes de qualquer crença

Há mortes sem nenhum anúncio
Que contrariam o bom-senso
Mas morte pode ser prenúncio
De um regresso menos tenso

KATIA CHIAPPINI 

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

HORA PRIMAVERA E SEUS ENCANTOS

          HORA DA PRIMAVERA 
                       E SEUS ENCANTOS

Chegou mais uma estação Primavera com seus encantos.
É hora de ouvir Vítor Ramil, Lupicínio Rodrigues, João de Almeida Neto.
É hora de rever ''O tempo e o vento'' e a ''Casa das sete mulheres''.
É hora de ler Jorge Amado, Érico Veríssimo e Simões Lopes Neto.
É hora de contar para as crianças as lendas do Sul, como Saci-Perere, Negrinho do Pastoreio, O boitatá, O Quero-quero, Sepé Tiaraju, João de Barro e Salamanca do Jarau.
É hora de dançar a Chimarrita, costurar o vestido de Chita, aprender a Dança da Fita.
É hora de olhar o pôr do Sol no Rio Guaíba, de beleza sem par.
É hora de conhecer o brique da praça Redenção e passear pelo gramado na companhia dos filhos e cães de estimação.
É hora de passar um fim de semana na praia de Torres e percorrer suas dunas e penhascos. E experimentar o rodízio de frutos do mar, à beira do Rio Mampituba, onde se encontram os pescadores
É hora de reunir os amigos no churrasco ou na roda de chimarrão.
É hora de comungar com a natureza e toda a sua exuberância e deixar para trás as mágoas e desavenças
É hora de amar mais e sofrer menos. Ou de voltar a ver a vida com um novo olhar de esperança.
A Primavera desperta os sonhos e devaneios e revigora os amores. E deixa uma saudade que não vai embora.
Mas, não chore se ele não veio.
Vá tomar um bom sorvete de banana Split.
 Ou um Petit Gateau com sorvete de creme.

                     KATIA CHIAPPINI


QUEM FOI AO AR PERDEU O LUGAR?

      QUEM FOI AO AR PERDEU O LUGAR?

                           Quem foi ao ar está ao léu
                           Mas deixa saudade infinda
                           Ainda é seu o lugar e o troféu
                           Essa é a premissa defendida

                           Se o amor não foi insano
                           Há de ficar na consciência
                           Basta transpor os enganos
                           Tentar rever a permanência

                           Se houver alguma chance
                           Vale tentar nela investir
                           Em tempo que a razão avance
                           Se o sentimento ainda existir

                            O que falta hoje no mundo
                            É  compreensão dos fatos
                            A intolerância cala fundo
                            E a paciência é um hiato

                            Se o orgulho for constante
                            Ou o egoísmo recorrente
                            Convém pensar um instante
                            Pois defeitos são inerentes

                            Aceite suportar o fardo
                            Se houver sinal dele ou seu
                            Não desperdice o último dardo
                            Recupere a explosão que perdeu

                                 KATIA CHIAPPINI

terça-feira, 2 de outubro de 2018

NÃO FALEI....

                              NÃO FALEI...

Não falei aquilo que eu queria
Nem fui comprar o seu presente
Não comprei o livro de filosofia
Nem mais dei pulos de contente

Não fiz o doce de ambrosia
Fiquei triste, sofrida e carente
Agora vou viver  de nostalgia
Pois o que não se fala, se sente

Não disfarcei minha agonia
Quando te vi tão veemente
Conheceste, sim, outra Maria
E precisei aceitar, complacente

Fiz para ti tão linda melodia!
Mas nem ensaiei novamente
A folha escorregou na pia
Pois a distração era evidente

Reguei as rosas sem alegria
O cão me acariciou docemente
Comprei ingresso para a Sinfonia
Ofereci a uma pessoa carente

Não falei o motivo, nem queria
Não falei, me isolei, de repente
Quem sabe outra Maria seria
Motivo de meu despertar consciente

KATIA CHIAPPINI