ELOGIO FÚNEBRE.

                      ELOGIO FÚNEBRE.

Elogio fúnebre é aquele que se encomenda aos familiares ,ou ao padre da paróquia do falecido, para ser lido no funeral, momentos antes da despedida final, quando então, o caixão é fechado.
Mas, por inúmeras vezes se observa que tudo o que é dito a respeito do falecido, é emoldurado por palavras não verdadeiras e complacentes. Percebemos que aquela pessoa não possuía aquelas qualidades que estão sendo espalhadas aos quatro rumos principais  relacionados com a posição do Sol: norte ,sul, leste e oeste.
E qualquer pessoa, seja de onde for, é tratada como se tivesse sido um verdadeiro ''santo'' na terra.
Os presentes não terão a coragem de contestar nada, pois não seria de bom tom, falar mal de quem morreu, visto que já não pode se defender.
Então, acho pertinente demonstrar carinho, dedicação, amizade ou amor, aos entes queridos, durante a vida.É uma declaração real afirmar que somos relapsos com nossos pais e avós, ou com os filhos e netos, mesmo sem perceber, sem a intenção de magoar.
Os problemas do dia a dia são responsáveis por nos afastarem da família, porque nossa missão é árdua e precisamos lutar para sobreviver aos tortuosos caminhos, aos pedregulhos e espinhos da existência.
Um pai de família se preocupa em trazer o alimentos para a mesa, se preocupa com a educação dos filhos, com o futuro daqueles que dele dependem para alcançar um lugar ao sol, um espaço só seu.
Ao acordar já podemos dizer ''bom dia'' e sorrir para nossos pais e irmãos.
Ao sair de casa podemos voltar com alguma guloseima e oferecer aos nossos avós.
Ao ler o jornal podemos oferecê-lo ao nosso vizinho que gosta de ler, mas que está economizando alguns  '' trocados.''
Ao sair de férias podemos convidar nossos pais para viajar, ou para passar uns dias na praia ou no sítio.
Ao deitar podemos pedir a benção aos nossos pais e desejar-lhes uma boa noite de sono.
Quando nos casarmos e tivermos filhos, precisamos visitar a casa paterna com alguma frequência, pois é hora de retribuir por tanto carinho recebido.
Se nossos pais precisarem de nós, numa ocasião de doença, sejamos receptivos as suas necessidades.
Nessa sadia convivência, vamos lembrar de tecer elogios aos pais, filhos, amigos, colegas de trabalho.
Em vida, esses elogios estimulam, agregam valores, alegram a alma e fortalecem os laços afetivos.
Em vida o elogio recebido, por vezes, estava sendo esperado,
E e quando dito, aproxima as pessoas.
Assim como costumamos reclamar dos filhos pelas notas baixas, quando vistas no boletim escolar, devemos elogiar os feitos e as vitórias, por eles, obtidas.
O ser humano tem suas imperfeições. Mas vivemos para resgatar o melhor de nós, de modo a prestar assistência e amparo ao nosso semelhante, em suas necessidades.
Nossa evolução espiritual deve ser nossa missão principal, nesse plano. Nossos valores precisam comungar com Deus e seus ensinamentos, como Ele próprio nos ensinou quando na terra viveu e pregou o evangelho.
Ao chegar em casa, após um dia de trabalho, devemos dar atenção aos filhos, perguntar sobre o dia deles, sobre suas preocupações.
Precisamos dar aquele abraço que esperam de nós.
Elogios fúnebres são tristes, porque são carregados de uma energia pesada.
Elogios aos entes queridos vivos são alegres manifestações de carinho e trazem uma energia positiva.
Elogios fúnebres parecem um modo de retirar culpas que por ventura possamos ter.
Elogios aos vivos representam apoio, consideração, gratidão. E são um modo de preservar a amizade.
Vamos escolher elogiar em vida para em vida receber o carinho dos entes queridos.
Vamos buscar alguns momentos de nossos dia para convidar nossos pais e filhos para uma janta festiva, para assistir a um bom filme, para fazer compras no Shopping ou para tomar um especial chá da tarde. 
Que venham os elogios!
Que se perpetue o amor solidário!
Que Deus nos perdoe quando nossos deslizes trouxerem mágoas e quando esquecermos de abraçar, beijar e elogiar aos que nos querem bem.
Principalmente, que Deus nos dê sabedoria para reconhecer o amor incomparável e sem limites daquele filho pródigo que voltou e nos pediu uma nova chance.
Esse filho merece consideração, porque reconhecer o erro e voltar para o caminho do bem é uma atitude digna de elogios.
Elogios, na hora certa, são alguns elos da corrente do bem-viver.

KATIA CHIAPPINI