Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

terça-feira, 31 de outubro de 2023

O SENTIDO DO AMOR

                    O SENTIDO DO AMOR


Costumamos dizer que uma boa amizade vale mais do que um amor 
O amor está se transformando em breve aventura, como se fosse uma nuvem passageira , uma fração de tempo.

O amor que se confessa é um modo de falar sem nada sentir

Os envolvidos fazem vãs promessas, como se as palavras ditas fossem um código de ilusões. e as juras de amor hibernam em águas turvas.

O encontro de almas nunca se dá. Desculpas de toda ordem tomam vulto.

E a sala de jantar espera, com velas na mesa, com toalha de linho, com o vinho da melhor safra, por aquele encontro que não vai acontecer

Quantas vezes esperamos no aeroporto por aquele voo que nunca chegou!

Quantas vezes nos preocupamos em comprar roupas íntimas para aquele encontro frustrado!

Nossas carências nos enganam e nos levam a transitar por caminhos e atalhos sem saída.

E os encontro fortuitos teimam em se repetir. esporadicamente, porque não queremos permanecer sozinhos.

Quando  sentimento é mais forte e domina a razão, acabamos por nos bater entre as pedras, até acordar a consciência para pensar em um novo olhar, em uma nova jornada.

Ficamos esperando pelo príncipe que já caiu do cavalo e se perdeu na mata.

Precisamos aprender a ser inteiros, sem depositar a felicidade em outros ombros.

Só depois de estarmos bem conosco, teremos condições de buscar um amor. por amor, nunca como bengala.

Um amor sadio, equilibrado, cúmplice e generoso, ainda está em nossos anseios.

Parece que na atualidade, o amor romântico vem perdendo o sentido.

Já não se dá o devido valor ao cavalheirismo, às cartas perfumadas, às lembranças simples, como uma rosa, um perfume, ou bombons.

Viver sobre o mesmo teto está se tornando fora de moda.

Há muitos impasses nos novos relacionamentos, porque falta  buscar um equilíbrio sobre todo esse contexto amoroso.

A impressão que fica é de que a partida já se planeja antes da chegada. É um ir e vir de mágoas, desilusões e lágrimas sentidas.

Nessas circunstâncias nos deixamos levar ao leito sem jeito, sem identidade própria, sem propósitos relevantes. 

Muitos relacionamentos não passam de uma noite de amor. Depois, ambos passam lado a lado sem voltar a cabeça para um cumprimento formal.

E esse labirinto amoroso é o que resta.

Amores sinceros se perderam, em alguma esquina da vida, nas curvas do caminho.

E não mais nas curvas de um corpo que pede o outro para um pleno existir, para um levitar num universo colorido, que percorre um caminho de secretos desejos.


KATIA CHIAPPINI


VALE MAIS...

                          VALE MAIS...

Vale mais dominar a própria força do que prejudicar o semelhante com gestos desproporcionalmente agressivos

Vale mais compartilhar a sabedoria do que guardá-la para si

Vale mais praticar a humildade do que subir os degraus do orgulho e lá permanecer como um falso deus

 Vale mais se dedicar a um trabalho comunitário do que ir para a igreja rezar e o bem não praticar

Vale mais interagir com os colegas de equipe e auxiliá-los do que ficar polindo as medalhas que ganhou

Vale mais buscar sua criança interior para brincar com os netos do que visitá-los esporadicamente, dando-lhes pouca atenção

Vale mais vencer pelo próprio empenho e determinação do que ser uma pessoa de posses devido à bajulação praticada como salvo conduto

Vale mais retirar todas as máscaras para não correr o risco de se identificar com uma delas

Somos todos náufragos buscando um porto seguro. Mas, a pior tempestade está na alma

Refletir sobre o tema é ampliar horizontes, buscar um novo olhar para a vida, considerar os verdadeiros valores recebidos no lar, como sentinelas do bem, do justo e do verdadeiro

Vale mais ser solidário para não se deixar caminhar sozinho no final da existência.



KATIA CHIAPPINI



A PÉROLA E A ESMERALDA

            A PÉROLA E A ESMERALDA

Júlio César com pérolas presenteou

No império romano a sua amada

Cleópatra esmeraldas usou

Em suas vestes bordadas

Esmeralda de um verde profundo

Está entre as pedras de mais valia 

Extraída após cavar bem fundo

Revela do garimpeiro a maestria

A ostra precisa ser ferida

Para a pérola desabrochar

Areia e minerais dão a partida

E a pérola reluz beijando o mar

Esmeraldas opacas podem ser

Transparentes são as mais preciosas

Descobertas no Egito, sem querer

Coroaram a nobreza, majestosas

Perolas se banham nas ondas

Estão em poemas e declamações

Brilhantes, lisas e redondas

São prova de amor, inspirações

Representam um  grande amor 

Tanto fiel como incondicional

Seu efeito é rejuvenescedor

Traz o equilíbrio espiritual

Esmeralda é amuleto, talismã

Trabalha o chacra cardíaco

Pode ser uma crença pagã

Mas, afasta o poder demoníaco

A alma pode estar sem viga

As mágoas o vento conduz

O sorriso pode ser a liga

Ser como pérola que reluz

O colar pode arrebentar

Tal como a dor que se espalha

Juntar as contas e o mal superar

É caminhar além das falhas

A pérola branca em formosura

É uma ostra premiada

A esmeralda, verde e pura

É a esperança lapidada


KATIA CHIAPPINI 

domingo, 29 de outubro de 2023

NÃO VÁ PELA APARÊNCIA

NÃO VÁ PELA APARÊNCIA


Nunca queira viver só de riqueza e fama

São bens ilusórios, apenas passageiros

Deus dá a proteção para quem  ama

Para quem ajuda o semelhante por inteiro


Doar-se é louvor e gera reconhecimento

A solidariedade é um especial carinho

Jamais, cairá no vão do esquecimento

Todo aquele que cuidar do próprio ninho


A família gera inúmeras responsabilidades

Prover o sustento dos seus é uma obrigação

Quem souber cultivar no coração a bondade

Defenderá os próprios direitos e os da nação


Fuja dos bajuladores interesseiros que proliferam

Mostre que irá vencer por seu próprio valor

Nem sempre seja o que de você esperam

Saiba buscar a própria identidade, seja onde for


KATIA CHIAPPINI


 

 

ILOGICIDADE E ANTAGONISMO

          ILOGICIDADE E ANTAGONISMO


A vida é um eterno mistério que foge de nosso controle. Vivemos monitorados pelos pais e professores por um longo tempo, responsáveis por solidificar nossa jornada.

Logo, chegamos aos 40 anos, casamos, temos filhos, criamos a prole com esmero, trabalhamos muito e descansamos pouco.

Agora temos uma poupança para a sonhada viagem, mas não estamos com boa saúde.

Ou perdemos um ente querido sem pedir o seu perdão e ficamos abalados,

Ou precisamos usar o dinheiro para custear a extensão universitária de um filho, em sua viagem de intercâmbio.

Ou nosso companheiro de viagem perde o emprego e ficamos  sem coragem de seguir nessa aventura.

Metade da vida se foi. Resta a outra metade.

Mas, falta ajudar a criar os netos, buscá-los na escolinha, levar ao pediatra, já que para essas atividades estão contando conosco.

Temos a idade para decidir por nós, mas temos nossos medos e circunstâncias contrárias aos nossos anseios.

Os arroubos da juventude não mais existem, mas nos consolamos dizendo que temos a experiência.

O corpo já não está definido e musculoso como nos tempos de academia. Agora ele pede jornadas curtas para que as pernas não fiquem inchadas e doloridas. 

E ainda temos que nos libertar da pressão familiar que contraria nossos planos e jura ter suas razões.

E ainda nem nos conhecemos o suficiente, somos bipartidos, divididos e inseguros.

Mas, nem Deus é uno, é um conjunto de três entidades, Pai, Filho e Espírito Santo.

Somos o que nos falta, o que gostaríamos de ser.

Perseguimos um ideal pela vida a fora e esquecemos de viver nossa realidade, nossa essência. Então, erramos, acertamos, voltamos ao erro e o corrigimos mais uma vez.

Modernamente, colocamos nosso cérebro fora de nós, ele está no mecanismo do computador e demais inteligências artificiais e virtuais. Deixamos a máquina pensar por nós e decidir nossos próximos passos.

Não temos mais os momentos de diálogos com nossos pais e amigos da faculdade. Ah! mas não podemos perder a hora do bate-papo, on-line.

Abandonamos o jogo de futebol com nosso time, criado ainda na infância, porque surgiu um jogo impactante e entramos numa disputa que transcorre  entre internautas cadastrados para o evento.

Somos mais aquele ser que incorporou mecanismos e se esqueceu de viver os sentimentos reais e humanitários.

Nem nos conhecemos mais. Estamos perdidos num labirinto de difícil solução e repleto de confusas escolhas. Estamos inseridos num mundo onde as equações não têm solução, onde o jogo de xadrez não chega ao seu final.

Somos o que não queríamos ser, porque nos vemos coagidos a usar máscaras para permanecer atuantes e visíveis no mercado de trabalho.

A sinceridade não é mais uma virtude, virou vilã. ou figura não desejada.

E vamos nos envolvendo num emaranhado de situações insólitas, sem perceber que estamos caminhando para a reta final

Cumpre-nos retroceder e voltar a valorizar os momentos vividos em família, ao mesmo tempo que priorizamos nossos próprios momentos.

Precisamos preservar a liberdade para nos sentirmos inteiros .Quem perde a identidade fica à margem da vida e lá permanece.

Não há lógica na existência, por isso nos cabe enfrentar o antagonismo.

Temos o livre arbítrio para corrigir as falhas, ou buscar um novo  olhar sobre o mesmo tema. A inteligência e a maturidade devem estar aliadas aos bons propósitos. Mas, somos responsáveis pelo exercício de nossa liberdade, bem como. de seus desdobramento, ou consequência.

Colhemos o que plantamos. Bons ou maus resultados estão ligados â semeadura.

Precisamos dar valor aos gestos singelos, como ajudar o semelhante.

Os acumuladores de capital são pobres de espírito.

Precisamos priorizar os bons exemplos de uma vida digna porque esses serão lembrados após o último suspiro.

Ao contrário disso, a herança vai se tornar motivo  de disputas intermináveis .Será motivo de rivalidade e inimizade entre irmãos.

Na humildade está a sabedoria. Só com a vivência de espírito cristão se constrói a harmonia entre o ilógico e o antagônico.

Vamos buscar no interior a nossa centelha divina e demais fragmentos perdidos de felicidade que tanto almejamos.

E rezar para que tenhamos o discernimento, em tempo hábil, para criar um interlúdio produtivo e promissor.


KATIA CHIAPPIN


sábado, 28 de outubro de 2023

SE EU NÃO PUDER SER...

           


SE EU NÃO PUDER SER...

Se eu não puder ser a brasa

Quero ser a fagulha primeira 

Se não puder dormir em tua casa

Vais me aconchegar junto à lareira


Se eu não preparar o teu café

Vou te levar na academia

Na volta podes pedir um cafuné

Ou vamos tomar o banho da alegria


Se te insinuares posso me negar

Ou resolver aceitar tua magia

Se souberes o meu amor conquistar

Contarei meus segredos com maestria


Mas se eu não puder ser teu mundo

Aceita, pelo menos, o meu carinho

De nada vale o teu olhar profundo

Se ainda tentas fugir de meu ninho


Se eu der um passo grande à frente

Mas perceber que tentas voltar atrás

De soldado não chegarás a tenente

E do amor as delícias tantas não terás


KATIA CHIAPPINI

PENSAR ANTES DE FALAR

              PENSAR ANTES DE FALAR

Desde crianças aprendemos a aplicar a mentira social para agradar nosso eleitorado.

Ao receber um presente dizemos para a pessoa que ela não precisava se preocupar, quando na verdade, um presente sempre é bem-vindo.

Mais tarde, já adultas, encontramos uma amiga de infância e dizemos:

- Como você está linda!

Mas, na verdade, ela está debilitada, sem viço, triste.

Percebemos que não podemos deixar de ir trocando máscaras, ou seja, dançamos conforme a música.

Por outro lado, algumas exigências que nos são impostas, acabam por tolher nossa liberdade. Estamos sempre'' pisando em ovos''.

E isso, porque em certas ocasiões ficamos em dúvida entre falar a verdade ou disfarçar. Cada momento tem suas peculiaridades. Há pessoas inseguras, ou desconfiada, que se melindram com poucas palavras.

Outras se preocupam tanto com a opinião alheia que preferem viver como se fossem fantasmas de si mesmas.

Uma colega de magistério me falou que encontrou com uma colega da mesma escola e foi ao seu encontro, efusiva, dando-lhe um forte abraço e seu melhor sorriso.

Mas, com surpresa, ouviu da colega, essas palavras:

- O que te aconteceu que ficaste gorda, velha e feia?

Certamente essa não é e nunca será a melhor maneira de reencontrar uma colega e amiga.

Mas, a colega que sofreu esse desconforto pensou, pensou e teve uma reação imediata. Começou, excepcionalmente, a analisar o que ouviu. Como estava com o peso acima da tabela, resolveu buscar uma clínica de emagrecimento.

Quanto ao fato de estar velha, todos chegaremos lá. Mas, não custava investir num tratamento facial, por exemplo.

E quanto ao fato de estar feia, ninguém o é totalmente.  Temos nossa beleza interna que se revela e transborda em forma de simpatia, empatia, voluntariado.

A beleza exterior engana. De que adianta ter um rosto bonito e um corpo perfeito se a pessoa for arrogante e intratável?

O tempo não para. Um dia temos 20 anos, outro dia 30 anos e as décadas vão se sobrepondo inexoráveis.

Mas, o importante é que nossa palavra seja mediadora, incentivadora, estimuladora e amiga.

Saber se expressar, além de ser um dom, é consequência da boa educação no lar, do cultivo de bons sentimentos. 

A palavra não precisa ser tão afiada como a faca do churrasco. Ela deve ser pensada antes de tudo. 

Não somos julgadores para condenar ao invés de perdoar.

Quando a amizade é sincera, podemos falar o que a pessoa precisa ouvir para que possa redirecionar sua vida, tomar consciência da realidade que a cerca e buscar rumos promissores.

Estou lembrando de que fizemos um passeio, com a escola, em minha juventude, ao Jardim Botânico de minha cidade. Convidei uma amiga para nos balançarmos num cipó que descobri um pouco afastado.

Recuperamos aquela liberdade perdida na infância, onde os compromissos são menores.

Os pássaros cantavam ao nosso redor, as garças apareciam no lago e nadavam majestosas. Os macacos pulavam de galho em galho nas árvores frondosas.

Mas, nos perdemos da turma, tal o entusiasmo que nos acometeu.

Fomos advertidas na volta da escola, porque a turma ficou nos esperando para embarcar no ônibus e as professoras perceberam que estávamos perdidas.

Combinamos, minha amiga e eu, de não contar sobre a brincadeira no cipó, porque poderíamos ter caído  e nos machucado.

Dei graças a Deus que não fomos descobertas e percebi que a palavra não dita, às vezes é a adequada.

Foi outra mentirinha social necessária no momento.

Aprendi que a palavra vale prata, mas que o silêncio vale ouro.

KATIA CHIAPPINI

ANTÚRIO

                         ANTÚRIO


Minha plantinha de estimação está com 5 folhas vermelhas. E isso acontece uma vez a cada ano. A planta perde essas folhas coloridas em alguns meses. Passado mais um ano , vem outra leva de folhas coloridas.

É preciso regar a planta com carinho, deixar em lugar arejado, sem sol direto, sem ventania. Aconselha-se molhar três vezes por semana com meio copo de água.

Como tenho o piano na sala e a plantinha junto à janela, ela se tornou minha plateia principal.

A música beneficia pessoas, animais e plantas: acreditem.

O nome da planta é Antúrio. As folhas são longas, bem verdes, parecendo ter um brilho próprio.

Essa planta é considerada venenosa. Precisamos cuidar as crianças e esclarecer sobre isso.

Mas a planta é linda!

Há quem fale com as plantas como se fossem gente. E dizem que esse gesto deixa a planta mais viçosa.

Falar com as plantas, com passarinhos, cães e gatos, faz bem, acalma. aguça o bom sentimento, distrai dos problemas do dia a dia.

Cuidar de uma planta nos torna mais leves. A satisfação é indiscutível quando a vemos desabrochar. 

Tente cultivar uma planta e depois conte a sensação que teve para uma amiga. Convide-a a fazer o mesmo em prol da natureza.

Torne esse hábito uma brincadeira como se fosse a do ''passa anel'' ou a do ''telefone sem fio.''

E se tiver uma área bem iluminada, pode tentar cultivar algumas sementes em vasos, Plante uns temperos, como pimenta, orégano, salsa, cebola, tomatinho cereja, alface.

As crianças podem plantar o seu pé de feijão e cuidar dele para ver a brotação. É educativo envolver nossos filhos no cuidado e valorização  da mãe natureza que é responsável por nossa subsistência.

Escolha uma planta e decore sua sala de jantar!


KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

PENSEI...

PENSEI...

Pensei em não fixar meus olhos nos teus mas não me foi possível desviar o olhar 

Pensei em fugir do teu beijo mas ele se colocou em minha boca entreaberta

Pensei em parar de suspirar em voz alta mas percebi que o suspiro me acalma

Pensei em passar por ti em silêncio mas ao gritar teu nome viraste a cabeça em minha direção

Pensei em não te sentir em mim, mas deixaste pegadas em meu corpo

Pensei em orar em silêncio, mas ouço teu grito no meu silêncio

Pensei que meu sono me afastasse de ti, mas acordo de madrugada e sinto tua falta

Pensei em jogar fora o frasco de perfume que ainda está em minha cômoda, mas ao olhar para ele, lembro que tu me passavas com as mãos ávidas 

Pensei que pudesse atenuar minha saudade, aos poucos, mas ela me escolheu como par constante 

Pensei em te deixar no passado, mas o passado se faz presente todos os dias

Pensei em partir ,mas quando te comuniquei me deste um abraço demorado que me deixou sem chão

Pensei que o amor é incerto e enganoso, mas sem amor não se comunga de alguns fragmentos de felicidade

Pensei nos banhos de chuva e nos banhos de lua, mas essa não é mais minha realidade

Nessa linha de pensamento em que transbordam as contradições , pensei comigo mesma:

- Escolhi sentir uma espécie de amor alfa que remete ao Nirvana

Aquele amor que enrola corpo e alma e espírito em sua teia.

Lembrei do encantamento que envolvia meu semblante, lembrei do teu peito junto ao meu, no mesmo leito

E todas essas lembranças significam vida e pulsação.

E justificam as horas de tremores e rubores que tivemos

E ainda te amo a despeito de todas as mágoas que guardo de ti

E quem não sofreu de amor, na realidade, nunca viveu, só passou pela vida como visitante, sem desfrutar da intensidade dos momentos de comunhão de corpo e alma.

Quem não se deixou envolver pela teia amorosa, só sobreviveu, não viveu.


KATIA CHIAPPINI


CONFISSÃO

                              CONFISSÃO


Confesso que um dia eu te quis

Estava tranquila e já sem amor

Nem entendi o gesto que fiz

Talvez por ímpeto ou por vigor


Sentimentos tão adormecidos

Que em mim nem perceberam

Surgiram como apelo atrevido

E esperando ali permaneceram


O mar confessou que já amou

No dia em que beijou a areia

E quando meus lábios beijou 

Você me chamou de sua sereia


Confesso que não te esqueci

Realidade ou sonho: não sei

Os melhores momentos vivi

Quando em teu corpo mergulhei


KATIA CHIAPPINI


EU ME PERMITIRIA

            EU ME PERMITIRIA

Eu me permitiria ( desabafo)

Eu me permitiria declarar meu eterno amor por ti

Eu  te chamaria no celular nem que fosse para dizer que não ia ligar mais

Eu te daria o melhor sorriso, nem que fosse para disfarçar meu pranto

Eu plantaria flores em teu jardim porque ao regá-las irias te lembrar de mim

Eu te acompanharia novamente até a capela onde o padre nos deu uma bênção

Eu te daria minha ausência ´porque em teu pensamento seguirei sendo presença

Eu te perdoaria de alguns desentendimentos para que me perdoasses também

Eu te falaria de meu amor porque sabes que és minha crença maior

Eu caminharia, lado a lado, para qualquer lugar porque meus passos ainda seguem os teus

Como o mar não se cansa de beijar a areia eu te beijaria todos os dias

Eu chegaria cansada ao topo da montanha para ecoar teu nome em meu grito

Eu enganaria o tempo e te esperaria se teu amor fosse crescente, E teu apelo seria minha vitória mais festejada

Eu enrolaria teu corpo no meu para deslizar nas dunas de areia sob os raios do sol 

Eu iria bater na tua porta para dizer que deixasses a janela entreaberta

Eu pediria teu corpo nas noites frias como agasalho, nem que fosse para depois afastá-lo e puxar o cobertor

Eu iria te convencer de que sou tua mais bela paisagem e que deslizar no meu corpo seria teu melhor gesto

Eu recomendaria esquecermos o passado se tivesses  desejo por mim, como um dia tiveste

E te faria a promessa de que terias comigo um futuro além do esperado

Eu pediria emprestado as asas de Ícaro para voar ao léu e levitarmos ao paraíso

Eu pediria que teus sonhos combinassem com os meus. porque eles existem para tornar mais suave a nossa jornada



 

KATIA CHIAPPINI

DIA DO POETA

          DIA DO POETA: 20 DE OUTUBRO


Comemoramos há pouco, mais um dia do poeta a quem rendo meu respeito irrestrito.

Parabéns a todos quantos se identificam com pautas rimadas, crônicas, contos, belas mensagens, artigos do cotidiano.

Profundos sentimentos exalam do poeta e nos fazem mergulhar em sonhos secretos, ainda não sonhados, mas desejados.

Cada poeta é semelhante ao atleta nas linhas das rimas de minha estima.

Que cada poeta siga em frente sem se negar a desafiar os obstáculos que ainda interferem em sua jornada.

Poetas ainda lutam por reconhecimento como autores independentes e a publicação de seus livros atinge um alto custo.

Governantes e responsáveis pela divulgação da literatura, como parte da cultura de um povo, não reservam as verbas necessárias para serem aplicadas nessa área. 

Há um desleixo lamentável e repetidas incoerências em relação ao assunto.

Mas, o poeta tem um espírito inquieto , chama e reclama, tenta retirar as pedras do caminho.

O poeta de rua vende seus versos para se sustentar e declama para o transeunte surpreso. Permanece , horas e horas, em pé, gesticulando para anunciar seu pequeno folheto contendo algumas rimas suadas.

O poeta é um ser escolhido por Deus, é o protagonista de um chamamento interior que faz mergulhar nas profundezas do sentimento.

Poetas possuem um brilho no olhar, um pálido sorriso, uma leveza na alma, mas, uma força que impulsiona e faz transbordar os mais belos versos do fundo do coração 

Há o poeta boêmio que senta na mesa de um bar e acompanha a moda de viola e interage com os músicos e se propõe a compor uma letra para depois ser musicada.


Há o poeta que se acompanha ao violão e interpreta as próprias composições, 

Onde houver um poeta haverá vida.

Sigam , todos os poetas, a buscar seu espaço nesse plano, fazendo jus ao dom divino que lhes
é peculiar. 

Parabéns a todos os poetas, verdadeiros discípulos dos versos de amor, tão procurados pelos românticos, pelos namorados e pelos leitores apaixonados.


KATIA CHIAPPINI 

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

MÁSCARAS

                              MÁSCARAS


Infelizmente precisamos portar máscaras para interagir em sociedade.

Se tivermos uma chefia muito exigente, não teremos outra opção, a não ser a de acatar ordens de serviço. 

Quando o médico se atrasa, precisamos aguardar com paciência a nossa hora, sem demonstrar maus modos.

Quando o voo está atrasado, não vamos deixar a pessoa querida sem graça, reclamando alguma coisa. Cumpre-nos recebê-la com carinho e um sorriso na face.

Quando a comissão organizadora esquecer de mandar confeccionar nossa medalha e entregar as demais ao time vencedor do qual somos parte, nada justifica nos retirarmos do local na hora de ouvir o Hino Nacional.

Em diversas situações precisamos manter o controle.

Ou usamos as máscaras sociais ou afastamos nossas amizades sem nem perceber.

As pessoas acolhem melhor quem se mostra solidário, quem não se queixa a todo o momento, quem não fala só de si mesmo.

 Nem sempre o dia de trabalho foi gratificante . Mas, ao chegar em casa, vamos abraçar o marido e filhos e buscar um convívio saudável. Vamos deixar os problemas do trabalho para resolver no trabalho.

Em certos momentos precisamos retirar  a máscara para reivindicar nossos direitos ameaçados. Mas, vamos lembrar de que o diálogo deve ser o foco. O uso da violência só traz desentendimento, agrava os fatos e retarda a solução. Não façamos justiça com as próprias mãos, vamos buscar as vias legais para dissolver os  litígios.

Nosso valor será reconhecido se soubermos agir confiando na justiça que tarda mas não falha. O amor conquista e o temor afasta.

No baile de carnaval vamos nos permitir usar a máscara de colombina e procurar nosso arlequim. Jogar confete e serpentina e dançar ao som das marchinhas, é recordar os tempos antigos onde o cavalheiro convidava a moça para dançar, com delicadeza.

Para se prevenir do contágio, em pandemia, usamos a máscara.

Em dias de faxina na casa, usamos a máscara se formos lidar com produtos de limpeza que causam irritação nos olhos e garganta. Em ambientes insalubres, precisamos nos prevenir também.

Mas, muito cuidado!

Não vamos nos  esquecer de preservar a identidade para evitar agir como se de máscara estivéssemos.


KATIA CHIAPPINI



NEM TANTO, NEM TÃO POUCO

            NEM TANTO, NEM TÃO POUCO...


Nem todo feito é perfeito

Nem sempre a hora é agora 

Nem todo o luto merece tributo

Nem sempre ''venha'' é a senha

Nem sempre o eleito vem ao leito

Nem todo aquele que reluz produz

Nem todo o vintém cativa alguém

Nem sempre o que brilha é a trilha

Nem só do pão à mesa vem a solução

Nem sempre alguém nos convém

Nem toda a vivência traz transparência

Nem sempre a aparência revela a essência

Nem toda a premissa se ajoelha na missa

Nem toda a caridade revela humildade

KATIA CHIAPPINI

MÚSICA

             


                                 MÚSICA

Não vejo a vida sem melodia

Sem sons , acordes e vibrações

A música tem o ritmo da alegria

A alma rouba dela as emoções


O choro, ao nascer é música

O sono vem tranquilo com ela

A música é especial liturgia

Emoldura o casamento na capela


Pertence à plebe e à nobreza

Vem dos menestréis em serestas

É lenitivo nos bares, na tristeza

Anima os salões quando em festas


A música deixa os olhos molhados

Mas também. outras são manancial

Algumas lembram amores do passado

Outras fervilham nos blocos de carnaval


A música emoldura os sentimentos

Para idosos e doentes é terapia

É nos filmes o melhor momento

Recupera a autoestima da periferia


Com ela vou para Marte ou Himalaia

Vou meditar, sentir que a alma levita

Enquanto a prenda levanta a saia

Para dançar com o gaúcho, a chimarrita


KATIA CHIAPPINI 


 

CRIANÇA

                               CRIANÇA


Hoje a criança é um pequeno adulto

A exigência gera ansiedade 

Será que a visa dará indulto?

Será que afastará a tempestade?


Adeus peteca e adeus jogo de bola

Adeus brincadeira com barco de papel

Não mais gasta do sapato a sola

Nem tem tempo de apreciar o céu


Fama e poder deixam sequela

Só os sentimentos têm beleza

Porque já não olha pela janela

A criança que ama a natureza?


O orgulho ao bem não conduz

Mas vale os valores recuperar

O amor não mergulha na falência

E a criança tem amor para dar


Mas os pais já não se preocupam

Em conversar com seus pequenos

E nem mesmo os escutam

E nem os tornam serenos


A criança na vida se lança

Já se comanda muito cedo

A sanidade então balança

E a dor traz angústia e medo


Pobre criança sem direção

Que bate a cabeça na parede

Que é solitária na multidão

Que não descansa mais na rede

KATIA CHIAPPINI








NINGUÉM

                                NINGUÉM


Se eu não te enviar um verso

Ninguém mais o fará 

Sou no verso e no reverso

A única que te lembrará


Ninguém esperaria tanto

Contando as ondas do mar

Ninguém cantaria o canto

O mesmo que sabes cantar


Ninguém ficaria sorrindo

Mesmo querendo chorar

Pra fazer de conta, fingindo


Que tu virias para me amar


Ninguém é de ninguém

Não se conhece o interior

Nem o que te quer bem

Está sempre ao teu dispor


N vida há petiscos e riscos

Há ônus e também bônus

Mas se for amor eu nem pisco

Quero do espírito o tônus


Sei que ninguém é perfeito

E nem sempre é previsível

Vou amar de qualquer jeito 

Tornar  o impossível, possível

KATIA CHIAPPINI



DECLARAÇÃO

                           DECLARAÇÃO

Estou pedindo tua atenção

Quero te dar o meu abraço 

Estou abrindo esse coração

Quero te prender, jogar o laço


Quero viver esperançosa junto a ti

Estar por inteiro em teu cansaço

Pois desde a primeira vez que te vi

Penso em me deitar em teu regaço


Quero que possas um dia realizar

O meu sonho de meiga menina

Como a areia ama beijar o mar

Quero que saibas que és minha sina


Quero ser tua única paisagem

Dentro de nosso quarto enluarado

Ser tua e não só rito de passagem

Quero te ver cativa ao meu lado


Gosto de viver mistério e surpresa

Gosto do presente inesperado

De um especial vinho tinto à mesa

Do terno e do colarinho engomado


Gosto das mãos em minha face

Do carinho terno e apaixonado

Da lentidão na hora do enlace

Antes do deslizar no corpo suado

KATIA CHIAPPINI

FILOSOFANDO

                          FILOSOFANDO


Como seguir esperando

Se não vemos mais a saída 

Como seguir acreditando

Se nossa nação está ferida


Muitos há para usurpar

Poucos são os confiáveis

Muitos. perdidos sem lar

Poucos recursos disponíveis


Pastores enriquecendo

Já se viu tal distorção?

A fé está enfraquecendo

Já leu da montanha o sermão?


Matanças e crimes hediondos

Têm ausência de punição

A ambição causa estrondos

Luxo e poder, desolação


Filhos e netos  em conflito

Nem podemos entendê-los

O mundo os torna aflitos

E o pavor? como não tê-lo?


Dizem que Cristo volta

E todos seremos julgados

Mas nos vemos sem escolta

Incrédulos e incapacitados


KATIA CHIAPPINI

AMÉLIA

                                  AMÉLIA



Para quarar toda a roupa ao sol

Matar a galinha de angola 

Puxar água do poço no arrebol

A mulher do campo se desenrola


Pois, em locais ainda esquecidos

A civilização não desembarcou

E muitos dos filhos paridos

São da mulher que não estudou


Sovar firme a massa do pão

Costurar as roupas pra família

Mexer o tacho no fogo de chão

Passar a roupa em grandes pilhas


E ainda empalhar as cadeiras

Fazer sabão caseiro e requeijão

Subir exausta a íngreme ladeira

Voltando da lida pelo estradão


São tarefas da mulher rendeira

Que trabalha sem descanso

Que disputa um lugar, ligeira

Na única cadeira de balanço


Essas Amélias de triste sina

Lavam o galpão e a garagem

E seus eleitos, nos bares da esquina

Bebem da cachaça e da libertinagem


KATIA CHIAPPINI


terça-feira, 17 de outubro de 2023

VIAJANTES

VIAJANTES


Somos todos viajantes

Sonhadores inveterados 

Somos almas itinerantes

Teorema sem resultado


Ora sérios , ora palhaços

Somos especial evento

Fugimos todos do fracasso

Rumo ao reconhecimento


Somos, ora não somos

Variam as estações

Somos ou nos pomos

Em sérias divagações


Nossas atitudes balançam

Entre razão e sentimento

Alguns valentes se lançam

Na incerteza do momento


Ninguém tem a rota certa

Cada qual é sem igual

Mas escolher uma meta

É reconhecer um sinal


Viajar é uma parte de nós

A dúvida vem num instante

Até ouvirmos uma voz:

-Coragem, siga em frente


KATIA CHIAPPINI


TUDO É AMOR?

                       TUDO É AMOR?

Oi, amor 

Diz sua vizinha

Oi, amor

Você responde

Oi amor

Você diz

 No Facebook

Você lê as cartas

Que pensou ser

Um sinal de afeto

Mas não eram de amor

Eram vãs promessas

Oi , amor

Você diz 

Revendo as fotos

Mas já não são as suas

O porta- retrato é o mesmo

As fotos não são

Foram substituídas

Porque outro amor 

Tudo é uma ilusão

Simples brincadeira

Qual dança das cadeiras

Você perdeu seu lugar

O verdadeiro amor

Quer passear de mãos dadas

E doação espontânea

É amar o idoso, antes jovem

É beijar com o mesmo enlevo

E uma carícia renovada

É a presença na doença

É a confiança esperada

Na fartura ou na falta

É saber que os desafios

São para serem superados

O amor soa nas cordas da viola

Quer serenata não anunciada

Quer o leito com dois travesseiros

Quer o sussurro febril e travesso

Quer estar sob chuva de estrelas

Quer ver a lua chamar o sol

Para entrar pela janela

Para acordar os namorados

Que se amam com força vital

Que harmonizam amor e paixão

E que depois descansam abraçados

Do intenso ritual que deixou cansaço 

Mas que deixou a alma plena

E os corpos vivificados


KATIA CHIAPPINI













ESSENCIAL

                             ESSENCIAL 

Essencial é ser muito antes de ter

É saber conservar os ensinamentos

É racionalizar os atos e se fortalecer

Essencial é fazer vibrar a voz do coração

Essencial é buscar a brisa da manhã

Essencial é amar pais, filhos e irmãos

Essencial é buscar o sentido do amor

Essencial é passear de mãos dadas

Essencial é respeitar a fauna e a flora

Essencial é não poluir rios e canais

Essencial é ser verdadeiro e confiável

Essencial é ser prestativo ao irmão

Essencial é consultar a consciência

Essencial é avaliar a consequência

E a responsabilidade de seus atos

Essencial é promover a união dos povos


KATIA CHIAPPINI

sábado, 14 de outubro de 2023

RAIVA DO MUNDO

                       RAIVA DO MUNDO


Há pessoas amarguradas

Que se acostumam assim 

E acordam já incomodadas

Porque a chuva molhou o jardim


Há pessoas que não aprofundam

Que todos temos problemas

E de raiva o seu mundo inundam

E o ódio passa a ser o seu lema


E se perdem nas lojas acumulando

Bens materiais como compensação

E mesmo assim ficam chorando

Porque na verdade querem atenção


Há pessoas de espírito menor

Cuja futilidade é visível

E a inveja leva ao ódio maior

E o problema se torna intransponível


A raiva acumulada traz solidão

E todo o mal retorna ao infrator

Se a pessoa não aprender a lição

Vai se ferir com pedras, seja onde for


Os desafios acontecem para fazer ver

Os erros são sinais que recebemos

Precisamos o espírito fortalecer

Porque da raiva do mundo não vivemos

KATIA CHIAPPINI


CANTANDO

                             CANTANDO

Cante toda a natureza

Imite o som da cotovia

Cante toda a beleza

E do amor a magia


Cante para sua dama

Conquiste-a de vez

Não apenas na cama

Mas com carinho na tez


Cante com a criança

Brinque de cirandinha

Cante com fé e esperança

Cante aquela modinha


Cante lavando uma roupa

Cante batendo a gemada

Cante de vento em poupa


Cante o dia e a madrugada


Cante no coro da igreja

Louve a Deus, fiel sentinela

Cante para quem te deseja

Cante; a moça está na janela


Cante na horta , no pomar

Cante o trabalho que dignifica

Cante junto ao rio, junto ao mar

Sinta o que a canção significa

KATIA CHIAPPINI




CRIANÇA: UMA TRISTE REALIDADE

                                CRIANÇA


Criança, esperança do mundo

Está sem régua e compasso 

Sua tristeza é um fato e vai fundo

Aos poucos, está perdendo espaço


Nada ou quase nada aprende no lar

Muda de moradia muitas vezes

Nem aprende como se comunicar

Espera a visita do pai há meses


Muitas iniciativas de monta

Pedem decisões que não lhes cabem

Nem sempre o  bom senso aponta

E as crianças ainda nada sabem


Esvai-se o valor da infância genuína

Perde-se a peteca, o peão e a ciranda

O menino não pula corda com a menina

E imperturbável o tráfico comanda


Crianças são ceifadas nas guerras

E educar não é mais uma prioridade

Inversão de valores vingam na terra

E crianças perdem o rumo e a identidade


Pobres crianças sem orientação

A agredir pais e professores

Vítimas de uma era de devastação

Transitam pelo circo dos horrores

KATIA CHIAPPINI



O POEMA É

                           O POEMA É

Uma trilha de muitas milhas

Um fragmento de sentimento

Prosa com aroma de rosa

Um vício mais do que exercício

Compulsão vindo de roldão

O que sinto é um labirinto

O poema é meu teorema

Uma certeza em minha natureza

Orquestra com sabor de festa

Ele me justifica e identifica


É meu tema e meu emblema

Dedilho e tento dar brilho

Às rimas de minha estima

Declamo para os que amo

Sons vespertinos quais hinos

Rimas e estrelas, como não vê-las

São meus tesouros e louros

O poema é  acalanto, é pranto

É como a prece que não desmerece

É sutil magia e suave energia


A compor tantos versos de amor

O poema é meu céu e meu troféu

É meu grito rumo ao infinito

O poema é meu manto e encanto

O poema traz o verso ao universo

Se enche de graça e me abraça

Preenche a alma  e recebe palma

Ao entardecer vou escrever

Palavras que o pensamento lavra

Enquanto me alinho e bebo um vinho

KATIA CHIAPPINI

ESCRITOR

                                ESCRITOR


Escritor, leva essa dor

Acalma minha alma

Encanta minha andança

Paz ao poema que me apraz


Reflete e não contestes

Tua graça me enlaça

Tua labuta é uma luta

Entre agonia e alegria


Desafia o teu dia

Reclama mas ama

Teu valor é teu louvor

Colhe a lenha e a senha


Chama, clama e proclama

O desamor traz torpor

Perdoa o mal e o venal

E a quem te nega o vintém 



Tua arte parte e se reparte

És meu norte, tens porte

Escritor, és meu professor

Mereces um troféu e o céu


KATIA CHIAPPINI

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

CRIANÇAS

                              CRIANÇAS


Crianças recebem amor

São flores de rara beleza 

Amam o seu professor

São símbolo de pureza


São o milagre da vida

O presente mais esporado

Refletem sua luz colorida

São seres abençoados


São seres quase perfeitos

Pedras preciosas esperando

Por lapidação e mais respeito

Amor sincero e acalanto


Revelam uma fala sincera

Com expressão sentida

Quem por elas se esmera

Não está só nessa vida


Temos que criá-las saudáveis

Com estudo e trabalho na vida

Respeitosas, francas e amáveis

E agradecidas com a acolhida


As crianças amam seus pais

Porque se sentem protegidas

Elas mostram todos os sinais

Ensinam a curar as feridas


Sua lógica é prática e infantil

Mas revela sabedoria infinita

Que sejam o orgulho do Brasil

Que sejam do ouro a pepita


Crianças trazem emoções sem fim

Sabem como dar o seu recado

Desejo conservá-las junto a mim

Bem como os meus netos amados

KATIA CHIAPPINI