Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

quinta-feira, 30 de junho de 2016

AMBIVALÊNCIA

                         AMBIVALÊNCIA

Ou é emblemático, ou ladrão
Ou é elástico, ou só de verão
Ou é diplomático, ou não
Ou é fantástico, ou sem noção

Ou é estático, sem pressão
Ou um antipático cidadão
Ou é volátil, em ebulição
Ou enigmático, ou em vão

Ou é carismático, pede perdão
Ou é apático, em depressão
Ou é sistemático, em ação
Ou é eivado de indecisão

Ou o amor é tudo ou nada
Foge ou vem na madrugada
Ou existe, ou é de fachada
Ou fica, ou pula a sacada

Ou se banha em água parada
Ou é onda destemperada
Ou desiste e cai na estrada
Ou se rende à namorada

Ou é um ato quase perfeito
Ou compromisso não eleito
Ou diz que tudo está desfeito
Ou se recolhe ao calor do leito

KATIA CHIAPPINI

terça-feira, 28 de junho de 2016

HOUVE UM TEMPO

                        HOUVE UM TEMPO

Houve um tempo em que eu acordava cantarolando. E até minha secretária do lar fazia seus afazeres entoando lindas melodias
Houve um tempo em que a noite era esperada para reunir a família ao redor da mesa, onde jamais eram permitidas discussões, onde pais e filhos falavam sobre seu dia, sobre planos, sobre as providências a tomar.
Houve um tempo de bonança, de descobrir um novo modo de olhar, de um diferente caminhar, de sonhos que se realizavam sem frustrações.
Houve um tempo de passear pelo jardim, de colher frutas no pomar, de colocar um vaso de flores na mesa da sala de jantar, de receber a vizinha para um chá da tarde.
Houve um tempo de fazer trilhos de mesa, de tricô, de croché, para presentear os entes queridos.
Houve um tempo de escolher roupas com rendas e babados, quando a imaginação se voltava para os momentos de intimidade.
Houve um tempo de presentear com bombons, flores, perfumes, discos, livros, vinhos, um cartão com dedicatória e passagens para descobrir o velho mundo, numa segunda lua de mel.
Houve um tempo de colocar fotos no álbum de família, de ilustrar o diário com adesivos, de enviar cartas de amor.
Houve um tempo de receber o último telefonema do dia, antes de dormir, ouvindo palavras sussurradas do outro lado da linha, que aterrissavam diretamente no coração.
Houve um tempo de transgredir em nome do amor, de correr na chuva de mãos dadas, de rolar nos cômoros de areia, de nadar no açude da estância, de preparar a fogueira para o acampamento de verão.
Houve um tempo em que a sedução percorria fixamente outro olhar.
Houve um tempo de solicitar a próxima dança, de acariciar os cabelos, de puxar suavemente o rosto amado para deixar marcado um terno beijo vermelho-paixão.
Houve um tempo de amar sem hora marcada, sem consultar a previsão do tempo, sempre favorável.
Houve um tempo de esperar debruçada no parapeito da janela e de observar fauna e flora.
Houve um tempo em que a alegria, com suporte na lealdade, pedia licença para reinar absoluta e a tristeza concordava sorrindo.
Houve um tempo de subir nas árvores e balançar seus galhos para colher pitangas e amoras para fabricar um licor caseiro.
Houve um tempo de percorrer os milharais e de sentar, na frente da casa, na cadeira preguiçosa, olhando os parreirais frondosos.
Houve um tempo em que não se vivia esperando que se cumprissem as promessas de amor: simplesmente, se amava.
Saudades desse tempo, onde se olhava nos olhos, se cultivava a seara dos sentimentos e se dava atenção aos entes queridos.
Saudade desse tempo: o da melhor semeadura

KATIA CHIAPPINI

segunda-feira, 27 de junho de 2016

SENÃO HOUVESSE AMANHÃ

              SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ

Se o amanhã não viesse
Teria que ajeitar a vida
Fazer o melhor que pudesse
Terminar a minha lida

Beijar filhos e netos
Regar todas as plantas
Perdoar ou deixar quieto
Desavença que se agiganta

Comprar mais ração para o cão
Doar roupas ao orfanato
Assim como a televisão
E pagar as dívidas no ato

Amar pela última vez
A única e mesma pessoa
Que um dia feliz me fez
Já que a felicidade voa

Se o Sol não brilhasse,então
Nem curasse as amarguras
Queria tua última explosão
Queria que cumprisses tuas juras

KATIA CHIAPPINI

domingo, 26 de junho de 2016

A ALIANÇA DE CASAMENTO: MINICONTO

             A ALIANÇA DE CASAMENTO
                          ( miniconto )

A aliança de casamento foi colocada em meu dedo, desde meus 24 anos, nos idos de 1967.
Uma ocasião, quando eu estava grávida da segunda filha, levei um tombo na areia  ,na praia de Torres, Rio Grande do Sul.  A aliança saltou  do dedo e afundou na areia, perto da barraca que nós alugávamos. Falei sobre esse fato para as pessoas que ocupavam as barracas mais próximas e uma amiga minha a encontrou. Lembro que fiquei feliz porque havia recusado a oferta de meu marido, quando soube que queria me dar outra em substituição. 
Por 33 anos ela ficou brilhando em meu dedo anular sem desmerecer em nada. Não a tirava do dedo em nenhuma ocasião.
Mas como a vida nos reservas algumas surpresas, nos separamos, sem ''barraco'',sem ofensas, sem palavrões, sem nenhum tipo de grosseria. Foi uma conversa civilizada, desde que tomei a decisão de pôr em pratos limpos as razões do pedido de separação e divórcio consensual.
Não nos tornamos estranhos um ao outro e sim, combinamos conversar sobre os filhos, sempre que necessário.
O espírito permaneceu, uma ligação de respeito mútuo, de amizade, se manteve por todos os demais anos, após a separação.
Mas, quanto à aliança, a minha, guardei no cofre, no dia seguinte ao da separação, após o ex-marido deixar a casa.
Minha sogra morava comigo na ocasião e sempre fomos como mãe e filha. Ela tinha enorme apreço por mim.
E a cena que guardo na memória é a seguinte:
 - Vó, venha tomar café, está pronto
- Sim, espere, estou indo
Mas preciso explicar que minha sogra participou dos acontecimentos e soube que seu filho sairia  da casa pela manhã com toda a sua bagagem.
Então, ao chegar na cozinha para me acompanhar na refeição matinal, percebeu que eu não estava mais usando a aliança.
Fixou seu olhar no meu dedo e ficou estática ,querendo falar mas sem nada dizer.
Tomei a dianteira e falei: 
 - Vai ficar tudo bem ,querida sogra. Virei tomar o café da tarde com os seus netos e vamos continuar indo ao cinema, ás lojas. E tomaremos um lanche no restaurante como é de nosso costume.
Mas minha sogra se abraçou em mim e nada conseguiu dizer. Apenas suas lágrimas respingaram em minha roupa porque a aliança que nos mantinha em união matrimonial havia se rompido e a aliança de ouro 18, a minha, já perdera seu par e ficara sozinha no cofre das joias, onde a coloquei.
Depois que se refez minha sogra perguntou:
- E o que é feito da aliança de meu filho?
Então expliquei a ela:
- Ele quis que eu a guardasse comigo e foi o que fiz.
Mas ele disse por que?
- Sim, me abraçou forte e falou:
- Sinto muito. Eu já temia esse desfecho, mas quero que saibas que sempre sonhei envelhecer contigo. Que pelo menos, as alianças se conservem juntas, como por tantos anos estiveram! 

KATIA CHIAPPINI

e-mail: katia_fachinello42@hotmail.com

sábado, 25 de junho de 2016

REFLEXÃO!

                           REFLEXÃO:

    O POEMA É A VIDA EM EXPLOSÃO E O         POETA É A VIDA DO POEMA!

                         KATIA CHIAPPINI

          ( NA FOTO: MÁRIO QUINTANA )

segunda-feira, 20 de junho de 2016

ONDE VOCÊS SE CONHECERAM?

          ONDE VOCÊS SE CONHECERAM?

Essa é uma pergunta que é feita, principalmente ao casal de namorados, com certa frequência.
Ela remete ás recordações do primeiro encontro, aos atos secretos, aos mistérios do amor e trazem, por certo,uma alegria pueril.
Mas o que percebemos, contraditoriamente, é que ninguém conhece ninguém. Parece que quanto mais passam os anos menos conhecemos as pessoas que dizem nos amar.
Depois de algum tempo, as pessoas não se preocupam em nos revelar o seu melhor lado. Passamos a conviver com o lado egoísta, com a ambição desmedida, com a amizade que visa dar um impulso em interesses pessoais, com a inveja e a falta de lealdade, com a bajulação e a desonestidade.
Se não houve vida interior, já de berço, nem a preocupação em incutir valores e princípios, começam a se descortinar os desajustes na vida amorosa, nas relações profissionais e nas de convívio diário.
Enquanto não houver a preocupação de zelar pelo mútuo conhecimento, os objetivos de bem viver passam a se esfacelar naturalmente.
Conhecer o outro é, a cada dia, tentar comunicar, ouvir, tolerar, respeitar. É criar laços, dedicando ao ser amado, pequenos gestos de atenção e ternura. Conhecer mutuamente exige cumplicidade, companheirismo, paciência nas horas difíceis e a solidariedade, presente no melhor sorriso.
Quando nos apaixonamos, nos sentimos tomados de um sentimento ilusório que ama mais as circunstâncias que envolvem o ato de se apaixonar, muito mais do que o ser destinatário da paixão .E esse sentimento nos faz aceitar todos os defeitos sem impor algumas restrições .Porque as carências estão constantemente a nos sussurrar, ao pé do ouvido: apaixone-se.
E para ´poder dizer ''eu tenho um namorado'' suportamos ser o que não somos e a admitir a perda da própria liberdade.
Não se pode mais confiar num sócio ,num amigo que parecia fiel, numa relação estável. Faltando honestidade e responsabilidade, nada se sustenta.
Então conhecemos o padrasto que molesta a enteada, a madrasta que trata de forma diferenciada os filhos de sangue dos adotados, um marido ciumento que tira a vida da mulher, pais que batem compulsivamente em seus filhos, chefes de família que após 25 anos de casamento fogem com a secretária, porque coragem para falar de frente não há.
Mas permanece o fato de que as pessoas não se dão o tempo hábil para que se dê a convivência natural e sem atropelos. 
Não estão interessadas em conhecer e sim, em se relacionar, seja como for.
Onde vocês se conheceram? 
A resposta a essa pergunta deveria ser:
- Estamos tentando nos conhecer, mutuamente, em relação às nossas necessidades.
Conhecer não é querer viver uma paixão intensa a qualquer preço e sim, saber conquistar o amor depois que a paixão se atenua.
Conhecer é uma preocupação constante, um gesto de atenção e um desejo de criar laços profundos. É passear de mãos dadas no parque
O amor une as pessoas, a paixão cega.
Mas se quiser conhecer a face mais bonita da felicidade, tente unir amor e paixão.
Preocupe-se em fugir da rotina, em estimular o relacionamento, em comprar uma nova roupa íntima. Preocupe-se com as velas ornamentais, incensos, pétalas de rosa, lençóis de cetim, fogo na lareira, vinho de melhor safra, aproximação de olhares em mais lugares.
Apresente-se ao amado, na intimidade, apenas com um belo salto alto e um colar de pérolas no perfumado pescoço. Deixe as roupas íntimas subirem a escada que leva ao andar dos sonhos e volúpias.
Sinta o mesmo frêmito da primeira vez e o delírio frenético do amor.
E quando voltarem a perguntar:
- Onde vocês se conheceram?
É possível que respondam:
- Estamos tentando desvendar nossos desejos através de suores, sulcos, fendas ,umidade, encaixes e linhas sinuosas de nossos corpos.
E estamos tentando conectar nossas almas para que sigam a mesma direção, mas saibam vislumbrar novos e harmônicos caminhos.

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 16 de junho de 2016

A DISCOTECA; MINICONTO!

                         A DISCOTECA
                            ( miniconto )

Em certa ocasião, minha amiga de terceira idade, convidou-me para prestigiar uma festa jovem, numa discoteca conhecida ,lá por volta dos anos 80.
Tratava-se de um evento que congregava jovens e seus familiares. 
A música era mecânica e o som bem moderno com predominância dos ritmos que a juventude aprecia.
Os adultos estavam ocupando as mesas  e os jovens estavam dançando na pista, ou olhando para o movimento, nos bancos de um pequeno bar, dentro do ambiente: era a hora do aperitivo.
Havia um locutor que anunciava alguns pronunciamentos que se fariam durante a festa.
Em dado momento, uma pessoa foi até o microfone e falou:
-Temos aqui, hoje, uma pianista que se apresenta na Casa de Cultura. Peço que se dirija ao teclado e nos proporcione alguns momentos de sua arte.
Fiquei desconfortável porque jamais esperava por isso.
Minha amiga falou:
-Vá lá e se apresente.
Como os olhares do público estavam fixados em minha mesa, percebendo de quem se tratava, não tive outra alternativa e me dirigi ao teclado.
Comecei a tocar um Bolero sempre atual de nome '' Vereda Tropical''. E os acordes preencheram o espaço. 
Quase ao final dessa melodia levantei, discretamente, o olhar e, para minha surpresa, a terceira idade tinha tomado conta da pista e rodopiava ao som do Bolero. Sem muito pensar, segui com os acordes do tango''Camiñito'' e fui dando conta de interpretar, com pujança, os tons e semitons do ritmo apaixonante, por sua natureza.
Finalmente toquei Tears in Heaven de Eric Clapton. Os jovens começaram a aplaudir porque não esperavam que uma dama soubesse dedilhar esse som, que traz à tona, uma melodia belíssima, que o autor compôs em homenagem ao filho que perdera, prematuramente.
Antes, os jovens saíram da pista para que a terceira idade se envolvesse nos passos do  Bolero e do Tango.
Agora, os adultos estavam liberando a pista para os jovens.
Minha amiga observava tudo da mesa onde estávamos. Quando voltei ela falou:
- Viste, Katia, todos te aplaudindo, jovens e adultos?
Sorri para ela e respondi:
- Os jovens se surpreenderam. Mas os adultos aplaudiram suas lembranças de juventude, sua, então, vitalidade, seus amores, seus sonhos. Voltaram à era do romantismo que permanece indelével em todos os corações.

KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 15 de junho de 2016

QUADRINHA!

                          QUADRINHA!

Não faça do amor um labirinto
Amor e paixão são reais
Se o seu ar não está extinto
Respire fundo e ame mais

               QUERIDO AMIGO DO BLOG:

Ame seus filhos, seus pais, seus avós, seus amigos suas plantas, seus animais de estimação, sua horta, suas orquídeas em estufas, seus livros, seus discos, seus quadros. Termine seu trilho de mesa em croché, sua manta de tricô. Ame seus quitutes na culinária, sua pescaria, seu jogo de futebol.
E se tiver um grandioso amor, ame mais e ame viver!

KATIA CHIAPPINI

PENSAMENTO

                         PENSAMENTO


A ausência é uma presença que se escondeu e se perpetuou num cantinho qualquer do coração.

                        KATIA CHIAPPINI

terça-feira, 14 de junho de 2016

UM CONCEITO

                            UM CONCEITO

                     POEMA OU POESIA?

POEMA é o texto escrito ou falado, é o modo de exteriorizar os sentimentos em seu diário ou em uma obra que será publicada.

POESIA é  arte de escrever poemas, é o termo genérico. É emoção, sensibilidade, reflexo dos fatos da vida, é o olhar diferenciado de quem sabe ver o belo.

POETA é o que escreve as rimas, as prosas poéticas, os contos, as crônicas, os pensamentos.
E o poeta maior é Mário Quintana, de Alegrete, Rio Grande do Sul, que declinou das honras que lhe foram oferecidas e viveu modestamente.Suas obras, suas inspirações, foram resultado de um real talento. Talento que o tornou conhecido em todo o território Nacional.

 KATIA CHIAPPINI

domingo, 12 de junho de 2016

AOS NAMORADOS DE PLANTÃO

               AOS NAMORADOS DE PLANTÃO

O amor pulou a janela
Frustrou a Cinderela
Levou o sapatinho dela
Presenteou outra donzela

Cinderela sem sequela
Continuou a ver novela
Brincou, subiu na cancela
Pra esquecer sua mazela

Depois, perfumada e bela
Atravessou a passarela
Prometeu que o amor revela
Ao príncipe que for o dela

Pobre e confiante Cinderela
O amor não está de sentinela
Triste se recolheu à capela
E rasgou a sua aquarela

KATIA CHIAPPINI

sábado, 11 de junho de 2016

POEMA AOS NAMORADOS!

                  POEMA AOS NAMORADOS

Quando o amor está ao lado
Os dias são mais felizes
Porque amar e ser amado
É aprofundar as raízes

Enfrento o que der e vier
Procuro e devo me superar
E se Deus me fez mulher
Fez um homem para me amar

Ora te aceito, ora te rejeito
É sentimento versus razão
Se me cuidas- estás feito-
Se me descuidas- adeus paixão-

Chega de mansinho - vem -
Aquece-me com teu beijo
Há tempos te fiz refém
Para aplacar meu desejo

Cobre-me de luar e rosas
Deita-me para te esperar
Deixa-me trêmula e dengosa
Pronta para te abraçar

Vem que sabes o que fazer
Com esse jeito irreverente
É hora do bem- querer
Abre-me : sou teu presente

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 9 de junho de 2016

LEGAL ?

                                 LEGAL?

Penso que essa pequena palavra ''legal'' está sendo usada como coringa, ou seja, substituindo e dispensando qualquer diálogo, comentário ou interação entre as pessoas, não tão legais assim.
Percebo que em algumas situações da vida esperamos por um carinho que a palavra pode agilizar.
Por exemplo:
Um casal se encontra na noite e essa transcorre eivada de romantismo. Na outra manhã, ao se despedir, a moça pergunta:
-Posso te telefonar?
-Legal
Um encontro transcorre alegre quando duas amigas de faculdade se encontram após alguns anos.Elas conversam na cafeteria e uma delas diz:
- A gente se fala, tá?
- Legal
Um escritor lança seu livro depois de perder suas horas de sono para chegar ao término .Ao encontrar seu melhor amigo no dia do lançamento da obra, faz a pergunta:
- Então, o que me diz, amigo?
- Legal
Nem preciso dizer que o escritor fica com o olhar perdido, tentando disfarçar a tristeza, visto estar autografando seus volumes, ao público que tentou reunir, para prestigiá-lo.
Então, legal nada tem de legal se nada acontecer, se não houver interesse na continuidade do encontro.Se não houver diálogo, mesmo breve, entre as partes.
É o mesmo que dizer: 
-A gente se fala .E passados alguns anos, perceber que os interlocutores nem se falaram...
Legal é sentar na praça para sorver uma cuia de chimarrão, é brincar com os netinhos, é viajar, no verão, para uma praia de mar.
Legal é levar a vovó ao Shopping e presenteá-la com um lanche e uma sessão de cinema. E vê-la se emocionar na cena do filme porque lembrou sua juventude.
Legal é conversar com a mãe e pedir sua orientação para a vida ,para os amores, ou em relação à profissão que pensou seguir.
Legal é ser legal com as amizades, é acampar junto ao clarão de um fogo de chão. É contar histórias ao redor da fogueira. É combinar uma pescaria com amigos e se dar ao luxo de conversar durante a madrugada.
Legal é interagir, se permitir viver praticando boas ações.
Legal é criar laços mais profundos onde a saudade irá morar por toda a vida. 
Legal é descobrir todas as artimanhas de um amor grandioso, que brota com calma e traz boa semeadura. E cresce fértil e verdadeiro.
Legal é não se omitir, é perdoar o filho pródigo, é procurar a paz de espírito perdida, é ser humilde para se arrepender, é saber perdoar, é saber se apaixonar, com espírito solidário, pela vida, pelo semelhante, por suas próprias qualidades, pelo seu esforço e determinação de ser a cada dia melhor.
Legal é o nosso melhor amigo. Aquele que chega antes que o nosso pensamento seja formatado. 
Aconteça o que acontecer, seja como for, legal mesmo é amar e confidenciar esse sentimento ao ser amado: sem culpas e sem desculpas.
Sexo é legal.
Amor é fundamental.

KATIA CHIAPPINI

domingo, 5 de junho de 2016

SINCERIDADE!

                           SINCERIDADE

                                     Falar  bravamente
                                     Mostrar coragem
                                     É assumir de frente
                                     Qualquer realidade

                                     É não se omitir
                                     De nada ou ninguém
                                     É nunca transferir
                                     A culpa que se tem

                                     Se a verdade ferir
                                     Fere mais a falsidade
                                     Se a lágrima cair
                                     É pra disfarçar ansiedade

                                     Se houvesse sinceridade
                                     Casais seriam felizes
                                     E teriam capacidade
                                     De solidificar raízes

                                     Ninguém ama a ilusão
                                     Nem a cara deslavada
                                     E não há empolgação
                                     Na mentira cultivada

                                     Mas ainda há perdão
                                     Se esclarecido for
                                     Sinceridade e paixão
                                     Aquecem o leito de amor

                                       KATIA CHIAPPINI

A MOÇA DA MADRUGADA

                A MOÇA DA MADRUGADA

A moça que tecla na tela
Nunca será mais aquela
O seu rosto não se revela
Se esconde qual entretela

Ela se distrai na cancela
Pois perdeu o amor dela
Restou uma triste sequela
Que a desilusão nivela

Não põe fogo na panela
Não quer assar a costela
Não cozinha a berinjela
Nem termina a aquarela

O amor pulou pela janela
Levou o sorriso da Cinderela
Que sonhou com anel e capela
E quis amar no barco à vela

Mas a madrugada é só dela
Busca um cravo na lapela
De quem queira cuidar dela
Pra viver um amor de novela

KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 1 de junho de 2016

A DANÇA

                              A DANÇA

Quem gosta da dança
Não se queixa, nem cansa
Vem e nos passos avança
Ora se dobra, ora se lança 

Ora o corpo se retrai
Ora balança - quase cai -
Mas se ergue e se vai 
E tudo o mais se esvai

A dança traz a beleza
Sugere a dieta à mesa
Tanto acolhe a realeza
Como diverte a pobreza

É uma arte universal
De rua, de Carnaval
Mas há o tango passional
Como o folclore vital

É dom que surge cedo
E não fica em segredo 
Dessa história o enredo
Se desenrola sem medo

 Homem sem preconceito
Já defendeu seu direito
E se não for desse jeito
Não há'' pas de deux ''perfeito

KATIA CHIAPPINI