Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

segunda-feira, 31 de maio de 2021

A VOLTA

A VOLTA


 A VOLTA

Não sabemos quando virá
A hora do recomeço
Mas, quem pensar, saberá:
- Estamos vivendo o avesso

Precisamos conclamar
O espírito de humanidade
Com esforço vamos voltar
Aos dias de produtividade

Quem pecou peça o perdão
Quem for sábio evite sermões
Todos erramos, sem exceção
Ao não controlar as nossas ações

Cumpre-nos preparar a volta
Apertar as mãos para seguir
Deixar calar toda a revolta
Olhar o próximo e tentar sorrir

Valorizar tudo o que se tem
É agradecer ao Salvador
É não atribuir culpa a ninguém
É voltar com pétalas de amor

Kátia Chiappini
Pode ser uma imagem de texto que diz ""Quem se transforma transforma O mundo." Dalai Lama"
Adélia Einsfeldt, Carmem Marisa e outras 9 pessoas
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POEMA: A VIDA É...

A VIDA É...


 A VIDA É...

A vida é febril, é uma roda
Roda com nossas vãs ilusões
Ilusões que a todos molda
Molda e define turbilhões

Turbilhões lembram rodopio
Rodopio na dança de salão
Salão que jovens nos viu
Nos viu com sonhos de verão

Verão que não voltará
Mas voltará outro amor
Outro amor que renascerá
Renascerá com juras e flor

Flor da paixão- breve pausa-
Pausa para encontrar guarida
Guarida sem nome ,sem causa
Sem causa prevendo a despedida

Despedida que se impõe triste
Triste: quem ainda não se sentiu?
Se sentiu sabe: o sentimento existe
Existe no que ficou ''a ver navios''

KATIA CHIAPPINI
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Lourdes Carvalho Rosa, Luiza Faillace e outras 4 pessoas
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UM NASCE, OUTRO MORRE

UM NASCE, OUTRO MORRE


 UM NASCE E OUTRO MORRE

Enquanto lia o jornal me veio a mente a figura de meu tio Léo e de minha filha Tatiana, ambas, figuras queridas e especiais.
Tio Léo morava em Santana do Livramento e minha filha em São Paulo. Ambos eram conscientes de suas responsabilidades.
Pensava em meus familiares distantes quando o telefone tocou. Era Tia Bebê, esposa de Tio Léo, para me comunicar o exato momento do desenlace de meu querido Tio. Solidarizei-me com ela e lembramos de alguns traços de sua personalidade. Embargamos a voz ,juntas,o que me levou a desligar o telefone para retornar depois. Não demorou mais do que um segundo e atendi o telefone novamente. Imaginei que minha Tia esquecera de referir algo importante.
Mas se tratava de minha filha Tatiana, feliz, bem agitada, o que me levou a perguntar:
-Estás grávida, minha filha?
-Sim ,mamãe, liguei justamente para te dizer a novidade.
Fiquei feliz com ela e o sentimento de tristeza se transformou em alegria: em cada segundo, uma surpresa diferente.
Tio Léo foi como um segundo pai. Adorava fazer licores caseiros. Recolhia as frutas do pomar e as colocava em cima da mesa da copa, junto com o mel, limão, canela, leite condensado e cachaça: todos ingredientes para que se fizesse um bom licor. Eu e o tio criávamos sabores exóticos e ele tinha prazer em me convidar para essa fabricação caseira que aqueceria o inverno dos pampas, de uma família que convivia a beira da lareira ,com o churrasco e o chimarrão. Passei todas as férias de inverno em sua estância me deliciando com os atrativos da vida em campanha.
Meu tio completou 90 anos de idade e visitei-o poucos meses antes de seu falecimento. Partiu como um passarinho cansado, deitando a cabeça no colo de sua mulher, como se dormisse, tendo um dos filhos ao seu lado.
Na estância tínhamos a roda de chimarrão, o churrasco, a canjica, o feijão com carne de ovelha, o leite morno tirado da vaca de raça, os doces em calda e toda a sorte de iguarias que só lá eu saboreava e que só lá existia e se tornava um carinho para os frequentadores da casa.
Tati, minha filha, costumava levantar a ponta da toalha que cobria o tacho de cobre para roubar alguns figos em calda, especialidade de Tia Bebê e, assim sendo, eram reservados para após as refeições, criteriosamente.
E para falar em Tati, vou me reportar a ela que reside, já há quatro anos, em São Paulo. Agora já sabemos que será mãe de um menino.
Tati é formada em engenharia mecatrônica e professora universitária. Concluiu seu mestrado na UFRGS, casou e tem uma filha ,linda, de nome Helena.
O fato de poder acompanhar sua evolução no terreno profissional e no campo pessoal compensa a saudade que sinto de nossas caminhadas, ao longo do calçadão, da usina do gasômetro, às margens do Guaíba. Fico imaginando o mistério que cerca nossas vidas e a impossibilidade absoluta de alterar a hora do nascimento ou a hora da morte.
Ao mesmo tempo que Tio Léo me deixou um vazio porque tínhamos mútua estima soube que o preencheria com um pequeno ser, meu netinho, que logo viria ao mundo.
Nessa fase de uma etapa mais madura, o carinho dos filhos e netos é a poção mágica que nos impulsiona e aquece tornando nossos dias com real sentido e nossos esforços recompensados.
Quando meu netinho nascer serei mais vovó, mais amada, mais feliz e minhas faces receberão mais beijos, como ouso prever.
Um morre e outro nasce.
Cada desesperança se esconde atrás da esperança, cada tempestade antecipa a bonança, cada chuva antevê a estiagem. E a cada dia bem vivido se sobrepõe a certeza de um sono tranquilo e de um novo despertar.
Se fôssemos seres perfeitos como se daria o processo da evolução? Como corrigiríamos nossos erros do cotidiano? E como evoluir nas áreas científicas e tecnológicas? E como teríamos acesso às descobertas da medicina que concorrem para que tenhamos uma vida mais prolongada e com qualidade?
Olhando a nossa frente, vemos nosso caminho; para o lado, nosso semelhante; para traz, a bagagem cultural que o passado nos trouxe; para cima,nosso pensamento se volta para Deus, a quem devemos ser gratos.
Um morre e outro nasce.
É meu desejo, Tio Léo, que seja feliz em sua nova morada de luz. Saiba que foi meu tio preferido. E sei que era também uma sobrinha especial, tratada com toda consideração ,amizade e amor.
.É meu desejo, Bruno, meu netinho, que seja feliz em sua chegada. Saiba que virá para renovar a esperança e a fé no vínculo familiar.
Quando eu falar com meu neto, quero ensinar a ele os verdadeiros valores cristãos e lhe dizer:
-Ame sua mãe, que me ama, como amo a minha, que por sua vez, sempre amou minha vó Glória, a mãe dela.
Apagou-se aos 90 anos uma estrela madura para que outra estrelinha nova pudesse empurrar com os pézinhos, a barriga de sua mãe, para aumentar de volume e conter seu próprio tamanho até a hora de vir ao mundo: protegido e amado.
Assim como nascemos para morrer, morremos para renascer como espíritos de luz, em algum tempo e lugar.
Tio Léo estava no tempo de partir. Bruno está no tempo de chegar para conhecer seus pais e se aproxima para receber o abraço de Tati,Tiago e Helena.
Em nossas vidas temos um ciclo a cumprir entre o tempo de chegada e o tempo da partida. E uma missão que nos foi determinada nos desafia ao longo da jornada: cada um tem a sua. Nossas escolhas é que nos diferenciam. Assim, a medida que evoluímos, vamos cumprindo essas tarefas e marcando o caminho para que os descendentes o trilhem com orgulho, pois nosso exemplo não será esquecido.
Não somos totalmente felizes e nem totalmente infelizes. Mas nesse instante, onde os vínculos familiares se fortalecem, estamos todos irmanados .
Para nós, os envolvidos no mistério do surgimento de uma nova vida, somos totalmente BRUNO
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domingo, 30 de maio de 2021

PROPAROXÍTONAS EM PAUTA

 PROPAROXÍTONAS EM PAUTA!


PROPAROXÍTONAS EM PAUTA
(no poema )
Amor já tão pálido
De aspecto esquálido
Sentimento inválido
Nada tem de cálido
Amor ,ora cíclico
Em dia específico
Ora, um tanto cítrico
Como frio ou analítico
Amor fútil, patético
Às vezes frenético
Sem jeito de poético
Sem teor estético
Amor em vão, caótico
Seja báltico ou nórdico
Sem tônus, robótico
Sem bônus, utópico
Quero-o fantástico
Flexível como elástico
Que seja um amor lícito
Eletrizante, bombástico
O amor característico
Tem o respeito implícito
É belo, quase artístico
Quero-o altruístico
KATIA CHIAPPINI
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