Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

domingo, 30 de outubro de 2016

PLANEJAMENTO

                        PLANEJAMENTO

                           Primeira semana:

Na segunda-feira vou visitar minha avó .E presenteá-la com doces.
Na terça- feira vou completar minha pesquisa para apresentar no final do curso.
Na quarta- feira vou revisar meu estudo de Inglês para prestar a prova final.
Na quinta-feira vou levar meus netos ao cinema com direito ao suco e ao pacote gigante de pipoca.
Na sexta-feira vou combinar um passeio com meu namorado.
No sábado vou ler meu livro, estudar guitarra e fazer brigadeiro
No domingo vou fazer minhas preces a Deus e fazer uma lista das obrigações da próxima semana. Vamos jantar em família à noite.
Essa é uma semana normal entre tantas outras que se sucederão.
Mas, se eu quiser olhar para o meu interior, meditar e interiorizar sentimentos bons e banir os maus, devo planejar uma segunda semana.

                              Segunda semana:

Na segunda -feira vou assistir  à missa e conversar com o padre.
Na terça-feira vou participar do voluntariado e visitar um asilo de mendicidade.
Na quarta -feira vou participar de um retiro espiritual e rezar pelos meus antepassados para pedir proteção.
Na quinta-feira vou visitar meu filho para pedir perdão e fazer as pazes.
Na sexta-feira vou passar a manhã no hospital para cuidar de minha mãe
No sábado vou levar meus alunos para andar de barco e conhecer as ilhas litorâneas.
No domingo vou tomar chimarrão na praça com filhos e netos. Vou escutar música com minha neta.Vou levar meu namorado para conviver com minha família.
Vamos caminhar, andar de bicicleta e brincar com as crianças.
No domingo à noite vou dormir em paz.
Mas na segunda-feira seguinte vou planejar novos olhares sobre minha vida, fugir da estagnação, da zona de conforto e do mesmismo.
E, embora aposentada, e por essa razão, não vou me deixar ficar na inércia. Vou seguir meu trabalho em literatura e escrever novos contos e poemas.
Vou prosseguir com as aulas de hidro-ginástica e com as caminhadas diárias.
Vou receber meus alunos de piano e descobrir as músicas do momento para compartilhar com eles.
E, de segunda a segunda, vou planejar novas tarefas e determinar parte de meu tempo para visitar algumas senhoras idosas que me esperam para contar ''causos'' ou para ouvir os delas.
As pessoas nos preenchem com seu carinho, com seu abraço e atenções.
Os bens materiais são um falso apoio e se apegar a eles nos levará a esquecer as pessoas.
Os bens necessários à sobrevivência são os que temos direito pela constituição. E esses precisamos exigir de nossos governantes.
Mas esse é tema para depois. Depois de voltarmos de nosso interior e meditarmos sobre nossas reais possibilidades e sobre a importância de amar nosso semelhante.
Se quiser amor, doe-se. E esse carinho lhe será dado antes que perceba.
Colha a melhor semeadura: um amor verdadeiro.

KATIA CHIAPPINI

sábado, 29 de outubro de 2016

CHEGANDO MAIS PERTO!

                    CHEGANDO MAIS PERTO!

Chegando, invadindo
Buscando novos caminhos
Ele falou que está vindo
E ela o espera no ninho

Ele sorri e se deleita
Ela dança sensual e linda
Ele a percebe bem feita
Cheia de curvas infindas

Ele vem cheio de charme
Ela o surpreende sem roupão
Ele aciona o próprio alarme
Acelera-se a especial tensão

Ele aciona seu atleta
Faz por merecer um troféu
Enquanto o jogo se completa
Na cama redonda do motel

Acelera, depois desacelera
Vem, vai, vem e sussurra
Se faz o sonho e a quimera
Entre o tapa e a falsa surra

Todo o gesto de paixão
Terá a permissão dos dois
Saciar o corpo e o coração
É não deixar para depois...

KATIA CHIAPPINI




MÃOS AMOROSAS

                         MÃOS AMOROSAS

Mãos buscam interstício
Procuram sulcos e fendas
Se valem de  artifícios
Para acolher as oferendas

Mãos preparam terreno
Arrepiam o corpo inteiro
Por mais que seja ameno
O toque se lança certeiro

Mãos acariciam sonhos
Ou afagam o par de seios
Nas amorosas me ponho
E exponho meus anseios

Mãos são parte da criatura
Que se destinam ao prazer
Sorvem carinhos em fartura
Pingam gotas de prazer

Mãos sabem a sua função
Apertá-las, é fazer as pazes
O amor  lhes pede permissão
No deleite dos jogos vorazes

                                       KATIA CHIAPPINI











sexta-feira, 28 de outubro de 2016

CALO OU FALO...

                          CALO OU FALO...

Falo para contestar
Calo a dor cruel
Falo por falar
Calo pra ser fiel

Falo de sentimentos
Calo se me convém
Falo de envolvimento
Calo se ele não vem

Falo a tristeza, pouca
Calo meu universo
Falo sem ficar rouca
Calo a canção e o verso

Falo para ser e viver
Calo meus tropeços
Falo pra me erguer
Calo meu endereço...

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

SE EU NÃO PUDER SER

                   SE EU NÃO PUDER SER...

Se eu não puder ser a brasa
Quero ser a fagulha primeira
Se eu não dormir em tua casa
Vais me aconchegar na lareira

Se eu não preparar o teu café
Vou te levar para a academia
Na volta podes pedir cafuné
Ou tomar um banho de água fria

Se te insinuares posso me negar
Ou aceitar a tua companhia
Se souberes o meu amor conquistar
Contarei os meus segredos e magias

Mas se eu puder ser teu mundo
Precisas aceitar os meus carinhos
De nada vale meu olhar profundo
Se te embrenhares em descaminhos

Se eu der um passo grande à frente
Mas ver que teimas em voltar atrás
De soldado nunca chegarás a tenente
E nem do amor as delícias terás

KATIA CHIAPPINI

MADRUGADA SILENCIOSA? MINICONTO

                  MADRUGADA SILENCIOSA?
                                MINICONTO

D. Maria se dirigiu ao posto de saúde de sua região sentindo dores de estômago. Solicitou atendimento com urgência e ficou aguardando no longo e frio corredor. Esperou um bom tempo e não via movimentação alguma. Foi chegando a noite fria e, em dado momento, pareciam ter interrompido os chamados e as pessoas continuavam aguardando a sua vez.
Em dado momento, passou uma enfermeira e D.Maria perguntou:
-Onde estão os médicos de plantão?
- No intervalo, logo voltam a chamar as pessoas.
D. Maria esperou mais um tempo e falou mais alto:
- Estou com dores de estômago, alguém pode me atender, agora?
Como num passe de mágica, abriram-se várias portas e os médicos saíram de seu consultório. D. Maria parecia ver pássaros saindo rápido, livres de sua gaiola, desordenados.
Um dos médicos tomou a dianteira e falou:
-Pode entrar, D.Maria, vou atendê-la.
Certamente, os médicos adiaram seu recreio para mais tarde!

KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

QUESTÃO DE HONESTIDADE: MINICONTO

        QUESTÃO DE HONESTIDADE
                        (  miniconto )

D.Maria passou suas compras no caixa do supermercado e ficou aguardando o empacotamento. Viu que o ambiente ficou pesado e a moça olhava para ela.
Então perguntou:
-Você está esperando o empacotador?
- Não, estou esperando o pagamento
- Mas como, se lhe dei uma nota de 100,00 reais e só gastei 70,00?
- Engano seu ,a senhora não me deu nada de dinheiro.
Nesse momento começou a se delinear a junção dos curiosos para assistir a cena que se desenrolava com certa tensão.
D. Maria, nos seus 70 anos de vida e ainda muito lúcida falou:
- Chame o gerente de caixa e peça-lhe para conferir os valores. Eu nada temo e sei que vai sobrar exatamente o que lhe dei. E me deve 30,00 reais de troco.
Mas ela percebeu o embaraço da moça e foi, rapidamente, chamar o gerente que aceitou a sugestão. Ao fazer a vistoria dos valores recebidos verificou que, na verdade, os 100,00 reais estavam ali, sobrando.
O gerente lhe deu o troco, se desculpou pela moça e mandou as compras para sua casa, sem cobrar o carreto. 
D. Maria agradeceu ao gerente mas ainda argumentou:
-Aceitaria receber um perdido de desculpas da moça porque passei por esse constrangimento, desde que ela foi desonesta.
O gerente pediu para a funcionária se retratar mas ela saiu correndo e não o fez.
D.Maria concluiu:
Deixe, senhor gerente, pois essa pobre moça não pode dar o que não tem.
E assim, saiu do supermercado sem temer e sem ficar devendo nada a ninguém. 

KATIA CHIAPPINI  

terça-feira, 25 de outubro de 2016

COMPRANDO SAPATOS: MINICONTO

                   COMPRANDO SAPATOS
                          (  miniconto  )
Dona Maria vestia-se com tanta simplicidade que nem reparava que olhavam para ela com certo desdém, pois há pessoas que julgam pela aparência e não pelas virtudes intrínsecas. Foi ao Shopping comprar sapatos porque os poucos pares que tinha estavam gastos e com o solado quase transparente.
Procurou uma loja sofisticada, onde as atendentes estavam vestidas com requinte e bem maquiadas.
Então, estabelece-se o seguinte diálogo:
- Senhorita,quer me ver aquele modelo à esquerda da vitrine central?
-Sinto muito, não temos outro par igual e aquele não vai servir no seu pé.
-Bem, então escolho outro, pode ser aquele último do lado direito, tamanho 36.
- Ah! que pena, esse tamanho está esgotado.
- Claro, mas pode me dar o que está no centro da vitrine.
-Qual a cor que a senhora quer? 
-Uma cor neutra: preto, castor, marrom ou marinho.
- Esqueci senhora, aquele modelo só veio em cores vivas.
Dona Maria custou a entender a situação e só se deu conta quando viu que estava sendo observada por outras vendedoras que cochichavam entre si.
Então, chegou no balcão central e colocou sobre ele, um maço grande de dinheiro, notas de 100,00, presas por elástico.
O gerente correu a atender Dona Maria e falou:
- Senhora, venha comigo. Vou lhe dizer quais os modelos da nova estação que a loja acabou de receber.
E Dona Maria respondeu:
- Não, agradeço sua atenção, mas prefiro que diga para as suas vendedoras  a maneira correta de atender uma senhora.
E diante do olhar de surpresa do gerente concluiu:
- Tenham todos um bom dia!

KATIA CHIAPPINI


domingo, 23 de outubro de 2016

NO SUPERMERCADO: MINICONTO

               NO SUPERMERCADO
                           (miniconto )

Dona Maria, poderosa aos 70 anos de idade, estava no supermercado e percebeu um funcionário bem perto dela, seguindo-a por toda a parte.
Ela imaginou que o fato de estar  com roupas simples e calçando um chinelo de dedo, tivesse alertado o funcionário que dela desconfiou.
Como estivesse contrariada perguntou ao homem:
-Você está me seguindo?
- Não, impressão sua
Dona Maria teve a ideia de ir para oposto, na outra ponta, na prateleira dos frios. Não demorou muito e lá estava o funcionário, fazendo de conta que estava ajeitando os mantimentos.
Perguntou novamente:
- Você está me seguindo?
- Não, senhora
Mas a cena não mudou o tempo todo e o funcionário a seguiu até chegar sua vez de pagar as compras.
Dona Maria tratou de encher o carrinho de produtos de toda sorte e foi colocando tudo no balcão. Ainda assim, estava sendo seguida, pois o homem estava curioso para ver o que ia acontecer.
Mas, ao invés de efetuar o pagamento, deixou aqueles produtos todos no balcão, um a um, sem pressa, e disse ao seu seguidor
-Agora, moço, guarde tudo nas prateleiras que vou fazer compras em outro supermercado.
E lá se foi Dona Maria,vingada e feliz, ao ver que o público entendera tudo. Esse mesmo público que ficou cochichando e apontando para o funcionário que tratou de sumir lá para os fundos do estabelecimento. 

KATIA CHIAPPINI

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

SER OU PARECER

                                      SER OU PARECER

O esforço para ser mais
É o mesmo para parecer
É preciso ver os sinais
E resolver o que vai ser

As nossas circunstâncias
Podem tentar nos exigir
Uma fingida tolerância 
Para agir sem discernir

Quais banais camaleões
Sem temor de consciência
Viramos nefastos ladrões
Por mera conveniência

Temos muito a aprender
Como jogar bem baralho 
Ora ganhar, ora perder 
Para saber desviar atalhos

A ordem já se inverteu
Abandonou valores morais
Quem não se arrependeu
A vida não perdoará jamais

Ser alguém ou parecer
Parece ser um teorema
Não nos é dado entender 
A vida tem seu esquema

Existe aquele soldado
Obediente e altaneiro
E outro que atropelado
Sabe se erguer por inteiro 

A escolha está a passo
Algo queremos fazer
Se possível, criar laços
E, na verdade, renascer 

KATIA CHIAPPINI


ROLANDO...

                              ROLANDO...

Seres de todos os lugares
Rolam como rios inquietos
Trabalham, voltam aos lares
Se abraçam no mesmo teto

Crianças rolam pelo chão
Sujam e rasgam suas calças
Bailarinos rodopiam no salão
E rolam nos passos da valsa

No verão, em mar alto
Banhistas amam sereias
Carros rolam no asfalto
Namorados rolam na areia

Num rolar manso e triste
Estão os que perderam a fé
Discursando de dedo em riste
Quase não se mantém de pé

Rolam as farsas dos políticos
Rolam a inflação e a pobreza
E sendo ou não seres críticos
Fomos rolando na correnteza 

Rolamos sem rumo, ao acaso
E não rolam as soluções urgentes
Chegamos oprimidos ao ocaso
Abandonados, tristes ,dementes

KATIA CHIAPPINI

SONETO

SONETO

QUER TENTAR FAZER UM SONETO?

As duas primeiras estrofes, possuem 4 linhas .
As duas últimas estrofes possuem três linhas
Uma das rimas seria, nas duas primeiras estrofes, rimar a primeira linha com a quarta e a segunda com a terceira.
Nas duas últimas você vai rimar a primeira com a segunda linha e a terceira linha da primeira estrofe você vai rimar com a terceira linha da segunda estrofe, ambas de três linhas, apenas.
É você pode fazer sonetos decassílabos, ou outros menores, observando a métrica que o soneto exige. Então, falamos na rima e no ritmo. Ainda deve observar uma pausa, no meio da frase, onde possa respirar. Com ou sem vírgula, faça uma pausa, ao ler. E escreva de modo a provocar essa pausa, no meio de cada frase que fizer.

EXEMPLO

Decerto estranharás que nos meus versos
Nessas quadras de amor que vou rimando
Nunca o teu nome passe, perfumando
Os meus pobres vocábulos dispersos

E quedarás talvez, triste, pensando
- os negros olhos em pesar imersos-
Que meus afetos de hoje são diversos
Desses que outrora te conte, cantando

E, no entanto, esse amor velado, embora
É ainda, o mesmo, que ele foi outrora
Da mesma forma o meu estro estima

Que eu oculte o teu nome, nada prova
Porque estás, toda inteira, em cada trova
E vives palpitando em cada rima

ANTÔNIO LOBO

KATIA CHIAPPINI, CONVIDANDO OS CAROS LEITORES A TENTAR CONSTRUIR O PRÓPRIO SONETO

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

PENSAMENTO

                 PENSAMENTO:

O poeta é um atleta atento que malha na academia dos sentimentos.


Katia Chiappini

DEVANEIOS

                 DEVANEIOS

O amor diz que nos mira
Ora é verdade, ora é mentira
Mas o amor por nós suspira

Atualmente está em perigo
Olha para o próprio umbigo
Diz que não quer mais abrigo

Perdem-se algumas apostas
Mas gostar de quem se gosta
É conservar a mesa posta

Vem a irreverente carência
Sem ter medo ou decência
Amor é efervescência

Então se disfarça com jeito
Vem se aconchegando no peito
E desmancha os lençóis do leito

KATIA CHIAPPINI


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

FALANDO FRANCAMENTE...

FALANDO FRANCAMENTE

Sob as peças de roupa íntima
Há especial enredo amoroso
A razão se corrompe, ínfima
Em face ao apelo  dengoso

Qual dos olhos -colírio -
As mãos, de abril a abril
Tocam o cerne do delírio
Provocando desejo febril

Sob a roupa de fina renda
O corpo nu é ofertado
Trocam-se as oferendas
E gestos tresloucados

É tempo fértil de mil delícias
Ele e ela inventam suas artes 
Deitam, na terra entre carícias
E acordam, atordoados em Marte

KATIA CHIAPPINI

terça-feira, 18 de outubro de 2016

PENSAMENTO EM SOFISMA!

     PENSAMENTO EM SOFISMA

Se nada é para sempre, eu sou seu nada: é para sempre

KATIA CHIAPPINI

QUERIA NÃO FALAR DE AMOR...

            QUERIA NÃO FALAR DE AMOR...

Queria esquecer um pouco da palavra amor porque minhas lembranças me magoam, as vezes.
Mas pela manhã ligo a televisão para orar com o pastor e ele só fala de amor.
Leio o jornal e percebo que se mata por males de amor, o que está virando moda:uma total inversão de valores.
Vou lecionar e um aluno me diz:
- Professora, sabia que encontrei meu amor?
Ao cumprimentar uma amiga na rua, ela me diz:
- Katia, reza para que eu faça as pazes com meu amor.
Ao entardecer vou dedilhar o piano e encontro entre minhas partituras alguma peças famosas que lembram o amor: tema de Romeu e Julieta, Valsa do Adeus, tema do filme Suplício de uma Saudade, tema de Candelabro Italiano, Amor perfeito, Pour Elise, Branca, Folhas Mortas, o tema da Dama das Camélias e Violetas Imperiales. Esse é o nome do filme com  Sarita Montiel, que interpreta a canção do mesmo nome.
Após o jantar vou para as Redes Sociais e leio poemas de amor, mensagens e pensamentos românticos que invadem toda a tela.
Ao entrar no bar para completar minhas compras escuto:
- Hoje vou beber todas porque meu amor me deixou. 
E mesmo que não fale com pessoa alguma, em minha casa, surpreendo-me, pensando em amores mal havidos.
Percebo que é impossível passar um só dia sem pensar no amor. Ele está em toda parte. Está no sorriso largo da moça, na alegria do rapaz, no olhar do namorado para a namorada, no beijo roubado, no abraço demorado, nas mãos dadas do casal de idosos.
Está entre as crianças inocentes, entre pais e filhos, entre amigos que se encontram depois de algum tempo. Está entre colegas de trabalho, entre os desafortunados que moram na rua. Esses, que se apoiam e dividem o pouco que têm para que todos se alimentem e não morram de fome.  
O amor pode construir, destruir, ruir, ou nos erguer. Cabe a nós saber como lidar com nossos amores. É uma arte conservar um amor.
Mas falar de amor não é amar.
E amar, verdadeiramente com doação, respeito e comprometimento se tornou um conjunto vazio.
Hoje amar se confunde com ficar, com zoar, com fazer festa, com se esbaldar na noite, com pegar, se identifica com os dias de Carnaval, pois após as quatro noites as máscaras caem.
O amor perdeu o sentido, a identidade, o vínculo, os laços de um verdadeiro afeto. Hoje é sinônimo de aventura, loucura, satisfação tátil e volátil.
E a esperança de encontrar um amor grandioso, é tempo ocioso .
E à medida que caminhamos para construir um belo sentimento de amor, já estamos antevendo e acreditando em mais uma  história de desamor.
Eu não queria falar de amor...

KATIA CHIAPPINI

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

AMOR OU VÍCIO

                AMOR OU VÍCIO

Me queres e me pedes
Que contigo me deite
Me pedes impertinente
Que eu seja teu deleite

Me queres ao teu lado
Acendes meus faróis
Me enroscas encantado
Sob brancos lençóis

Me descobres- travesso -
Me ofereces os préstimos
Preparas o arremesso
Aceito-o por empréstimo

Antes de te devolver
Recebo-o sem pudor
É meu jeito de querer
De te deixar em torpor

Nossos corpos sobre a cama
Se desnudam num segundo
É vício,é sina, é chama
É dueto tátil e profundo

As vezes, jogas a toalha
Outras solto o roupão
Ora santa, ora canalha
O amor é meu ganha-pão

KATIA CHIAPPINI

UM PENSAMENTO!


PENSAMENTO!

Vale mais dominar a própria força do que prejudicar o semelhante com gestos desproporcionais.
Vale mais compartilhar a sabedoria do que guardá-la para si.
Vale mais praticar a humildade do que subir os degraus do orgulho e lá permanecer como um falso deus.
Vale mais praticar um trabalho comunitário do que ficar dando brilho nas medalhas que recebeu.
Vale mais ser solidário do que se deitar na fama.
Vale mais brincar com nossa criança interna do que adotar uma postura de superioridade e um sorriso amarelo, numa cara de paisagem.
Vale mais retirar as máscaras porque se não o fizer, correrá o risco de se identificar com uma delas.
Somos todos náufragos e não nos salvaremos da tempestade se essa estiver em nossa alma.

Uma boa semana e alguns minutos de reflexão!

KATIA CHIAPPINI

DA BOCA PRA FORA

                DA BOCA PRA FORA

Você pensa nela
Mas fala que não
Diz que não é dela
Mas fala em vão

Você quer se afastar
Não consegue não
Só não quer aceitar
O pulsar do coração

Nega seu sentimento
Finge ter valentia
Mas no isolamento
Mora a sua agonia

Da boca pra fora
Você nega o amor
Mas já está na hora
De ser o cobertor

Não olhe pela janela
Preso em seu casulo
Chegue pra perto dela
Tente dar especial pulo

Não é o pulo do gato
É o de outra ordem
Creia-me: é um fato:
- Mulheres não mordem

Da boca pra fora
Ou por um tris
Revele-se agora
E seja mais feliz

KATIA CHIAPPINI

domingo, 16 de outubro de 2016

UM SER PERDIDO

           UM SER PERDIDO...

O homem chama:
- Maria, Joana, Sônia
Nem sabe a quem ama
Delira em plena insônia

Desequilibra a mente
Tanto faz: cara ou coroa
Pega quem vier pela frente
Embarca em qualquer canoa

Quer todas e nenhuma
Tanto faz: Paula, Janete
Não há escolha alguma
Agora sorri pra Salete

Na moldura de um rosto
Vê outras três: eu sinto
Pensa afastar o desgosto
Se envolve num labirinto

Não é mais um ser sereno
De carinho está faminto
Ninguém lhe dá um aceno
Deixou-se afogar no instinto

Fugiu de si: se abandonou
Foi leviano e sua vida tão infeliz
A razão disso descobriu:
- A mulher que amou não o quis

KATIA CHIAPPINI





AGRADECIMENTO- 2016

   AGRADECIMENTO AOS LEITORES
                              DE
                           ( 2016 )
Caros leitores:
Venho agradecer por 81.000 acessos em ''inspirações'', um blog de poemas, contos, crônicas e pensamentos.
Dedico esse trabalho aos leitores fiéis e aos eventuais, que me dão a grata satisfação da presença.
Nesse mundo tão conturbado, penso que o poema pode levar aos sonhos perdidos, a outros já alcançados e a outros que vão se delineando com vagar, mas com objetivos definidos.
Ler poesia é despir-se do mundo prosaico que teima em nos chamar.
Escrever poesia é compartilhar sentimentos significativos. É deixar a alma falar às claras. É trazer um pouco de paz aos corações feridos.
Falar sobre poesia em um grupo de escritores, é divulgar um trabalho gratificante, e ao mesmo tempo, trocar ideias sobre o mundo das rimas e seus encantos. É trocar ideias sobre temas da atualidade, é sugerir uma pauta de reuniões ou de oficinas literárias.
Ao perceber que meus textos chegam aos rincões mais distantes, sigo tendo a missão de prosseguir e me empenho em fazer o melhor possível.
Muito obrigada pela oportunidade de compartilhar esses temas e de sentir a receptividade que tenho.
Muito obrigada pelos compartilhamentos e pelos comentários, que por vezes, leio e aprecio.
Muito abrigada aos seguidores do blog, cadastrados.
Esse trabalho tem como ideia a divulgação de narrativas baseadas na vida real, noutras que me pareçam atuais.
Os poemas são para as pessoas de sensibilidade fina, de apurada capacidade de se transportar ao mundo da fantasia. 
Poetas se entendem e convivem bem. Uns estimulam os outros e assim vão se organizando, em sistema de cooperativas, para editar livros, num esforço conjunto.
Participar dessas coletâneas é um prazer renovado!
Criam-se laços de amizade, de união, de solidariedade. 
Em ''inspirações'' comunico-me com alguns leitores e respondo os comentários que aqui deixam.
Sempre que quiserem, podem sugerir temas ou fazer comentários sobre os assuntos tratados. Há um local para isso. E me faz bem poder ver a interação dos leitores para comigo.
Rumo aos 100.000 acessos!
E lembrem-se: enquanto houver um leitor à caminho, haverá um escritor para recebê-lo de braços abertos, apresentando suas rimas repousantes!

KATIA CHIAPPINI
MUITO OBRIGADA

SOBRE O SENTIDO DO AMOR

               SOBRE O SENTIDO DO AMOR

O sentimento de amor está se transformando em breve aventura.
Aventura como se fosse uma nuvem passageira, uma fração de tempo, não mais do que alguns minutos, onde a farsa quer se disfarçar em sentimento verdadeiro. 
O amor que se confessa sem nada sentir. Apenas uma palavra usada sem significado real, mas cujas vantagens e interesses estão em jogo, no moinho das emoções eivadas de desilusões.
Os envolvidos prometem tantas coisas num só dia! Mas no dia seguinte já nem se lembram das palavras ditas, como se fossem parte de um código de ilusões. 
As promessas de verão hibernam no inverno das almas sofridas.
Mas as juras de amor ecoam, verdadeiras ou não ,para atormentar e desequilibrar nossas vidas.
O encontro nunca se dá. As desculpas proliferam e, por incrível que isso possa parecer, as promessas seguem sendo feitas em vão.
Quantas vezes já esperamos o amado na sala de jantar, com as velas acesas, com flores no centro da mesa guarnecida com toalha de linho ,bordada!
Quantas vezes já fomos esperar no aeroporto, pelo voo que nunca chegou!
Quantas vezes já gastamos quase todo o salário para comprar roupas íntimas, vaporosas e sensuais para o encontro frustrado!
Mas as nossas carências nos enganam e nos aventuramos por caminhos e atalhos sem saída. Ou saímos em frangalhos.
Esses encontros fortuitos, as vezes, proibidos, teimam em se repetir, esporadicamente, porque sozinho, pela vida à fora, ninguém quer permanecer.
Quando o sentimento é mais forte do que a razão, acabamos por nos bater contra as pedras, muitas vezes, até acordar a consciência e buscar um novo olhar e um novo amanhecer, iniciando com passos lentos e reflexivos.
Vivemos esperando um príncipe que já se perdeu na mata, que viveu em outros tempos, onde a conquista era eivada de gestos de ternura e encantamento.
De outro lado, relutamos em ficar sós, não aceitamos nossa solidão. Esquecemos que somos muito mais do que seres dependentes de um amor de fachada.
Precisamos aprender a ser inteiros. Só depois de nos aceitarmos como seres independentes vamos conseguir buscar outro ser de personalidade e que não tenha medo de se arriscar por nós.
Seres maduros que saibam se portar como gentis cavalheiros.
O amor, em nossos dias, perdeu o sabor do início, meio e fim. E o fim, nesse sentido, seria o relacionamento estável, maduro e equilibrado. Seria o viver sob o mesmo teto, tentando se doar para merecer carinho, respeito e atenção.
A busca do amor romântico está em desuso. Os relacionamentos não satisfazem aos envolvidos. E a partida já se planeja, mesmo antes da chegada. É um ir e vir de desilusões, mágoas e lágrimas.
Com essa fragilidade em que estamos envolvidos nos tempos modernos, nos deixamos levar ao leito, sem jeito, sem a total entrega, sem noção e sem identidade própria.
Algumas pessoas preferem uma noite de amor, apenas, com o homem que dizem amar.
Outras ainda buscam a sua verdade.
Outras não fazem exigência alguma e vivem num labirinto de paixões sem sentido.
Outras se deixam imolar, aos poucos, por dependência crucial.
E os amores verdadeiros parecem que se perderam nas curvas do caminho.
 E não mais nas curvas de um corpo que pede o outro para um completo existir.

KATIA CHIAPPINI

sábado, 15 de outubro de 2016

MAIS PROMESSAS DE AMOR!

            
                    MAIS PROMESSAS DE AMOR

Fiz minhas promessas de amor
Porque outras promessas ouvi
O mar de verão ficou a esperar
Mas contei ao mar que amor não vi

O verde das ondas ficou desmaiado
A cada ano uma nova espera
O mar ecoava o seu brado
Mas aquele amor virou quimera

Mar e verão teimavam em chamar
Sentia o corpo numa pré-convulsão
As estrelas me pediram para presenciar
O tempo certo da explosão da paixão

Essa espera ainda nos mantém vivos
Somos cativos da ilusão, da desilusão
Enquanto do amor ficarmos esquivos
Não haverá esperança para o coração

Restam apenas muitas conjecturas
Amantes invisíveis nos tornamos
Nossa vida se transformou em juras
Cuja inverdade está onde estamos

KATIA CHIAPPINI

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

DIA DO PROFESSOR;MINICONTO

DIA DO PROFESSOR;MINICONTO

No meu estágio para conseguir obter o diploma de professora, deveria dar uma aula para uma turma de 40 alunos de uma vila de Porto Alegre. A nota do estágio fazia a diferença, até para ingressar numa Escola particular conceituada.
Resolvi fazer uma visita para essa turma de alunos e me apresentei para eles. Fiquei impressionada com a bagunça geral e pensei logo:
- Pobre professora!
A professora titular resolveu dar uma saída e me pediu para ficar com os alunos, só reparando.
Foi então que me veio a ideia e quando ela se afastou eu falei:
- Amanhã, vou dar uma aula para vocês e quero que prestem toda a atenção, pois uma outra professora vai assistir também e não posso decepcioná-la, pois vai dar uma nota para minha aula.
Então,quem não conversar vai ganhar um bombom bem grande que eu vou trazer. E quem acertar os exercícios no quadro, quando for chamado, vai ganhar dois bombons.
Mas é um segredo e só depois que minha colega sair da sala, eu vou passar com a caixa e ver quem merece ganhar os bombons.
Perguntei se todos tinham entendido e, ao ouvir os passos no corredor, mudei de assunto porque a professora da turma estava chegando na sala de aula.
Graças a Deus deu tudo certo.
Eu obtive nota 9 ( de zero a 10 )
A professora orientadora do estágio me parabenizou e se mostrou surpresa com a atitude da turma.
A turma recebeu os bombons e me agradeceu.
Ao sair da aula acompanhei a orientadora até o bar da Escola e ofereci um cafezinho.
Ela me falou:
- Katia, tens uma explicação para o bom comportamento da turma, diante de tuas explicações?
E eu, com sorriso, por certo, amarelo, falei a primeira coisa que me veio à mente;
- Pois é, quando Deus conspira a nosso favor, tudo pode acontecer!

Katia Chiappini
FELIZ DIA DO PROFESSOR!

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

QUANDO

                         QUANDO...

Quando quiseres esterei chegando
Quando frágil te farei mais forte
Quando sofrido estarei ter apoiando
Quando perdido serei o teu norte

Quando pálido serei tua coloração
Quando em agonia estarei orando
Quando tímido serei sustentação
Quando tristonho estarei cantando

Quando tiveres frio serei teu verão
Quando confuso serei tua verdade
Quando temeroso serei a motivação
Quando partires eu terei saudade

Quando o teu for o meu destino
Quando for, eu te acompanharei
Quando se ama se conserva o tino
Quando me quiseres: dar-me-ei

KATIA CHIAPPINI

terça-feira, 11 de outubro de 2016

DIA DA CRIANÇA

                                                                    DIA DA CRIANÇA
                                                  FELIZ DIA DAS CRIANÇAS EM 12 DE OUTUBRO!


                                                           Existe amor
                                                           No ser criança
                                                           É uma linda flor
                                                           De alma é mansa

                                                          É semente
                                                          É cativante
                                                          Surpreendente
                                                           Amor gigante!

                                                          Eu as quero
                                                          Sou sincera
                                                          E me esmero
                                                          São primavera

                                                          Na tenra idade
                                                          Terna pureza
                                                          Preciosidade
                                                          Sutil beleza

                                                          Netas ou filhas
                                                          Brilham olhares
                                                          Percorrem trilhas
                                                          E muitos mares

                                                          Querem atenção
                                                          Pais bem pertinho
                                                          Mostrando a direção
                                                          Suprindo o ninho

                                                          Pura inocência
                                                          Vã curiosidade
                                                          Requerem paciência
                                                          Nas necessidades

                                                          Precisam formação
                                                          E de bons exemplos
                                                          Também proteção
                                                          São nossos templos

                                                         Querem dormir
                                                         Com sua boneca
                                                         Querem se exibir
                                                         Pois são sapecas

                                                         Requerem dedicação
                                                         Na sua vida futura
                                                         Uma boa orientação
                                                         Para a feliz  formatura

                                                           KATIA CHIAPPINI