NADA SERÁ COMO ANTES
Nada será como antes!
Ouvimos essa frase em diferentes situações da vida.Tornou-se um dito popular para dizer que algo vai mudar ou que já mudou.
Em consequência do sofrimento mundial, da crise da economia, do desemprego, dos prejuízos para a sociedade nas diversas atividades de sustento e sobrevivência, e tantos outros males causados pela atual pandemia, estamos percebendo que as relações humanas já estão mudando.
Há um movimento solidário surgindo na face da terra para resgatar a humanidade e seus princípios de cidadania.
Há médicos, enfermeiros, simpatizantes e colaboradores da saúde. trabalhando sem cessar para salvar vidas.
Há uma ajuda financeira significativa feita por diversas entidades,tanto públicas como privadas, que serão gerenciadas em prol da coletividade e de suas reais necessidades.
Há um despertar coletivo que irá modificar condutas,pensamentos e ações.
Mulheres fazem viandas básicas para distribuir aos caminhoneiros nas estradas, grupos de pessoas distribuem rancho nas favelas, outros grupos fazem uma refeição para os que moram nas ruas.
Fábricas deixam de fazer roupas para fabricar máscaras para suprir a população que delas precisa para sair de casa.
É só o início de um movimento para semear a bondade e o espírito de solidariedade.
Nessas horas de calamidade, o dinheiro não salva vidas.
Quem salva vidas é quem socorre as vítimas e lhes dá um tratamento humano.
Então quando dizemos que nada será como antes, tenho esperança que seja melhor.
O despertar está só no início porque muito há para realizar.
As políticas públicas precisam tomar um rumo consciente e meritório.
Precisamos tratar as pessoas com dignidade e respeito aos direitos fundamentais que estão na Constituição.
Precisamos lutar contra os ladrões de colarinho branco e dar valor ao trabalhador que está sendo constantemente injustiçado.
Precisamos perguntar ao nosso vizinho se está precisando de ajuda.
Em meio ao caos, entre as ervas daninhas, quem sabe, possam surgir almas puras, como as flores que nascem no meio das pedras ou nos desertos.
As mãos que atiram pedras são as mesmas que podem abraçar.
Os espíritos menores podem se transformar em espíritos evoluídos, na medida que recebam auxílio e orientação em centros comunitários destinados a trabalhar pelo bem do ser humano.
Vamos nos filiar às entidades assistenciais e praticar o voluntariado para conhecer o amor universal que nos gratifica e acolhe com um sorriso nunca igualado.
Se nada será como antes, sejamos pessoas melhores, sinceras, cúmplices, leais e verdadeiras.
Se nada será com antes vamos buscar em nossa essência a centelha divina que move montanhas e que restabelece a esperança perdida e a fé no Criador.
Se nada será como antes,vamos fazer um ato de contrição e buscar um melhor propósito para nossas vidas que contemple nosso próximo e dele nos aproxime..
Vamos abraçar mais, ajudar mais, estar mais presente entre os familiares, conviver mais com os idosos, passear com nossos netos.
Vamos chamar nossos amigos para conversar na roda de chimarrão, no churrasco de galpão,junto ao fogo de chão.
Se nada será como antes, vamos nos repaginar e aprender a sorrir e a olhar nosso semelhante com um novo olhar.
E vamos orar para nos perceber e aceitar mudar para melhor.
Que Deus, em sua misericórdia, perdoe nossos pecados.
E, se precisar perdoar a si mesmo, deixe de lado as emoções negativas como a ofensa e a vingança.
Porque o perdão precisa ser um ato intencional e voluntário que vise a mudança de sentimentos e comportamentos, de tal modo, que seja possível aceitar as desculpas do agressor.
Perdão é um ato de sublimação que chega aos olhos de Deus.
KATIA CHIAPPINI
