Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

quinta-feira, 28 de março de 2013

AS DAMAS !

                   O SILÊNCIO DAS DAMAS

As damas de terceira idade costumam frequentar as aulas de hidro-ginástica porque essa modalidade não oferece riscos por não ter impacto e assim não comprometer o corpo. Ao contrário, os exercícios são adequados a todas as idades e beneficiam o sistema cardio-vascular. Um bom motivo para manter uma atividade física, além de ser saudável é o fato de propiciar o contato com um grupo de pessoas de iguais objetivos o que serve de estímulo para perseverar no trabalho. Após tantos anos de exercício de uma profissão as pessoas não devem ficar sem ocupações fora do lar. Mudar o ambiente é um meio de fazer novas amizades e garantir um lazer em sociedade. E só o fato de se sentir útil dá uma nova vida ao aposentado.
Mas voltando ao assunto, devo dizer que observei as damas na piscina preocupadas em acertar os exercícios propostos pelo professor. O ambiente é tranquilo, a música mostra o ritmo dos movimentos, as idades são diversificadas.
No vestiário não poderiam faltar as conversas sobre filhos, netos, trabalhos domésticos e sobre os bailes de terceira idade.
Em certa ocasião o professor caprichou na frequência dos exercícios que se sucediam, um logo após o outro, com muito entusiasmo e palavras de estímulo.
As damas já demonstravam cansaço e era visível o franzir da testa e os suspiros velados.
Uma delas até se dirigiu ao professor e perguntou :
- Professor, brigou com a namorada hoje ?
Ele sorriu mas não perdeu o ritmo intenso de sua aula.
Terminada a aula as damas foram para os chuveiros , como de costume. Logo estavam no vestiário se vestindo e , por incrível que possa parecer, não se ouvia nenhum som no recinto.
Então, a mesma dama que havia falado ao professor, se expressou novamente :
- Ninguém vai falar hoje ?
O silêncio se prolongou e parece que nenhuma dama ouviu a pergunta de Sara, uma das aplicadas alunas.
Durante um certo tempo ninguém abriu a boca e o silêncio só se desfez quando, na sala da recepção, as damas viram os saquinhos de pipoca, brinde da escola, que estavam ao lado da térmica de chá para o lanche da tarde. Ao se acomodarem nas cadeiras voltaram a falar do tempo e de outros assuntos triviais.
Mas aquele silêncio resultou de um cansaço físico e mental e nada era mais precioso, no momento do que usufruí-lo.
Eu já havia percebido que se um grupo de mulheres silencia, algo está fora de controle. Mas as damas reagem, descansam para cansar novamente, economizam forças para poder gastá-las.
E o silêncio das damas maduras pode ter muitas explicações mas nunca significará desistência.
Damas maduras seguram todas as oportunidades para viver com qualidade e tranquilidade. Merecem ser felizes e alongar o corpo e a alma porque são a própria alma de suas famílias e a semente da sabedoria.

KATIA  CHIAPPINI



segunda-feira, 25 de março de 2013

COMEMORANDO A PÁSCOA

                                PÁSCOA !

Antigamente Páscoa queria se referir à festa da primavera, que era consagrada à Eastra, uma divindade que era ainda a deusa da luz.
A palavra é de origem grega : Pascha.
Para os judeus significava a lembrança da passagem pelo Mar Vermelho, um acontecimento culminante na libertação de Israel.
No século oitavo  se firmou como festa cristã da Ressurreição, advinda dos Anglo-saxões. A palavra Quaresma tem origem no latim, de quadragésima, e se refere ao período de quarenta dias, iniciando na quarta-feira de cinzas e terminando no domingo de Páscoa. Esse período nem sempre foi de quarenta dias, mas a igreja ocidental se inspirou nos jejuns de Moisés para assim o determinar. O nome de quarta-feira de cinzas se deve ao costume de polvilhar cinzas sobre a cabeça dos penitentes, como ato inicial de arrependimento dos pecados. 
Costuma-se comer peixe na sexta-feira santa e não carne, segundo os preceitos da Igreja católica. Seria um dia de jejum e abstinência.
Quando eu era bem pequena, não se ouvia música na sexta-feira santa e as famílias se recolhiam em casa ou iam para a Igreja assistir as cerimônias da liturgia. Os cinemas e casas de espetáculo permaneciam fechados.
Mas importa fazer uma meditação profunda, cada um por si, no sentido de abolir os maus pensamentos, não provocar a desarmonia em família, evitar palavras ferinas e atitudes impensadas. A abstinência deve ser da inveja, do orgulho, da ambição sem medida, dos desmandos dos homens do governo. Esses, estão sem freios e sem atitudes adequadas aos princípios cristãos.
Destacamos a quinta-feira santa que é chamada''a do mandato'' referindo-se ao mandamento de  Jesus, na última ceia, ao partir o pão e beber o vinho : ''fazei isso em memória de mim''.
Sexta- feira é o dia da crucificação e é chamada de sexta-feira da paixão.
E domingo é chamado de domingo de Páscoa, onde os corações devem fazer a passagem para seu próprio interior e renascer em Cristo. E as famílias devem estar reunidas em harmonia e ensinar às crianças uma pequena oração antes que abram seus ovos de Páscoa Porque, se não interiorizarem o sentido da  Páscoa, essas crianças, nossos filhos, só irão se preocupar em esperar  pelos chocolates e vão saber, sim, abrir os pacotes com guloseimas, mas nunca o seus corações para compartilhar, como Deus ensinou, o amor ao seu próximo : um amor universal  desprovido de interesses  e benesses.


                                      Sinceros votos de feliz Páscoa !
                                                
                                    de

                                    KATIA CHIAPPINI

sábado, 23 de março de 2013

LEMBRANDO O LEITOR !

                    OI, TUDO TRANQUILO ?


                         Caro amigo leitor !

Aproveitando o desenrolar de eventos que comemoram a semana de Porto Alegre, minha cidade, quero aproveitar para dizer aos gaúchos, que entre os 17.300 acessos, em 12 meses completos de blog, aproximadamente, estão em primeiro lugar, justamente, os versos que falam do gaúcho. E logo em seguida os dois poemas que falam sobre Porto Alegre.
Dito isso, é só conferir :

O gaúcho - 28/3/2021
Porto Alegre -5/3/2012
Porto Alegre- 7/4/2012

                            Sigam comigo ! 
                            Obrigada !
                            katia chiappini
                   katia_fachinello42@hotmail.com




O AMOR COMO ILUSÃO

                       AMOR PLATÔNICO

O amor é um sentimento que, em sendo platônico, prefere amar a perfeição no mundo efêmero e não perfeito. Prefere amar a virtude, o caráter, a beleza interior, contemplar sem tocar.
É o caso, por exemplo, de um homem que vê uma mulher e tem uma atração inexplicável por ela. O homem a vê numa emissora de televisão, com impecável postura, atuando no noticiário. Passa a assistir o programa diário e não admite ser perturbado. Ao descobrir que ela fará um seminário para os profissionais de comunicação, garante seu lugar na primeira fila. E ali fica embevecido.
O homem é casado e tem filhos e netos e cumpre, religiosamente, suas obrigações com o núcleo familiar.
Descobre que a moça é casada mas ama a visão de seu rosto na tela e essa imagem não lhe deixa o pensamento e preenche uma lacuna em seu coração.
E a moça nunca lhe dirigirá a palavra e não saberá de sua existência e muito menos desse amor que nada insinua.
Outro exemplo é o da moça que encontra um moço no chat da sala de bate papo.
A comunicação é diária e já se estende por seis longos anos.  Mas , em determinada manhã, o moço não desperta para lecionar o primeiro período de aula e jamais isso tinha lhe acontecido.
Desse dia em diante passam a se falar três vezes na semana.
Parecia que tudo levava a uma continuidade. Mas a moça percebeu que, em nenhum momento, o moço falava em conhecê-la pessoalmente. Aos poucos, foi se afastando do convívio virtual até que, um dia, resolveu não conversar mais com o moço.
Mas, vez por outra, se surpreende, ao verificar em seus e-mails, a mensagem apaixonada, desse moço, o qual sofre de um amor platônico.
As razões desse procedimento podem se prender a algum trauma do passado. Ou o moço tem outro relacionamento em paralelo.
Ou tem medo de se aproximar da moça e se decepcionar. Nesse caso, não só perderia a possibilidade de amar como a de se manter conectado com ela, como um bom amigo e confidente.
Outro tipo de amor platônico é o do aluno por sua professora. Ou o de uma jovem pelo seu analista quando ela confunde a atenção que recebe do profissional, com outros sentimentos. Quem viveu essa situação acredita, naquele momento, que vive uma grande paixão.
 E  assimila esse sentimento com determinação e faz dele sua verdade maior.Quem viveu esse tipo de amor sabe que ele tem expressão, personalidade. E se torna tão intenso como se tivesse vindo à tona. A saudade da ausência é igual, o ciúme se faz presente e o sofrimento castiga.
Mário  Quintana, poeta gaúcho, de notável sensibilidade, sentiu esse amor por Bruna Lombardi, uma linda moça de olhos azuis, artista, poetisa, diretora de cinema e escritora. E muito amiga do poeta com quem esteve por diversas vezes, enquanto esse viveu.
Há o amor não correspondido, onde uma das partes jamais se declara por saber que seria infrutífero.
Outra forma de amar é a dos casais que iniciam o namoro e depois se separam e tomam, cada qual, o seu rumo, por circunstâncias imprevisíveis, sem que haja tempo de concretizar o relacionamento.
E muitos anos depois se reencontram, ambos viúvos ou separados, unindo os elos da corrente antes desfeita. O amor toma forma, renasce das cinzas e da saudade enjaulada por tanto tempo. Pois quem sabe, chegou a hora de ser feliz. E o que permaneceu no tempo foi essa energia cósmica, esse amor espiritual e a lembrança de um sonho desfeito. O amor ultrapassou o contato físico e ficou aguardando a definição e mesmo, não é preciso analisar ou compreender e sim sentir o tremor nas pernas e o acelerar do coração, quando se torna pequeno para conter a emoção.  
Há casais, cuja convivência estreita, faz com que um homem se apaixone pela mulher de seu amigo. E para não ferir essa amizade,o homem silencia e sofre.
Há os casais que se correspondem por cartas e que acumulam muitos quilos de amor e que sabem, que por algum impedimento intransponível, jamais vão se encontrar. E só as cartas trocadas vão permanecer como prova desse amor insólito.
Em todos esses amores platônicos, mesmo dentro de um quadro opaco, sem moldura e de triste paisagem, os homens preferem amar e sofrer do que não ter sonhos a vivenciar, embora etéreos.
A carência leva o homem a se contentar com arremedo de amor, com migalhas de afeto, com falsas ilusões. Ele prefere acalentar essa miragem porque não quer estar indefinidamente sozinho, que é a sua realidade. E se sua imaginação e sensibilidade forem aguçadas, sempre resta um jeito de se valer de um amor platônico.
Talvez até seja mais convincente do que os amores atuais, advindos de um casamento aberto. E que também não trazem felicidade.
O amor platônico é só seu e sua essência o acalenta e sua imagem permanece com você pelo tempo que quiser. Não podem tirar de você esse sentimento e nem arrancar do peito o seu sonho.
Não deixa de ser uma fuga do mundo real, se formos aprofundar.
Quanto mais o homem se aproxima da tecnologia que avança a passos largos e dos avanços da ciência, mais se afasta de si mesmo.
E o amor platônico,nada mais é, do que uma forma que o homem encontra de permanecer em conformidade com seus conflitos, sem correr mais riscos. Percebeu, que em sua essência, vive um momento de solidão, dentro de um mundo politicamente incorreto, aparentemente feliz e supostamente perfeito.


                                  KATIA CHIAPPINI

De que vale tanta evolução se não podemos compreender nossas angústias e se nem temos tempo de ser feliz ?

quinta-feira, 21 de março de 2013

O TEMPO DOS ROMANCES!

                O TEMPO DOS ROMANCES !

O ato de viver é um processo de crescimento contínuo na busca do conhecimento de si mesmo, dentro de um determinado tempo.
Existiu e nos trouxe muitas alegrias o tempo de viver plenamente e sem atropelos.
Nos meados do século vinte desfez-se aquela sensação de solidez do tempo que parece ter se afastado na curva de alguma esquina da vida. As vovós faziam, nas tardes longas, colchas de tricô, mantas de crochê, compotas em calda e pão caseiro. E recebiam as vizinhas para falar dos afazeres domésticos, para falar dos filhos e dos ''bons partidos'' da cidade. As famílias se reuniam ao redor da mesa, os serões se estendiam pela madrugada. Esses momentos deixaram de existir junto com a serenidade de um tempo que parecia pingar lentamente dos ponteiros dos relógios descansados. O ''ficar'' era ficar simplesmente debruçada na janela esperando a hora do namorado passar para flertar, com o olhar lânguidos e as faces rubras. ''Ficar ''era passear de mãos dadas com o noivo para falar dos preparativos do casamento, muito bem planejado com as famílias.
''Ficar'' era dançar mais de uma música com o cavalheiro escolhido e, quem sabe, toda a noite, com alguma intenção de namoro.
E depois voltar para a mesa, onde os pais esperavam, para levar as filhas para casa.
Aquele tempo sem pressa, era a atmosfera perfeita para tantos gestos românticos, mas não muito distante dos portões da casa da moça. E os perfumes, flores e bombons, o cavalheiro os ofertava a sua dama.
O tempo portou-se como prima-dona que passou da moda.Retirou-se para a obscuridade e ficou relembrando os dias de glória.Não frequenta mais o espaço na roda da juventude, que antes se reunia nos bares da faculdade, para uma conversa trivial, inclusive com os professores da turma. E com sentido de agregar e demonstrar o sentimento de amizade.
Agora, tenho a sensação de que o tempo vem para perto dos velhos e senta com eles junto à lareira. E, como eles, o tempo lamenta a passagem dos anos calmos e ternos que o progresso se encarregou de varrer. E tenho a impressão de que, a qualquer momento, vou ouvir os velhos e o tempo dizerem uns para os outros : 
-Aquele tempo é que era bom !  
As moças eram vaidosas mas as roupas se revestiam de rendas e babados combinados com os gestos românticos de uma época que se perdeu e que sepultou muitos sonhos coloridos.
E o corpo da mulher se insinuava discretamente na elegância do andar, nos gestos delicados e no olhar discreto, quase acanhado.
As vezes, na espera do amado, o tempo se fazia lento demais e as moças esmagavam os minutos com o sapato de salto de bico fino.
E o sol parecia lento e retardava a aparição da irmã lua que era dos namorados. 
Mas com o tempo, o próprio tempo se tornou artigo de luxo.
E só alguns casais privilegiados o aprisionam para prolongar as noites de um amor já profundo, construído, passo a passo, fadado a permanecer muito além dos arroubos da paixão.
Apenas a fatídica dúvida :
-Mas por quanto tempo ? 


                                      Email: katia_fachinello42@hotmail.com

                                     KATIA CHIAPPINI    

sábado, 16 de março de 2013

AMOR NA LETRA ''M''

                            O AMOR É ...

Modo de enternecer
Motivo para absorver
Mantra pra se proteger
Mágica a se refazer

Maravilha do bem-querer
Mundo a resplandecer
Maneira de sobreviver
Máxima do saber

Mola a fortalecer
Trilha a percorrer
Mão a se intrometer
Marco a estabelecer

Medo de sofrer
Mentira sem ofender
Muito para crer
Músculos a estremecer

Morte sem morrer
Mania de se prender
Momento de reviver
Movimento de enlouquecer

Malícia ao entardecer
Missa e premissa do ser
Meu templo de prazer
Meu tempo sem me arrepender

Minha sede de beber
Minha fome de viver
Melhor noite se acontecer
Mil delícias pra não esquecer 

 KATIA CHIAPPINI

E´mail: katia_fachinello42@hotmail.com






sexta-feira, 15 de março de 2013

PROCURANDO UM AMOR !

                   PROCURO POR TI EM MIM !

Fico perdida no espaço
Se não te vejo chegar
Preciso do teu abraço
Como a onda quer o mar

Procuro-te onde estiveres
Também onde não te vejo
Creio em ti -não me feres -
Quando sacias meu desejo

Não fales nunca em partir
Estou aqui - cuidadosa -
Acaricio-te - podes vir -
Serei ainda mais audaciosa

Desculpa minhas manias
Tenho outras qualidades
Faço em ti estrepolias
Pra aliviar tuas ansiedades

Percebo que já sou tua
Que tens parte em mim
Quando me vês nua
Vou colher-te em meu jardim

Sinto tua pele na minha
Sei que meu corpo te esconde
E o teu treme e se aninha
E agora vais aonde ?

Te encontro em minha emoção
Se chamo vens chegando
Procuras em mim uma região
Aquela - se estamos amando -

Ficamos qual vultos enlaçados
Enrolados só na felicidade
Somos dois corpos acelerados
Na dança que cansa - na saciedade -

Procuro por ti em mim
Como parte da jornada
Tenho uma missão sem fim :
- Ser tua eterna namorada -

                                   KATIA CHIAPPINI








sábado, 9 de março de 2013






CONVERSANDO COM O LEITOR

Raro é esse momento mas não rara a satisfação.
Estamos caminhando pelo período de 12 meses, juntos, o que me faz gostar, cada vez mais, desse espaço que ocupo aqui em minhas inspirações.
Tanto o prazer de escrever como o de poder me comunicar, fazem parte de uma satisfação sem igual.
Venho renovar forças em inspirações e receber o retorno dos amigos que fiz aqui.
Começou de mansinho e ganhou expressão pela continuidade que me preocupo em manter, o que deixa o blog atualizado, a qualquer tempo.
Estamos com um ano completo desse trabalho e participando de algumas coletâneas anuais e das feiras de livros, onde lançamos essas obras em sistema de cooperação.
Ler é manter a alma em paz, o espírito em ordem, a memória ativada e a razão em equilíbrio com o sentimento. Escrever poesias e crônicas é relembrar os melhores momentos de nossa trajetória, as vezes, conturbada e conflituosa.  É dar uma pausa para o atropelo dos dias de cansaço, é sonhar com nossos ideais, acalmar o coração e buscar na leitura instantes de relaxamento saudável e merecido.
Se eu estiver colaborando para esses momentos existirem, estarei cumprindo minha missão. Essa se torna uma realização pessoal, a medida que interage com os leitores.
Obrigada e continuem a me dar sua atenção que terei prazer em retribuir.
                            UM BRINDE !
                       KATIA CHIAPPINI                         

                        

sexta-feira, 8 de março de 2013

SEMANA DA MULHER

             
                        DIA DA MULHER !
  
Desejo que seja feliz
Que possa dar um passeio
Para que o mundo a veja
Você merece um recreio

A luta ainda continua
Mas hoje é dia especial
Ponha seu bloco na rua
Como se fosse carnaval

Tente encontrar o seu tom
Pense em ser feliz
Cante em alto e bom som
Seja , na vida, aprendiz

Há mulheres atarefadas
Verdade que não se vê
Ora traídas, ora magoadas
Descartadas sem merecer

A outra o filho perdeu
Na guerra adolescente
O sistema enlouqueceu
A mulher ficou demente

Algumas vivem de favor
De parente em parente
Um triste quadro da dor
Em qualquer tempo presente

A índia à negra se irmana
Ora sem terra, ora infeliz
Ou presa ao pé da cama
Sem defesa , sem juiz

Em seu dia -parabéns -
Antes de tudo uma mulher
Sem justiça , sem vintém
Mas sempre a mulher que se quer

Depois dessa transição
Seu lugar vai encontrar
Pise firme em seu chão
Seus passos irão lhe guiar

Mulher, siga sua vida
Com fé e esperança, onde for
É preciso aparar os espinhos
Mas nunca deixar de ser flor

                                   KATIA CHIAPPINI


                  PELA PASSAGEM DO DIA DA MULHER






UMA MULHER PARA LEMBRAR !

                         DONA CARLÉLIA
D. Carlélia perdeu sua mãe ainda muito pequena e nem conheceu o pai. Quando estava lavando uma janela a mãe de D. Carlélia despencou do alto de um prédio e teve morte instantânea.
A avó, sem condições financeiras, distribuiu os cinco filhos. D. Carlelia esteve no seio de muitas famílias e cuidou de algumas patroas até o falecimento das mesmas.
Sempre companheira, humilde e calada, ganhou a confiança de uma família de posses que lhe deixou um apartamento mobiliado em gratidão aos anos de dedicação para com uma pessoa doente. Foi nessa ocasião que a conheci pois passamos a morar no mesmo prédio. Por ocasião de uma queda na rua quebrei o pulso e comprometi os movimentos do braço direito. Então, imediatamente,  passei a ter os cuidados de minha velhinha especial já aos 80 anos de idade : D. Carlélia. Ela organizava a casa, lavava a louça e fazia uma máquina de roupas, diariamente E antes de sair tinha o cuidado de me deixar de banho tomado e já vestida.
Quando o médico me deu alta, completei meus exercícios de fisioterapia e fiquei recuperada da queda.
Passei a levar D.Carlélia ao cinema, à praça e, uma vez a cada mês, ao almoço de minha turma de amigas. E no dia de seu aniversário saimos, ainda hoje, com ela, para almoçar e tirar algumas fotos que guarda em seu álbum, toda faceira.
D.  Carlélia era muito devota e eu a acompanhava ,aos domingos,à missa. O pároco da igreja pagava seu ingresso para que pudesse almoçar, no salão da igreja, por ocasião do dia do galeto ,massa e  vinho da colônia.
Hoje, D. Carlélia já mora com Beatriz, porque precisou alugar seu imóvel e completar a renda da aposentadoria de pequeno valor.
Beatriz é uma excelente moça que veio do interior e completou o segundo grau e o técnico de enfermagem, morando na casa de D.Carlélia. E lá ficou até ter condições de adquirir a própria moradia.
Assim, Beatriz está retribuindo o gesto solidário e vai cuidar de sua amiga até o final dos dias, pois essa não conta com parente algum.
Deus providenciou para que não ficasse sozinha na velhice.
Aqui no prédio deixou muitas amizades e faz questão de se reunir com as mais íntimas, quando há uma oportunidade.
D. Carlélia representa a mulher de coragem . Nunca se deixou abater pelas dificuldades da vida. Mesmo não sabendo mais nada de seus irmãos, mesmo assim, não se deixou abater e sempre batalhou pelo próprio sustento. Foi faxineira do prédio e se aposentou, ainda enquanto aqui residia. Apenas alfabetizada, gosta de ler livros de auto-ajuda e o jornal diário, antes de tomar seu café da manhã.
Dos amigos e patrões recebe roupa e sapato e me encarrego de recolher e fazer chegar ao seu novo endereço. Há duas músicas que ela gosta muito : Noite Feliz e  Amigos para Sempre. Por incrível que pareça, ambas a personificam. A primeira fala de amor e ela o distribuiu como Cristo ensinou. A segunda fala de amizades, das amizades tais como as de D. Carlélia, que em sua pureza de alma, sempre soube cultivá-las, tanto quanto merecer o retorno.
Não raro eu a encontrava varrendo os corredores do prédio e cantarolando : amigos para sempre é o que queremos ter, na primavera ou em qualquer das estações......
D. Carlélia adora contar histórias e está na fase de repeti-las, como se fosse sempre a primeira vez.
Diz ter conhecido Vanja Orico, artista do cinema nacional, quando trabalhou ,contracenando com Lampião, o rei dos cangaceiros . Conta ,que por alguma razão, fez só dois ou três filmes e nada mais. E fala muito de seu Osvaldo, pai de Vanja Orico, que era um bom compositor de lindas letras e razoavelmente culto. O filho de Vanja também recebeu os cuidados de D. Carlélia e, segundo ela, o menino pouco convivia com a mãe que estava sempre viajando.
D. Carlélia não casou, não teve filhos, ou seja, não teve uma família de origem perto dela e, muito menos, construiu uma própria.
Mas era amiga das crianças e brincava com elas e entre outras funções foi também babá.
Aqui fica minha homenagem às valorosas e inigualáveis mulheres.
D.  Carlélia é uma digna representante do sexo feminino, ainda ultrajado, sem ocupar seu verdadeiro lugar. É uma mulher que não sucumbiu e soube se aproximar das pessoas para obter apenas simpatia, carinho e reconhecimento. Lutou contra o fato de ter sido criada sem embalar uma só boneca, por exemplo. Transformou suas carências em agradecimento a Deus, fazendo caridade, distribuindo amor e, em sua simplicidade, foi magnânima. 
Uma dessas crianças, que amava D. Carlélia, ouviu uma conversa do pai e da mãe sobre pessoas negras, sobre escravidão e as injustiças sociais. Ouviu, entre outros comentários, que as pessoas de raça negra têm bons dentes e pele sem rugas e que não se sabe dar a idade, ao vê-las. E a mãe da menina citou D. Carlélia como exemplo. A menina ouviu a mãe e a interrompeu bruscamente com os olhos esbugalhados de indignação e falou, quase aos berros:
- Mãe, nunca mais diga que a Carlélia é preta.
-Desculpa filha, mas ela é.
- Não mãe, a Carlélia não é preta, ela é marrom.


                                    KATIA CHIAPPINI
   

FELIZ DIA INTERNACIONAL DAS 
MULHERES : FLORES INIGUALÁVEIS.
EM 8 DE MARÇO DE 2013/ PORTO ALEGRE/
RIO GRANDE DO SUL. BRASIL

quinta-feira, 7 de março de 2013

SEMANA DA MULHER

               MARIA! MULHER-POESIA
Maria, Maria Madalena
De Lourdes, Maria Lia
Algumas são tão serenas
Outras só melancolia

Maria acumulou milhas
Pra fazer a viagem primeira
Maria faceira -maravilha -
Maria de valor - merendeira -

Maria é uma mulher
Morena ou cor de mel
Muitas mais se quer
Como a tela o pincel

Maria lava a mão
Maria faz a massa
Mas há  Maria -melão
Que tem molejo -que caça -

Muitas na constelação
Há diferentes Marias
Muitas sem certidão
Porque não têm moradia

Todos amam sua Maria
Menos ou mais madura
Ela tem letra e melodia
É sua melhor aventura

Maria :carinho a florescer
Maria : é mulher flor
Quem a souber merecer
Terá sua paixão, seu amor

Há mais mulheres que homens
Difícil ser a diferença
Sem que se perceba eles somem
Sem que lhes pese a consciência

Quer um homem além da noite
Sincero sem impor empecilhos ?
Mas nem que se use um açoite
O teremos no mesmo trilho

Deus profetizou e fez
Cada Adão para sua Eva
Maria ! espera a tua vez
Colhe o amor depois da treva

                                     KATIA  CHIAPPINI



quarta-feira, 6 de março de 2013

SEMANA DA MULHER

                 UMA MULHER COM AMOR
Teu é o simples desejo
Meu é o corpo, o feitiço
Tu te despes sem pejo
Eu te espero e me espreguiço

Sou teu alvo certeiro
Lanças tua flecha e vens
Me ajeito no travesseiro
Teu corpo é prazer e me tens

Teu é o modo de me querer
Teu é esse jeito de me tocar
Meu é esse cheiro a te envolver
Meu é o gemido a ecoar

Teu é o segredo em meu ouvido
Meu é o riso que provocas
Teu é o calor que faz sentido
Desço o roupão e me deslocas

Teu corpo é onda que carrega
Meu desejo, ora real, ora sonho
Teu é o carinho que não se nega
Onde estiveres ,ali me ponho

Teu é o arrebatamento
Meu é o dom de te deliciar
Teu é o meu momento
Sinto até o céu me alcançar

Teu é o tremor das pernas
Meu é o teu próprio grito
Em ti meu corpo hiberna
Em mim teu prazer é infinito

És como a chuva que lava a alma
Sou como terra ou sementeira
Após a luta descansas e te acalmas
Desliza - sou tua esteira -

Nossos são esses sentimentos
Mútuos e com jeito de eternos
Nossos também os sofrimentos
Ora somos verão, ora inverno

Mas é outono, estamos de partida
Nossa é essa pressa de viver
Amar outra vez antes da despedida
É a vida em paixão converter

                                      KATIA CHIAPPINI








segunda-feira, 4 de março de 2013

SEMANA DA MULHER : TININHA

                   A MULHER COMPULSIVA

Não teve infância a menina
Mas conservou o brilho no olhar
Trabalhou desde pequenina
Sem boneca para brincar

Cresceu com o dinheiro contado
Nada comprava -era pobre -
Não teve um vestido bordado
Nem um simples anel de cobre

Fazia as lidas da casa
E as lições da escola também
A mãe lhe ''cortava as asas''
Não brincava com ninguém

A menina Tininha um dia
Cresceu, casou como convém
O marido lhe deu regalias
E uma boa mesada também

Então se pôs a gastar
Frequentava jantares e festanças
Viajou por céu e por mar
Trouxe raridades como lembrança

Era suave e carismática
Católica, gentil, envolvente
Mas o consumo era sua prática
Dirigia-se às lojas diariamente

Em pouco tempo abarrotou
A casa de três andares
Bichinhos e bonecas colocou
No sofá , nas escadas, aos pares

Construiu outra casa -pasmem -
Com enfeites de todo o lado
Na geladeira, na pia, na garagem
Até o gato se sentiu ameaçado

Os brinquedos têm voz, tem luzes
O anjo e o Papai Noel  de pilhas
Conversam com Tininha -cruzes -
Substituem as inexistentes filhas

Tininha a casa eletrificou
Furtaram o sapo de pedra da entrada
E se levassem os cactus -pensou-
Ou as miniaturas importadas ?

Com a penão de juiz de carreira
Tininha lucrou mais uma vez
Já não era sem ''eira nem beira''
Compraria o baú chinês

É pena não dividir o quinhão
O apego não a deixa crescer
Mora nos fundos, por opção
Deita na cama estreita pra adormecer

Cozinha no fogão de duas bocas
- Os outros portam enfeites -
Pares de sapatos, bolsas e toucas,
Cabides de roupa, são o seu deleite

Tendo duas casas espaçosas
Ela foi parar num quartinho
Os bichos na cadeira preguiçosa
Estão confortáveis no ninho

Os filhos de corda e botão
Aprisionaram, há muito,Tininha
Sua carência virou compulsão
Já nem é mais do lar a rainha

Sem que percebesse a inutilidade
A vida lhe fugiu -que ironia -
Por inconsequência, não por maldade
Sem deixar rastros, marcas ou saudade

Imagino que em sua última hora
E na ausência de amizades sinceras
Abraçada às bonecas diga à Nossa Senhora :
- Perdão, troquei a vida por quimeras

KATIA CHIAPPINI

Esse relato é baseado em fatos reais.

Email: katia_fachinello42@hotmail.com





domingo, 3 de março de 2013

SEMANA DA MULHER !

                           MULHERES!

De norte a sul a mulher é pioneira
Tem nas mãos a arte e o carinho
De pesada cruz é herdeira
Mas a conduz, mesmo entre espinhos

Muitas delas, arrimo de família
Acordam cedo e apressam o passo
Em vez de mãe queriam ser filha
Para receber seu beijo e seu abraço

A mulher ainda que rude e oprimida
Está pronta para o que der e vier
Não estudou e ficou mais sofrida
Mas nem por isso é menos mulher 

A mulher tem meta certeira
É forte e determinada na luta
Além de mãe e companheira
Consola o filho e o escuta

Mulher hoje e mais adiante
Será sempre uma rosa-mulher
Caminha em ondas, provocante
Tira o sossego de quem a quer

A mulher tem seu jeitinho
As vezes lhe tira o chão e a paz
Cubra-a com todo o carinho
Você sabe o bem que ela lhe faz

A mulher do gaúcho é tropeira
É mulher-macho, sim senhor
Não a julguem apenas caseira
É prendada e tem seu valor

Não a tratem com indecência
A denúncia pode surpreender
Abaixo o desamor e a violência
E todos os jeitos de sofrer

No céu a estrela mais brilhante
Chama-se Dalva, nome de mulher
E linda mas sem corpo cativante
Como aquela mulher que se quer

Seu corpo é pura harmonia
Inspira versos e mensagens
As mais inspiradas melodias
São feitas em sua homenagem

Homens de todos os mundos
Respeito se deve às mulheres
Portam sentimentos profundos
E te esperam se fores ou vieres

Podemos esquecer até de Deus
Ou de nossa Pátria - mãe gentil -
Mas jamais das bravas mulheres
Filhas ou mães desse Brasil

                                     KATIA CHIAPPINI

EM TEMPO:  SE ESQUECEU DE AMAR SUA MULHER PERDEU UMA PARTE DE VOCÊ MESMO E TALVEZ NUNCA MAIS VEJA A BELEZA DO SOL. UMA TÊNUE SOMBRA PODE ESTAR ENCOBRINDO SUA ALMA.


                         DIA 8 DE MARÇO- DIA DA MULHER-