Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

quinta-feira, 30 de julho de 2020

CONTOS INFANTIS:: CINDERELA

                      CONTOS INFANTIS:
                      CINDERELA

Cinderela
Cinderela seguiu sua trilha
Suas horas eram sofridas
A madrasta e suas duas filhas
Exigiam dela toda a lida

Mas o príncipe percebeu
Sua beleza escondida
Encontrá-la a si prometeu
Deu propósito a sua vida

O sapatinho de cristal guardou
Cinderela o perdeu e nem viu
O príncipe em outras damas calçou
Mas só em Cinderela o sapato serviu

As irmãs invejosas blasfemaram
A madrasta pagou por sua maldade
Cinderela e príncipe se casaram
Para encontrar sua felicidade

Para viver dias de Cinderela
´É preciso cultivar a virtude
Nem sempre a face tão bela
É compatível com a magnitude


KATIA CHIAPPINI



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CONTOS INFANTIS: LEMBRANDO RAPUNZEL

                       CONTOS INFANTIS:
                  LEMBRANDO RAPUNZEL

Lembrando Rapunzel
Rapunzel graciosa, corre
Joga suas tranças
O príncipe sorri e acolhe
romete-lhe uma aliança

Ele é seu único eleito
E recolhe o cabelo
Sobe ,por ele,sem jeito
Para declinar um apelo

Rapunzel está presa
Na torre retribui o beijo
O eleito com destreza
Sussurra seu desejo

Logo desce pela trança
Promete que vai voltar
Pra enlaçar dama na dança
E entre juras de amor capitular

Ainda verei Rapunzel
Das tranças cor de ouro
Dos olhos doces qual mel
Libertar-se do mau agouro

Rapunzel sonha ter asas
Para abandonar a masmorra
Quer voltar logo para casa
Antes que ,sem o príncipe,morra

As histórias de fada, que as crianças e adultos apreciam,são obras que prevalecem no tempo e na literatura dos povos.
Os pais contam para seus filhos, essas histórias de contos de fada, de magia e arte, muitas vezes, para embalar o sono de seus filhos. Esses ficam ouvindo atentos até que vem o sono tranquilo e os pais fecham os livros e se retiram considerando sua missão cumprida com êxito.
Apesar de existirem, hoje, histórias de heróis com super poderes que embalam os sonhos de aventuras dos pequenos, os contos de fadas voltam a ser publicados com fins diversos, como por exemplo, serem lidos nas escolas, onde os professores aproveitam para salientar a mensagem que cada uma traz, ao final.
São ensinamentos pertinentes a qualquer tempo, pois são princípios básicos de comportamento que recebemos no lar, desde bem pequenos.

KATIA CHIAPPINI



A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, texto que diz "Misticos Online "No silêncio do seu coração estão todas as respostas." Boa Noite!!!"
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segunda-feira, 27 de julho de 2020

COMPORTAMENTO

           
                           COMPORTAMENTO

Comportamento é uma soma de valores adquiridos no lar, na escola, nas vivências diárias.
O comportamento  revela o perfil, a personalidade, o caráter de uma pessoa.
O comportamento sofre influências do meio social, da crença religiosa, das circunstâncias de vida.
Como hoje em dia as famílias lutam pelo seu sustento, os filhos se criam solitários e nem sempre fazem boas escolhas em sua trajetória.
Precisam decidir por si mesmos e as escolhas duvidosas ocasionam prejuízos na formação do caráter..
Nas relações entre casais, é comum haver atritos por conceitos divergentes. E uma pessoa quer mudar a outra, o que não é viável.
O que precisamos é compreender o outro, tentar acertar o passo, usar de argumentos racionais para chegar ao bem comum.
Nosso comportamento pode nos ajudar como nos prejudicar.
É preciso estarmos cientes de nossas atitudes e tomar cuidado com as consequências de nossos atos.
Temos a possibilidade de fazer as devidas correções ao longo da vida se soubermos ser flexíveis, deixando o orgulho de lado.
Para tal, temos que apostar no autoconhecimento.
Em situações extremas são os nossos recursos internos que vão nos auxiliar a acreditar em nosso potencial para seguir em frente..
A necessidade nos embrutece e, muitas vezes, destratamos um amigo, tratamos mal nossos pais, agredimos um filho, ao invés de usar a palavra e o autocontrole.
Precisamos estar atentos pra tratar os outros como gostaríamos de ser tratados respeitando a individualidade e liberdade de cada pessoa.
Em tempos de calamidade pública temos a oportunidade de ajudar as comunidades carentes, de oferecer uma vianda a um pedinte, de jogar um cobertor e um colchão para o morador de rua que dorme no asfalto.
Precisamos nos unir e oferecer nossos préstimos, uns aos outros.
Desde pequena observo que a comunicação poderia evitar tanta violência.
Cresci com um pensamento recorrente que me acompanhou todos esses anos.
Eu dizia para os meus pais que não entendia porque uma pessoa tinha um gesto tão violento e desproporcional para com seu semelhante por motivos fúteis.
Isso porque nós somos educados uma vida toda para agir com racionalidade. E quando chega a hora de nos mantermos calmos, de saber ouvir os argumentos do outro, preferimos gritar, atacar e tomar atitudes tais que nos assemelhamos aos habitantes das cavernas.  E saímos jogando pedras indistintamente.
Não podemos ser a palmatória do mundo, mas podemos parar de dizer palavrões no trânsito, de sair bufando e quase espumando de raiva, se nosso carro vem a sofrer um leve arranhão.
Antes precisamos voltar ao diálogo bem construído para acertar as nossas desavenças.
Num lar onde os pais gritam um com o outro, os filhos vão se acostumar a obter atenção usando esse mesmo comportamento.
Compreender o comportamento humano é compreender nossa própria existência e a de nosso semelhante. É jogar uma luz ao entendimento básico das reações do ser.
´É entender que precisamos evoluir para saber a diferença entre instinto, desejo. É entender que precisamos buscar nossos objetivos, nossos  propósitos de vida.
Podemos nos beneficiar de um bom comportamento, de um agir solidário, se aprendermos a desenvolver a empatia, melhorando as relações interpessoais.
Precisamos antever a reação do outro antes de expor um assunto conflitante. Para isso precisamos nos comunicar educadamente para sermos ouvidos.
Na idade adulta temos que enfrentar desafios substanciais como estudo e trabalho e a sociedade espera de nós um comportamento baseado na racionalidade.
Queremos obter um lugar na sociedade e o sucesso nas relações pessoais e na profissão escolhida.
Então, precisamos crescer como seres humanos responsáveis para interagir nos diversos campos de atuação com dignidade e sensatez.
As transformações comportamentais parecem não ter fim. Precisamos pensar no futuro da família, consolidar nossa carreira, saber viver bem a fase da aposentadoria.
Mas, em qualquer situação, manter a calma é agregar valores.
Não existe milagre.
Precisamos dedicar o tempo necessário para descobrirmos quem somos, o que queremos alcançar, qual é o nosso universo, quais são nossas prioridades.
No momento atual, temos que buscar o amor da família, o amor do próximo e a tenacidade para não desistir de nossos anseios.
E viver os princípios de cidadania, de solidariedade, tendo como base sólida a fé em Cristo
Principalmente, temos que ter a esperança para aguardar novos rumos, buscar novos olhares e investir com racionalidade em novas ações comportamentais.

KATIA CHIAPPINI

domingo, 26 de julho de 2020

A HISTÓRIA DE TININHA (2020)

               A HISTÓRIA DE TININHA


TININHA: 

Não teve infância a menina
Mas o brilho estava no olhar
Trabalhou desde pequenina
Sem boneca para brincar

Tinha os afazeres da casa
E as lições da escola também
A mãe lhe'' cortava as asas''
Não brincava com ninguém

A menina Tininha, um dia
Cresceu e casou como convém
O marido lhe dava regalias
E uma boa quantia em vintém

Tininha, então, se pôs a gastar
Frequentava jantares, festanças
Viajou por terra, céu e mar
Trouxe raridades de lembrança

Em pouco tempo abarrotou
Sua enorme casa de três andares
Bichinhos de pelúcia colocou
No sofá, nas escadas, aos pares

Os brinquedos tinham vozes e luzes
Anjo e Papai Noel de pilhas
Conversavam com Tininha- cruzes!
Substituindo as inexistentes filhas

Foi pena não dividir o quinhão
O apego não a deixou crescer
Ocupava pequeno quarto, por opção
Tinha cama estreita para adormecer

Os filhos de corda e de botão
Aprisionaram, há muito,Tininha
Sua carência gerou compulsão
Já não era mais do lar, a rainha

Sem que percebesse a inutilidade
A vida deixou fugir- que ironia-
Por inconsequência, não maldade
Afastou os amigos- que agonia-

Imagino que em sua última hora
Deixando a razão na fila de espera
Abraçada aos bonecos fale a N.Senhora:
- Perdão, troquei a vida por quimeras

KATIA CHIAPPINI


sábado, 25 de julho de 2020

DEUS NÃO ME ABANDONA

                  UMA ORAÇÃO:
         DEUS NÃO ME ABANDONA

Deus não me abandona porque sigo Sua palavra e verdade
Deus me desperta com a certeza de que farei minhas orações
Deus me dá forças para sair para o trabalho e me estimula a oferecer minhas vitórias em Seu altar
Deus me oferece Sua mão e me conduz ao caminho do bem
Deus entende meus dias de tristeza e não deixa que se prolonguem
Deus não me abandona porque tenho a centelha divina e sou parte de Seus propósitos.
Deus não me abandona porque meu coração O reclama
Deus não me abandona porque eu perderia a razão de viver
Deus não me abandona porque roubou a varinha de condão da fada de minha infância para espalhar Seus milagres entre os homens de fé, entre todos os homens de boa vontade.
Deus não me abandona porque Sua chama não se apaga dentro de mim. E mesmo que eu O desaponte terei no meu interior vestígios das brasas incandescentes.
Deus não me abandona porque não quer que a humanidade se afaste de seus ensinamentos. Porque deixou palavras e obras para nortear nossos dias, para descortinar novas possibilidades.
Deus não me abandona porque se precisar de mim vou chegar antes que pense em me chamar.
Deus não me abandona porque construí meu lar como o joão de barro construiu seu ninho: com dedicação. E tornei sólido esse lar porque Deus nele se encontra.
Deus não me abandona porque sinto que segue os meus passos bem de perto.
Deus não me abandona porque O sinto mais perto quando rezo, ou quando canto em Seu louvor para agradecer as graças alcançadas.
Deus não me abandona porque só por Seu amor vivo a esperança, fortaleço minha fé, tento ajudar meu semelhante exercitando a caridade.
Deus não me abandona porque se aninhou em meu coração quando eu nasci.
Deus não me abandona porque é meu hino, minha presença maior, meu sustentáculo, minha certeza eterna. E eu O proclamo quando recebo a hóstia sagrada, na cerimônia litúrgica.
E eu, em minha imperfeição, não O abandono porque me abandonaria.
Não O abandono porque está vivo em mim, hoje e na eternidade, quando hei de ver Sua face sorridente.
E sentirei a força de Seu abraço envolvendo-me com delicadeza, E terei a visão de. um círculo luminoso ao redor de Sua figura.
E terei a certeza de estar diante do amor transformador que me libertará do corpo físico para envolver meu espírito  e aproximá-lo da Sua energia infinita.
Deus seja louvado e reverenciado em todos os nossos pensamentos, palavras e obras!


                                     KATIA CHIAPPINI

sexta-feira, 24 de julho de 2020

SAUDADES DAS CASAS ANTIGAS COMO A DE VOVÓ

            SAUDADES DAS CASAS ANTIGAS
            COMO A DE VOVÓ

Minha querida vovó Glória morava em Santana do Livramento e recebia os netos durante as férias escolares.
Santana do Livramento faz fronteira com Rivera, cidade uruguaia.
A casa era muito grande e se estendia por todo o quarteirão, ou seja, um quadrado limitado por quatro ruas.
Na frente ficava a Farmácia Nacional, propriedade de meu avô.
Eu adorava, ainda bem pequena, atender o balcão quando ia visitar vovô na farmácia. As balconistas me ensinavam onde ficavam os produtos de perfumaria e cosméticos, para que eu me limitasse a atender num certo local, sem atrapalhar a venda dos remédios.
Vovó ficava nos afazeres domésticos e era excelente no preparo de quitutes de toda ordem e de deliciosas sobremesas, sempre presentes após as refeições.
Ela tinha uma cozinheira que chamava de serviçal, portando um lenço nos cabelos e um avental apropriado para desempenhar suas funções.
Vovó era muito boa e carinhosa para com os netos. Mas exigia disciplina e pontualidade na hora das refeições feitas em família.
O café da manhã era servido bem cedo e todos precisavam estar acordados para a primeira refeição do dia.
Vovó determinava algumas tarefas a cumprir porque éramos muitos netos a preencher as dependências da casa.
Haviam dois pátios grandes. Um deles era tomado por árvores frutíferas e animais de pequeno porte: um galo, algumas galinhas, um coelho, um cão e alguns gatos. O outro pátio tinha alguns pneus velhos, balanços, escorregadores, uma cabana de lona, onde podíamos brincar. E bicicletas, bolas, mesa de ping pong e goleiras para praticar futebol.
Vovó era faceira e seu banho de banheira não podia ser interrompido. Ela ficava muito tempo na higiene pessoal e saía das águas toda pintada, bem penteada e perfumada. Era uma dama bem cuidada e vaidosa.
Vovô ocupava, nas refeições, a ponta de uma enorme mesa retangular: era o lugar de honra.
Vovó servia o prato dele em primeiro lugar e depois o de todos os presentes. Por último se servia e sentava para almoçar ou jantar.
Os vidros de compotas caseiras estavam enfileirados em cima do armário da copa. Vovó tinha sempre um estoque considerável para servir às comadres que começavam a chegar, ao entardecer.
Quando ia chegando a noite as cadeiras eram colocadas na calçada e os vizinhos traziam suas próprias cadeiras para estender a hora do chimarrão e para contar aqueles ''causos de pescador ''.
As crianças podiam ficar brincando de amarelinha, na frente da casa .Os pequenos traziam suas bonecas ( as meninas) ou carrinhos
( os meninos )
Os netos maiores frequentavam os cinemas ou encontravam os seus amigos para passear no centro da cidade.
A porta da frente ficava fechada mas não chaveada. O último a chegar deveria revisar as janelas e portas e fechar devidamente.
Havia um horário em que não se fazia barulho algum e nem se caminhava pela casa. Essa era a hora da oração de vovó ,sempre às 18 horas, quando sentava na cadeira de balanço dedilhando um rosário. 
Nos quartos de dormir havia claraboia: uma janela de vidro no telhado, onde a luz do dia já iluminava o ambiente, cedo da manhã.
O leiteiro, o açougueiro, o jornaleiro e o entregador de gás, todos tinham acesso livre e iam entrando para falar com vovó que já deixava a porta da casa entreaberta.
Os primos conviviam em perfeita harmonia e respeitavam qualquer pedido que minha avó fizesse.
Todos queríamos ser convidados para visitá-la nas próximas férias. Aos domingos podíamos ir ao matinê. Eram sessões de cinema, à tarde. E podíamos pagar um ingresso e ver dois filmes.
Meu avô ficava na farmácia e atendia de pé, o dia todo,sem descanso. Era muito dedicado ao trabalho e caridoso. Aos que não podiam pagar, ele não cobrava .Jamais deixava de atender às necessidades dos que o procuravam. Atendia também durante a noite, se escutasse o barulho da campainha.
Minhas férias se intercalavam entre a casa de minha vó e a casa da estância, onde meus tios se dedicavam às lidas do campo.
Minha vovó Glória só descansava um pouco depois do almoço.
Sua atividade era contínua e a mesa do café da tarde era recheada de guloseimas: pães caseiros, cucas, bolos, bolachas, pudins e compotas em calda. 
Vovó também costurava suas roupas, estofava as cadeiras, fazia tricô e croché.
Lembro-me também de que ela atendia todos os netos em suas preferências: uns queriam que ela fizesse ambrosia, outros lhe solicitavam o doce de ovos que ela apelidou de amarelinho.
Minhas férias, entre primos, ora com meus avós, ora com meus tios, foram repletas de boas lembranças.
Minha vovó Glória foi o esteio de meu avô e o equilíbrio da casa. Parte do seu tempo transcorria na farmácia, onde ajudava meu avô no atendimento ao público
Ao chegar de Porto Alegre eu costumava dar um ''pulo'' na confeitaria da cidade para comprar para vovó uma bandeja de doces: os seus preferidos. Ela dava um lindo sorriso e me agradecia.
Quando eu voltava para casa com meu irmão, ela preparava a galinha na farofa para que nos alimentássemos bem, pois a viagem de trem era longa.
A casa de minha avó tinha um apelo especial. Eu aguardava as férias para poder voltar todos os anos.
Meu avô me deu meu primeiro acordeon para fazer uma serenata gauchesca, aos finais de tarde, quando nos reuníamos.
Depois, minha tia Bebê comprou outro igual para levar para a estância e para que eu pudesse tocar, na frente da casa, depois da peonada voltar do campo e se acampar em seus banquinhos toscos, para participar do lazer sonoro.
Essas são minhas doces lembranças de uma vida toda.
Minha vovó,sempre cercada por filhos e netos, teve um final feliz.
Mereceu todo o carinho que recebeu da família, sempre presente ao redor dela.
E vovô foi um companheiro sem igual, de temperamento cordial. E minha vó andava sempre a procurá-lo pela casa, quando voltava da farmácia.
Felizes aqueles que reconhecem na família o seu bem maior!
Felizes aqueles que sabem transformar a casa em um lar harmonioso, onde a  qualquer tempo e hora, encontram consolo e compreensão.
E onde o amor é vivenciado em pequenos gestos que sensibilizam todos os corações.

KATIA CHIAPPINI

terça-feira, 21 de julho de 2020

MAIS LEVEZA

                           MAIS LEVEZA!

O mundo está precisando reciclar os sentimentos que nos trazem a  harmonia.
Se pensarmos diferente de outra pessoa, podemos nos manifestar de modo a não agredir. Tantos anos nossos pais nos mostraram o caminho do bem, tantos professores nos orientaram e tantos tombos levamos da vida, que isso tudo não pode ficar no esquecimento.
Discordar e argumentar é benéfico porque a ânsia de novas descobertas nos torna interativos e curiosos. Quando várias pessoas debatem a mesma teoria ou situação real, novos modos de agir surgem com força para solidificar o melhor entendimento.
Somos insatisfeitos com o pouco que sabemos porque a vida sempre será uma incógnita sem uma única resposta.
Ninguém, nem o notável cientista e pesquisador está livre de contestações. 
Mas contestar e se pronunciar com arrogância e vãs agressões são atitudes diferentes, opostas.
A sabedoria nunca fará par com as agressões gratuitas de seres incompetentes, soberbos e de má índole.
E isso não depende de ser pobre ou rico.
Quantas vezes um simples pescador do interior que desfruta da natureza ao seu redor, se diz um homem feliz!
E quantas vezes um homem rico se diz infeliz porque nem um amigo soube conquistar!
Mais leveza quer dizer mais senso de humanidade, de acolhimento e de gratidão.
Ghandi não se notabilizou por ser um advogado, mas sim, por ser um nacionalista, anticolonialista que defendeu a resistência não violenta para liderar uma campanha, bem sucedida, para tornar a Índia independente do Reino Unido.
Sua influência e pregação influenciou outros movimentos pelos direitos civis no mundo inteiro.
Pregou a palavra sugerindo uma luta sem derramamento de sangue, fez jejum, caminhou longos trajetos com vestes rotas, lutou pelo direito dos povos indígenas e levou agricultores, camponeses e trabalhadores a lutar sobre impostos excessivos sobre a terra.
Martin Luther King e Nelson Mandela seguiram a mesma linha de pensamento, na luta pela paz.
Hoje, o mundo passa por muitos problemas no ordenamento político-social, e mais do que nunca, está na hora de mudar esse rumo da era das cavernas, dos desmandos da Idade Média.
Mas se cada um de nós não comungar de ideias solidárias, se estivermos na linha de frente das agressões pessoais, não será possível viver em harmonia.
Não temos que atribuir só aos governantes a responsabilidade por um mundo melhor.
O principal é buscar os princípios cristãos que recebemos no lar, para saber conviver em sociedade, em comunidade, de modo a colaborar para o bem -comum. E não com o intuito de buscar seu lugar ao sol tirando o lugar do outro, ultrapassando limites de uma sadia convivência.
A verdadeira sabedoria está em ser humilde e acessível aos ensinamentos que a vida se nos oferece em tantas oportunidades.
Precisamos nos permitir olhar e enxergar o nosso próximo como um irmão em Cristo.
Essas calamidades que nos assolam precisam despertar em nós um novo olhar. Esse deve ser um olhar de cumplicidade para com nosso próximo, um olhar que amplia horizontes de fé e esperança.
Precisamos olhar para o lado mais do que para o espelho, para o próximo mais do que para nosso pequeno e imperfeito mundo, para as necessidades do nosso semelhante tão esquecido pelas periferias em seus direitos básicos como cidadãos. Esses mesmos que pagam impostos com sacrifícios e que nada recebem em troca, nem o saneamento básico. 
Uma vida mais feliz se liga aos pequenos gestos. E o mais importante é a gratidão que nos ensina a retribuir, em atitudes solidárias, tudo o que Deus nos proporcionou.
Exemplos disso seria alcançar roupas, remédios, itens de higiene, abrigos de inverno, em instituições que servem de apoio aos necessitados.
A leveza da alma vem da simplicidade.E essa leva à plenitude
Deixa que se soltem as amarras que te prendem e, em sentido figurado, abraça os balões que te levarão a voar mais alto.

KATIA CHIAPPINI



POEMA: NÃO TE ABANDONO!

              POEMA: NÃO TE ABANDONO!

NÃO TE ABANDONO!

Não te abandono, porque um dia eu te amei. Não depende de querer, não depende de mim: surge, surpreendendo.
Não te abandono, porque foi quase real. Não te abandono, porque foi quase explosão. Um estado semelhante ao da paixão que envolve e asfixia sem pedir licença. Não te abandono, porque fui a única a despertar um sentimento que deixou rastros: um sentimento tardio mas não menos verdadeiro. Não te abandono, porque meu coração te reclama.A saudade, pálida e sombria, está presente na ausência.
Quem amou aprendeu a fazer mágicas sedutoras porque roubou a varinha de condão da fada e esqueceu de devolver.
Quem amou ainda ama, nada reclama, nada proclama, mas deixa o sentimento falar.
Não te abandono, porque aquele linguado com molho de camarão ainda te espera. E precisas vir para escolher o vinho.
E aquele mar de verdes ondas quer brincar com teus verdes olhos.
Não te abandono, porque tenho as marcas tatuadas na alma.
Não te abandono, porque quando o amor acontece, do calor da chama sempre ficam as brasas incandescentes.
Não te abandono, porque, as vezes, tenho a ilusão de que não queres ser abandonado.
O destino é imprevisível e escreve nossa história. A qualquer momento novas oportunidades podem surgir em nosso universo.
Não te abandono, porque, se decidir, vou chegar antes que me chames.
Não te abandono, como o João de Barro não abandona o ninho que construiu com perfeição. E fiz meu ninho pensando que seria o teu.
Não te abandono, porque teus passos me perseguem e parecem seguir os meus.
Não te abandono, porque o filho pródigo voltou e foi bem recebido.
Não te abandono, porque preciso estar perto da porta. E quando tua mão apertar a campainha, preciso abri-la e abrir meus braços num forte abraço.
Mas não me abandono, porque o poema segue minha jornada.
Não me abandono, porque as rimas me acenam e preciso estar por perto. São elas que me fazem companhia, que me consolam, que despertam meus sonhos secretos e me fazem sorrir.
Não me abandono, porque me sinto mais forte quando escrevo um poema e mais leve de espírito.
Não me abandono, porque só te procuro em versos. Eles levam meus sentimentos ao teu conhecimento.
O poema me permite cantar o amor.
A rima não me permite parar de sonhar, porque apenas o sonho é o que tenho de meu.
Só no poema deslizo em teu corpo, sem querer, por acaso, no ocaso da vida.
Não te abandono porque é Natal e Cristo nasceu para nos falar de amor. E lembrei que seria o momento de lembrar que só por amor vale viver, para aprisionar a última volta da linha, que se enrola no carretel da esperança.
Não te abandono porque és meu hino de todos os dias!
Não te abandono porque me abandonaria
Não me abandono porque sinto tua presença
Não me abandono porque ainda estás vivo em mim!


KATIA CHIAPPINI

domingo, 19 de julho de 2020

GRATIDÃO

                             GRATIDÃO

Não vamos jogar areia
Se podemos jogar flores
Quem tece preciosa teia
Não maltrata seus amores

Gratidão eleva a energia
Faz recolher algo bom
Traz de volta a alegria
Harmoniza no mesmo tom

Agradecer é uma superação
É entender as decepções
É meditar, é contemplação
É superar falsas ilusões

Quem agradece por sua vida
Sabe valorizar o que já tem
Continua tenaz em sua lida
Perdoa e não odeia ninguém

Quem se doa vai colher
Reciprocidade sincera
Perceber os sinais e merecer
Aquele amor de Primavera

KATIA CHIAPPINI


sexta-feira, 17 de julho de 2020

QUEM SOMOS?

                          QUEM SOMOS?

Somos cidadãos frágeis
Tão cheios de presunção
Indolentes, menos ágeis
Perdidos na multidão

Nada dominamos de fato
Somos levados, jogados
Quebramos todos os pratos
Nos tornamos insensatos

A vida é um jogo de precisão
Muito exige, vamos levando
Escorregamos na indecisão
Vamos tontos tropeçando

Somos seres insatisfeitos
Queremos obter o impossível
Transgressores, somos feitos
E, às vezes, somos inacessíveis

Há um destino incerto traçado
Certezas não nos pertencem
Não somos reis nesse reinado
As intempéries nos vencem

Talvez tenhamos algum jeito
De transpor tanta imperfeição
Não atribuir ao outro só defeito
Não acreditar ser o  dono da razão

KATIA CHIAPPINI

terça-feira, 14 de julho de 2020

UMA ORAÇÃO

                           UMA ORAÇÃO

Senhor meu Deus, como não sou perfeita, ensina-me a ser multiplicadora de tuas mensagens.
Quando eu me mostrar revoltada, envia-me o Espírito Santo.
Se eu não acolher o meu semelhante, envia-me um desafio que me faça solicitar auxílio e valorizar meus irmãos em Cristo.
Pode ser que eu fique em isolamento por opção, em crise de desespero. Mas, se acontecer, ergue-me dessa provação e ilumina meu caminho.
Às vezes, aceitamos favores, bajulações em proveito próprio, mas livra-me das tentações de luxo e poder que afastam os verdadeiros valores cristãos.
Se eu me encontrar na escuridão ilumina minha alma para que saiba desviar os caminhos escusos.
Quando eu estiver confusa e desorientada, ajuda-me a buscar em meu interior, a centelha divina que me permitirá reconhecer que és meu Norte e suporte em todos os momentos
Quando eu praticar o voluntariado, dá-me como recompensa, apenas risos, abraços, beijos e palavras carinhosas em retribuição..
Quando eu entoar os hinos sacros, durante a missa, escuta minha voz em Teu coração porque estou tentando ser mais presença em Tua presença.
Senhor meu Deus, como reconheço Tua divindade, rogo-Te que venhas até mim antes que eu chame.
E não me abandones, jamais
E lança, sobre toda a humanidade, o Teu manto protetor, nesse momento de transformação, em que nossas esperanças são os elos de uma corrente solidária  em prol do bem -estar da coletividade. 
Deus seja louvado em toda a Sua honra e glória!

KATIA CHIAPPINI 

sábado, 11 de julho de 2020

TERCEIRA IDADE CANTA E DECLAMA

    
                         TERCEIRA IDADE
                         CANTA E DECLAMA

Um grupo de senhoras de terceira idade costumava ouvir uma emissora de rádio que convidava cantores e poetas para participar de um momento especial . Quem quisesse declamar, cantar, ler uma mensagem, deveria ligar para a emissora e aguardar completar a ligação para participar, interativamente, do programa.
Foi então que conheci Mharisa Só, cantora, Janete Cecim, acordeonista, Ieda Cavalheiro, declamadora, Ilma Almeida, Tânya Maycá, Carmem Costa; cantoras.
Paulo Boanova, apresentador de T.V, era um dos incentivadores dos eventos.
Angélica Queiroz se apresentava com suas duas filhas, entoando românticas canções. Formava-se um lindo trio e valia ver a alegria das meninas.
As senhoras de meia idade passaram a acompanhar o programa que iniciava à meia noite e se estendia até 3 horas da madrugada, inicialmente.
Algumas confessaram que tinham insônia, outras depressão, outras solidão, de modo a se sentirem incomodadas e tristes.
Mas com o decorrer das noites, as damas notívagas iam se sentindo acompanhadas com os poemas e canções.
O repertório era saudosista, dos tempos em que o romantismo era enaltecido nas palavras e gestos.
Tempos em que os namorados presenteavam suas amadas com flores, bombons, perfumes e mimos delicados.
Essas lembranças ficavam presentes a cada música entoada, a cada poema declamado.
O apresentador animava as damas e tinha paciência e aguardava que encontrassem a fita cassete ou o CD  que elas mesmas tinham gravado para participar do programa, ou guardar como lembrança.
Por ocasião do almoço mensal, podíamos prestigiar as nossas damas artistas que se apresentavam, ao vivo acompanhadas pelo violonista da noite de Porto Alegre, nosso querido Silfarnei Alves.
Bruninha, sua filha, ficava na entrada e recolhia uma importância em dinheiro: uma parte para o restaurante e outra para o incansável violonista.
As damas e cavalheiros não precisavam se preocupar em saber se o  tom da música era um dó maior ou um si menor.
 Silfarnei e seu violão se encarregavam de buscar o tom e ir em frente, perseguindo os participantes 
Entre os frequentadoras dos almoços mensais lembro-me de algumas pessoas que prestigiavam todos os eventos.  Carmem Marisa, Jane Ortiz,Beatris Ribeiro Ribeiro, Elena Cordonez, Salgadinho, Adão Madruga, Silvio, Graça Garcia, Ana Maria, Ana Lúcia, Heloisa Mailaender, Maria Rocha, de apelido Lulu, Adélia Sampaio, entre tantos outros. 
Izabel Santamaria, cantora lírica, nos surpreendia com seu alcance vocal e com um repertório impecável, sem reparos.
A radialista e cantora Dilma Rodrigues já tinha vários CDs gravados.
O apresentador e responsável pelo programa da madrugada, na Rádio Pampa, de Porto Alegre, era Dr Venzon, também presidente, por longos anos, da Casa do Poeta, entidade tradicional da cidade.
Nossa fotógrafa oficial era Lourdes Rosa que além de congelar esses momentos a cores, também fazia exposição de seus trabalhos por ocasião dos almoços. E Adélia Sampaio também se envolvia em fixar os momentos das apresentações dos artistas. E conseguia belas fotos.
Por longos anos nos reunimos para essas comemorações e os risos talvez atravessassem a rua de tão descontraídos.
O dono do estabelecimento e esposa assistiam toda a movimentação e aplaudiam as damas e cavalheiros, em suas performances.
Minha amiga Carmem Marisa também tirava umas fotos minhas para que tivesse um material disponível para ilustrar os currículos das coletâneas das  quais eu ainda faço parte.
Ela e eu chegávamos mais cedo para escolher um lugar confortável e ficávamos aguardando a chegada dos demais.
Alguns radialistas amigos de Dr Altair eram convidados para participar desses almoços. Costumavam se pronunciar ao microfone, se apresentar ao público e divulgar seus programas radiofônicos. 
Damas se perfumavam para o evento e escolhiam um figurino bem apropriado para se sentirem mais rejuvenescidas e gratificadas com os elogios que iriam merecer.
Ainda encontro algumas pessoas dessa época, outras me comunico pelas redes sociais, outras ainda habitam minhas lembranças e trazem sensíveis recordações.
Eu me apresentava, iniciando o programa, com uma peça musical, ao som do piano. E recebia a aprovação dos ouvintes e do apresentador, com o qual falava um pouquinho sobre o estilo da música que iriam ouvir.
Foram eventos especiais para todo o grupo: um momento único, misterioso, alegre e feliz.
Aprendi que em qualquer idade precisamos nos permitir atuar, ,acrescentar mais vida ao nosso redor, nos comunicar e buscar qualidade na existência, através das amizades. E, talvez, ser receptiva a um amor maduro e muito paciente, porque ciente de nossas limitações e implicâncias justificadas.
Dona Ruth, por exemplo, conheceu um senhor, nessa ocasião, e veio a se casar, pouco tempo depois de conviver nesse universo de empatia, respeito e cumplicidade.
Hoje, descobri um CD de Ilma Almeida, com músicas de seresta, seletas, e ao ouvi-lo me veio, bem nítida, a lembrança dos programas radiofônicos para damas de terceira idade , bem como, recordei, com saudade dessa convivência harmoniosa.
E o CD de Ilma Almeida vai se juntar aos meus discos preferidos,para tranquilizar meu espírito, na hora de dormir.
Esse é um hábito antigo que tenho, de modo que passo do estado de alerta para um sono reparador.  Quase sem perceber, a música preenche a minha alma e acorda só os melhores sonhos que desejo ter. 

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 9 de julho de 2020

PALAVRAS

                              PALAVRAS

Palavras podem nos consolar
Palavras deixam rastro de carinho
Quem precisa delas vai se beneficiar
Palavras calam na alma, de mansinho

Sentimentos, quando estão abalados
Precisam de consolo e calor humano
Quem orienta o próximo deixa recado
E a palavra ameniza o amargor insano

Palavras são um gesto de caridade
Elas perdoam o filho contumaz
As palavras impulsionam a bondade
E geram um clima de amor e paz

Vamos pronunciar a palavra certa
Que apaga as rugas do semblante 
Precisamos deixar a porta aberta
Para nos aproximar do semelhante

KATIA CHIAPPINI 

OLHOS VERMELHOS

                    OLHOS VERMELHOS

Olhos vermelhos reagem
As amarguras imperam
Olhos trazem uma mensagem
As dores das perdas revelam

Apagam-se todas as cores
Dos olhos inchados de dor
Surpreende-nos os dissabores
De Sul a Norte, seja onde for

Olhos vermelhos proliferam
Familiares tristes se despedem
Sofrem e se desesperam
Fatalidades não se medem

Mas os atos inesperados
Aumentam qual refletores
E os atos tendenciosos
Viram circo dos horrores

Cabe a nos secar esses olhos
Com gestos de nossa alçada
Praticando caridade aos molhos
Retribuindo graças alcançadas

KATIA CHIAPPINI