Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O MÚSICO

      UM MÚSICO OU UM DESEJO DE SER...

 Um piano, cadeiras e mesa, ventilador e aparelhagem de som ocupam o espaço da sala de música, no quarto andar da Casa de cultura Mário Quintana.
Ministro aulas de música nesse espaço.
As aulas se destinam, preferencialmente, à terceira idade.
O objetivo da oficina de piano é despertar o amor pelos sons, descobrir novos talentos, propiciar a interação entre as idades e servir de terapia e de fisioterapia para problemas de artrose.
O trabalho é um desafio porque atende um aluno diferentemente de outro, de acordo com suas possibilidades, interesses e prática adquirida anteriormente.
Certa tarde, quando orientava uma das alunas, percebi, ao olhar pelo vidro da porta, que estávamos sendo observadas.
Um jovem aguardava o final da aula para falar comigo.
E ao abrir a porta para que a aluna saísse da sala, o jovem logo perguntou se eu poderia lhe dar atenção. Queria ser atendido na mesma tarde e se propôs a ter a primeira aula.
Falei que seria bom marcar outro dia, pois ficaria tarde e a aula já iria alcançar o anoitecer.
Mas o moço insistiu em esperar.
Já eram 19 horas quando entrou para sua aula.
Antes, contou que tocava violão e baixo e que pertencia a uma banda.
Percebi sua deficiência física, o que o levava a caminhar puxando a perna esquerda, sendo essa mais curta que a direita.
No decorrer da conversa estranhei o fato de ele ter dito que faria prova de piano na faculdade. Perguntei quais os estudos que tinha preparado e vi que não era verdade o que me falou.
Mas insistia em me pedir que o preparasse para a prova.
Em dado momento, pedi que me mostrasse sua habilidade ao piano.
Disse-lhe que eu trabalhava com módulos e que deveria se dirigir à secretaria para acertar o primeiro deles, constando de 10 horas, uma por semana, e individuais, preenchendo 2 meses e 15 dias.
Logo voltou ele com o recibo das 10 horas-aula.
Sentou-se ao piano e começou a tocar melodias clássicas de sua preferência, para meu deleite.
Começou a tocar, sem trégua, parecendo ter esquecido o objetivo da aula.
Era uma tarde chuvosa e fiquei ouvindo o som do piano, intercalando-se com as gotas que caiam do céu e que nos cumprimentavam ao bater na janela. E, embevecida, eu tecia elogios ao jovem a respeito de sua ''performance'.' Esse sorria e continuava a tocar com expressão e suavidade parecendo  habitar o mundo das nuvens, enquanto movia seu corpo franzino em ondas.
Carlos, era o seu nome, tocava com sensibilidade e impregnava de rara beleza os sons que preenchiam a sala. Esses me inebriavam.
O relógio sinalizou o final do tempo que  já ultrapassava o combinado : 45 minutos, hora-aula.
Em dado momento olhou-me e disse:
 -Toque, professora!
Então, dedilhei uma melodia de minha autoria e esperei o que ia falar. Ele disse:
-Bravo! se eu tivesse meu contrabaixo iria fazer um  acompanhamento.
E concluindo:
- Nada fica a desejar se comparada a outras composições de qualidade.
Logo depois, falou ser dono de um estúdio de gravação e se prontificou a gravar minhas composições num CD.
Agradeci a oferta e argumentei que ainda não havia registrado as peças de minha autoria.
Ele sorriu e disse que eu deveria aproveitar, pois nem ia me cobrar. E saiu com essa:
 - Músico que se preza não cobra de outro músico.
Continuou falando que fazia músicas para trilha sonora, para propagandas comerciais e eleitorais.
Deixei que falasse um pouco mais e, entre um e outro assunto, perguntei qual seria o horário que viria, na próxima semana. E solicitei que comprasse o material adequado. O jovem marcou sua aula e disse que me presentearia com um CD, contendo composições que fazia, nas horas livres.
Tratei de guardar meu material e vi que já tinham transcorridos 90 minutos.
Carlos me dissera que sua mãe o trouxera de carro e que após cumprir alguns compromissos, voltariam juntos para a cidade de Novo Hamburgo, grande Porto Alegre.
Numa tarde chuvosa achei que seria difícil o jovem voltar de lotação, pois poderia tropeçar, já que usava a bengala para se firmar Iria se deparar com as calçadas cheias de poças de água.
Fui para casa com a nítida impressão de ter conhecido um jovem especial, puro e sonhador.
Qual não foi minha surpresa, uma semana depois, quando na quarta-feira, esperei Carlos no horário das 19 horas e ele não compareceu.  E o dinheiro pago na secretaria?
Esperei por Carlos nas semanas que se seguiram mas esse não se pronunciou, não telefonou e desapareceu.
E, para minha tristeza o perdi de vista. Procurei sua ficha de inscrição e só havia um nome sem sobrenome, sem nada mais, totalmente incompleta. Perguntei para a secretária ´porque a ficha estava sem os dados de Carlos. Ela me explicou que o jovem estava tão ansioso pela aula que se recusou a preenchê-la, dizendo que o faria na próxima aula.
Certamente a mãe de Carlos, tendo em vista a deficiência do filho, ficou temerosa em relação à segurança dele. E como não tivesse a intenção de levá-lo e não tivesse sido consultada, convenceu-o a desistir das aulas porque morava em outra cidade.  E ele, depender de condução, seria impossível.
Mas Carlos teve seu momento de glória.
Encontrou em mim toda a platéia da qual precisava naquela tarde chuvosa. Alguém se emocionou com sua arte, deu-lhe atenção e o elogiou.
As conversas sobre prestar exame de música, ser dono de estúdio, gravar minhas melodias e compor trilha sonora, tudo me pareceu uma criação de sua mente, mera ilusão.
Carlos só queria se sentir amado, despertar um olhar para si e um pouco de carinho. Além,é claro de mostrar seu talento.
Sua dependência era física mas a compensara manifestando sua liberdade de expressão através da arte.
Era como se gritasse ao mundo:
- Não sou um deficiente de alma.
Era um bom instrumentista e tudo levou a crer que pudesse dedilhar uma guitarra e um violão.
E, se tivesse mesmo uma banda, não poderia sair frequentes vezes, para estar numa conversa de bar ,ou numa balada. E a banda não seria o lugar adequado para mostrar suas composições. E ele se sentia apenas mais um músico da banda do que alguém que reunisse ao seu redor a amizade do grupo: sentia-se isolado. Percebi e analisei a atitude de Carlos que pouco se importou de perder dinheiro, já que as aulas pertenciam a um pacote que gerava um compromisso. Ele sabia que faria só uma aula, pois era o que queria no momento: um apoio, uma palavra de carinho,um elogio.
Ele calculou o tempo certo que sua mãe precisaria para resolver assuntos dela e aproveitou, em seu proveito, o momento da ausência da mãe. Queria transbordar, transmitir a harmonia perfeita que se iniciou na sala do piano e propagou-se por outros aposentos, corredores e pátios da Casa de Cultura. 
A música alcançou um pequeno jardim interno onde um só passarinho parecia fazer dueto com o som do piano, enquanto saltitava, como a alma de Carlos.
Observou o brilho nos meus olhos e amou o fato de merecer minha aprovação como se fora uma criança pequena, mostrando um novo desenho, feito para provocar um elogio, um abraço ou um beijo.
Acreditou em sua capacidade de executar, fielmente, lindas melodias e percebeu minha atenção e encantamento, como tantas vezes, desejou merecer.
E se impregnou de um brilho semelhante ao das estrelas ou ao de um farol. Quis refletir sua luz como a de um pirilampo que clareia as verdes matas.
Pois como o camelo que armazena água suficiente para atravessar o deserto, Carlos havia armazenado,no reservatório da alma,uma alegria incontida, duradoura, quase eterna, tal a intensidade de seus sentimentos.
 Havia aprisionado também a luz da esperança.
E não poucas vezes, fiquei recordando em minhas noites, aquela tarde de quarta -feira. A felicidade de Carlos atravessou todas as fronteiras e ampliou seu pequeno mundo.
E estou convencida de que  eu experimentei uma felicidade igual a de Carlos, chegando em casa sob forte emoção.
E, ainda nesse clima, nessa quarta feira, fui ao piano e executei minhas melodias preferidas para que pudesse prolongar  tanta magia!
Lembrei de Carlos a cada acorde, andamento, ritmo, interpretação, acordes,variações e improvisos que preencheram o espaço de minha sala.
E Carlos, se fizesse o mesmo ,ao chegar em casa, certamente. deitaria a cabeça sobre as teclas do piano. Porque tocaria até o corpo pedir um descanso. E talvez, adormecesse sobre o teclado, imaginando estar abraçando o instrumento. E acordaria agarrado ao móvel  aconchegando-o ao seu corpo franzino.
E teria a impressão de que o piano seria seu defensor e amigo.
Provavelmente acordaria, com o mesmo sorriso que tinha ao adormecer, aprisionando na memória lindos sonhos.
Como os anjos, estaria em paz, como se flutuasse, como se acolhesse a vida em nova dimensão, em toda sua plenitude.
E será que tocava contrabaixo ou tinha uma banda?
Restam dúvidas a esse respeito como permanecem outras lacunas nas afirmações de Carlos.
Mas quem somos nós, simples mortais, para definir os limites entre o  sonhos e a realidade. E.principalmente, quando aqueles se torna mais e intenso do que essa?

                                         KATIA CHIAPPINI




AULAS DE PIANO: FOLDER NA CASA DE CULTURA DE PORTO ALEGRE.
PROFESSORA: KATIA CHIAPPINI, CARTEIRA DA ORDEM DOS MÚSICOS:
33.335

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

SAUDADE NÃO TEM IDADE

                               SAUDADE!

Saudade do sol nascendo
Do meu pai e meu amigo
Da lua se oferecendo
Dos amores que abrigo

Saudade de ser feliz
Como era quando criança
Saudade de quem me quis
Em minha já longa andança

Saudade do verde trevo
Da garça junto ao riacho
Do meu justo enlevo
Colhendo uva em cacho

Saudade do trem de ferro
Da carroça cortando a via
Do sino da catedral
Do coro da Ave Maria

De Juraci - eu acho -
Sempre de relho na mão
Com jeito de bicho-macho
À galope no seu Alazão

Do trigo, com a cor do sol
Do banho de mangueira
Da pesca com anzol
Dos patins na ladeira

De comer carne de ovelha
De dar brilho aos troféus
De subir escondida na telha
Pra ficar mais perto do céu

Saudade do acampamento
Daquela fogueira acesa
Da nuvem em movimento
Do som da natureza

De pilotar o velho barco
Cortando a água dançante
Da árvore vergada em arco
Frondosa e aconchegante

Essa saudade conforta
Sempre soube e ainda sei 
Ela vem e vai e me reporta
À querência que sempre amei

                                    KATIA CHIAPPINI









AUTISMO

                           O AUTISMO

O autismo ataca mais o sexo masculino.É uma doença que afeta o ser desde o seu nascimento. Percebe-se o atraso na fala, uma grande dificuldade de relacionamento, vontade de se manter isolado do grupo por não entender a comunicação É uma síndrome de natureza neuro-biológica As causas são várias  e a criança deve ser observada desde cedo, para iniciar um tratamento sem perda de tempo.
Ao redor dos 19 meses de vida começam a ser percebidos os primeiros sintomas, mas com 1 ano de idade a doença  pode ser melhor diagnosticada.
Quando o autismo é tratado pelos meios de comunicação apenas se esboça parte do quadro sem aprofundar suas causas e efeitos.
Modernamente há programas de apoio ao autista contando com profissionais especializados, tais como, médicos, fonoaudiólogos, psiquiatras, terapeutas e fisioterapeutas.
O termo autismo é amplo e pode envolver em seu conceito problemas como epilepsia, esquizofrenia, depressão e até paranoia.
Mesmo com acompanhamento clínico,aos 19 anos, um autista pode não estar alfabetizado. Em parte porque a criança autista não cria vínculos com seus professores. Há uma rotatividade, ano a ano, quando deveria haver a permanência do mesmo professor no acompanhamento do autista. Mas, basicamente, se busca a sociabilidade e a aceitação da doença no ambiente escolar e familiar. E talvez se consiga, ao longo do aprendizado, que o autista escove seus dentes ,lave o rosto, passe um pente nos cabelos e coma com garfo e faca e com suas próprias mãos.
O pouco que se consiga já é muito porque ainda faltam alguns estudos para que se entenda o que se passa no cérebro de um autista. O acompanhamento ao autista também é feito com os pais
É preciso lembrar que na adolescência a criança recebe o exemplo da família, percebe a reação de todos ao seu redor.
Se  a família se retirar do grupo de amigos, não receber mais as visitas e preferir o isolamento, estará criando um clima prejudicial ao desenvolvimento da criança. Se a família se envergonhar  de ter um filho autista, esse vai se isolar cada vez mais.
Há casos de crises e surtos bem sérios. Esses podem levar ao estado catatônico, falta de apetite e a total inércia.
Algumas leis já protegem os autistas e deficientes.
Em 2009 os legisladores começaram a se preocupar com o assunto. Em dezembro, 2012,foi sancionada uma lei federal.
Mas o regulamento e as minúcias da lei levam algum tempo para serem absorvidos É necessário implantar e ampliar políticas públicas nesse sentido.
Sabemos que há 35 milhões de autistas no mundo e 500.000 no Brasil.
Em Brasília temos um centro de referência ( o COMPP )  que atende gratuitamente os problemas relativos à saúde mental infanto-juvenil .Direciona-se às pessoas de baixa renda e agrega a elas uma equipe multidisciplinar treinada para esse fim. Essa equipe trata de distúrbios emocionais e de comportamento, entre outros.
Existe um aplicativo de voz, criado recentemente, que ajudará na comunicação de 15 milhões de brasileiros que não falam.
A intenção é introduzi-lo nas escolas como auxiliar na paralisia cerebral, autismo, sequelas de derrame e esclerose amiotrófica.
É possível a criança visualizar, através do aplicativo, 14.000 figuras, para apontar com o dedo, aquelas que se identificam com suas necessidades, no caso de paralisia cerebral, por exemplo, como: comer, ir ao banheiro, ver televisão ou dormir. Esse aplicativo se tornará uma excelente ajuda aos pais.
E se tais tentativas e experimentos não existirem e se as políticas públicas não tomarem as providências cabíveis, esses deficientes vão permanecer, por longo tempo, sem vez e sem voz.
Em 2 de abril será comemorado o dia da conscientização do autismo, onde serão promovidos seminários e debates para informar, conscientizar as ´pessoas quanto ao melhor modo de agir.
Promover a inclusão social do autista e do deficiente seria possibilitar seu ingresso no mercado de trabalho, pelo menos no grupo social.
Então, toda a preocupação deve ser no sentido de se buscar habilidades nos deficientes de modo que eles possam exercer seus talentos com o apoio dos pais, professores e comunidade.
E no sentido de  trabalhar pela sua adaptação ao meio, para que se revele a si mesmo, um ser em crescimento.
E quando conseguir se entender e se aceitar, prioritariamente, quem sabe, com o uso de um aplicativo de voz ou de sua própria fala, possa olhar para sua mãe, sorrir e dizer:
- Vamos passear no Shopping?

                                       KATIA CHIAPPINI
                        e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com



sábado, 22 de fevereiro de 2014

AUSÊNCIA!

                     AUSÊNCIA SENTIDA!

                             Queria mais um gesto do amado
                             Pra não vingar a incerteza
                             Queria meu sonho acalentado
                             E vê-lo acontecer de surpresa

                             Queria mais uma estrela cadente
                             Como vimos junto à janela
                             Ter a lua como presente
                             Ou como a melhor sentinela



                               Ver a rosa o vento mexer
                               Sobre a toalha de linho na sala
                               Até ela se recusa a morrer
                               Quer ouvir tua voz que ora cala

                               E aquele perfume e seu aroma
                               Que exala em minha escrivaninha
                               Nem sei por quem ele me toma
                               Quando vê que choro sozinha



                                    Se ao menos tu me enviasses
                                    Uma mensagem e uma flor
                                    Talvez o perdão não falhasse
                                    E tua pele teria o meu calor

                                     A estrela Dalva - que beleza -
                                     Vejo sem pudores e sem véu
                                     Porque sou tua Maria e certeza:
                                    -Verás mais estrelas em meu céu



                                  KATIA CHIAPPINI                 

                       E-mail: katia_fachinello42@hotmail.com



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

DIA 17 DE FEVEREIRO DE 2014:PRAIA DE TORRES

             DIA 17 DE FEVEREIRO DE 2014

Mamãe faleceu em 2011 e comemorava seu aniversário em 17 de fevereiro.
Cuidei dela, com desvelo, durante 6 anos, quando foi acometida de doença degenerativa.
Meu irmão e eu, não temos o hábito de levar flores ao cemitério porque nos faltou essa formação no lar.
Éramos já adolescentes quando, pela primeira vez, nossos pais nos levaram a um velório. Ao falecer, minha mãe foi colocada no jazigo perpétuo, junto com papai, falecido muitos anos antes. Desde que mamãe faleceu meu irmão e eu não fomos mais ao cemitério.
Tenho me preocupado com isso e toquei no assunto, com ele, em janeiro desse ano.
É preciso providenciar, disse-lhe eu, a colocação da foto de mamãe e a inscrição em seu túmulo, ao lado do registro de papai. Há uma tampa de mármore preto que cobre a sepultura e nela está a foto de papai. E no mesmo local, há espaço para colocar a foto de mamãe e a inscrição que contém sua data de nascimento e a da morte.
E, as vezes, penso que mamãe, de onde estiver, deve estar inconformada com o descaso de seus filhos: meu irmão e eu.
Fica a impressão de que mamãe foi enterrada como indigente e que nunca existiu.
Estou em Torres, uma linda praia, e se torna impossível não lembrar de mamãe que amava a casa de veraneio.
Trouxe-a comigo, mesmo nos anos finais de sua doença, porque um de seus pequenos e restritos prazeres, era estar na pracinha central, onde podia observar os cães e as crianças desfilando. E o som das músicas folclóricas dos bolivianos, com suas flautas mágicas.
Então, no dia 17 de fevereiro, dia de seu aniversário, nesse ano de 2014, fui atravessar a rua, já bem próxima de minha casa
Não sei como aconteceu e não consigo saber o que houve em minha mente, que se desligou: um lapso quase mortal.
Ouvi aqueles gritos, de repente me dizendo:
- Senhora, quer ir ao hospital?
- Não, foi só um grande susto!
- Tem certeza?
- Sim, obrigada. 
E como me olhassem apavorados, completei:
- Estava com um problema no pé que me impedia de andar normalmente:  me distrai porque sentia dor. 
Fui para casa em estado de torpor, com o coração saltando do peito, com os batimentos cardíacos acelerados.
O fato é que, de uma hora para outra, sem saber de onde surgiu, vi um carro passar por mim, de tal forma, que enxerguei um casal no banco dianteiro e outra pessoa no banco traseiro,  como se tivesse enxergando por um binóculo entre as mãos. 
Por muito pouco eu não fui atingida em cheio.
Parei, instintivamente, quando percebi aquele golpe de vento e ouvi o barulho do carro, bem perto de meus ouvidos.  Tive a sensação de que o carro ia colar em meu corpo.  Mais um passo à frente e teria sido fatal.
Lembrei-me de ter lido o jornal pela manhã e conferido a data: dia 17 de fevereiro de 2014.
Enquanto mamãe viveu, reuníamos filhos e netos nesse dia e comemorávamos seu aniversário com uma janta. E a visão panorâmica do rio Mampituba, através da janela do restaurante, era deslumbrante em noites de lua cheia. E o clarão deixava a água prateada, desenhando um caminho no meio do rio.
Mamãe ficava muito feliz com essa reunião de família.
Então, quando esse imprevisto, que poderia ter outro e inesperado desdobramento, me aconteceu, pensei que minha mãe quisesse me dar algum aviso despertando minha atenção.
Poderia estar dando um sinal para que eu não atravessasse a rua sem antes olhar bem para os dois lados. 
Ou estar indignada com o fato de seu túmulo não estar identificado, até a presente data. 
Mas pode estar necessitando mais preces porque só assim vai sentir que seus descendentes se preocupam em preservar sua memória.´
E importante, se faz, cultuar os antepassados, agradecer o que deixaram como exemplo e pedir sua proteção.
Quando chegar em Porto Alegre, vou mandar rezar uma missa por mês, durante os 12 meses do ano, para que o espírito de minha mãe descanse em paz.
E vou pedir perdão em minhas preces noturnas por algum ato ou omissão que deva reparar em relação à mamãe.
E vou agradecer em minhas preces matinais, o milagre de estar viva e sem nenhum arranhão, para estar no aconchego de minha família.
E a cada dia 17 de fevereiro, vou lembrar, de um modo especial de minha mãe e estar com ela em pensamento e no coração.
E vou olhar para o céu e implorar:
- Reze comigo, minha mãe querida!

                                      KATIA CHIAPPINI



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

DIVERGÊNCIAS!

              DIVERGÊNCIAS: UM E OUTRA

                                      Um mais timidez revela
                                        Outra se comunica bem
                                         A timidez deixou sequela 
                                          Quem comunica intervém

          Um se encontra inquieto
           Outra valoriza a amizade
            Um quer exercer o veto
             Outra quer cumplicidade

                                                Um se declarou a ela
                                                 Outra por isso esperou
                                                  Um disse:''você é aquela''
                                                   Outra o amor não negou

             Um se diz apaixonado
              Outra quer mais ação
                O caminho está traçado
                  É só buscar a direção

                                                    Um precisa ter confiança
                                                     Outra deu provas de amor
                                                      Um insiste em ser criança
                                                       Outra entristece de dor

           Um retarda o ''frente a frente''
             Outra busca mais atenção
               Um não se desfaz da corrente
                 Outra espera a mão sobre a mão

                                                       Um vai precisar entender
                                                        O amor vinga na divergência
                                                         Outra deixa transparecer
                                                          Que espera com paciência

                  Um deixa a vida seguir
                   Outra está perdendo o chão
                    Um insiste em se cobrir
                     Outra em se despir em vão

                                    Um que faça como quiser
                                    Esqueceu o barco na areia
                                    Nem vai navegar com a mulher
                                    Que disse ser musa e sereia

                                     Outra vai se retirar
                                     Se a divergência a impedir
                                     Em vez de amar vai chorar
                                     E um dia partir sem sorrir

                                          KATIA CHIAPPINI



                                                       E-mail: katia_fachinello42@hotmail.com

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014







 MUITO OBRIGADA 
QUERIDOS LEITORES: NAVEGADORES,VELEJADORES E AMIGOS.

CONTO COM TODOS VOCÊS EM 
                  INSPIRAÇÕES.
c




CONVERSANDO COM MEUS LEITORES: 30.000 ACESSOS!

                        Aos queridos leitores:

Ao completar 24 meses do blog inspirações, com mais de 30.000 acessos, no momento que estou escrevendo, quero manifestar minha satisfação e agradecer aos queridos leitores pela aceitação do mesmo.
São pequenos grãos de areia, nesse universo imenso, se somados dia após dia.
Uma porção de carinho, quando revelam os poemas, um pouco de contos e crônicas e algumas pesquisas que venho fazendo para compartilhar a história de vultos de destaque, de todos os tempos.
Mas, principalmente, são linhas de emoção e sentimento poético que tento expandir para alguns viajantes que se dão ao luxo de submergir no mundo dos sonhos e desejos secretos.  
E ainda excursionar pelos fatos triviais da vida, mas que revelam vivências próprias, que , certamente, são semelhantes as dos leitores.
Na agitação do dia a dia você tem um cantinho para tranquilizar o pensamento e desviá-lo das tarefas que executa.
Nesse momento, enquanto posto as matérias, também me apraz ficar em silêncio para escrever.
É uma troca justa e bilateral: eu escrevo e o leitor lê.
E a leitura é um modo de orientar o espírito e esclarecer os fatos. É um lenitivo que amplia o saber, aumenta o poder de concentração e mantém o raciocínio lógico bem como a lucidez da mente.
Quem tem o hábito de ler fica inserido na evolução, de modo a participar do desenrolar da história em todas as suas eras.
Quem se mantém ativo e acompanha o desenrolar dos acontecimentos: é um cidadão que não aceita viver à margem da vida. 
Agradeço, então, essa atenção que tenho aqui no blog inspirações. E enquanto tiver um leitor assíduo haverá uma novo texto em andamento.
O leitor não sobrevive sem o texto e o texto precisa de um leitor que o aprecie.
E eu apresento o texto para o leitor. 

MUITO OBRIGADA AOS LEITORES

KATIA CHIAPPINI

ZILDA ARNS.: EXEMPLO DE VIDA!

                          ZILDA ARNS 

Zilda Arns  foi médica e sanitarista brasileira.
Nasceu em Forquilhinha, Santa Catarina, em 1934 e morreu em Porto Príncipe, Haiti, em 2010.
Foi fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa.
Foi eleita pelo conjunto de sua obra a décima sétima brasileira mais importante de todos os tempos.
Cursou Medicina e se impressionou com a quantidade de crianças que morria de desnutrição e diarreia.
Casou-se com Aloísio Neumann, teve seis filhos e dez netos.
Foi médica pediatra em Curitiba e mais tarde dirigiu a equipe de Saúde-materno-infantil, da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Destacou-se como coordenadora da campanha da vacina Sebin, criando um método próprio, que ficou conhecido na área médica.
Mulher estudiosa e humanitária, por excelência, ficou conhecida como a médica que se dedicou à inúmeros programas sociais: planejamento familiar, prevenção do câncer ginecológico, saúde escolar e aleitamento materno, entre outras.
Zilda Arns Neumann, irmã de D. Paulo Evaristo Arns, recebeu diversas menções especiais e o título de cidadã honorária no país.
Preocupou-se, como suporte técnico, de fazer inúmeras  e conceituadas especializações ligadas à saúde pública.
Uma dessas especializações fez em Medelin, Colômbia.
Grande parte de sua atuação foi em Porto Príncipe, Haiti.
Em 2010, foi convidada para fazer uma palestra para cerca de 15.000 religiosos de Cuba, em Porto Príncipe, Haiti.
Pouco depois o país foi atingido por um violento terremoto e a Dra Zilda foi uma das vítimas da catástrofe.
No momento do terremoto, ela estava no último parágrafo do discurso, quando as paredes da igreja ruíram e desabaram. Foi atingida na cabeça e morreu na hora, mas, ao contrário de outras vítimas, não foi soterrada. Outros 15 sacerdotes, próximos a ela, faleceram.
A irmã da médica, Otília Arns, escreveu uma obra literária em sua homenagem: A Trajetória da Médica Missionária. Dra Zilda recebeu o título de cidadã honorária em 11 Estados e 37 municípios brasileiros. Recebeu 19 prêmios nacionais e internacionais e dezenas de homenagens pelo trabalho ligado à Pastoral da Criança.
Mais de 25 anos após sua fundação acompanha 1,9 milhões de mulheres gestantes, 1,4 milhões de crianças de famílias pobres, em 4063 municípios brasileiros.
Existem mais de 260 mil voluntários levando seu conhecimento sobre saúde, nutrição e cidadania para as comunidades mais pobres.
A Pastoral da Criança foi criada a pedido da CNBB, junto com seu presidente,Dom Geraldo Majella, Cardeal Agnello e Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil.
E na Pastoral da Pessoa Idosa temos 130 mil idosos acompanhados por 14.000 voluntários.
Nem se pode acreditar na dimensão dessa obra social da médica solidária! Quantos obstáculos deve ter enfrentado?
Um deles foi o preconceito em relação a cursar Medicina, porque não se via mulheres nessa formação. Teve que firmar opinião e lutar pelo seu objetivo de se dedicar aos esquecidos.
Aqui, para concluir, um trecho, resumido, do último discurso da Dra Zilda:
''Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, significa trabalhar pela inclusão social, não ter preconceito, aplicar nossos talentos em favor da vida plena, prioritariamente, dos que mais necessitam.
 Servir com humildade e misericórdia sem perder a identidade.
As crianças são os seres mais perfeitos que existem.
Como os pássaros que cuidam dos filhos ao fazer um ninho no alto das árvores ou das montanhas, longe dos predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito, seus direitos e protegê-los''. 
Pessoas como a doutora Zilda são como anjos na terra.
Deus já lhes reservou uma missão especial, ao nascer.
Aos 73 anos, aproximadamente, ainda recolheu sob sua guarda, duas crianças que ficaram órfãs e que eram filhas de uma empregada sua.
Dra Zilda foi uma pessoa abençoada que só sabia dizer : SIM.
 É como se dissesse: vinde a mim as criancinhas, os idosos e todos aqueles que precisam de carinho, especialmente, os mais pobres.
Que esse exemplo siga produzindo bons frutos e que nunca faltem voluntários.  E que se mantenha a assistência dos órgãos governamentais e eclesiásticos para a expansão dessa obra meritória e tão premiada.

                                         KATIA CHIAPPINI
                                                              E-MAIL:katia_fachinello42@hotmail.com



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

AS CURVAS.

                              AS CURVAS

 Estou recordando os tempos de faculdade, pelos idos de 1960, quando era uma estudante de Pedagogia, de uma Universidade católica.
´Éramos, quase todas, de sexo feminino e apenas alguns colegas homens.
A turma era unida, com os mesmos sonhos, mesma alegria, mesma vontade de vencer e conquistar um lugar próprio.
Belos tempos, boas festas, bons amigos, bons professores.
Em certa ocasião, durante a aula de Estatística, o professor, um jovem padre, dissertava sobre as funções dos gráficos de barras e dos gráficos de curvas.
Após desenhá-los e explicar a marcação numérica e a utilidade prática, pediu que copiássemos no caderno.
Fizemos o gráfico de barras e cada aluno podia criar seu próprio enunciado para representar com o traçado exigido.
Depois, passamos ao gráfico de curvas.
Fui das primeiras alunas a traçar o meu e gostei do meu traço bem delineado e preciso.                                                                             
O professor tinha por hábito dar o visto nos cadernos, nas nossas classes.
Concluído o trabalho observei novamente as curvas, a numeração e chamei alto:
- Professor. quer ver minhas curvas?
A reação da turma se fez sentir e de imediato ouvi uma única e sonora gargalhada e todos os olhares se fixaram em mina direção.
Acontece que me concentrei tanto nos gráficos que demorei a perceber que todos riam muito. Mas, ao perceber o que eu tinha dito, baixei a cabeça e fiquei sem cor.
Passados alguns dias lá estava, de novo, o jovem padre e professor de Estatística.
Dessa vez, e dizendo estar um pouco cansado, pediu que ao terminar as tarefas, essas fossem levadas à sua mesa.
Terminei o que deveria ser feito , levantei e me dirigi à mesa do professor para mostrar o caderno.
Ele, sentado, se curvou sobre a mesa, de modo a ficar bem próximo de meu rosto e inesperadamente falou:
- Além de belas curvas você tem os olhos mais lindos que eu já vi.
Levei um susto com aquela voz melosa sussurrando em meus ouvidos. Não me afastei, tentei manter a calma, permaneci como estava e falei:
- Vá tirar essa batina, padre!
E ele, completamente sem jeito, nem me olhou.
Então, não resisti e conclui:
- Enquanto vestir esse hábito de sacerdote saiba honrá-lo.
Fui para minha classe e me sentei sem demonstrar meu constrangimento.
O professor, o jovem padre,ficou olhando para o nada, distraído até se refazer.
Um aluno notou e perguntou:
- Houve algum problema , professor?
E ele respondeu;
- Não, estava apenas meditando enquanto a turma termina as
 tarefas.
De minha parte, não tive mais problemas dessa ordem com o professor a quem fiz questão de tratar com a máxima formalidade, desse dia em diante.
                                 KATIA CHIAPPINI
                                    

                                    
                      E-mail:katia_fachinello42@hotmail.com



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

CHICO MENDES

               LEMBRANDO CHICO MENDES

Francisco Alves Mendes Filho, Chico Mendes, foi seringueiro, sindicalista e ativista ambiental. ( 1944-1988 )
Os seringueiros lutavam pelas terras, pelo próprio sustento vindo da mata.
Chico Mendes lutou pelos seringueiros da Bacia Amazônica que dependiam da preservação da floresta. Criou o movimento do ''empate'', um movimento pacifista, onde os seringueiros , em defesa das árvores , se deitavam no chão, enfileirados , formando barreiras, com seus próprios corpos, para os tratores pararem.
Chico Mendes foi eleito um dos 100 brasileiros mais importantes de todos os tempos. E mesmo sabendo da perseguição que moviam contra ele e prevendo a própria morte, jamais parou de lutar.
A devastação coloca em risco a seringueira, as castanhas, impede a extração do óleo da copaíba e a colheita de plantas medicinais.
Algumas datas históricas:
1975- Chico Mendes iniciou como líder sindical
1976- Participou da luta dos seringueiros para impedir o desmatamento.
1977- Recebe ameaças de morte por parte dos fazendeiros e do próprio partido que não se identificou com a causa dele,
1979-Chico Mendes é submetido a interrogatório e torturado
Chico Mendes foi um dos fundadores do partido dos trabalhadores e um de seus dirigentes no Acre.
1980- Chico Mendes foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional, a pedido de um fazendeiro. que o acusou de participar do assassinato de um capataz de fazenda. Nada foi provado.
1981-Dirige o sindicato de Xapuri, no Acre tendo sido escolhido para presidente até sua morte.
1984- Foi o criador do Conselho Nacional dos Seringueiros e sua luta se tornou referência nacional e internacional.
A proposta previa a união dos interesses indígenas, dos seringueiros, dos castanheiros, de pequenos pescadores, dos quebradores de côco babaçu, de populações ribeirinhas, através da criação de reservas extrativistas.
Chico Mendes persuadiu o governo a criar reservas florestais para a extração do látex e da castanha do pará.
1987- Recebeu os membros da O.N.U. EM Xapori e mostrou a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causada por projetos financiados por bancos internacionais. Essas denúncias chegaram ao Senado americano e ao B.I.D. ( banco financiador)
A projeção da figura de Chico Mendes lhe valeu vários prêmios internacionais oferecidos pela O.N.U.
Chico Mendes esteve nos E.U.A promovendo sua causa.
1988- Chico Mendes participou da criação das primeiras reservas extrativistas criadas no Estado do Acre.
Com o movimento adquirindo novas formas e cores, intensificam-se as ameaças de morte.
Nessa ocasião apresenta sua tese em nome do Sindicato de Xapiru, ''Em defesa dos Povos da floresta'', aclamada por quase 6000 delegados presentes.
Ao término do Congresso é eleito suplente da direção nacional da C.U.T e iria assumira a presidência do Congresso Nacional dos garimpeiros Porém não sobreviveu até a data estabelecida, tendo sido assassinado a tiros de escopeta no peito.
Darly Alves foi o mandante e seu filho, Darcy, o executor.
1989- Paul Mc Cartney, homenageou  Chico numa faixa de um álbum que lançou, com a música How Many People, ou Quantas Pessoas. E toda a renda desse trabalho foi entregue à causa de Chico Mendes.
2008- Chico Mendes foi reconhecido como anistiado político''post-mortem'' pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, em Rio Branco,Acre.
Criou-se, um ano antes, o Instituto  Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Chico Mendes representa a resistência dos povos da floresta, as lutas sociais e a defesa ecológica da população da Amazônia.
Chico Mendes, uma vez que lhe foi perguntado sobre se não temia a morte prematura disse: 
- Enquanto eu viver farei a defesa da Amazônia.
E isso, mesmo sabendo que a impunidade era lugar comum das mortes da região.
Mas a história registra que o mandante e o executor da morte de Chico Mendes cumpriram 19 anos de prisão. Mas outras mortes encomendadas por Darly Alves  ficaram impunes.
A obra obra de Chico Mendes atravessou fronteiras distantes e inspirou outros movimentos.
Em última análise Chico Mendes pregava a ''sustentabilidade''.
Algumas vitórias atribuídas a Chico Mendes, 26 anos após sua morte:
- Diminuição de conflitos
- Criação de reservas extrativistas
- Inserção da luta seringueira nas políticas  públicas
- Reconhecimento internacional de sua obra
Chico Mendes era um profundo conhecedor da mata.
Sabia identificar os vários sons da natureza e reconhecia a propriedade medicinal das plantas.
Foi um homem simples, quase analfabeto,  mas com uma verdade nas veias, com autenticidade na liderança sindical e capaz de enfrentar grupos opressores, fazendo valer o direito dos seringueiros, dos índios e dos pequenos pescadores E tudo isso em plena ditadura.
Quando surgirá outro Chico Mendes?
É mais provável que Jesus Cristo volte à terra antes disso.

                                     KATIA CHIAPPINI
                        e-mail: katia_fachinello42@homail.com
                                                       




























segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

ESTOU À VISTA

                           ESTOU À VISTA

                                             Não desista
                                             Resista
                                             Vá pra pista
                                             Insista

                                             Invista
                                             Na conquista
                                             Realista
                                             Otimista

                                            Diarista
                                            Humorista
                                            Artista
                                            Não machista

                                            Analista 
                                            Intimista
                                            Alpinista
                                            Saudosista

                                    KATIA CHIAPPINI