Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA

         UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA

Certos políticos não deveriam portar curta memória e nem vãs promessas advindas de um linguajar sem alma.
Promessas em época de eleição estão fadadas a se transformar num funeral de ilusões.
Se ainda quiser tentar, escolha os que permanecem ilesos e imunes a esse cordel de corrupção.
Prefira quem trabalha em silêncio e não os que se expõem na mídia e falam por falar, sem intenção de cumprir o que apregoam.
A vida só tem sentido para aqueles que iluminam outras vidas e, solidariamente, se doam às causas sociais.

KATIA CHIAPPINI

terça-feira, 29 de novembro de 2016

VÉSPERA DE NATAL!

                      VÉSPERA DE NATAL

Estamos bem próximos das festas natalinas e a tendência é nos preocuparmos com as contas a pagar, com a rematrícula nas Escolas, com as obrigações trabalhistas, com os impostos anuais sobre automóveis e imóveis.
São preocupações pertinentes, sem dúvida. Os cofres públicos estão debilitados. O trabalhador muito mais.
Mas as crianças já fizeram seus pedidos para Papai Noel, já escolheram seus brinquedos, já esperam pela árvore de Natal  de bolas coloridas e lâmpadas que piscam.
As famílias já estão se mobilizando para a escolha do amigo secreto. Estão definindo as tarefas para poderem se agrupar num sistema de cooperação e solidariedade.
As lojas enfeitam seus balcões e desfilam suas mercadorias bem arrumadas em vitrines espaçosas.
Precisamos nos preparar para o espírito natalino e, apesar de tantas tragédias que nos abalam, enfrentar os desafios que nos rodeiam e assimilar o sentido religioso que nos lembra o nascimento de Cristo.
As igrejas e os cultos se preparam para propagar as mensagens de fé .Os corais ensaiam músicas natalinas que glorificam a Trindade Divina. 
São esses os desafios que a vida se nos apresenta. E precisamos tentar equilibrar nossos conflitos com atos de benemerência ao próximo.
Porque se nos detivermos a propagar nossas mágoas e tristezas, iremos minar o espírito natalino.
Não somos ilhas e temos obrigações familiares. Entre elas, a de promover o bem-estar e a harmonia.
Começar a preparação espiritual e emocional é zelar para ter um encontro em família que preserve os ritos natalinos e as comemorações nos grupos que nos cercam e que promovem reuniões festivas.
Pensar nos outros, dar um sorriso ao menino de rua, abraçar um amigo, visitar os entes queridos e idosos, fazer as pazes,de coração aberto é, humildemente, exercitar os princípios cristãos.
Convidar uma criança do orfanato para passar a noite de Natal conosco, levar brinquedos nas vilas e ajudar a distribui-los, dar uma lembrança aos que nos servem o ano todo, são atos humanitários que nos fazem bem.
Lembrar do entregador de jornal, do funcionário que nos traz o botijão de gaz ,do carteiro, do porteiro do edifício, do lavador de carros, parece difícil ,mas não é. Basta um pequeno mimo para expressar nosso sentimento solidário.
Então, desejo a todos uma feliz noite natalina.
Agradeçamos a Deus pelas bençãos que recebemos durante o ano.
E vamos nos lembrar de que tudo o que fizermos pelo próximo nos será dado em acréscimo.
FELIZ NATAL!

KATIA CHIAPPINI

AMIZADES DE OUTRO SEXO

                 AMIZADES DE OUTRO SEXO

Nunca concordei com muitas e diferentes categorias de pessoas que afirmam não haver amizade com uma pessoa do sexo oposto ao seu.
Afirmo que sempre me comuniquei bem com essas pessoas e desde os tempos de faculdade, tenho conhecido colegas homens com os quais ainda mantenho contato, em reuniões mensais de formatura, nos clubes de esportes, nos grupos de orações, nos grupos musicais e nas associações literárias, já que pertenço a algumas delas.
É um contato saudável que nos proporciona fazer algumas viagens em excursões e onde aproveitamos para falar do andamento de nossas vidas, dos filhos e netos, da profissão, dos ideais e das conquistas já realizadas.
Creio que a maneira de nos portarmos, dá a exata dimensão do que pretendemos. E se deixarmos claro que almejamos apenas a amizade, só essa nos será oferecida.
Quando eu estudava na Universidade, tinha um namorado como colega de classe.  Nós noivamos e nos casamos durante o curso de Direito.
Mas nunca deixamos de aceitar o convite de um ou outro colega para tomar um cafezinho no bar do prédio, ou para fazer um trabalho na casa de algum deles. E mesmo que fôssemos estudar com um só colega do sexo oposto, realmente o objetivo era apresentar um trabalho bem feito, portanto, o motivo era o estudo.
Meu marido nunca se importou com o fato de eu andar de bicicleta, aos sábados, com um colega, que ele também conhecia. Íamos pedalar e beber um suco de laranja ou um copo de caldo de cana e no inverno, um cafezinho. 
Certo dia, um outro colega de turma encontrou meu marido na rua e falou:
- Você sabia que a Katia está pedalando com um homem ,aos sábados?
Ele respondeu:
- Vá pedalar você para tomar um ar e respirar menos maldade.
Por várias ocasiões, um amigo meu, colega de magistério, me acompanhava ao circo e me ajudava a reparar meus três filhos pequenos. E, passados muitos anos, eles lembram do ''tio do circo''.
Outro amigo da família frequentava minha casa e, mesmo que meu marido saísse para algum compromisso, ele permanecia comigo e brincava com meus filhos na praça do condomínio.
Outro amigo em comum gostava de ouvir discos comigo e trazia alguns para que eu ouvisse e desse minha opinião sobre os mesmos.
Assim, em algumas ocasiões, tive amigos que me acompanharam para assistir uma peça teatral, um show musical ou uma sessão de cinema.
Confesso que, em nenhum momento, tive alguma reclamação a fazer sobre a conduta dessas pessoas.
Confesso que a época era outra e os costumes mais tradicionais. O cavalheiro era realmente uma pessoa de trato e idônea.
Afirmo ,com consciência, que um homem e uma mulher podem desenvolver uma longa amizade que vale por si só. Porque criar laços é ampliar o círculo, é se permitir um saudável lazer.
Já viajei de trem com um amigo, pois ele e eu tínhamos parentes na mesma cidade.
Tive uma amizade especial com um senhor de nossa idade ,minha e do meu marido, que costumava chegar do trabalho e vir à nossa casa, tomar uma cuia de chimarrão .E almoçava conosco aos sábados , quando fazíamos um churrasco com salada verde e maionese caseira .Ao chegar, esse amigo já ia preparando a caipirinha, ou ajudando a colocar os pratos e talheres na mesa.
Como ele gostasse de conversar e a família dele não soubesse ouvi-lo com paciência, ele ia para nossa casa. 
Mas meu marido cansava e ,em determinado momento, eu permanecia fazendo sala por muito mais tempo.
Quando chegava perto da meia noite, eu, discretamente, levantava do sofá, ia abrindo a porta  e dizendo:
-Amigo, vamos interromper, por hoje, pois amanhã cedo preciso dar minhas aulas.
Ele se dirigia para a porta e ao sair dizia: 
-Katia, saiba que amigos sempre voltam
As amizades podem durar 50 longos anos.E,mesmo que haja um afastamento natural, quando se encontram, os amigos se reconhecem como tal e a afinidade se faz presente, de imediato. E essa amizade pode ser, sim, de uma mulher para com um homem e vice-versa.
Observem, caros leitores, amores são etéreos, fugidios, inconstantes e escorregadios.
São amores que não passam de uma aventura, de uma ilusão passageira, de promessas que só valem para conquistar e que depois são esquecidas. São amores interesseiros, traiçoeiros e desprovidos de credibilidade.
E não duram 50 anos, como uma bela amizade, e sim, 5 horas, ou cinco dias, ou 5 semanas.
Uma grande amizade vale mais do que um amor se esse não for correspondido. Existem amores de fachada e que são escritos na areia, para, propositalmente, serem levados pela brisa leve. 
Outros são escritos no tronco da árvore, mas a árvore é abatida, por razões diversas e aquela s promessas caem ao chão junto com os galhos da árvore tombada.
Particularmente, não gosto de perder minhas amizades e cultivo-as, uma a uma, com carinho.
Aconselho aos leitores a preservarem as suas: são tesouros inestimáveis que vamos descobrir num momento de dor, quando essas se mostram solidárias e nos ajudam a superar os conflitos internos, ou algum acidente visível.
Mas, cuidado, não falo de amizades virtuais. É um território minado e precisamos ter muito cuidado para não nos expor, de modo desnecessário.
Esse é outro departamento e ainda estamos aprendendo a lidar com a tecnologia.
E,verdadeiros amigos sabem se portar bem. E nunca irão ultrapassar os limites desejáveis e esperados.
Então, não se deixem levar por esse conceito de que um homem e uma mulher não podem ser amigos.
Sejam felizes com suas novas amizades!

KATIA CHIAPPINI

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

ANIVERSÁRIO:´POUCAS PALAVRAS.

                      ANIVERSÁRIO
                     ( poucas palavras )
Minha filha, hoje é o dia de teu aniversário. Que o aproveite bem ao redor dos entes queridos, amigos e colegas de trabalho.
Mas será que só preciso te cumprimentar nesse dia?
Será que não és boa filha, boa mãe ,boa irmã, em todos os outros dias?
Será que não te preocupas, em todas as horas, em incutir um caráter firme em teus filhos? Para que saibam discernir o joio do trigo e a boa plantação do inço?
Serão os outros dias menos importantes em meus sentimentos maternos?
Não, minha filha, os demais dias serão também os dias de teu esforço e dedicação e de carinho para com todas as pessoas. Nós te amamos em todos os momentos. Se assim não fosse também não lembraríamos de ti na data de aniversário.
A diferença talvez seja o bolo com as velas, o entoar do ''Parabéns a você'', os presentes que vais abrir e agradecer.
Mas, tenho a certeza de que não irás tratar mal aquela pessoa que não teve disponibilidade para comprar um presente.
Recebe meu especial carinho, meu respeito e cumplicidade. Sempre estaremos lado a lado, fazendo confidências e pedindo conselhos, uma para a outra, sem receio de confidenciar qualquer assunto, qualquer fato da vida que possa nos surpreender com suas vicissitudes. Faz parte da vida enfrentar os desafios com temperança, determinação e extratégia. E com fé e esperança.
Que teus projetos de vida possam se realizar por teu próprio e especial empenho. Não esquece das orações antes do sono noturno.
E não dá permissão para que as mágoas, se acumulem. Nem as desavenças, circunstâncias dolorosas, nem os amores mal havidos.
O passado traz a experiência necessária para reformular o amanhã. Mas não temos que carregá-lo porque seria um foco de indesejáveis fluidos a desequilibrar nossa energia vital.
Mas é hoje, 28 de novembro, o dia de teu aniversário.
Então é nesse dia que vou me declarar para ti, minha filha:
- Eu te amo, querida filha, e esse amor é um tesouro que guardo, como relíquia, e que o tempo não irá apagar, porque criou raízes emocionais.
Parabéns e muitas felicidades nesse dia, minha filha Karina.

Da mãe e amiga inseparável:

KATIA CHIAPPINI

domingo, 27 de novembro de 2016

NOSSA SAÚDE:CONSIDERAÇÕES!

                           NOSSA SAÚDE
                            ( considerações)
Consideramos que a boa saúde é elemento essencial para  obter uma vida tranquila e prazerosa.
Para isso o paciente deve ser tratado além do corpo físico e seus sintomas.
É preciso entender a circunstância, a história pessoal e as preocupações e tristezas de cada pessoa.
Unindo-se os aspectos do corpo físico com a saúde mental, com o lado espiritual e emocional, podemos fazer um diagnóstico psico-somático e verificar o caminho a seguir para ajudar o paciente a se recuperar.
Consideramos que a saúde, vista e tratada como um todo, possa ser o portal para se atingir a felicidade. 
Sabemos que não só a dor física causa sintomas de doenças. Problemas além dos físicos, podem causar gastrite, arritmia, pressão alta e outros. 
A dor emocional pode gritar mais alto e ensurdecer. A dor emocional pede socorro, 
Chamamos de saudável uma pessoa em harmonia com seu corpo físico e com seu espírito.
A dor física é sinal de alerta. Mas o lado emocional, se não estiver saudável, estará potencializando essa dor.
Antes de dar remédios controlados que podem mascarar os sintomas pelo fato de dopar a pessoa, o bom profissional deve conversar com ela e procurar saber sobre suas ansiedades. As frustrações, dores resultantes de um casamento desfeito, da perda de um filho querido ou  do desfalque sofrido por um sócio, sem caráter e sorrateiro, que planejou um golpe, podem ocasionar doenças no organismo. Quem está sofrendo precisa bem mais de atenção e carinho do que dos remédios. Os remédios são um complemento, um adendo importante no tratamento, mas não substituem a amizade e o amor que todos precisamos sentir por parte dos entes queridos.
Os traumas de infância podem ser responsáveis pela agressividade, teimosia em excesso, ingratidão, vício e insatisfação. E se nada for feito vem o isolamento do ser em seu casulo impenetrável, a solidão, a depressão e o suicídio.
Outra preocupação, em nossos dias, é lutar para que sejam feitas campanhas contra os acidentes nas rodovias, pois só esse fato faz lembrar do vício da bebida que culmina com a morte de famílias inteiras. Essa é a saúde social que está ao leu, sem o devido apoio governamental.
Infelizmente estamos numa época onde o aumento de crimes hediondos tira o sossego do homem que trabalha e paga seus impostos, sendo arrimo de família. E, na luta pela disputa de pontos de droga, outras pessoas inocentes são mortas por balas perdidas, ou por terem sido confundidas com algum traficante que deveria ser abatido pelos membros de uma ou outra gang. E, mesmo do interior  dos presídios, sai a ordem para que pessoas sejam perseguidas e exterminadas. 
Esses fatos afetam a todos nós e a falta de segurança é responsável pela ausência de boas condições de saúde. Andamos acuados, nem saímos muito à noite.
Levar vantagem está na moda, assim como se valer da bajulação e hipocrisia para a obtenção de vantagens pessoais.
Precisamos  resgatar nossos valores e não nos deixar corromper. Não precisamos imitar os maus exemplos. Temos nossa força espiritual e a força de caráter para nos mostrar o bom senso.
Não podemos perder nossa força e pujança e sim, assumir nossa vida de acordo com nossas metas e objetivos.
Apesar da tempestade precisamos nos reerguer dos golpes sofridos, precisamos erguer a cabeça e não deixar que o temor nos tire a capacidade de lutar pelo bem-comum.
Depois de um período de tristezas vem outro de transição em que nos encontramos fragilizados e sem esperanças.
Mas é nessa hora que precisamos reagir para recomeçar com um novo e amplo olhar.
Logo vem a fase de superação. Tentamos nos equilibrar e assimilar as vicissitudes como desafios que a vida se nos apresenta.
Estamos sendo testados em todos os lugares que frequentamos e por todas as pessoas com as quais convivemos. E se sucumbirmos, justamente quando deveríamos nos erguer, podemos ter uma queda irreparável. É preciso reagir e se cercar de pessoas idôneas e confiáveis. E que queiram nosso bem.
Precisamos deixar as cicatrizes no passado e não levá-las onde formos,como se estivéssemos nos apegando às tristezas.
Precisamos retirar do bau tudo o que não presta mais, reorganizar os sentimentos e emoções. E abrir espaço para conquistar a felicidade.
E, pense comigo, a felicidade não é aquela que você fica esperando e que nem sabe onde está. Ela é feita de nossas conquistas diárias, dos pequenos gestos que enternecem, das pequenas atenções. Ela é nosso dia a dia e está nas tarefas que cumprimos com alegria e disposição. Ela não está nos seres invejosos, nem naqueles que só falam de seus problemas, mas que não ajudam o  semelhante.
Não está entre os hipócritas, nem entre os ricos senhores de colarinho branco. Nesses que, há muito, já mergulharam sua alma na escuridão.
Se quisermos atingir o universo da felicidade não podemos ser colecionadores de infortúnios, nem acumuladores de tormentas.
Temos que viver do nosso jeito  e não tentar imitar o jeito de outra pessoa e nem querer ter o que ela tem. 
A felicidade depende do fortalecimento interior e precisa espaço para se manifestar. Descubra-se acima das frustrações e vislumbrará a sua própria. 
Não sejamos pessoas ácidas .Precisamos purificar os sentimentos, atos e atitudes para que nos tornemos mais alcalinas e saudáveis. E só buscando o equilíbrio entre a acidez e a alcalinidade, seremos seres tanto cativantes como  desejáveis, tanto saudáveis como  felizes. 

KATIA CHIAPPINI

A VIDA É UM LIVRO!



A vida é o grande livro que lemos ,aos poucos.São algumas as páginas que desejamos guardar. 
Outras, gostaríamos de rasgar, outras ainda, tentar esquecer . Mas a cada dia, novo desafio nos é apresentado e o bom leitor não desiste de seguir a leitura, corrigir alguns trechos, construir outros, refazer atos e fatos para viver com boas energias ao seu redor. E se soubermos exercitar a doação, a semeadura nos será farta e promissora.
Mas, um conselho, nunca abandone a leitura.
Apenas, descanse, um pouco, seus olhos, para que voltem a enxergar com mais discernimento e propriedade.
Isso, para que não façamos de nossas vidas um livro de terror...

Katia chiappini

PENSAMENTO CONTÍNUO

                PENSAMENTO CONTÍNUO

Não se contente em ser um cidadão do mundo, faça do mundo um cidadão em você.
KATIA CHIAPPINI

APRESENTAÇÃO DE VIOLÃO:MINICONTO

                   APRESENTAÇÃO DE VIOLÃO
                              (miniconto )
D.Maria e Dr João estavam sentindo uma certa invasão em sua privacidade.
D,Maria teve uma feliz ideia. Resolveu dar um violão de presente para o marido aposentado e cada vez mais ao seu redor, durante o dia, pedindo pequenas coisas como:
-Maria, me alcança o chinelo
-Maria, apronta o chimarrão
E os pedidos seguiam atrapalhando o dia da dona da casa. Pois ainda tinha a hora do ovo cosido, do suco de laranja, da linguiça frita para comer com pão e do milho cosido.
Contratado um professor de violão, o aposentado se empenhou em estudar as aulas dadas. Cantava no seu escritório e criava acordes para se envolver mais no ensino.
Enquanto isso D,Maria conseguiu colocar as costuras em ordem e reformar as peças que queria, há longo tempo.
Certo dia  o Dr me ligou dizendo que iria tocar violão em minha casa e o recebi, num domingo.
Eu estava com meus três filhos e uma prima deles,Lili, muito querida e frequentadora da casa.
O Dr bateu na porta, entrou sorridente com o violão e com a vontade de se apresentar.
Começou a tocar o ''Parabéns a você'' e a cantar.
Mas a voz ia para um lado, o violão, contrariado, ia para outro. E as almofadas começaram a cobrir o rosto da platéia, crianças, ainda sem domínio dessas situações inusitadas.
O riso franco explodiu entre as almofadas que não conseguiram abafá-lo, tal a algazarra da turma, uma seleta platéia.
O Dr seguiu cantando,sem parecer perceber a situação. 
E, em dado momento me perguntou;
- O que faz essas crianças rirem tanto?
Eu falei:
- Não repare, crianças riem à toa.
Mas, discretamente , retirei o violão das mãos do aplicado estudante e convidei as crianças para cantar comigo as canções do folclore gaúcho.

KATIA CHIAPPINI

sábado, 26 de novembro de 2016

MINICONTO FAMILIAR!

                 MINICONTO FAMILIAR

Quando fiquei noiva, meu escolhido presenteou-me com um lindo faqueiro da marca Tramontina, acondicionado numa caixa de madeira e forrado com um tecido aveludado e muitas grades, em andares, próprias para acondicionarem ,devidamente, as peças.
Como era uma embalagem pesada, solicitou a um amigo que o ajudasse.
Ao abrir a porta de minha casa achei graça da cena: o amigo de meu noivo, simplesmente, estava com o faqueiro apoiado em suas costas. Recebi os dois, abri o presente e ofereci um chá com algumas bolachar recheadas. Conversamos um pouco e eles foram embora, após terem cumprido sua tarefa do dia.
Logo nos casamos e levei o faqueiro, com todo o cuidado, para minha casa. 
Um certo dia, meu marido,algo distraído e com sua maturidade em formação, me chamou e falou, com naturalidade, com se nada de importante fosse:
- Minha nega, desculpe mas vou vender o faqueiro.
E eu, bem rápida:
- Nada disso, se você gastou demais, trate de arranjar mais clientes para cumprir com suas dívidas.
Em tempo, meu marido era advogado em início de carreira e nunca se deu bem em administrar o próprio orçamento. Além de ser, mesmo, uma profissão que oscila de mês a mês.
Mas, voltando ao fio da meada, reagi, bem braba e saí de perto dele.
Depois disso ,apesar de não termos vendido o faqueiro que tenho até hoje, impecável, não houve desculpa que eu pudesse assimilar em pouco tempo. 
Logo o faqueiro, um presente tão especial...
Mas os homens não têm esse alcance de sensibilidade que nós mulheres temos.
Não foi tanto o valor financeiro mas o estimativo, para mim.  Vinha  a minha mente aquela cena de entusiasmo, de carinho, no dia do noivado.
E meu único marido nessa minha trajetória, já longa, que se dê por satisfeito por não ter levado, na ocasiãos, nenhuma facada com a faca maior, do lindo faqueiro, que, certamente, era para cortar carne.
Homens são assim: imediatistas e sem muita interioridade!

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

NÃO SEI

                               NÃO SEI...

Se um dia algo inesperado
Vier pra  me fazer sofrer
Não sei se estarás ao lado
Pra demonstrar bem-querer

Não sei se sou, onde vou
Não sei a verdade pura
As vezes parece que estou
Numa simples aventura

Não sei no amor investir 
Mas deveria vir do céu
Ou, ao acaso, se inserir
Ou estar ao vento, ao leu 

Não sei quais os motivos
Do amor vir qual magia
Mas como seres ativos 
Temos direito à alegria

Não sei se muito sofri
Ao te permitir um passe
Sei que, por certo, me vi
Num real e louco impasse

Pensei ,e sei que quero
Ir ao baile, a uma festa
Com vestido longo espero
Feliz, sem ruga na testa

Mas também sei e aprendi
Que o mundo pode ser cruel
Bem ou mal, tentei e vivi
Entre gotas de amor e fel

O mundo é longa ladainha
O ser é bom, ou centopeia
Vivi áureos tempos de rainha 
Mas existi tal qual plebeia

KATIA CHIAPPINI  

A CASA DA ESTÂNCIA

                   A CASA DA ESTÂNCIA

Quando criança e adolescente, minhas férias foram bem aproveitadas porque transcorreram na estância São Miguel do Sarandi, em Santana do Livramento.
Éramos uma turma de primos e demais pessoas que circulavam atarefadas cumprindo suas respectivas obrigações.
Os campos eram extensos e bem cuidados e a organização dos mesmos era mantida com esmero.
Os tios Léo e Bebê eram os patrões e comandavam com disciplina todos os setores da lida diária.
As cozinheiras e as copeiras moravam na estância com suas famílias.
O capataz ganhara um terreno e algumas cabeças de gado, como estímulo pela dedicação de muitos anos.
Todas as manhãs meu tio reunia os tropeiros e dava as coordenadas a serem seguidas para que a ordem fosse mantida e os animais bem cuidados em suas necessidades.
Alguns deles eram preparados para desfilar em exposições, na capital e no Uruguai. E os prêmios e taças obtidos desfilavam no móvel da sala, junto à lareira.
A estância recebia a visita do veterinário, dos mascates, dos negociantes, dos arrendatários, do contador, do fornecedor das mercadorias solicitadas.
Ao entardecer o acordeon anunciava a hora de lazer e os bancos rústicos circulavam a casa grande para ouvir Teixeirinha, Agildo de Freitas, Os Serranos. Os irmãos Bertussi e o Conjunto Farroupilha, entre outros.
O mate amargo e os ''causos'' de galpão enriqueciam essas horas tranquilas e de merecido descanso.
Até o filho do patrão se animava a declamar ''O bochincho',ou''Galo de Rinha''' de Jayme Caetano Braun, um dos melhores pajadores dos pagos.
Durante a tarde a gurizada encomendava seus cavalos encilhados para passear pelos campos a perder de vista.
Um dos homens ficava circulando pelos campos e observava o andar dos cavalos e a algazarra da meninada faceira.
As refeições de domingo eram especiais e as iguarias multiplicadas.
A sobremesa era servida em forma de compotas de figo,de pêssego e geleias de frutas. As cucas, bolachas caseiras, pudins e tortas eram a alegria da criançada.
Minha filha Tati, levantava a toalha que cobria um tacho de figo em calda e ''roubava alguns', quando passava pela sala de jantar, ao longo do dia.  
Minha tia nos convocava para rechear as tripas de linguiça que pendurávamos no varal para secar.
Fazíamos rodízio para mexer o tacho de sabão, pentear as ovelhas  para a exposição, colher os figos no quintal, laranjas, bergamotas.
A pitanga e o butiá e jabuticaba eram reservadas para a fabricação de licores caseiros.Tarefa essa, que meu tio e eu gostávamos de fazer e até de apostar quem conseguiria apresentar o melhor sabor no cálice.
Minha tia sempre se mostrou uma dama habilidosa e de mil e uma utilidades. Ela costurava roupas pesadas como jaquetas e calças. Essas últimas eram enfeitadas com ''favo de mel'',nas laterais, modelo típico usado por todo o gaúcho que se orgulha de sê-lo.
Ao som de uma viola as canções cortavam a paisagem e o Sol dava lugar para a sua irmã Lua, que cumpria seu papel de sentinela do firmamento, onde as estrelas eram as companheiras reluzentes. 
O clima era restaurador de energias perdidas na cidade grande e o descanso era emoldurado por uma paisagem deslumbrante, onde o   som dos pirilampos e pássaros eram ouvidos com surpresa. E o coaxar das rãs se ouvia perto da casa e, à noite, sua presença habitava os banheiros. E tínhamos ordens de não espantá-las porque eram bem-vindas pelos donos da casa.
Para que meus tios pudessem dormir um pouco, após o almoço, hábito que congregava todos os presentes na estância, minha tia solicitava que eu reunisse todas as crianças na garagem para brincar de criar alguma cenas de teatro, para contar histórias, brincar de amarelinha. E não deveriam sair  da garagem até os tios e o pessoal do galpão acordarem para seguir seu dia de tarefas.
Eu coloquei um quadro negro e giz para que as brincadeiras de forca, desenhos e palavras cruzadas pudessem ser feitos.
Os dias transcorriam em paz e as crianças aproveitavam para criar brincadeiras e trazer novas ideias para o bom aproveitamento do tempo de férias.
A estância São Miguel do Sarandi é uma dessas lembranças que não se apagam ,jamais, da memória de uma criança.
Voltávamos a cada novo ano e ainda voltei depois de ter meus três filhos. Eles aprenderam a cavalgar  e seguiam a peonada para ver como funcionavam os potreiros, a tosa, a marcação do gado, a aplicação de vacinas, os cuidados com o gado adoentado ou com a vaca que carregava seus bezerro na barriga. Se fosse filha seria novilha. O pai era o touro porque o boi era castrado.
Agradeço, todos os dias, pela oportunidade que me foi dada de passar as férias nessa estância de tantas lembranças e infinitas.
Minha tia Bebê já ultrapassou seus gloriosos 90 anos de idade.
E creio que um dos segredos de sua vida alongada seja o fato de ter se mantido ativa, ora nos afazeres da casa, ora nas telas que pintava, ora na reforma das cadeiras de palha, ora na fabricação de requeijão caseiro.
A saudade da estância é uma das maiores e mais significativas que trago comigo, ao longo da vida. Hoje conto aos meus netos essas histórias, e são muitas,as que tenho na memória.
E desse tempo trago comigo a força que jamais sonhei.

                                       KATIA CHIAPPINI


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

DEVANEIOS COM VOCÊ...

                    DEVANEIOS COM VOCÊ...

Onde você estiver
Tente me buscar
Faça o que fizer
Vou considerar

Longe ou perto
Esteja ao lado
O elo é secreto
O beijo foi dado

Amor não se vê
É um sentimento
Também não se crê
É breve momento

Seja como for
Quem não o quer?
Choram essa dor
Homem ou mulher

Ninguém advinha
Quando ele virá
O amor se aninha
É, foi, ou será...

Quero meu quinhão
Toco meu berrante
Mas o som do coração
Ouve-se mais distante

KATIA CHIAPPINI




terça-feira, 22 de novembro de 2016

EXISTIR E VIVER

                         EXISTIR E VIVER

Existir é só o início
Viver é se dedicar
Existir será suplício
Se não for trabalhar

Existir é verificar
A placenta se romper
Viver supõe realizar
É tentar sobreviver

Existir se deve a Deus
E vem do acasalamento
Viver é ver os filhos seus
Seguir os ensinamentos

Existir é sair do casulo
Viver é enfrentar o mundo
Existir é só dar um pulo
Viver é crescer profundo

Existir é tentar nascer
Viver é enfrentar as'' feras''
Existir é o respirar do ser
Viver é não crer em quimeras

Existir é simples despertar
Viver é sublime missão
Existir é divisão celular
Viver é calor feito paixão

KATIA CHIAPPINI





DIA DO MÚSICO:22 /11: LEMBRANÇAS.

                           DIA DO MÚSICO
                             ( lembranças )
Hoje, dia 22 de novembro, se comemora o dia do músico.
Cada um de nós tem um músico em ebulição, aguardando o dia da revelação, ou da oportunidade para desenvolver seu talento.
Descobrimos pessoas que iniciam sua atividade musical, em plena maturidade, quando filhos e netos já dispensam maiores preocupações.
Deparamos, não raro, com músicos de rua e e igualmente talentosos. E, desprovidos de preconceito, se apresentam numa avenida qualquer de uma cidade, como num teatro, em concerto erudito, junto com uma orquestra que teve a sensibilidade de perceber esse dom.
Conheci um menino prodígio, de ouvido absoluto, que aos 7 anos deu seu primeiro concerto, ao piano, num teatro da sua cidade.
Encontrei-o, anos depois, tocando teclado nas ruas e fiquei impressionada. Depois fiquei sabendo que ele chegou atrasado no dia da seleção, no Instituto de Belas Artes, de sua cidade, órgão oficial e federal, onde prestaria prova de habilidade específica, no caso, executando as peças solicitadas, ao piano.
O trânsito foi o responsável pelo atraso do menino que morava afastado do local: um atraso de apenas 4 minutos, sendo o único caso a considerar.
E meu amigo músico, na época, se desestruturou de tal forma, que acabou desistindo de voltar a prestar exames.
E tenho na lembrança a rigidez de sua mãe que não admitia que faltasse ao curso de teoria, acompanhando-o a cada encontro de aula. E perguntando aos professores sobre o aproveitamento do filho, entrando sala a dentro no final do período. 
Lembro-me do sorriso dele, ainda aos 8 anos de idade, ao receber uma caixa de bombons que eu lhe presenteava, após cada concerto feito. Fomos colegas no curso de extensão em Teoria,Solfejo e Percepção musical.
Outros músicos talentosos não chegam a se projetar porque não são apadrinhados, nem conhecidos pela mídia, pelo sistema fechado que tão poucos privilegia.
O músico, independente de qualquer fato ou circunstância, é aquele que consegue sensibilizar  e passar uma mensagem de energia, luz e vibração.
Pode estar num grande teatro ou num pequeno beco, escuro e pouco frequentado, com uma caixa, ao lado, sugerindo doações dos transeuntes que param para dar-lhes atenção.
Existem pessoas que não perdem os espetáculos musicais de sua cidade.
Uma dessas pessoas, minha amiga, me falou que ama e sempre amou o piano. Mas quando jovem pediu ao seu pai para estudar o instrumento. O pai respondeu assim:
- De novo, não. Basta sua irmã que está estudando violino e que me faz pagar por suas aulas.
Então, com certeza, se hoje tivesse condições, estaria matriculada num curso de música .Mas, atualmente, enfrenta problemas de saúde, o que lhe consome, infelizmente, boa parte de sua minguada aposentadoria.
Outra senhora, na terceira idade, aos 80 anos, foi minha aluna no curso de piano. Queria estudar o suficiente para interpretar algumas valsas de sua predileção. Parecia ter voltado à infância, tal o entusiasmo que tomou conta dela. Ficou nas aulas até seus 84 anos. Por motivo de ser necessária a sua presença para cuidar do marido hospitalizado e gravemente enfermo, na época, não conseguiu voltar às aulas.
Hoje mora numa casa geriátrica, após a viuvez, mas o primeiro móvel que se vê em seu pequeno quarto, é o teclado, e junto dele, as partituras das valsas que amava.
Como essa senhora se tornou uma grande amiga, eu a visito, frequentemente, sem esquecer de dedilhar algo ao teclado,enquanto ela faz questão de me preparar o chá da tarde.
Tive outros alunos maduros e igualmente realizados musicalmente.
No dia do músico quero parabenizar a todos quantos conseguem viver da atividade musical, algo raro em nosso país.
O músico viaja para se apresentar em todos os recantos desse imenso território e sua vida enfrenta dificuldades de ordens diversas .A família do músico desfruta de sua companhia apenas aos finais de semana, se ele conseguir se organizar para isso.
O grupo precisa se unir e a dedicação deve ir além dos problemas diários. É necessário que haja total confiança e igual empenho entre os membros do grupo, quanto ao comparecimento aos ensaios e apresentações programadas.
E que não sejam a ambição e a ganância de alguns, as responsáveis pelo enfraquecimento dos elos de amizade. Pois a dissolução do grupo seria a consequência previsível.
Parabéns aos músicos de todas as tribos, porque independente do estilo ao qual aderiram, vale o esforço para que o reconhecimento seja a semeadura fértil e a gratificação desejada.
Salve dia 22 /11, o dia do músico.
E quem sentir a música na alma que possa descortinar os sons e tons em seus novos projetos de vida.

KATIA CHIAPPINI

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

MENINAS DO INTERNATO: MINICONTO

                   MENINAS DO INTERNATO
                               (miniconto )
Precisávamos ser amigas além de colegas. Éramos internas e só podíamos sair nos finais de semana, para ficar com nossos pais e irmãos .As atividades eram feitas em turno integral, com poucos intervalos para ficar no recreio, para lanchar, ou participar de jogos.
A disciplina era rígida. Não era permitido falar na fila, nem na sala de aula, sem permissão. Quando a regente de classe ia chegando, e a cada troca de professora, levantávamos em sinal de respeito. Esperávamos até que ela mandasse sentar.
A escola era feminina. Os meninos podiam nos visitar junto com nossos pais, se fossem familiares próximos.
Certa ocasião eu conversava com minha colega de classe ,sentada ao meu lado.  A professora, que era uma irmã da congregação e que morava na escola, chamou minha atenção e como era muito exigente disse-me:
- Minha filha, se continuar a falar e se eu tiver que interromper a aula, novamente,  vou mandar chamar seu pai para comunicar essa sua distração em classe.
Não retruquei e segui em silêncio.
No dia seguinte, ela me confessou que já mandara chamar meu pai para fazer uma advertência, já que não era justo eu prejudicar o andamento das atividades escolares.
Mal tinha acabado de falar quando uma irmã entrou e me chamou para ter com ela.
Conversei com a irmã e ao voltar para a aula, a freira, a mesma que me havia mandado silenciar, não se conteve e perguntou:
- Então ,seu pai estava na escola com a direção?
- Sim, estava e já se retirou, após falar comigo e com a direção..
A irmã retrucou:
Viu no que dá ficar atrapalhando a aula? Diga-nos o que seu pai fez?
- Ele apenas agradeceu a gentileza da irmã secretária, depois que essa lhe falou:
- Obrigada por manter a mensalidade sempre em dia ,senhor Antônio!
 A freira ficou encabulada e não me dirigiu mais a palavra naquele dia. E minhas colegas disfarçaram o riso que teimava em aparecer em suas faces.
Doces lembranças e doce interlúdio, numa época, não tão doce, em que era comum deixar as filhas num internato para que essas se tornassem moças prendadas e candidatas a um bom casamento. 
A educação esmerada seria o salvo conduto para uma união, no civil e no religioso, bem sucedida e feliz.

KATIA CHIAPPINI

PARA PENSAR...

                        PARA PENSAR...

Uma senhora idosa estava com três cachorros pequenos, no carrinho de bebê. Empurrava com dificuldade, ao se deparar com um trecho de subida íngreme. Sua respiração estava ofegante.
Ajudei essa senhora e levei aquele carrinho até a casa dela, que ficava distante. Tínhamos ainda 5 quadras para percorrer . 
Perguntei se os cães estavam doentes ou com idade avançada.
Ela me respondeu que eram adultos, mas pequenos de estatura.
E que estavam com boa saúde.
Sugeri que deixasse os cães no chão, cada um com sua coleira, e que não carregasse tanto peso, pois, invariavelmente, precisava passas pela subida, em questão, cada vez que precisasse voltar para sua casa.
Ela me prometeu pensar no assunto.
Mas não me levou à sério e seguiu com a mesma rotina, ao sair com os cães.
Então, sempre que a vejo no mesmo trajeto, cumprimento-a sem oferecer ajuda.
Não entendi porque essa senhora faz pouco caso de sua saúde, desse jeito. Mesmo que o ar quase lhe falte, ela empurra seus cães no carrinho e enfrenta seu cansaço sem se queixar.
Poderíamos pensar que se trata de uma inversão de valores.
Por mais respeito e carinho que  tenhamos pelos nossos animais de estimação, não podemos dar mais atenção a eles do que ao nosso bem-estar e aos cuidados que nossa saúde exige.
O que não quer dizer que não possamos dar colo a eles quando atravessamos a rua movimentada da cidade grande. Ou quando estiverem doentes ou muito cansados.
Na ânsia de ter companhia, essa senhora idosa segue levando um peso que seria desnecessário sob os olhares surpresos dos transeuntes.
E nenhum argumento faz com que ela mude de ideia.
E nem se pode falar muito porque ela fica braba e vai se afastando para não ouvir os possíveis comentários ou conselhos.
Esse foi um fato que me deixou pensativa.
Depois, eu soube que a senhora não estava mais saindo de casa porque fora acometida de um súbito desmaio e estava em observação.
Mas tudo faz crer que mesmo que tenha que diminuir o ritmo de vida e sofrer limitações, seu cães vão seguir passeando de carrinho com ela.
E só Deus sabe onde isso vai levar!
E cães precisam pisar no asfalto, na terra das praças .Precisam estar livres de roupinhas bordadas,  de sapatinhos que acabam por tolher os movimentos ou a devida liberdade.

KATIA CHIAPPINI

domingo, 20 de novembro de 2016

NA MATERNIDADE: MINICONTO

                         NA MATERNIDADE
                                 (miniconto )           
Quando eu estava esperando o meu primeiro filho percebi que ao redor do terceiro mês a barriga parecia não crescer. Falei com meu pai e ele marcou uma consulta. O meu médico percebeu que o feto não estava com vida e me deu um medicamento para induzir o parto, durante a noite.
De madrugada chamei meu marido e fomos para a maternidade, pois eu tive cólicas violentas. Ao mesmo tempo telefonei para a casa do médico, que estava de sobreaviso.
Realmente eu perdera o bebê e o médico chegou para fazer os procedimentos necessários. Pedi-lhe que me mostrasse o feto mas ele me disse que não faria isso para que eu não me impressionasse. Também comentou que não teve como ver o sexo da criança. Logo fui para a ala da maternidade para descansar, pois teria alta no dia seguinte.
Não precisei de curetagem já que a placenta saiu inteira. Só fiquei triste mas confiante de que teria outros filhos, pois era jovem. 
Estava com meu marido no quarto quando uma enfermeira entrou com um bebê perguntando:
- Esse que tenho aqui é o seu bebê? E se aproximou para que eu lesse a pulseira com o nome  ali gravado.
Meu marido ficou muito agitado porque viu meus olhos se encherem de sentidas lágrimas. Mas antes que ele reclamasse com grosseria, ofendendo a enfermeira que se enganara, eu apertei o braço dele com força e falei:
- Deixe, ela vai dar alegria para a verdadeira mãe desse bebê.

KATIA CHIAPPINI

sábado, 19 de novembro de 2016

VOLTANDO A AGRADECER!

                VOLTANDO A AGRADECER

É com prazer que venho renovar meus agradecimentos aos leitores do blog inspirações.
Atingimos o expressivo número de mais de 90.000 acessos num curto período de tempo.
O fato de constatar que os leitores ainda apreciam poemas, passou a servir de  incentivo e inspiração para essa dama que segue os passos da literatura com esmero.
Muito obrigada por compartilhar comigo desses momentos onde a tranquilidade parece ser uma excelente companhia aos nossos profundos anseios, desejos, sonhos e sentimentos. E de intensa magia, já que, em alguns momentos, podemos nos ver como príncipes e princesas de um mundo de encantamento.
Em outros momentos constatamos as dores do mundo, as injustiças sociais e a inversão de valores que nos entristecem como seres humanos, dignos de respeito.
Em outros, ainda, tomamos consciência do valor de vultos históricos e de personagens notórios da ciência e das artes.
E podemos nos reportar às pessoas iluminadas que se dedicam ao próximo realizando trabalhos voluntários e de real valia para o grupo social. 
Os textos que escrevo versam sobre assuntos diversificados. Os minicontos que faço são baseados em fatos reais. Recolho pequenas histórias que se passaram no universo de minhas relações de amizades, e outras, são calcadas em experiências próprias, guardadas, de longa data, em minha memória afetiva.
As músicas ao piano são criações próprias, desde que faço os arranjos para dedilhá-las ao piano, ao entardecer de cada dia.
Música e literatura são meus preciosos tesouros,bem como minha família e as amizades que tenho colecionado, com muito orgulho.
Sigam comigo em inspirações e façam os seus comentários sempre que quiserem que eu os leia.
E se tornem seguidores do blog que me darão imensa alegria em tê-los comigo.
Muito obrigada por 90.000 acessos e sigam compartilhando esse espaço literários  que tem por objetivo primordial congregar todas as raças e credos.
Como costumo lembrar, ao final de cada agradecimento, vou mais uma vez, repetir:
- Enquanto houver um leitor atento haverá um escritor preocupado em compartilhar seus pensamentos e sentimentos.

                                        KATIA CHIAPPINI
                                E-MAIS:katia_fachinello42@hotmail.com

 


COMO SER LIVRE?

                        COMO SER LIVRE?

 Na atual conjuntura nos parece difícil expressar a liberdade. 
Somos seres monitorados pela tecnologia e cada vez mais invadidos em nossa privacidade.
A qualquer momento podemos sofrer escárnio, palavras ofensivas. Há espíritos menos evoluídos que se divertem em nos ofender nas redes sociais, gratuitamente. E quando isso acontece, ficamos acuados até que os fatos verdadeiros venham à tona.
Ser livre não é viver levando chibatadas na dignidade.
Ser livre não é ser prisioneiro do próprio civismo, uma vez que tentam comprar nosso voto com ofertas escusas e que contrariam nossa dignidade. Essa que é construída, dia a dia, com um trabalho exaustivo do qual tiramos o sustento, de cabeça erguida.
E como poderemos suportar o fato de perder um filho com uma bala perdida? Ou como confortar um pai que viu seu filho morrer por ter sido confundido com um assaltante? 
Será que precisamos sair às ruas com disfarces para nos deixarem viver?
À medida que a criminalidade aumenta, em proporção inversa e desoladora, diminui a aplicação da lei constitucional.
Nunca se viu tanta complacência com os''fora da lei'' e tantas advertências, processos e inquéritos injustos, aplicados aos homens de bem.
E o sol da liberdade não está brilhando no céu da pátria, nesse instante. E nem o penhor da igualdade está sendo cumprida, como é apregoada no Hino Nacional.
Nossos minérios estão sendo legados aos povos estrangeiros. E a evasão de riquezas nos empobrece.
Nossas matas estão devastadas, com grandes espaços vazios porque delas retiraram nossas árvores para comercializar a madeira.
Nossos animais estão sendo abatidos na caça proibida e a extinção de algumas espécies é um fato incontestável e notório.
Os índios estão vendo a invasão de sua terras se perpetuar e pouco podem fazer contra os grandes monopólios.
O povo brasileiro é um lutador. Muitas vezes cumpre horas extras sem que seja remunerado pelo acréscimo de seu tempo.
E o intermediário ganha muito mais do que aquele que produz com seu suor e trabalho, quase escravo.
Nas escolas o professor luta contra as agressões dos malfeitores de roupas descoladas, de famílias ditas de posses.Triste realidade!
E a posse dos valores cristãos? Se perderam no seio dos lares?
Na política a corrupção tomou forma e se espalha como bola de neve. E não vai parar tão cedo, pois a impunidade faz com que se drible a aplicação das leis e se encontre, nas entrelinhas, os famosos ''furos'', onde advogados chamados de ''raposas velhas'' deles se beneficiem.
Desvincular-se do consciente é acatar a hipocrisia e fazer'' vistas grossas'' para  as ações criminosas que proliferam.
Os policiais são mal pagos e, em dado momento, se corrompem e aceitam propina para completar o salário de fome.
O efetivo que está nas ruas não preenche as necessidades e a segurança está a ver navios, sem previsão de uma política efetiva e séria.
E, não raro, os policiais que estão no cumprimento de seu dever, morrem, em defesa do restabelecimento da ordem e no combate ao crime organizado.
O orçamento anual pouca verba destina para a educação, saúde e segurança.
E a mãe que vai buscar o seu filho na escola não está livre de encontrar a morte, injustamente, porque a criminalidade está nas ruas.
Pagamos nosso plano de saúde para nos deparar com a negativa de ressarcimento, na hora que mais precisamos. E as desculpas são desonestas e sem propósito.
E, em consequência, vemos nosso familiar sem atendimento, desconsiderado e lutando contra o tempo para encontrar a solução.
A crise se instala nos hospitais porque as condições físicas do mesmo já não comportam o número de pessoas que o procuram.
E, mesmo tendo direito ao quarto privativo, ficamos com frio e fome nos corredores do hospital, até que um leito nos seja oferecido, num quarto onde três pessoas se lamentam, gemem de dor e onde a televisão permanece ligada, por 24 horas, nos impossibilitando o descanso a que fazemos jus.
Será essa a liberdade que buscamos? Como podemos ser livre sob tais condições e circunstâncias?
Estamos vagando sem conforto e sem que nossa voz seja ouvida.
Ser livre não é precisar calar para evitar ser o próximo a ser eliminado como ''queima de arquivo''.
Nossa identidade não é mais nossa. Somos vítimas do sistema que controla , aprisiona e pune injustamente.
Nossa liberdade está comprometida porque nos condicionam a usar máscaras para sobreviver.
E quando nos omitimos é para preservar nossa família, da vingança que pode vir à passos largos, na próxima esquina.
Como ser livres, se estão exterminando nossas raízes, nossa esperança e o poder de crer nas mudanças de rumo?
E os infiltrados nas greves e passeatas, esses fazem questão de sair queimando lojas e estabelecimentos comerciais, o que só faz descaracterizar e minar os verdadeiros objetivos dos sindicatos que possuem credibilidade e regras para se manifestar sem violência.
A liberdade deve ter voado a céu aberto e não mais nos privilegia porque se desvirtuou e sucumbiu aos nossos anseios.
Somos seres cansados de esperar pela justiça, meros transeuntes que passam, uns pelos outros, pendendo a cabeça, para não ver tanta dor espalhada pelas ruas! 
Ninguém será livre enquanto de si descrente e ausente.
Talvez ainda seja livre para respirar o ar poluído. Ou para constatar a inversão de valores que nos leva aos tempos medievais.
A verdade é que o poder da riqueza leva à orgia, aos vícios de toda ordem. E a corrupção alcança até e principalmente os três poderes constituídos  e responsáveis por zelar pela paz do território nacional e do povo que nele habita. 
E, quanto ao acesso à educação, talvez seja negada a tantos brasileiros desgarrados, porque a iluminação traz o poder de contestação, de crítica e de uma liderança natural que não interessa ao poder dominante.  Ao contrário, percebemos que não há mais lideranças de peso e nem que possam ser chamadas de confiáveis.
Será que ainda pensamos ser livres, no sentido real da palavra? 
Ou é com pesar que estamos vendo nosso conceito de liberdade ser duramente vilipendiado?

KATIA CHIAPPINI 


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

AVE MARIA: PRECE

                       AVE MARIA: PRECE

Ave Maria, mãe de Deus, perdoai-nos e rogai por nós.
Protegei todas as raças, todos os credos, todos os desiguais, os filhos da guerra, os trabalhadores da terra.
Ave Maria, mãe de Deus e dos filhos teus, perdoai-nos.
Protegei os homens de boa vontade que pregam sua verdade a despeito das manobras das massas despreparadas e iludidas por vãs promessas.
Ave Maria, mãe de Deus e de todos os povos, perdoai-nos.
Protegei os itinerantes expulsos de suas terras e oprimidos pelos poderosos, quase senhores feudais.
Protegei os estudantes para que tenham um futuro onde a inversão de valores não vingue, como hoje constatamos, estarrecidos.
Ave Maria, mãe de todas as mães, abençoai essas criaturas sofridas que criam seus filhos com seu trabalho, sozinhas e sem esmorecer, diante do abandono e das dificuldades que enfrentam.
Ave Maria, mãe de Deus, perdoai-nos.
Perdoai aqueles que não reconheceram o sacrifício de teu filho, Jesus Cristo, e que parecem se divertir quando o percebem pregado na cruz.
Protegei as crianças e os idosos que sofrem crimes hediondos e que estão a revelar a podridão da humanidade.
Ave Maria, cheia de graça, protegei-nos das grandes catástrofes, das perturbações da natureza, da inobservância das leis, da injustiça social, do flagelo, das torturas de um mundo cão que, há muito, já se tornou uma selva .E onde os governantes não garantem nem a sobrevivência de seus filhos, mas que não se esquecem de cobrar altos impostos de uma população sufocada e sobrevivente.
Protegei-nos da exploração do homem pelo homem que parece ter virado ofício, sem interstício. Uma realidade cruel que nos oferece  uma visão de hospício, sem armistício.
Ave Maria, protegei aquele que solicitar tua proteção, aquele que demonstrar esforço para trazer o alimento de cada dia, para sua família. Aquele que trouxer no suor de seu corpo, a prova de sua determinação em cumprir sua difícil missão.
Santa Maria, mãe de Deus e nossa protetora, perdoai os filhos teus, sejam crentes ou ateus, pródigos ou fariseus.
Santa Maria, não permitais que teus filhos carreguem uma cruz tão pesada que não a possam suportar.
Perdoai a humanidade, pois'' não sabem o que fazem''.
Perdoai, mesmo os que não merecem perdão, pois tua bondade e misericórdia são infinitas. 
Orai por nós, Virgem Maria, mãe de Deus.
Louvado seja teu nome!


KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

PENSEI....

                         PENSEI...

Pensei em não fixar meus olhos nos teus, mas não me foi possível desviar o meu olhar do teu.
Pensei em fugir de teu beijo mas ele se colocou em minha boca entreaberta.
Pensei parar de suspirar em voz alta, mas percebi que o suspiro me acalma.
Pensei passar por ti em silêncio mas gritei teu nome e voltaste a cabeça em minha direção. E esmoreci.
Pensei em não te sentir mas deixaste as pegadas em meu corpo.
Pensei em orar porque o silêncio me tranquiliza. Mas gritas no meu silêncio e me desconcentro, de imediato, e recomeço a rezar.
Pensei em dominar meu sono e mentalizar tua ausência. Mas nada fiz para isso.
Pensei em jogar fora o frasco de perfume que comprei para te presentear. Mas, mesmo que não abra o frasco sinto o perfume como se tivesses passado por mim, todo faceiro e convidativo.
Pensei e jurei não sentir saudade. Mas a saudade me tem porque me escolheu para ser o seu par constante.
Pensei e tentei te deixar no passado. Mas o passado se confunde com as lembranças do meu dia a dia.
Pensei partir. Ma quando te comuniquei me envolveste num forte abraço.
Pensei que o amor é incerto e a certeza nunca foi unanimidade.
Mas até a incerteza aprisiona uma tênue porção de certeza, traz um fio de esperança e promete renovar a fé no amanhã.
Pensei em restabelecer as pequenas delicadezas que tivemos, um com o outro. Mas os banhos de chuva e os banhos de Lua não nos pertencem mais.
Nessa linha de pensamentos e contradições ainda me veio um último pensamento que passo a descrever:
- Quis sentir, mais uma vez, um amor em alfa que remete ao Nirvana. Aquele amor que envolve corpo e alma no mesmo encantamento, o que vislumbra o meu rosto em teu peito, no mesmo leito, do mesmo jeito inconsequente, a despeito das mágoas que tenho de ti.

KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

A PALAVRA DE UM AMIGO

            A PALAVRA DE UM AMIGO

A palavra de um amigo se torna preciosa e é capaz de reestruturar uma pessoa de espírito conturbado.
O simples fato de saber ouvir alguém e de lhe permitir falar com fluidez, traz de volta a confiança nos próximos dias.
Somos todos seres frágeis sob máscaras de uma pseudo coragem que nem existe, pois as circunstâncias nos anulam, seguidas vezes.
Esse conceito já é suficiente para que não se negue uma palavra amiga a quem dela necessita. Podemos ser o próximo a precisar dela.
As vezes estamos mais sensíveis e ficamos tristes sem saber o motivo. É algo que vem do íntimo, um sentimento de impotência que surge quando menos esperamos.
Dizer bom dia, boa tarde,boa noite,bom descanso, são maneiras de demonstrar delicadeza e sutileza. Revelar a receptividade é se tornar cordial e afável. 
Dar um abraço em seu amigo é um modo de torná-lo mais tranquilo e menos tristonho. Pode ser que esse seja o único que recebeu em tantos dias. Convidá-lo para um passeio pelos campos e serras, pela praia, pelas montanhas e vales, e mostrar-lhe as belezas naturais, é renovar o ar de seus pulmões. A natureza nos beneficia sem nada pedir em troca.
Não devemos demonstrar pena. Se o fizermos vamos baixar mais a autoestima de quem já se encontra debilitado.  E o amigo pode vir a pensar que vai seguir infeliz pelo resto da vida. E que, realmente, é um fracassado.
Ao contrário, vamos mostrar que ele tem potencial para vencer suas dificuldades e que todos temos nossos desafios.
Sejamos pacientes e não intempestivos. O amigo precisa acalmar sua alma e, em dado momento, voltar a sorrir. Esse riso será nossa recompensa e nos dará mais sentido.
Quando nos dedicamos ao semelhante temos a grata surpresa de renovar nossa energia e temperança.
Não humilhar a pessoa, não ser o julgador, é demonstrar sabedoria.
Ter um carinho, um gesto de ternura, um olhar cativante é saber acolher com dignidade o semelhante.
A palavra amiga exige boa vontade,companheirismo ,solidariedade e bons sentimentos.
Pensemos em devolver ao semelhante um pouco das graças divinas que já nos foram ofertadas.
Podemos aconselhar nosso amigo a conseguir um emprego onde seja mais valorizado, ou viabilizar uma oportunidade de estudo, ou inseri-lo num novo grupo social que lhe dê conforto.
Descobrir seu talento, aconselhá-lo a buscar nova atividade, novos amigos, é zelar pelo seu bem-estar.
Mas em todos esses gestos deve haver sinceridade.
Que o seu auxílio seja verdadeiro e bem intencionado.
Falar por falar seria desastroso.
O dinheiro não é só o que o amigo precisa.
Mais vale dizermos que não temos condições financeiras para emprestar algum dinheiro e mostrarmos outras virtudes de caráter, do que jogar uma quantia em dinheiro para o amigo, só para dele se livrar, sem dizer uma palavra sequer de conforto e de apoio.
O verdadeiro amigo cria um vínculo precioso. E esse é um tesouro a ser preservado.
Precisamos criar laços de amizade e não perder os poucos amigos que temos.
E vamos sim, nos mostrar inseridos em nossa comunidade, como pessoas de incontestáveis princípios cristãos. E acolher quem está a nos pedir só uma palavra de amizade.
Vamos pensar que sempre seremos mais fortes e sábios do que aquele ser que está nos procurando em busca de um conforto. 
É ele quem se mostra carente, abandonado à própria sorte, triste e descrente de si mesmo e do mundo que o cerca implacável.
E nossa força é tudo o que ele precisa nesse momento de fragilidade, para que lhe seja possível transpor tantos obstáculos, que não raro, teimam em vir às centenas, sem quarentena. 

KATIA CHIAPPINI

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

CONFLITOS INERENTES AO SER

           
               CONFLITOS INERENTES AO SER

A vida possui momentos de dificuldades e nos desafia, a todo instante, no sentido de propor a  resolução dos problemas que se nos apresenta.
Se faltar o entendimento não estaremos progredindo. Se não houver sentimento a razão será fria e dominadora. Se escurecermos o pensamento, devemos retornar para capturar os níveis de consciência e bom senso, e bem direcionar nossos atos. Se não nos prepararmos para os dias de vacas magras, entraremos em turbilhão e confusão mental. Se andarmos na corda bamba da ilusão, estaremos sem sustentação, perdidos na imensidão das sombras.
Se nos perdermos na escuridão, vamos entrar em depressão, soltos numa ilha deserta, cultivando o descaso e o vazio da alma.
O tempo, a paciência e a sabedoria, são armas para nos auxiliar a restabelecer a esperança perdida e a fé em nós mesmos e em nosso semelhante.
Estagnar é negar a missão que temos a cumprir, nessa existência.
A constância nos propósitos, a estratégia, a determinação e a vontade, essas devem merecer nossa atenção e nos direcionar para a trajetória que buscamos para que se processe nossa evolução espiritual.
O tempo é nosso aliado na busca para alcançar a devida e desejada reformulação de pensamentos e atos.
Nosso esforço pessoal e a busca dos ideais sonhados serão percebidos, e a retribuição virá, desde que nosso empenho seja proporcional aos nossos anseios. E a transpiração fará de nós o exemplo para os demais cidadãos que buscam prosperar e superar a si mesmos.
Da mesma forma, se não enfrentarmos os desafios do amor, se não quisermos arriscar, esse sentimento não virá ao nosso encontro.
Amar é sofrer para depois sorrir, é gritar para depois calar, é se doar para receber a doação. Se quisermos ter um grandioso amor, temos que nos dispor a nos envolver numa reciprocidade criadora de laços de modo que esses se transformem em correntes duradouras de união ,cooperação, felicidade e paz.
Vamos nos preparar para ao oscilações do amor, para entender as imperfeições dos seres, bem como as nossas. 
Não sejamos inquisidores, nem juízes de ninguém. Sejamos aqueles seres dispostos a orientar, entender, consolar e perdoar o ser amado.
Se não amarmos o  próximo seremos por ele esquecidos.
Se a ninguém amarmos, iremos perceber o espírito combalido, distante e amortecido
Não precisamos cultivar o  próprio inferno astral, aquele dos seres egocêntricos que acabam por se esconder em seu próprio casulo.
Não vamos mergulhar no deserto interior como se a vida nos fosse negada e a felicidade roubada.
Não vamos naufragar no lamaçal, nem trilhar caminhos escusos, nem abandonar nosso impulso vital, que se prende a nossa essência.
Não seremos como a casa mal assombrada que afugenta as pessoas.
Façamos valer a semeadura para colher os melhores frutos que a vida poderá ofertar. Buscar um terreno férti é nossa missão.
Quando o amor universal habitar nossa morada, iremos perceber que a alma se iluminará.
Não nos permitamos ser igual a uma triste vela apagada, jogada na encruzilhada, igual a tantas outras que se encontram entre os apetrechos de magia negra, 
Façamos a nossa magia branca para transformar a própria escuridão em luz.
E onde houver luz haverá progresso e crescimento interior.
Sejamos felizes. Mas saibamos lutar pelo bem comum para vislumbrar a recompensa e as bênçãos do Criador.
Somos essência divina!

KATIA CHIAPPINI