Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

ACEITE O DESAFIO!

                      ACEITE O DESAFIO!

Esse texto tem o objetivo de levar você a refletir sobre a importância de voltar às raízes que pensa ter perdido, ao longo do trajeto.
Quando D.Jacira, minha ex-aluna, aos 80 anos de idade me presenteou com seu melhor sorriso, ao perceber que estava tocando uma valsa, ao piano, a emoção brotou em meus olhos.
Quando D.Marta me levou ao seu espaço de arte, onde telas a óleo estavam deixando perceber seu talento, abracei-a. carinhosamente, com surpresa e contentamento. Pois se tratava de um retorno, aos tempos de infância.
Quando um ex-aluno de português me convidou para assistir sua palestra, anos depois dos tempos dos bancos escolares, cumprimentei-o pelo desempenho e facilidade de trazer o público para mais perto, já que os cumprimentos demonstraram a aceitação. E esse jovem era muito tímido, na época. Perguntei-lhe como vencera a timidez e ele me confessou que falava consigo mesmo, na frente do espelho, ou, em alto e bom som, na sacada de sua casa.
Quem não perde de vista seus sonhos deixados para trás, por circunstâncias da vida, quem aceita desafios e prevê mudança de comportamento, acaba por retomar ao seu desejo adormecido mas nunca esquecido.
Aquele cartão que você guardou na gaveta e que convida para que se matricule numa escola de arte, vale a qualquer tempo e hora. 
Na terceira idade, atores decoram seus textos e representam seus papéis com maestria, como se tivessem feito isso a vida toda.
Aceite os desafios e procure realizar sonhos antigos.
Há uma época de nossas vidas que a maturidade chega e traz consigo um afastamento natural das lides domésticas, da criação de filhos e netos, de tantos compromissos que antes nos cercavam e os quais não podíamos delegar a ninguém.
Se você vem pensando em retomar sua vida do ponto em que a deixou, no passado, faça isso e se envolva em algum projeto que lhe dê satisfação e utilidade, além de promover a interação social, tão necessária na maturidade.
Não se preocupe só em pintar seus cabelos brancos.
Melhor seria não deixar sua vida em branco.
A ansiedade que vem tentando se aproximar de você se dissipa quando você se envolve com a arte.
Essa angústia que você sente pode ser falta de sociabilização. E nada mais benéfico para seu espirito do que buscar a poesia, a música, a pintura, a escultura, o teatro. Ou as artes manuais que conferem aos bordados, aos crochés, tricôs e costuras, um mundo de criações artísticas que não estão fadados ao esquecimento.
Temos exemplos, na área dos esportes, de nadadores merecedores de medalhas, após os 80 anos. E que se reinventaram, ao tentar buscar as academias e novos estímulos para se exercitar, de algum modo, em benefício da saúde, como prioridade em suas vidas. 
Em contrapartida, há o risco de se deixar levar pela decepção. 
Por exemplo, conheci uma bailarina que deixou a dança para ingressar na faculdade. Depois de formada, tentou fazer uma aula e não conseguiu executar os movimentos de pernas e braços, devido ao tempo decorrido, sem frequentar as aulas.
A bailarina chorou e desistiu da sua arte.
O mesmo pode acontecer com um pianista que deixa de tocar por muitos anos.
Mas, quero acreditar que é possível transformar, criar novas estratégias para cada um desses casos.
A bailarina poderia dirigir uma escola de dança, já que seu currículo lhe confere essa oportunidade. Talvez necessite um estudo complementar,perfeitamente possível de ser atingido.
O pianista poderia ministrar aulas aos iniciantes, ou estudar um pouco mais para ser regente de orquestra, ou descobrir outro caminho ligado à música.
Conheci uma moça que queria fazer aulas de piano e seu pai, na época, lhe negou esse desejo argumentando que sua outra filha havia ingressado na aula de violino e desistira, um ano depois.
Encontrei-a,ao acaso, na rua,e descobri que ela se tornou crítica de arte e que se envolve com a contratação de grupos musicais que se apresentam em shows locais.
O desafio que proponho é não se deixar abater com as primeiras derrotas. O desafio é prosseguir e buscar mudanças na vida que gratifiquem e possam expandir a mente, a inteligência, a concentração, a solidariedade e espírito humanitário.
Enquanto houver vida haverá esperança.
Reflita: quantos caminhos se vislumbram a sua frente e quantas pessoas os perseguem sem desistir da possibilidades de conquistá-los.
Quantas foram as vezes que pensou nesse tema, mas desistiu de buscar sua vida?
Quantas alegrias e realizações você está deixando passar por simples inércia e comodismo?
Quantas pessoas já admirou por terem vencido suas dores e alargado suas possibilidades e negando a si mesma o conformismo?
Quantas pessoas você conhece que não acreditaram em premissas que falavam em limitações e seguiram em frente?
Quantas vezes encontrou uma pessoa igual a mim, que está lhe deixando desconfortável ou nervoso?
Talvez, caro leitor, essas pessoas existam para se ''intrometer'',no bom sentido,em sua vida tão ''certinha'', onde o tédio e a solidão parecem querer se aproximar e fazer seu ninho.

KATIA CHIAPPINI

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