Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

sexta-feira, 29 de junho de 2012

COSTUMES DO GAÚCHO

                 LAÇANDO O MEU PAGO


Salve o chimarrão
Dança do pezinho
Dança do facão
Xote carreirinho

Tem mate doce
Pra servir a prenda
Como se fosse
A melhor oferenda

Tem campereada
Tem chimarrita
Tem cavalgada
E moça bonita

Lenço e farnel
Cinto e bombacha
Favo de mel :
- O enfeite - se encaixa

Facão é apego
Como a campeira
Como o pelego
E a boleadeira

Caçar perdiz
Não há empecilho
Mas cubra o nariz
Para o zorrilho

Avestruz à vista
Passo ligeiro
Segue sua pista
Segue o tropeiro

Galpão é guarida
O gaúcho descansa
Se refaz da lida
E de sua andança

Falando a trova
Ou o repente
O gaúcho prova
- É competente -

É cavalheiro
Tira o chapéu
Hospitaleiro
Paga o hotel

A dama agradece
Chama o gaúcho
Nele se aquece
Na cama de luxo

Gaúcho mulherengo
Com matriz e filial
Não esquece o dengo
É macho, é bagual

O gaúcho cutuca
Na briga de galo
No truco, na sinuca
No carteado, no pealo

Traz o tordilho galopando
Vem com o zaino e o baio
O alazão acompanhando
Tem corrida, tem ensaio

Cultivar tradições
É rever a memória
Farrapos ou barões
São parte dessa história

O gaúcho laçador
Laça o gado ligeiro
Laça e prende seu amor
Lança a flecha, certeiro

Salve Jayme Caetano
Luiz Coronel, Borguetti
E os Fagundes, pampeanos
Sem ares de vedete

Para em vida não morrer
Estou sorvendo o mate amargo
Vendo o campo a se extender
- Estou laçando o meu pago -


KATIA

e-mail;katia_fachinello42@hotmail.com

quinta-feira, 28 de junho de 2012

ESCREVER!


          QUEM ESCREVE
          SEUS MALES PRESCREVE

Quem escreve
É o que semeia
Ao irmão serve
Constrói a teia

Em solo fecundo
Germina breve
E com um novo mundo
Sonhar se atreve

A mente brilha
Mostra a que veio
Quem escreve não trilha
O caminho do meio

Finito ou infinito
O verso é cheio
O dom é bendito
É sulco, é veio

Quem o livro escreve
Planta uma idéia
Que jamais prescreve
Depois de sua estréia

A idéia multiplica
A possibilidade
A direção indica
O caminho da verdade

Quem escreve
Suaviza a aresta
Torna a alma leve
E ao coração faz festa

É preciso cuidar
A palavra destrói
Nunca condenar
Pois a maldade corrói

A palavra dita
De norte a nordeste
Pode ser como flor bonita
Ou ser fruta com peste

A palavra traz proteção
Milagrosa e viva
Possui força de decisão
E que a Deus sirva

Está na sementeira
Para ser cultivada
Não sem ''eira nem beira''
Como casa abandonada

A colheita é fato
A sementeira é nossa
Plantar o Bem é um ato
Duvidar, não há quem possa

Mas regar a emoção
É o dom do poeta
É febre na imensidão
De um mar que não se aquieta

Quem escreve descreve
O ato de amor, a beleza
Quem escreve se atreve
E o faz com graça e pureza

Da escrita, a magia
Cobre de sonhos a vida
Não se quer mágoa sombria
Nem a alma oprimida

Quem na escrita se inserir
Não incorra na insanidade
Que tem por fim destruir
Inocentes, sem piedade


KATIA
Email:k.treen2@hotmail.com

terça-feira, 26 de junho de 2012

SEJA!

                    SEJA VOCÊ AMANHÃ !


Sei que quero viver
Nesse e no ano vindouro
Minha essência fortalecer
Pois a vida vale ouro

O ter não me satisfaz
Se quisesse só riqueza
Como ter amor e paz
E ver do ser a leveza ?

Faço eco com minha verdade
Para alunos e amigos atingir
É a legião da boa vontade
Aquela que vai me ouvir

Sinto que preciso percorrer
A estrada que não estou
Um novo jardim ver florescer
Que meu andar  transformou

Estou para o desafio vencer
Tenho a proteção de Deus
Aprendi como desejo ser
Carrego a herança dos meus

Tento respeitar o semelhante
Sem olhar o exterior e a veste
Dou um consolo ao andante
É meu jeito de ser : não conteste

Se meu filho pródigo voltar
Vou lembrar que já sofreu
Quem sou eu para julgar
Se meu Deus já o recebeu ?

Rezo para não pecar em vão
Cada ato traz a consequência
Levanto a cada tropeção
Para cumprir minha sentença

Os idosos, no asilo, percebi
Que ao som do piano deixaram
A sala de tv para me ouvir
E todas as canções entoaram

Pediram que eu não fosse miragem
E repetisse aquele momento
O piano deixou uma mensagem
Toquei a alma e o sentimento

Depois disso,à noite, descansei
Sorrindo antes de acordar
Pois o mesmo sorriso partilhei
No asilo : arremedo de lar

Deito e rezo pra despertar
Com vontade de interagir
Alguém de mim vai lembrar
Se chorar, volto a sorrir

Não sei, hoje, minha sina
Medito em minha janela
Nem soube quando menina
Mas do amor serei sentinela

KATIA


Email:k.treen2@hotmail.com

segunda-feira, 25 de junho de 2012

DECLARAÇÃO

                 DECLARAÇÃO DE AMOR!


Sei que ao falar te chamo
És minha verdade -não nego -
Sei que também te amo
Porque só a ti me apego

Se não souberes não reclamo
Esclareço de novo e te espero
Repito a todos e proclamo
Que de qualquer jeito te quero

Sei que estou mais viva
De novo de corpo presente
Do teu amor sou cativa
De teu colo mais carente

Sinto-me bem protegida
Como se sente a criança
Percebo que não estou esquecida
E muito menos sem esperança

Há um colorido lenço
Que brilha no céu e além
É o arco -iris, mas penso
Meu amor é multicor também

Da montanha é a pujança
Da criança é a ternura
O amor é minha herança
Que os males da alma cura

Qual água da correnteza
Que do rio vai para o mar
Meu amor é força e beleza
Que navega pra te encontrar

Vou reconhecê-lo, com calma
Na choupana ou a qualquer hora
Brilha um sol na minha alma
Talvez esteja mais perto, agora

Essa ansiedade da espera
Chega a doer -é um tormento -
Sou tua flor na primavera
És verão em meu pensamento

Embora haja incerteza no ser
Quando certeza, amor é explosão
É a lareira do prazer
É o berço de ouro da paixão


KATIA

Email:ktreen2@hotmail.com

Um pouco de filosofia

                   TÃO POUCO!

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Do que a gente tem, se tem pouco
Pouco ou quase nada emociona
Nesse vai e vem de um mundo louco
Sem referencial, a vida aprisiona


Desacreditamos na criatura
E muito pouco nos dedicamos
Fazemos uma triste figura
Nem sabemos o que buscamos


Esvairam-se as horas preciosas
Do descanso nas calçadas
Em cadeiras preguiçosas
Na frente da casa, enfileiradas


Adeus ao chimarrão e à prosa
Ao carteado na madrugada
O cravo já brigou com a rosa
Desfolhou as pétalas da amada


Tão pouco se sabe da vida
Nem só nos basta o estudo
Abrimos novos sulcos na ferida
Passamos por cima de tudo



Seguimos o clamor da massa:
-Comprar,aparentar, aparecer -
Sem ver que recebemos a taça
Se amar for a razão de viver


Por que tão pouco somos
Se tanto temos a dar ?
Por que egoístas nos pomos
Sem conteúdo no olhar ?


Enquanto a ciência avança
E mais nos impõe solidão
Esquecemos daquela criança
Que estourava, feliz, o balão


É que não mais pensamos
E nem seguimos a consciência
Sem notar que caminhamos
Paro o caos, para a demência


O apocalipse não buscamos
Porque já habita nosso ser
Se instala se ao acaso ficamos
Mas, mortos, teimamos em viver


Só quando maduros nos pomos
A pensar porque ficamos sós
Concluímos que omissos fomos
E partimos sem vez e sem voz

KATIA

Email:k.treen2@hotmail.com

sábado, 23 de junho de 2012

Estágio dos sentimentos do amor.

               AS SENSAÇÕES AMOROSAS


Sensações de tremor - estranhas -
Quase beirando a demência
Se insinuam nas entranhas
Confundindo a consciência

Quando a saudade é mania
Sem o amor ao nosso lado
Só a tristeza se perfilia
No coração machucado

Nos sentimos flutuando
Como uma folha ao vento
Quando do amor o encanto
Nos domina o pensamento

Na dor ou na alegria
Com paixão, hiper ou mega
O amor é o que nos guia
E exige a maior entrega

Poucos são os movimentos
Que dão origem ao ser
Muitos são os sentimentos
A provocar tanto  prazer

Amamos e descobrimos, enfim
Que nada é tão imenso
É um desabrochar sem fim
E o tremular mais intenso

Se o amor não for eterno
Que seja o ponto de partida
Se for o de outono -mais terno -
Mas sempre norte em nossa vida

Não se pode o amor entender
E sim percebê-lo como  delírio
Abraçar um corpo é colher
Uma  especial rosa ou um lírio

Amanhecer com o ser amado
É dom -predestinação -
Se o dom não nos for dado
Será outra a nossa missão:

Seguir na vida uma filosofia
Encontrar a verdade dos sábios
Escolher a vida  e não a agonia
Mostrar um sorriso nos lábios


KATIA
Email:k.treen2@hotmail.com






O QUE SOMOS ?

                   A FRAGILIDADE DO SER

Somos sujeitos ao pranto
Somos simples mortais
Nem sabemos tanto
Nem somos todos iguais

Por vezes, fantoches ocos
Quebradiços e preteridos
Ou simplesmente loucos
Pelas paixões movidos

Cumprimos uma missão
O trabalho é nosso suporte
Nos traz real motivação
Nos distrai da hora da morte

Erramos, tropeçamos muito
Sonhando com o que não temos
O sonho é fugaz, fortuito
Mas ainda nem percebemos

Se impelidos por vingança
Somos a dupla face da hipocrisia
Vamos sofrer em primeira instância
E ao desamor dar primazia

Melhor mostrar a face serena
E em sendo pai, saber ser filho
Ver a si próprio em outra cena
Saboreando uma canjica de milho

Parecemos sábios, sérios
Na aparência, no exterior
Nem sempre temos os critérios
Para aplacar as mágoas, o interior

Somos um só no mesmo grito
Quando tentamos nos descobrir
Possibilidades estão no infinito
Mas não sabemos para onde ir

Complexos, desconexos, somos
Não identificados, ainda embrião
Estamos onde nos pomos
Inacabados, sem solução

Somos escultura sem nexo
Seres sem pigmentação
Perplexos, sem reflexo
Pigmeus da evolução
KATIA


AMOR!



              INDECISÕES AMOROSAS    

Os dias não correm normais
O futuro é cheio de mistérios
Acertamos, erramos, como iguais
E as vezes não nos levam a sério

Dúvidas de todo o lado
Envoltas em indecisões
Em relação ao  amado
Multiplicam-se indagações

Onde estará a verdade
No amor ou na paixão ?
Como ter cumplicidade
Sem estar com cartas na mão ?

Quer o prazer do momento
Para alimentar o seu ego ?
Ou prender-se ao sentimento
E não viver como um cego ?

Como saber o caminho
Ou cumprir a palavra ?
O amor tem muitos espinhos
E ata não tem -não se lavra -

Chuva não molha a terra em vão
A lua se lembra de acordar o sol
A árvore não cresce sem razão
E o navio segue o curso do farol

Nossas ações cumprem metas
Lutamos por nosso espaço
Tentamos lançar as setas
Sem perder rumo e compasso

Mesmo que o amor nos pisque
Desorganize nosso momento
Não é justo que tudo confisque
Seríamos fantoches ao vento

Não amar é viver como morto 
Embora o corpo se movimente
Mesmo na indecisão absorto
A existência é um presente

Se tiver feito sua escolha
Acolha a vida, sem manobras
Para a amada uma rosa colha
E com amor toque suas dobras

E no auge do encantamento
Nada de frágeis indecisões
Fale a ela de seus sentimentos
Aperte suas mãos, solte seus botões

KATIA