O QUE ESPEREI DE VOCÊ...

                  O QUE ESPEREI DE VOCÊ...
                         ( e ainda espero )
Não só carícias, sobretudo, o carinho
Não espinhos, botões de rosas, amarelos
Não só a satisfação em nosso ninho
Mas,momentos singelos, como elos

Mais gestos de amor, motivo de esperança
Mais elogios na idade madura e segura
Mais paciência para avaliar as mudanças
E as mãos em meu rosto em linguagem pura

Esperei momentos de profunda magia
Não gestos de dominação e egoísmo
Aprendi com o vigário, na eucaristia
Que o amor constrói e nunca o cinismo

Esperei que você cumprisse as promessas
Que aceitasse o desafio frente a frente
Que do quebra-cabeça juntasse as peças
Que o amor vivido fosse a melhor vertente

Esperei que todas as forças do universo
Pintassem a paisagem de nossos instantes
Se calassem para que eu declamasse versos
Ao anoitecer, entre pirilampos sibilantes.

KATIA CHIAPPINI

PERFEIÇÃO & FELICIDADE

    

                 PERFEIÇÃO & FELICIDADE

                                        PERFEIÇÃO

Perfeitos somos, relativamente, dentro da imperfeição,quando atingimos bons resultados nas tarefas que precisamos cumprir, para justificar nossos direitos e deveres de cidadão.
Cada pessoa procura ser perfeita dentro de seu campo de atuação.
Algumas pessoas, por temperamento, são mais felizes na zona rural, outras precisam do barulho dos salões de festa e até da poluição de uma grande metrópole.´Pois essa agitação já contaminou parte de uma população que se esqueceu de cuidar de sua saúde e bem -estar .Essas são as pessoas que trabalham demais e acumulam suas férias porque o trabalho impede que se sintam sós.
Deus nos fez ,deliberadamente, diferentes e imperfeitos. E isso se deve ao fato de que temos uma missão na terra e precisamos lutar para obter os melhores resultados, pelo nosso próprio esforço.
Se fôssemos perfeitos seríamos anjos alados, deuses, fadas, ou teríamos nossos desejos atendidos pelo gênio da lâmpada.
Precisamos enfrentar os desafios diários e perceber que para cumprir as metas, devemos ter persistência e uma direção segura.
Claro que a jornada é difícil, mas as facilidades da vida nos desviam do bom caminho e nos jogam num precipício, às vezes, sem volta.
Quando dizemos que um trabalho foi realizado com perfeição, estamos querendo dizer, que, dentro do possível, foi o de melhor desempenho.
Buscamos a perfeição no trajeto percorrido e essa tentativa é o mais importante .Quando pensamos ter chegado à perfeição, olhando para os lados, não raro descobrimos que nosso semelhante fez uma tarefa, sem necessitar retoques, ou seja, de tanto valor como a nossa. 
Ser perfeito é ter a consciência de que estamos na terra para amar o nosso próximo assim como Deus nos amou.
Ser perfeito é ser um bom filho, um bom amigo, um bom marido e trabalhador. Mas, num processo contínuo, durante toda a nossa caminhada nesse plano, o desejo de ser feliz nos persegue. Para tal,
não basta você  rezar, frequentar os sermões da igreja, para depois, não praticar boas ações, ou sair da missa falando mal de uma pessoa para a outra, que nem tem interesse em interagir desse modo, porque não tem o hábito de reparar na vida do próximo para fazer uma'' fofoca'', como você faz, cada vez que abre a boca.
Não basta jurar amor ao seu companheiro se o tratar mal, se, já ao acordar, tratá-lo com palavras grosseiras ou ações destemperadas.
Se estamos nesse plano para aprender, precisamos aprender a cultivar bons sentimentos,  a sermos leais com as pessoas.
Mesmo um grande sábio, um notável cientista, se for mal humorado, acabará solitário e odiado pelos que o cercam.
A perfeição é um conceito que supõe bons princípios, vontade de vencer, retidão de caráter e maleabilidade para aceitar críticas. Elas levam ao crescimento interior e abrem o campo de visão, em todos os sentidos, tiram a viseira não só dos olhos, bem como a da  alma.

                                      FELICIDADE

Felicidade é o ideal de toda a criatura humana.
É o bem que mais buscamos em nossa vida.
Grandes escritores citam, repetidas vezes, a maneiras de ser feliz em seus poemas e crônicas.
Mas, não temos um roteiro pré-estabelecido, nem regras prontas para serem cumpridas.
A felicidade, para uns é uma esperança sem data, para outros é um grande evento como casamentos, formaturas ou festas de 15 anos.
Para outras pessoas é obter fama e riqueza. Doce ilusão!
Buscar a felicidade é tema para uma obra inacabada, pois ninguém poderá defini-la como se fosse uma equação matemática, onde se encontra o valor da incógnita.
Mas, podemos considerar feliz uma pessoa que trabalha no que gosta e faz do trabalho o seu prazer.
Ou uma moça que sonhou casar e ter seus filhos e o conseguiu.
Ou uma noviça que se prepara para seu ingresso numa congregação religiosa. E que tem o ideal de se dedicar ao próximo e prover suas necessidades.
A felicidade toma várias formas e depende da visão que cada um tem dela. O conceito varia de um para outro.
Mas, mesmo as pessoas felizes não o são totalmente. Conquistamos, ao longo da vida, momentos de felicidade, instantes fugazes, num lapso de tempo que se esvai.
Uma casa simples onde todos colaboram para o sustento da família, pode se constituir em um lar feliz. As pessoas trabalham para obter sua independência, sem aceitar benesses oferecidas com falsos interesses. E cada pessoa dá o melhor de si para interagir no grupo familiar.
Uma casa onde impera o luxo, onde os bens materiais tornam as pessoas petulantes e insuportáveis, pode estar munida de tudo o que traga conforto. Mas a felicidade não está entre os seus habitantes.
Precisamos aprender a ser humildes, pois isso é sinal de sabedoria. 
O orgulho só traz desgraça e faz com que só o Ego, seja alimentado.
Felicidade é encontrar na vida sentimentos que aproximem as almas.
É conviver, de perto, com os entes queridos. É se doar com carinho  e boa vontade  aos que necessitam de um apoio, nas horas difíceis.
Percebi que algumas pessoas, mais jovens, por vezes, são intolerantes, donas da verdade, teimosas e irreverentes. Mas, que essas mesmas pessoas mudam muito. E, na velhice, se tornam mais receptivas, porque inconscientemente,  percebem que chegará o dia em que precisarão ser atendidas em suas necessidades. Aí, dá um estalo e a pessoa passa a ser maleável e mais carinhosa, pois, do contrário, quem iria cuidá-la?
Felicidade é uma busca constante porque ela é escorregadia e nunca a temos entre as mãos. Ela vai, volta ,chega e se despede, sem cerimônia. Mas, creia, afirmo, por experiência própria que ela existe.
Precisamos acreditar que nossos anseios chegarão a se materializar.
Precisamos investir em atitudes nobres e num comportamento solidário para que ela nos contemple, um dia desses.
Mas não a queiramos encontrar numa prateleira, como se fosse uma mercadoria, a nossa espera.
A felicidade é volátil porque também somos pessoas inconstantes, insatisfeitas, inseguras e cheias de defeitos.
Mudamos de humor, de hábitos. E nossa conduta nem sempre é bem recebida. Mas custamos a perceber o resultado do apregoado diagnóstico.Nem paramos para analisar onde estamos errando!
Assim como consultamos tantas obras literárias, para obter o conhecimento, vamos aprender a consultar nosso interior para alterar  os comportamentos nocivos a nós mesmos e os que afastam as chances de felicidade, por nos afastarem das pessoas que dizemos amar. Dizemos amar mas esquecemos de demonstrar.
Ao término desses temas que escolhi para dissertar, quero lembrar que Deus-pai, Deus-filho e o Espírito Santo, estão estendendo um manto de proteção sobre nós, simples mortais, mas cientes de que, em última análise, desejamos encontrar fragmentos e bons momentos dessas poucas gotas de felicidade que nos cabem por direito.

KATIA CHIAPPINI

CONTRATEMPOS

           

                            CONTRATEMPOS

Contratempos são despedidas
E nos perseguem sem solução
São partidas ou contrapartidas
São os mistérios da desunião

São fatos sempre inevitáveis 
Em inesperados momentos
São despedidas memoráveis
E ferem nobres sentimentos

Uma dama esquecida no hotel
Nem viu que o cavalheiro saiu
Mais uma dama deixada ao léu
Mais uma máscara que caiu

O avião se prepara pra partir
O ser esperado deu as costas
Prometeu mas não vai cumprir
Perderam-se, fichas e apostas

Trocar o passado pelo porvir
É desacreditar na fatalidade
Voltar das cinzas para reagir
É colher porções de felicidade

KATIA CHIAPPINI

CONVITE ESPECIAL

                     CONVITE ESPECIAL

QUERIDOS LEITORES: UM CONVITE ESPECIAL

Aprendemos música não para nos tornarmos concertistas.

Mesmo que nos empenharmos para tocar bem um instrumento, não importa tanto o resultado que a técnica produz.

O que realmente importa é você se importar mais com seu semelhante, sorrir mais, abraçar mais, interagir melhor e se sentir uma pessoa que todos elogiem em razão da amabilidade e carinho.

Aos meninos e meninas de mais idade, posso constatar o prazer daqueles enrugados dedos ao perceber que o toque é seu, que a valsa pulsou através das mãos que se empenharam, ávidas, para transpor barreiras e transmitir a beleza dos movimentos sonoros.

A sociabilidade, a concentração, o foco, a motivação, são algumas das virtudes que se tem, ao tocar um instrumento.

A vontade de atingir um som puro e bem afinado, um toque de interpretação suave e harmônico, um voo que tira os pés do chão, que eleva o ser para outras plagas ligadas ao sentimento interno e profundo, tudo isso, vale à pena, vale o desafio e vale a inovação em nossas vidas.

A cada ano precisamos de um novo ideal para que o cérebro não estacione e não se desvencilhe da realidade, nem da lucidez.

E o piano é o único instrumento musical que desenvolve o lado direito e o esquerdo do cérebro, pela exigência de uma técnica que envolve habilidade e destreza em ambas as mãos.

Receberei com prazer, meus maduros alunos, para ingressarmos no mundo da música que torna cada encontro um encantamento.

Um aluno querido que tive, costumava dizer:

- a cada aula um novo espetáculo.

A sala de minha casa está prestes a se tornar o palco desse espetáculo.

Aos interessados em comprovar essa verdade, estou à disposição para orientar os estudos de piano, com o primordial objetivo de iluminar novos passos e direcionar a arte para mais perto.

Os folders estarão na Casa de Cultura Mario Quintana,em alguns dias,na recepção,para maiores informações.

Espero, tranquilamente, os interessados e determinados leitores, para trilharmos ,juntos, o caminho da música e da magia.

KATIA

Porto Alegre

Rio Grande do Sul

Whitney Houston - All The Man That I Need - Mariana Fachinello (cover)-Minha neta,Mariana, ensaiando com sentimento e dedicação.Parabéns!

SE QUISERES TE DESPEDIR...

  

                  SE QUISERES TE DESPEDIR...

Se tu já não me queres bem
Aceito a inevitável despedida
Mas não retarda a hora: vem
Preciso ter de volta minha vida 

Se ainda te falta a coragem
Não temas, eu entenderei
Estou ajeitando a bagagem
E minha partida não adiarei

Chega de criar falsas ilusões
Com juras falsas, infindas
Desgastam-se os  corações
Sofrendo entre idas e vindas

E se vier o arrependimento
Permanecerei sem voltar atrás
E sem esmorecer o pensamento
Vou me permitir buscar a  paz

Vou regar flores: que beleza!
Vou colher as maduras maçãs
Vou redescobrir a natureza
E colher o orvalho das manhãs

KATIA CHIAPPINI

OS POETAS

                               OS POETAS
                   ( Mário Quintana,poeta maior )

Poetas não ambicionam brilho
Senão, lustrariam seus sapatos
São seres que constroem trilhos
Livremente, sentados no asfalto

Poetas querem estar nos bares
Dormindo sobre tábuas das mesas
Eles te seguem por onde andares
São companheiros por natureza 

Poetas não precisam de bravatas
Nem de vestes tão luxuosas
Preferem cantarolar serenatas
Para as gentis damas e formosas

São criaturas do mundo, além-mar
Que arremessam laços de poesia
Não sabem pedir nada, nem lar
Porque se alojam na melancolia

Poetas são seres de bom coração 
Que Deus escolheu para pedir:
-  Façam da poesia sua expedição
E nela embarquem o seu sentir

                                   KATIA CHIAPPINI 

SEJA VOCÊ MESMA!

                    SEJA VOCÊ MESMA!

O mundo está passando por uma crise de identidade.
Estamos cercados de seres inquietos, agitados, desorientados e enfraquecidos pelas mazelas dos tempos atuais, tão incertos e dignos de temor. E onde o terror da população se faz sentir.
Nesse carrossel de turbulência nos encontramos rodopiando, sem direção, mas em busca de uma via segura para trilhar.
Mas, por esse motivo, não podemos nos deixar levar por palavras e atitudes em dissonância com nossos princípios e anseios.
As pessoas que nos cercam parecem querer nos sugar bem mais do que oferecer seus préstimos.
Se você encontrar uma amiga que só fala dela própria e nada pergunta sobre como tem passado, como está sua vida, desconfie de sua lealdade. Pessoas que só falam de si revelam um egoísmo recorrente.
Então, seja você mesma e se posicione e diga para essa amiga que ela pode e deve deixar a outra pessoa falar. 
Seja você mesma e não fique bajulando essa mesma amiga só porque ela está em melhores condições financeiras do que você.
Não queira ser igual a ela. Seja igual a você e não a inveje.
Se outra amiga falar de você pelas costas, tenha coragem de reagir e transformar essa amizade em uma relação apenas formal. Fale a verdade, tome partido de você mesma. 
O que não fizer por você, fará contra você. Dará a chance de outra pessoa agir em seu lugar, com intuito de se permitir lhe ferir.  
Ser você mesma é ser autêntica e retirar aquela máscara que lhe torna, às vezes falsa, às vezes diferente do que quer ser, do que deve ser, do que aprendeu ,em seu lar, com seus queridos pais.
Meu irmão, recebeu um pedido, quase uma ordem, de se filiar a determinado partido,quando trabalhava num órgão público.
Não admitiu essa intromissão e se posicionou a respeito. E defendeu seus argumentos. E falou que queria continuar a ser benquisto pelo seu desempenho como engenheiro e não por ser de um ou de outro partido político. Houve alguma insistência,durante alguns dias, mas meu irmão manteve inalterável a sua posição.
Depois de um tempo, soube que tinha sido admirado por possuir uma atitude condizente com sua maneira de ser.
Esse mesmo irmão recebeu uma medalha, por ocasião de sua formatura, por ter sido votado ''o melhor amigo'' da sala de aula.
Papai, mamãe e eu nos surpreendemos quando o vimos subir ao palco para receber a homenagem dos paraninfos da turma.
Nunca imaginaríamos que fosse o escolhido porque sempre se mostrou muito tímido, socialmente.
Mas, no discurso que ouvimos, embasbacados, foi preponderante para a escolha, uma simples qualidade de meu irmão: a honestidade.
Se você viver num mundo de ilusões, ou de desonestidade, ou se criar fantasias desmedidas, poderá se arrepender, em dado momento.
É  o caso de quem gasta mais do que ganha e se vê atolado em dívidas e aprisionado ao poder de agiotas que cobram, a qualquer custo, a dívida e os juros acrescidos.
Seja aquela pessoa que luta para obter um lugar ao sol, sem pisar no semelhante, e sim, por demonstrar seu próprio esforço e determinação.
Lute para ser quem sonhou ser e lute pelo que lhe falta, pelo que julga merecer.
Lute com sua verdade e não desvie do caminho mais difícil, daquele que vai exigir persistência e força de vontade.
Quanto mais lutar mais louros vai receber, pois a recompensa vem para quem faz uma boa semeadura. É apenas um reconhecimento que nos faz perceber que recebemos na medida de nossa doação e determinação de vencer as ervas daninhas.
Enfrente seus medos que não mais os terá. 
Vença por seu próprio trabalho e será recompensado e valorizado.
As pessoas honestas são notadas e admiradas, em nossos dias.
E mesmo que lhe digam para ficar do lado mais forte, cuide que essa força, não raro, pode ser uma força maligna, que visa derrubar você.
Escolha ficar do lado de quem lhe quer bem, de quem sabe tratar o semelhante com respeito, de quem não semeia discórdia, de quem não procura você por interesse.
Não permita que seus ''amores'' tolham sua liberdade, que tomem decisões que são apenas suas. Nem que lhe impeçam de trabalhar como sempre fez.
Seja forte, tenha um norte e siga sua bússola pessoal e seus ideais sonhados.
Seja amável e trate bem todas as pessoas.
Se uma amiga sua estiver descontrolada e gritar com você, sem motivo, releve isso, aproxime-se dela e dê-lhe um forte abraço. Essa atitude vai desarmá-la e ela lhe pedirá desculpas, com certeza.
Você não vai se arrepender de ser você e de viver com dignidade.
Só as pessoas de espírito evoluído e que respeitam o seu próximo, irão conseguir ter uma boa noite de sono, porque a sua consciência estará tranquila a respeito do dever cumprido.
Seja verdadeira, autêntica, transparente e boa gente.
Se for mamãe esteja presente, quando chegar ao lar. Conte histórias, converse com seus filhos, saiba ouvir suas necessidades, ria de suas ''palhaçadas e interaja com alegria.
Se precisar cuidar de sua vovó, faça-o com uma fisionomia alegre e não com cara amarrada. Sua atitude pode ajudar uma pessoa, como pode colocá-la para baixo.
E recupere sua identidade com coragem.
Volte a ser dona de sua vida, de sua vontade e de seu tempo.
Em qualquer idade, mesmo entre trovoadas e metralhadoras, lute por você.
Seja tudo o que acredita que possa ser e se permita viver sem véus e sem correntes opressoras. 
Liberte-se de quem lhe faz mal e acredite em quem lhe quer bem.
E nada da boca para fora e sim da boca para dentro.
Fale com seu interior e descubra-se melhor a cada dia.

KATIA CHIAPPINI

UM PEDIDO A DEUS

                     UM PEDIDO A DEUS

Vou pedir de presente a Deus minha inspiração, com garantia estendida, e como troca, me comprometo a escrever as rimas de minha estima.


                    KATIA CHIAPPINI

UM PENSAMENTO SEMPRE ATUAL

        UM PENSAMENTO SEMPRE ATUAL

Talvez o amor seja o motivo daquelas  loucuras que ousamos fazer em nome de breves momentos de felicidade

                    K

           katia chiappini

When I fall in love- romance para o seu domingo de verão-fevereiro / 2019

BRINCANDO COM AS NOTAS MUSICAIS:POEMA

                     BRINCANDO COM AS
                     NOTAS MUSICAIS: POEMA

Dó-    a gente tem do ser abjeto
Ré-    é marcha-ré  do arrependido
Mi-    lembra miséria do sem teto
Fá-    lembra falcatrua do vendido

Sol-  solidário astro por natureza 
Lá-   é o lugar onde se quer estar
Si-    é  simetria, e do rosto, a beleza
Dó-  é tristeza de não saber amar

Dó-  de quem só causa danos
Si-    lembra sigilo de quem pensa
Lá-   lá se vão meus 20 anos!
Sol-  sol na alma como recompensa

Fá-  quisera falar de sentimentos
Mi-  minimamente,mas com galhardia
Ré-  refazer a vida e o pensamento
Dó- cantando em Dó, minha melodia 




KATIA CHIAPPINI

ACEITE O DESAFIO!

                      ACEITE O DESAFIO!

Esse texto tem o objetivo de levar você a refletir sobre a importância de voltar às raízes que pensa ter perdido, ao longo do trajeto.
Quando D.Jacira, minha ex-aluna, aos 80 anos de idade me presenteou com seu melhor sorriso, ao perceber que estava tocando uma valsa, ao piano, a emoção brotou em meus olhos.
Quando D.Marta me levou ao seu espaço de arte, onde telas a óleo estavam deixando perceber seu talento, abracei-a. carinhosamente, com surpresa e contentamento. Pois se tratava de um retorno, aos tempos de infância.
Quando um ex-aluno de português me convidou para assistir sua palestra, anos depois dos tempos dos bancos escolares, cumprimentei-o pelo desempenho e facilidade de trazer o público para mais perto, já que os cumprimentos demonstraram a aceitação. E esse jovem era muito tímido, na época. Perguntei-lhe como vencera a timidez e ele me confessou que falava consigo mesmo, na frente do espelho, ou, em alto e bom som, na sacada de sua casa.
Quem não perde de vista seus sonhos deixados para trás, por circunstâncias da vida, quem aceita desafios e prevê mudança de comportamento, acaba por retomar ao seu desejo adormecido mas nunca esquecido.
Aquele cartão que você guardou na gaveta e que convida para que se matricule numa escola de arte, vale a qualquer tempo e hora. 
Na terceira idade, atores decoram seus textos e representam seus papéis com maestria, como se tivessem feito isso a vida toda.
Aceite os desafios e procure realizar sonhos antigos.
Há uma época de nossas vidas que a maturidade chega e traz consigo um afastamento natural das lides domésticas, da criação de filhos e netos, de tantos compromissos que antes nos cercavam e os quais não podíamos delegar a ninguém.
Se você vem pensando em retomar sua vida do ponto em que a deixou, no passado, faça isso e se envolva em algum projeto que lhe dê satisfação e utilidade, além de promover a interação social, tão necessária na maturidade.
Não se preocupe só em pintar seus cabelos brancos.
Melhor seria não deixar sua vida em branco.
A ansiedade que vem tentando se aproximar de você se dissipa quando você se envolve com a arte.
Essa angústia que você sente pode ser falta de sociabilização. E nada mais benéfico para seu espirito do que buscar a poesia, a música, a pintura, a escultura, o teatro. Ou as artes manuais que conferem aos bordados, aos crochés, tricôs e costuras, um mundo de criações artísticas que não estão fadados ao esquecimento.
Temos exemplos, na área dos esportes, de nadadores merecedores de medalhas, após os 80 anos. E que se reinventaram, ao tentar buscar as academias e novos estímulos para se exercitar, de algum modo, em benefício da saúde, como prioridade em suas vidas. 
Em contrapartida, há o risco de se deixar levar pela decepção. 
Por exemplo, conheci uma bailarina que deixou a dança para ingressar na faculdade. Depois de formada, tentou fazer uma aula e não conseguiu executar os movimentos de pernas e braços, devido ao tempo decorrido, sem frequentar as aulas.
A bailarina chorou e desistiu da sua arte.
O mesmo pode acontecer com um pianista que deixa de tocar por muitos anos.
Mas, quero acreditar que é possível transformar, criar novas estratégias para cada um desses casos.
A bailarina poderia dirigir uma escola de dança, já que seu currículo lhe confere essa oportunidade. Talvez necessite um estudo complementar,perfeitamente possível de ser atingido.
O pianista poderia ministrar aulas aos iniciantes, ou estudar um pouco mais para ser regente de orquestra, ou descobrir outro caminho ligado à música.
Conheci uma moça que queria fazer aulas de piano e seu pai, na época, lhe negou esse desejo argumentando que sua outra filha havia ingressado na aula de violino e desistira, um ano depois.
Encontrei-a,ao acaso, na rua,e descobri que ela se tornou crítica de arte e que se envolve com a contratação de grupos musicais que se apresentam em shows locais.
O desafio que proponho é não se deixar abater com as primeiras derrotas. O desafio é prosseguir e buscar mudanças na vida que gratifiquem e possam expandir a mente, a inteligência, a concentração, a solidariedade e espírito humanitário.
Enquanto houver vida haverá esperança.
Reflita: quantos caminhos se vislumbram a sua frente e quantas pessoas os perseguem sem desistir da possibilidades de conquistá-los.
Quantas foram as vezes que pensou nesse tema, mas desistiu de buscar sua vida?
Quantas alegrias e realizações você está deixando passar por simples inércia e comodismo?
Quantas pessoas já admirou por terem vencido suas dores e alargado suas possibilidades e negando a si mesma o conformismo?
Quantas pessoas você conhece que não acreditaram em premissas que falavam em limitações e seguiram em frente?
Quantas vezes encontrou uma pessoa igual a mim, que está lhe deixando desconfortável ou nervoso?
Talvez, caro leitor, essas pessoas existam para se ''intrometer'',no bom sentido,em sua vida tão ''certinha'', onde o tédio e a solidão parecem querer se aproximar e fazer seu ninho.

KATIA CHIAPPINI

Tears in Heaven

FINAL DE DE VERANEIO

                      FINAL DE VERANEIO

Chamamos a D.ju para fazer uma faxina no apartamento da praia.
Recolhemos a roupa de cama e toalhas de mesa e banho, após lavar todas as peças na máquina.
Retiramos alguns enfeites das paredes, recolhemos as redes da sacada e as cadeiras de praia.
Guardamos aparelhos de som, colchonetes, almofadas e travesseiros nos devidos lugares.
Retiramos utensílios de cozinha já em uso e chamamos a zeladora para levá-los para sua casa.
Limpamos a geladeira para desligar e arrumamos as malas e sacolas para voltar para a cidade.
É mais um veraneio que se despede para dar lugar a uma pesada rotina, na cidade, onde os compromissos voltam a merecer nossa atenção.
Nos despedimos da música na praça, das rodas de churrasco e chimarrão, dos jogos de tabuleiro e do carteado.
Nos despedimos dos vizinhos e das conversas na calçada, onde se pode receber a brisa do mar.
Mas, não nos despedimos do sentimento de união familiar que é inerente ao ser humano que preserva seus valores.
Não nos despedimos do clima de amizade. Nem da mãe natureza, pródiga e fértil,  que nos antecipa a visão da areia sendo beijada pelo mar. 
Não nos despedimos do sentimento solidário que se observa nas férias de verão, onde as expectativas de um viver mais tranquilo, tornam as pessoas mais receptivas e cordiais.
Não nos despedimos dos ''velhinhos'' entrando no mar de mãos dadas e deixando perceber a alegria que a todos contagia.
Não nos despedimos de nossos netos que brincam de jogar água, uns nos outros, que correm nas praças, que nos pedem churros, crepes. algodão doce e pipoca, a todo momento.
Não nos despedimos de nossas lembranças em família.
Ao contrário, acumulamos momentos de convívio salutar e deixamos os beijos e abraços se espalharem mais carinhosos e constantes. 
Não nos despedimos de nossos melhores momentos. Esses nos impelem a renovar os planos para a próxima temporada de verão.
 É hora de transformar as férias em nova etapa de estudo e trabalho.
A espera que se segue será, mais uma vez, recompensada. É só ter paciência e aguardar o tempo de verão.
Um final de veraneio parece triste. Mas, se visto por um novo prisma, é o recomeço que se faz necessário para atingirmos os objetivos que temos em vista e, por eles, seguir em frente.
Objetivos esses que envolvem todas as circunstâncias de nossas vidas e que nos exigem empenho e dedicação para galgar as benesses que esperamos conquistar.
Que nos abençoados lares, o final do veraneio seja o início da espera por novas realizações, emolduradas por um convívio familiar tranquilo, onde a cumplicidade faz com que o problema de um seja o problema de todos.
Feliz retorno!

KATIA CHIAPPINI

CIÚME

                                 CIÚME

Ciúme é prejudicial
Falta de confiança
É sentimento infernal
Motivo de matança

A mente é doentia
A vingança é mortal
E vítimas sem garantia
São alvo de funeral

Nada tem de amor 
E sim, de possessão
Orgulho ferido é dor
E impele o vingador

Está generalizado
 O ato do justiceiro
Que fica desatinado
E dá um tiro certeiro

Leis, em descrença 
Deixam figurões imunes 
E sem justa sentença
Monstros ficam impunes

As mulheres abatidas
Deixam filhos pequenos
Às vezes, sem guarida
Em frias noites de sereno

Do noivo queira distância
Se o ciúme tirar sua paz 
Não aceite pôr a aliança
Do ciumento contumaz

KATIA CHIAPPINI

AUSÊNCIA..

                                  AUSÊNCIA

Sem trilhar as léguas
Sem bater no peito
Sem oferecer trégua
Sem emitir conceito

Sem ter uma crença
Sem ter esperança
Sem que nada vença
Sem obter bonança

Sem mais canutilhos
Sem traje bordado
Sem portar brilho
Sem ser observada

Sem nenhum carinho
Sem querer nada exigir
Sem convite ao ninho
Sem clima para seduzir

KATIA CHIAPPINI

TREM BALA-COMPOSIÇÃO DE ANA VILELA

TREM BALA-COMPOSIÇÃO DE ANA VILELA

CASA VAZIA

                        CASA  VAZIA

A vida é mesmo um carrossel gigante que rodopia e mostra suas inúmeras faces.
A casa da praia recebe muitas pessoas entre janeiro e fevereiro.
Os netos menores encantam pela alegria que lhes é pertinente.
Os netos maiores encantam por se posicionarem na vida em busca de uma carreira universitária que, no momento, é a prioridade.
A casa reúne grandes e pequenos. Visitantes e animais de estimação, percorrem o ambiente num desenrolar de atividades constantes.
Há uma energia que não deixa o fluxo parar.  E uma vontade de percorrer as belezas naturais do local, em longas caminhadas. 
Há o mar que recebe com suas águas murmurantes. Há uma imensidão de rochas e penhascos que a ninguém deixa indiferente.
Cada qual faz o seu roteiro e aproveita o dia como melhor lhe aprouver.
Cada um ajuda de alguma forma para que a rotina da casa tenha uma certa disciplina.
Duas redes na sacada recebem os leitores ou ouvintes de boa música ,que nela se deixam espreguiçar. Nas noites de alta temperatura, há candidatos que escolhem a rede para dormir.
A noite convida a caminhar na orla marítima, onde bancos, estrategicamente colocados, nas calçadas, recebem os apreciadores das noites de lua cheia. E as partidas de futebol ocupam a areia.
O churrasco segue um ritual interessante porque os homens tomam a iniciativa e se responsabilizam pelo preparo. 
A música ambiental toma conta dos presentes e, enquanto todos esperam, é possível beber uma ''caipirinha'' e beliscar as guloseimas que chegam sobre a mesa central.
A casa cheia fica impregnada de boas lembranças de outros veraneios que são lembrados pelos presentes.
Muitas histórias se desenrolam entre sorrisos. E o bom humor é peculiar às férias de verão. 
Mas chega o dia de retornar à cidade.
Quebra-se o encanto, repentinamente.
A turma se despede com beijos e abraços e com a promessa de retornar na próxima temporada de férias.
A casa vazia começa a incomodar a mim, pois permaneço para deixar o ambiente em condições, onde tudo deve ser colocado limpo e bem guardado, nos respectivos lugares.
Desço para ajudar a carregar as malas até o carro e já sinto a diferença do clima, agora mais pesado, pois todos ainda gostariam de alongar a estada na praia de mar.
Mas é preciso voltar para organizar a vida na cidade, onde o início das aulas e demais compromissos aguardam providências.
As férias são encurtadas em vista desses mesmos compromissos.
Permaneço olhando meus entes queridos tomando seus lugares no carro e já saudosa da folia de verão.
Quando retorno ao apartamento sinto aquele aperto que o vazio deixa.
Levo um tempo para me reerguer.
Vou escutar os bolivianos e peruanos tocarem suas flautas de mágica sonoridade. Compro um novo CD, a cada ano.
Porém, casa vazia, é preciso raciocinar, é apenas vazia aparentemente.
Pois continuamos a sentir a presença dos entes queridos, ao circularmos pelas dependências da casa. E lembramos, a todo momento, das brincadeiras infantis, das histórias que relatamos em grupo, dos jogos de canastra ou xadrez que costumam se desenrolar nas tardes chuvosas.
Lembramos também de escrever um texto e confidenciar a ele nossos pensamentos e sentimentos.
Lembramos de ir ao restaurante novo que abriu e que não conseguimos frequentar, por falta de tempo. E de beber aquela cerveja com uma tranquilidade inenarrável.
 Lembramos de adquirir um livro para deitar na rede e estender o corpo, confortavelmente, para nos embrenhar na história, sem sermos interrompidos.
Lembramos um pouco mais de nós mesmos e de preservar a individualidade como um direito que nunca cessa.
Lembramos  de levar uma cadeira, ao entardecer, para a beira do mar. E, nesse instante, nos será dada a visão do esplêndido e diário anoitecer, acontecendo diante de nossos olhos. 
A casa vazia vai ficando menos vazia porque descobrimos novas maneiras de não torná-la tão solitária.
É possível convidar uma amiga para fazer um lanche na sacada ou para beber uma cuia de chimarrão. Ou para conversar, à vontade.  Depois, é possível estender a tarde numa sorveteria. 
Na praça central há a movimentação dos camelôs a distrair os transeuntes.´Palhaços e malabaristas se apresentam para o público, onde  shows promovidos pela prefeitura ocupam o palco da praça e onde crepes e pipocas são feitos na hora, para deleite das crianças.
Voltamos a nos recolher e a sensação de paz vem se aproximando.
A casa, cheia ou vazia, não perde seu clima de aconchego.
Sou e quero ser uma casa cheia. Cheia de bons sentimentos pelos meus queridos familiares e amigos, que se dedicam a me dar o apoio do qual necessito nas horas mais difíceis, que advém de circunstâncias  e imprevistos que se apresentam frente a frente.
O vazio virá  só se o convidarmos para conviver conosco, para se tornar nosso par constante.
E a praia de mar, panorama que se vislumbra da casa, se define bem mais como uma casa cheia do que como uma casa vazia.
E a casa da praia existe desde os tempos de infância, quando eu veraneava com meus pais e irmão. E já alcança a terceira geração, com o mesmo sentimento de companheirismo e igual envolvimento entre os entes queridos. 
Então, eu falei casa vazia ?
Não, leitores, apenas uma casa menos cheia, às vezes ,mas sempre um lar acolhedor.
Uma casa sem discórdia, sem animosidade e sem desamor.
Uma casa para chamar de minha, nossa e vossa.
E que siga sendo a base material do vínculo familiar e a base espiritual que permite acolher ascendentes e descendentes, num clima de união que se fortalece cada vez mais.

KATIA CHIAPPINI

CONFUSÃO!

                            CONFUSÃO!

Se eu disser que sim
Quero dizer que não
Mas a recaída sem fim
Confunde minha opinião

Sei que amor é ilusão
Mas finjo que é real
Amor é imaginação
É cupido sem arsenal

É agrado calculado
Engana qualquer mortal
É terreno sem arado
É um amor venal

Não acredito no amor
Nada tem de concreto
O amor caiu do andor
O sujeito virou objeto

Para fingir felicidade
Em momentos secretos
Aceitamos a inverdade
Trilhamos passos incertos

Quem dera o amor fosse
Um bem durável, fixo
Não qual mofado doce
Nem qual labirinto prolixo

Se meu lado fêmea quiser
Gotas de amor recolher
Vou ser dengosa mulher
Vou me deixar convencer

Mas devo teu leito deixar
Não vou de mim abrir mão
Preciso as lágrimas secar
Com a convicção e razão.

 KATIA CHIAPPINI

PALAVRAS AMIGAS

                        PALAVRAS AMIGAS

1- Penso que tenho pensado demais.Vamos ver onde isso vai dar...

2- Saiba que ser humilde não é ser pequeno; mas sim, um grande sábio.

3- Não se permita abdicar de você mesma, por nada e por ninguém.

4- Todo fim traz um recomeço.

5- Só as raízes espirituais captam a harmonia e a energia do cosmos.

6- Por que insisto em viver a sua vida se tenho a minha para viver?

7- O adeus que eu não queria ter dito é uma unanimidade, infelizmente.

8- Você só precisa de um sorriso ao levantar da cama e de um ideal a perseguir.

9- Só tenha medo de não cumprir com tenacidade a missão que Deus lhe reservou, pois se perderia antes de se encontrar.

10- O respeito às manifestações do semelhante é um exercício de cidadania.

QUANDO.....

                          QUANDO...

Quando eu soltar a voz, responda
Quando eu desabafar, me escute
Quando eu calar a voz, compreenda
Quando eu escorregar não me chute

Quando eu falar de amor, é deleite
Quando eu imitar o trovador, ecoe
Quando eu me insinuar, me aceite
Quando eu me declarar, não voe

Quando eu pegar o trem, vou voltar
Quando eu enviar mensagem, é certo
Quando estiveres só, não vais estar
Quando acordares estarei por perto

Quando abrires a porta, entrarei
Quando apertares minha mão,vou sentir
Quando vier a carícia, me esquivarei
Quando insistires, não saberei fugir

KATIA CHIAPPINI

O MAR E SEUS ENCANTOS!

                       
                    O MAR E SEUS ENCANTOS!             

O mar possui mil atrativos
Há beleza nas verdes águas
É hospitaleiro, convidativo
Nele posso afogar as mágoas

Sua imponência me basta
As águas murmuram para mim
Beijando a areia que se arrasta
Num gesto de amor sem fim

O mergulhador vai e descobre
Num novo mundo dá a partida
O mar, mil riquezas encobre
É promessa real de sobrevida

É paisagem de grande esplendor
É misterioso em suas lendas
É a sobrevivência do pescador
São de Yemanjá, rezas e oferendas

O mar convida os  apaixonados
E espia-os com carinho infindo
Conclama a ficarem calados:
- Outros namorados estão vindo 

Amo a energia que do mar emana
E, ao entardecer, me deito na areia
A noite vem e com ciúme reclama:
Por que só o mar hospeda a sereia ?

KATIA CHIAPPINI

UM DESAFIO:

                            UM DESAFIO:
- O que faria se tivesse uma folha de papel em sua mão?

UM DESAFIO:

Se eu tivesse uma folha de papel faria uma linda ilustração e a deixaria perfumada .Responderia a uma carta de amor que não respondi na ocasião. Diria que me arrependi em não aceitar aquele pedido de casamento, pois já estava noiva e meus pais queriam que eu me comprometesse com um'' bom partido''

Com ele me casei tive os filhos. E fui feliz.

Mas aquele sonho doido de amor e paixão me perseguiu por toda a vida. e parece que a qualquer momento vou rever aquela face que permaneceu pálida e inexpressiva, ao me perceber fora de seu alcance.

E minha caneta de pena, ficou com pena de mim e secou para não entristecer mais ninguém.

KATIA CHIAPPINI

..

Vídeo de Daniel Gomes e Katia Chiappini - Não Fossem

GANHOS OU PERDAS?

                   GANHOS OU PERDAS ?

Ganhamos um amor tão profundo
Mas logo se transforma, se transfigura
É o maior bem desse nosso mundo
Mas o mofo vem e se  esvai a formosura

Há uma diversidade, dita amorosa
Que confunde o próprio envolvimento
Amores livres entre cravos e rosas
E outros sem o alcance do pensamento

Os ganhos e perdas a nada conduzem
São meros momentos que caem nos ralos
Cravos seduzem rosas que os embalam
E esquecem as esposas que curam os calos

Estamos confusos com a liberalidade
Meros atores sobre a corda bamba
Os tempos antigos trazem a saudade
Da dança de salão, dos passos de samba

Ganhos e perdas parecem se igualar
O bem e o mal inverteram posições
Portamos máscaras para disfarçar
Calamos para não defender opiniões

Acho que nossa grande e atual missão
É retirar pedras e inços, limpar o terreno
É voltar ao semelhante e dar-lhe a mão
É buscar na consciência o viver sereno

E saibam que ser humilde não é ser pequeno...

KATIA CHIAPPINI

CONFISSÃO

                             CONFISSÃO

Confesse que você não me ama
Que não sente mais minha falta
Confesse deitado em minha cama
Que já não é travesso e nem peralta

Estou a espera que me confirme
Ansiosa, permito que me fale
Deixe que eu a você intime
Esse é  meu desejo: não cale

Vi pelo espelho do meu quarto
O sofrido olhar de amor imperfeito 
Das lágrimas, quem não está farto? 
E arriscar? quem não tem  direito?

Sofrimento maior: não reclame
É ficar sem saber da realidade
Viver só de sonho é um vexame
É alimentar mágoas e falsidade

É minha culpa se caí no abismo
Só tentava existir como mulher
É cruel ter descoberto seu cinismo
Então, confesse que já não me quer

Estou preparada para resistir
Dizem que a dor ensina a gemer
Deixei de seu corpo perseguir
De aterrizar no ponto do prazer 

KATIA CHIAPPINI