QUADRINHA DO FINAL DE SEMANA!

       

       QUADRINHA DO FINAL DE SEMANA

           Agradeça a Deus, tenha-o com você
          Ame a natureza, regue flores na janela
          Não culpe a ninguém: a vida é o que
          Você faz dela, quando a torna bela

                    KATIA CHIAPPINI

SUTILEZAS AMOROSAS

                    SUTILEZAS AMOROSAS

Os tempos são modernos
Mas o amor é algo sutil
Formal, quer vestir terno
Pra se tornar mais gentil

É essa especial sutileza
Que o encanta e o redime
É uma suave delicadeza
E não o gesto que oprime

Comprar uma lembrança
Convidar para o cinema
Levar à casa de dança
Dar um certo telefonema

É buscar essa vida louvar
É querer a atenção retribuir
É biscar o ser e se aproximar
É querer ver quanto sentir

É brincar de doce sedução
É falar:'' venha, você é meu''
É desabotoar o longo roupão
É retribuir o prazer que já me deu

KATIA CHIAPPINI

SARAU!

SARAU

Realizou-se na Biblioteca Pública de Porto Alegre, um evento que reuniu poetas, declamadores, cantores e um piano de cauda, solene e imponente.

É o evento mensal de Benedito Saldanha que congrega os amantes da literatura e seus desdobramentos.

Fui convidada para dar o fechamento à pauta do dia, executando algumas peças ao piano, no Salão Mourisco, cujo ambiente é digno de promover a arte.

KATIA CHIAPPINI

REFLITA COMIGO

                            REFLITA COMIGO!

QUANDO A AMIZADE É SINCERA, NÃO SE DESFAZ NA PRIMEIRA CONTRARIEDADE. NÃO SE DESCONSTRÓI, TÃO RAPIDAMENTE, O QUE SE LEVOU TEMPO PARA SOLIDIFICAR.

KATIA CHIAPPINI

PREPARANDO A VOLTA

                   PREPARANDO A VOLTA

Queria a volta preparar
Um dia ficaste de voltar
Não fosse desacreditar
Em promessas sem par

Desacreditar no olhar
Na fraquesa a se delinear
Na ausência à beira mar
Onde ficamos de estar

Queria poder acreditar
Que breve irias chamar
Para a casa eu enfeitar
Para te esperar ao luar

Queria cedo despertar
Colher frutas no pomar
Um belo  jantar preparar
E um vinho selecionar

Mas as flores vão murchar
Vão cansar de te esperar
Os dias vão cansar de passar
E eu vou passar sem te amar

KATIA CHIAPPINI

Le lac de come- suave melodia de rara beleza e expressividade.

UM PENSAMENTO PARA O FINAL DO MÊS...

                    UM PENSAMENTO

DECISÕES, SEMPRE; DESEQUILÍBRIOS, ÀS VEZES; PERDA DE ENERGIA, NUNCA; DESISTÊNCIAS, JAMAIS!

KATIA CHIAPPINI

QUADRINHAS ESTENDIDAS

                QUADRINHAS ESTENDIDAS

DEPOIS... ( quadrinhas estendidas )

Deixaram para depois

Não deveriam tê-lo feito

Não se perdoaram, os dois

Adeus ao melhor tempo, no leito

Ao invés de ler poesia

E se declarar mutuamente

Brigavam por simples covardia

De não querer assumir o amor latente

Um dia o amor se cansou

De precisar usar um escudo

O sonho não mais se programou

E o orgulho insano terminou com tudo

KATIA CHIAPPINI

REMEMORANDO ILUSÕES

                 REMEMORANDO ILUSÕES

Laça, laçador
O amor que já perdi
Caça, caçador
O ser ao qual pertenci

Lavra, lavrador
A semente da paixão
Rega, bom regador
O amor desse verão

Pinta, bom pintor
Minha face de carmim
Navega, navegador
Nas ondas e em mim

Pesca, bom pescador
As ilusões que almejei
Mergulha, mergulhador
Nesse sonho que sonhei

Desperta, despertador
A nossa intimidade
Tatua, bom tatuador
Seu nome em minha saudade

KATIA CHIAPPINI

GOSTEI DE MIM EM TI

                   GOSTEI DE MIM EM TI

Não posso negar
Gostei de mim
Quando senti estar
Tão próxima, assim

Gostei de reler
As cartas sem cor
Gostei de te ver
Declarar-me amor

Gostei de ouvir:
-Te amo demais
Sem precisar pedir
Que falasses mais

Senti tuas mãos 
Nos meus  cabelos
E a satisfação
Aos meus apelos

Beijos ousaram
Calar-me a boca
Corpos colaram
Não fiquei oca

Houve ternura
E sede ao pote
Desenvoltura
Pra dar o bote

Breve cansaço
Eu senti, sim
Pedi novo abraço
De ti em mim

KATIA CHIAPPINI

UM ESTILO!

                          UM ESTILO!

Fi-lo porque qui-lo *
Esse amor em sigilo
Por isso, por aquilo
Irei, talvez, demiti-lo

Não vou adquiri-lo
Nem torná-lo pupilo
Mas como supri-lo
Assim, tranquilo?

Fugirei como esquilo
Como de um bacilo
Vou chorar no asilo
Não lagrimas de crocodilo

                                      KATIA CHIAPPINI

                                              *OBS:

Quem usou essa construção que diz ''fi-lo porque qui-lo'', foi Jânio Quadros, político brasileiro.
É como se disséssemos> eu fiz porque quis, fazer algo ou alguma coisa.
Mas a expressão não está correta, embora tivesse ficado famosa porque Jânio era também exímio conhecedor da língua pátria.
Veja a explicação:
Pela gramática normativa as palavras ''atrativas'' puxam para perto de si o pronome oblíquo. Entre eles está a conjunção subordinativa ''porque''.
Segundo esse princípio gramatical, o correto seria dizer:
- Fi-lo porque o quis.

Porto Alegre 245 anos-minha homenagem à cidade que é a capital do Rio Grande do Sul. Letra, música,voz e violão por Katia Chiappini

VOLUNTARIADO

                       VOLUNTARIADO

Encontrei uma amiga ,de idade madura, que se encontrava triste com o rompimento de um relacionamento de uns 10 anos.
Só falei o seguinte:
- Preencha seu tempo de modo que se sinta útil ao seu semelhante.
Tempos depois, encontrei-a, bem satisfeita, com o olhar sorridente.
Perguntei logo:
-Como vai a vida?
Ela então me relatou que havia se dedicado ao voluntariado. Estava realizada com o fato de trabalhar numa instituição de idosos carentes.
Um dia ela cozinhava, no outro contava histórias, noutro ainda passeava com os idosos e os levava a tomar sol no pátio da instituição.
O trabalho era variado e ela se comprometia de várias maneiras. .Aprendeu a fazer pequenos curativos, dar injeção, tirar a pressão , avaliar a contagem de glicose e demais afazeres que se faziam necessários. 
Dedicava três tardes para prestar esses serviços aos velhinhos que já a recebiam com um abraço amigo e um sorriso nos lábios enrugados.
Fez questão de me relatar sua experiência, as novas amizades que fizera, o bom resultado que estava obtendo para sua vida pessoal.
Descobriu que havia uma parte de velhinhos sadios que ali foram deixados por se tornarem irritadiços e teimosos, gerando pequenos contratempos em casa.
Outros que pediram para ficar numa instituição por serem desatendidos no lar, deixados de lado e esquecidos em suas necessidades.
Outros deles estavam sem falar, quase nada, em casa, com os familiares, para evitar discussões.
Preferiam estar na instituição e só nas festas de final de ano,serem levados para confraternizar, caso algum filho ou filha lembrasse de tomar essa providência.
E ainda havia idosos na instituição que eram interditados, com atestado falso, para que os filhos pudessem tomar posse de seus bens, e mesmo, optar por vender a casa que lhes servia de teto.
Minha amiga ouvia as queixas, as lamentações e constatava a falta de atenção dos internos, quando em seu lar.
Tratava de deixar-lhes falar para desabafar tantas injustiças sofridas.
Ela se tornou uma segunda mãe e conselheira para muitos desses velhinhos.
Falava de Deus como protetor maior, levava os que quisessem para assistir à missa dominical e fazer suas orações.
Esse trabalho fez minha amiga reviver ,encontrar um sentido em sua vida. Morava sozinha mas seu coração estava sempre preenchido pela lembrança da amizade e consideração que recebia, ao se dedicar ao trabalho voluntário.
Não se importava de gastar gasolina para se locomover. Percorria alguns quilômetros para chegar ao local com satisfação.
Nunca mais se sentiu só, nunca mais reclamou da vida.
Ao contrário,agradecia o fato de estar se dedicando ao semelhante e recebendo sorrisos e abraços gratuitos que não têm preço.
Parou de tomar calmantes para conseguir pegar no sono.
E teve certeza de que estava no caminho certo, pois o amor universal, o que não discrimina, é o verdadeiro.
Quem descobriu uma maneira de se dedicar ao próximo, descobriu-se uma pessoa melhor: a melhor que poderia ser.

KATIA CHIAPPINI

BREVE HISTÓRIA DO COTIDIANO

                 BREVE HISTÓRIA

Um instalador de ventilador de teto colocou o ventilador sem os devidos cuidados,sem previsão, no teto de uma cozinha.

A cozinheira chegou e ao abrir a porta da cozinha, bateu e rebentou o ventilador que se esfacelou no chão.

De imediato ligou para o instalador e reclamou do serviço feito.

Ele disse, com toda a tranquilidade do mundo:

- Não esquenta, essa gente tem dinheiro.

E a cozinheira indignada retrucou:

-Um dia a família pode perder o dinheiro,mas ainda restará o caráter.

E completou seu pensamento:

E você, assalariado, o que mais tem para se orgulhar como cidadão?

KATIA CHIAPPINI

DÊ-ME UM SIMPLES SINAL...

                DÊ-ME UM SIMPLES SINAL...

Diga-me ,bem ou mal
Se fui seu Carnaval
Dê-me breve sinal:
- Fui amada ou casual?

Fui seu arroz sem sal
Ou caso na perimetral?
Ou um amassado jornal
Ou um apelo visceral?

Ora flor no canavial
Ora interlúdio banal
As vezes arma letal
Outras suspiro final

Fui um caso sazonal
Em pleno festival
Ou fui enlace carnal
No meio do temporal

Mas finja que foi real
E não fábula ou jogral
Dê-me um beijo lingual
Leve-me pra Nepal

KATIA CHIAPPINI

DIVAGAÇÕES ROMÂNTICAS

               DIVAGAÇÕES ROMÂNTICAS

Se quisesses ser minha madrugada
Virias antes de chamar teu nome
Virias logo na anterior alvorada
Pra saciar a minha sede e fome

Serias o meu alpinista em ação
Escalando as curvas em prontidão
Essas que guardo sob o meu roupão
Entre vales e jardins em explosão

Virias com intenções não passageiras
Comprarias o creme que uso na face
Lerias os versos de uma vida inteira
Que acumulamos antes do desenlace

Virias com a roupa singela que vestes
Porque eu te vestiria como um nobre
E em pleno mar sob o azul celeste
Ficarias desnudo como um pobre

E antes de uma estranheza tanta
Eu te cobriria com meu encanto
Ora simples pecadora, ora santa 
Eu te abrigaria sob o meu manto

A vida cala quando o amor é prece
Tudo o mais se apaga da memória
A paixão embriaga, depois desfalece 
Mas amor segue pra contar a história

KATIA CHIAPPINI

Valsinha-quer dançar comigo nesse domingo? Dance a valsinha com saudade!

MINICONTO: A MOÇA E A PSICÓLOGA

                A  MOÇA E A PSICÓLOGA
                         ( MINICONTO )
Uma moça preocupada com algumas crises de angústia que a levaram ao choro compulsivo, criando sua filha, sozinha e com dificuldades, preocupou-se em buscar ajuda de uma profissional.
Não queria que se desenvolvesse um quadro depressivo e tratou de marcar uma consulta, sem grande demora.
Ela se vestiu com simplicidade, sem adereços, sem maquiagem, penteou os cabelos compridos e os deixou ao natural.
Chegando ao consultório se deparou com a psicóloga, bem alegre, risonha, mostrando o rosto quase plastificado de tantos e frequentes procedimentos estéticos, por certo. Os reflexos no cabelo loiro, o sapato de salto alto e o vestido de corte elegante e excelente caimento, completavam a quadro.
A moça olhava pensativa, observava bem a cena à sua frente. Estava demorando a falar, completamente absorta em seus pensamentos.
Mas pensou e repensou, com seus botões, mais ou menos , o seguinte:
- Mas isso não é justo. Logo eu, com poucos recursos ,vou dar o meu suado dinheirinho, para que essa dama siga preenchendo vincos, rugas, olheiras, pés de galinha e o pescoço enrugado, como o do peru?
E ao mesmo tempo que pensou, levantou-se, inesperadamente, diante do olhar de surpresa da psicóloga, que apenas conseguiu lhe dizer: 
-Bom dia! 
E,mesmo assim, um ''bom dia'',sem resposta.
A moça saiu ,em disparada, parecendo precisar de um ar puro e de uma meditação, para, só assim, voltar ao normal. Mas, ao contrário disso, desceu o elevador do prédio e acenou para um táxi que passava. E seu destino foi um Shopping-center..
Comprou um vestido novo e um par de sapatos. E completou seu estoque de maquiagem, já bem defasado. Tudo para ser pago com suaves prestações. 
Na outra tarde convidou a melhor amiga para fazer um lanche, após uma sessão de cinema.
Ocuparam uma das mesas da sorveteria e  cada uma pediu uma taça de Banana Split. 
Chegando em casa já estava contente, aliviada, mais tranquila e tendo no bolso o dinheiro que foi e voltou. Aquele, antes destinado a pagar a consulta com a Psicóloga. 
Logo, acomodou-se para dormir e ligou o som para embalar os sonhos da melhor noite do resto de sua vida. 
Acordou, milagrosamente, curada e em paz.

KATIA CHIAPPINI

QUEM ME QUISESSE...

                      QUEM ME QUISESSE...

Quem me quisesse
E não o meu sofrer
Seria o que viesse
Pra semear e colher

Um tanto racional
Falando sério
Muito sentimental
Especial critério

Quem me quisesse
Como desafio
É como se tecesse
Sem romper os fios

Quem me quisesse
Em seu universo
Queria que soubesse
Ouvir os meus versos

Quem me quisesse
Diria a verdade
Pois o amor acontece
Na reciprocidade

Quem me quisesse
Pecadora ou santa
Viria se soubesse
Que a recompensa é tanta...

KATIA CHIAPPINI

VOCÊ NÃO PRECISA...

             VOCÊ NÃO PRECISA...

Você não precisa esperar a data de seu aniversário para ser feliz. Ou festejar com amigos se ganhar na loteria. Ou se alegrar quando obtiver aprovação em concurso público.

Mas precisa estar em estado de alerta para vigiar sua alma e não deixar que a tristeza nela faça morada. Porque você não pode esperar o desenrolar dos fatos sobre os quais não tem ingerência.

Alegre-se ao raiar do dia, a cada dia .Assim,quando um fato relevante vier a acontecer, você apenas duplicará seu grau de felicidade porque ela já existirá em seu interior.

Conheci uma senhora que vivia triste em casa,sozinha .Aconselhei que fosse caminhar ao redor da calçada da praça e se acomodar num banco Assim,.poderia ver todo o movimento de outras pessoas, de crianças nos balanços, de cães passeando, das árvores se balançando, das pombas buscando pequenos farelos, de toda a natureza descobrindo novas paisagens.

Ela aceitou o meu conselho, logo encontrou uma amiga na praça e sua vida mudou. E a depressão não se instalou em seu ser.

E, não tardou que outras pessoas sozinhas se aproximassem dela,na mesma praça.
E lhe fiz entender que você só precisa de você.

KATIA CHIAPPINI

QUE MEU AMOR...

                  QUE MEU AMOR...

Que meu amor saiba me ouvir quando o meu humor estiver comprometido
Que meu amor seja paciente com meus deslizes
Que meu amor me permita descortinar novos horizontes e frequentar os cursos que eu escolher para ampliar meus conhecimentos
Que meu amor me receba em casa com um largo sorriso, mesmo quando eu chegar depois dele.
Que ele me espere com a mesa posta, para me surpreender, uma vez ou outra.
Que meu amor não faça pouco caso de minha fragilidade e me abrace quando a tempestade me assustar, durante a noite.
Que meu amor não se irrite com os meus cuidados, mesmo quando os considerar excessivos
Que meu amor não fique chateado e que não resmungue quando eu acordar durante a noite para beber água.
Que meu amor não faça cara feia, quando eu pedir o melhor prato no restaurante, no dia de meu aniversário. E que não tire o meu prazer dizendo que vou ficar ''balofa''.
Que meu amor entenda quando eu voltar a pedir outra declaração de amor. E que não me diga, com irritação visível:
- Mas eu não estou aqui do seu lado?
Que meu amor saiba me conquistar durante o dia e preparar meu corpo e meu espírito para as carícias da noite.
Que meu amor me traga flores, bombons, perfumes, discos e livros.
Que meu amor me prepare uma surpresa. Pode ser uma viagem, uma ida ao teatro, uma excursão ou um outro fato fora da rotina.
Que meu amor aprecie a nova roupa de dormir que comprei para  agradá-lo. Que elogie as rendas, os laços de fita, os bordados, as aplicações de estampas e a transparência proposital.
Que meu amor perceba que troquei os lençóis da cama, a colcha, as fronhas dos travesseiros. E que coloquei um suave perfume de jasmim.
Que meu amor se encante com as pétalas de rosa que espalhei desde a porta de entrada da casa até a porta do quarto, em direção ao leito. E que se dê conta de que são vermelhas como a paixão e  sendo assim, estão a sugerir alguns passos de  tango, seguidos de  uma queda provocada em direção à cama.
Que meu amor entenda que estou me jogando e me espalhando sobre os lençóis, à espera de seu corpo sobre o meu.
Que meu amor entenda que está em meu desejo.
E que, além disso, nada mais desejo.

KATIA CHIAPPINI

DEIXE-ME ENVELHECER

VELHAS-MENINAS

     

                        VELHAS-MENINAS

Velhas-meninas vivem um pouco mais
São as que guardam da infância o riso
Ainda procuram ler cedo os jornais
E podem chegar sem precisar de aviso

Velhas-meninas ainda sabem brincar
Elas amam o artista da tele-novela
Velhas meninas estão à beira-mar
Buscando conchas para o colar delas

Velhas meninas têm igual direito
São provedoras de suas famílias
Para ser justo, guarde o respeito
Elas merecem cuidados e vigília

Velhas -meninas são o nosso suporte

São anjos no lar ,aconchego no ninho

Amo velhas -meninas de sul a norte
Amo seus cabelos ralos em desalinho

Acolham-nas com flores cor de rosa
Descubram seu sorriso e olhar radiante 
Velhas-meninas são árvores frondosas
Velhas-meninas seremos mais adiante

KATIA CHIAPPINI

TEMPO ANTIGO

                          TEMPO ANTIGO

Tempo mais antigo
Amor mais bonito
Antes um bom amigo
Depois, o ser bendito

Olhares na janela
Na volta da escola
Encontro na capela
Não para levar esmola

Passeios na calçada
Em plena quarta-feira
Mãos entrelaçadas
Na volta da feira

Mão suave no rosto
Olhar extasiado
Nada de desgosto
Ninguém assustado

Palavras eram ternas 
E os gestos calculados
Dedicação eterna
Juravam os namorados

KATIA CHIAPPINI

MODO DE OLHAR

                MODO DE OLHAR

Olhar de lado
É curiosidade
Olhar amuado
É contrariedade

Olhar distante
É olhar vazio
É olhar errante
Olhar com frio

Atravessado 
Não é louvável
É desconfiado
Desagradável

Olhar de perto
Dá um arrepio
É quase certo
Que é desafio

Olhar e sorriso
Se aproximou
Tornou-se aviso
E emocionou

Olhar e beijo
Atropelou
É o de desejo
Que extrapolou

KATIA CHIAPPINI

PARA SER POETA

                     PARA SER POETA

Para ser poeta
Não precisa ser
Da rima, um atleta

Tem que ter meta
E ao coração dizer
De maneira correta

Para ser um bom poeta
Não é preciso sofrer
Só andar em linha reta

A poesia nada veta
Ela quer dar prazer
E toda a dor se aquieta

O saber completa
Mas precisa escolher
A cartada certa

Se quiser ser poeta
Só precisa perceber
A sua alma entreaberta

KATIA CHIAPPINI

SONETO DA CONFORMIDADE

            SONETO DA CONFORMIDADE

Que vou dizer que já não tenha dito?
Que vou fazer que já não tenha feito?
Que esse amor que me consome é mito
Que tentei apagar e não tem jeito?

Como chorar o que tenho chorado
Como ecoar se já calei meu grito?
Por que negar o que me foi negado
Simples exercício de um falso rito?

Volto para meu eu e me recolho
Deixo meus sentimentos encobertos
E vou fazer turismo nas Malvinas

Talvez volte para as ilhas de Abrolhos
E volte aos meus afazeres certos
Para negar que ainda és minha sina

KATIA CHIAPPINI

COMPLETANDO A PALAVRA

                              COMPLETANDO 
                                 A PALAVRA

Ser -  É o que eu desejo
Viver-  É primordial direito
Sofrer-  Não é o que almejo
Querer-  É amar sem preconceito
Merecer- É conquistar a reciprocidade
Padecer-  É, na vida,uma fatalidade

Amar-  É ofertar toda a vida
Planejar-  É agir com organização
Vigiar- É uma garantia assistida 
Respeitar-  É ter consideração
Casar-  É querer uma cumplicidade
Se apaixonar- é ocupar o coração 

KATIA CHIAPPINI

CONFLITO AFLITO

                     CONFLITO AFLITO

Por que promete
Sem cumprir
E tête à tête
Fingi me ouvir?

Por que age assim
Sem definição
Mas perto de mim
Fica sem ação?

Por que me segue
Se vai partir
Não quer que pegue
Não quer sentir?

Se, sem pensar,
Vem de atropelo
Pois em meu olhar
Percebe o apelo?

Conflito aflito
Persegue a vida
Vai ao infinito
Mas deixa ferida

KATIA CHIAPPINI

PENSANDO EM PÁSSAROS!

          

                   PENSANDO EM PÁSSAROS

Quando vejo um pássaro voando com as asas abertas,lembro-me de que já abri meus braços em asas para acalentar amores, mas cortei as asas do coração para não mais abraçar quem não me quer.

                                   KATIA CHIAPPINI

QUEM SOMOS?

                             QUEM SOMOS?

Somos o que?
Folha partida?
Nem o porquê
Sabemos da vida

Vivemos cegos
Sem rumo certo
E nosso Ego
Some no deserto

Onde chegar
Da andança?
Como ancorar
Com confiança?

Qual é o trajeto
A percorrer
Se falta afeto
Em nosso viver?

Crer no amor
Como verdade
É ofertar o suor
E a identidade

Queria ser amada
-É o que importa-
Mas amor é estrada
Sem janela e porta


KATIA CHIAPPINI

RECOMENDAÇÃO!

                RECOMENDAÇÃO HÁBIL...
                       ( acredite!)

Se quiser vencer e galgar seu lugar ao Sol, você precisa estudar enquanto outros brincam, assistir às aulas enquanto outros ficam dormindo, fazer esquemas e resumos de suas consultas bibliográficas, enquanto outros nem descobriram o prazer da leitura. Precisa ir ao curso de idiomas enquanto outros preferem jogar futebol, ao invés de se responsabilizarem por seus compromissos.
Mais tarde, quando os outros se derem conta de assumir a própria vida, você já terá transformado seus sonhos em realidade.
Claro que nunca é tarde para mudar o rumo de sua vida. Mas,quanto mais tempo deixar passar, menos persistência lhe contemplará.
Então, não arrisque seu futuro: lute por ele e comece o quanto antes.
A felicidade se conquista com estratégia, determinação e iniciativa!
Principalmente: não fique no mesmo lugar enquanto o tempo passa inexorável e veloz.
Determine prazos e cumpra-os. E avance sempre mais e cada vez mais a cada dia.

KATIA CHIAPPINI

NINGUÉM...

                             NINGUÉM...

Se eu não te enviar versos
Ninguém mais o fará
Sou no verso e reverso
A única que te lembrará

Ninguém esperaria tanto
Contando ondas no mar
Ninguém cantaria o canto
O mesmo que sabes cantar

Ninguém ficaria sorrindo
Mesmo querendo chorar
Pra fazer de conta, fingindo
Que tu virias para me amar

Ninguém é de ninguém
Não se conhece o interior
Nem o que te quer bem
Está sempre ao teu dispor

Na vida há petiscos e riscos
Há ônus e também bônus
Mas se for amor, nem pisco
Quero do espírito o tônus

Sei que ninguém é perfeito
E nem é sempre previsível
Vou amar de qualquer jeito
Tornar possível o impossível

KATIA CHIAPPINI

QUEM GOSTA DE VOCÊ...

           QUEM GOSTA DE VOCÊ...

                   ( um pensamento )

Quem gosta de você tudo faz para ser lembrado. Não se esconde, nem veste a carapuça, nem permanece, para sempre, invisível. Quem gosta de você se arrisca e tenta meios de se aproximar de você, sem receios ou pudores.
Quem gosta de você não exita em pedir seu perdão.
Quem gosta de você escolhe o melhor vinho, da melhor safra, para comemorar o reencontro.
Pois todo o bom vinho encontra um cálice que queira recebê-lo.

                          KATIA CHIAPPINI

REFORMULANDO A LINGUAGEM!

        REFORMULANDO A LINGUAGEM!

Seria possível fazer um breve esforço para não intensificar o uso de termos de baixo calão, sem restrições e fazendo desse linguajar um hábito?
Quando estiver com raiva de seu amigo,diga-lhe:
-Vá catar coquinhos.
Quando quiser ofender a pobre mãe do juiz, que nem pode ir ao campo de futebol, diga, apenas:
- Seu filho da mãe!
Quando se achar tremendamente injustiçado, controle as palavras e não fale ao amigo o que não poderá retirar.
Diga, ao invés daquele palavrão, o seguinte:
- Filie-se ao vício solitário e desopile, amigo.
Ao passar por uma linda moça, na rua, diga somente:
-Que tensão, menina!
Quando você usa uma linguagem de horrores, decepciona quem gosta de você e se desmerece, gratuitamente.
Saiba que as pessoas preferem palavras de estímulo, de consideração,de apoio, de conforto.
E os professores de Literatura e os estudiosos do idioma pátrio, merecem tal palavreado, sendo usado como normal ou engraçado?
Deixando à vista a jocosidade do texto, nas entrelinhas, ou mesmo nas linhas, quero manifestar minha preocupação com as ofensas ditas, e bem ditas, nas redes sociais.
Calúnias e acerto de contas podem se transformar em ameaças de morte. Podem ser fatais quando disseminadas sem qualquer critério. 
Penso que não podemos deixar de lembrar dos bons princípios que falam de respeito e consideração. E que nos foram transmitidos no lar.
Tenho para mim o seguinte lema:
- Se o outro não  merecer ou desconsiderar minha educação, nem por isso vou abdicar dela.
E o fato de me permitir ser educada jamais me levará ao arrependimento
Ao terminar de escrever esse texto deparei-me com a crônica de sábado de Carpinejar cujo título é: ''Educando Sempre.
E com a crônica de Claudia Tajes, intitulada; ''Quer xingar, xinga certo. Ambos, escritores do editorial do jornal Zero-Hora, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
Mas foi transmissão de pensamento, puro exercício de telepatia, que me fez perceber que não estou sozinha, nessa linha de pensamento, queridos leitores.

KATIA CHIAPPINI

REFLEXÃO SEMPRE ATUAL!

              REFLEXÃO SEMPRE ATUAL

 Não se deixe ler e reler por leitores insensíveis quando não souberem se deter na introdução, com carinho. Você precisa ser bem interpretada, sentir o apelo tátil ,para que seus anseios femininos sejam despertados, nessa especial leitura.

E, em cada releitura!

KATIA CHIAPPINI