Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

sexta-feira, 31 de maio de 2013

FALANDO ALTO !

                    FALO POR TODAS ELAS . . .

Quero pintar uma tela
Cansei de lidar com panelas
De ser do fogão a sentinela
E do lar a insubstituível vela
De ser somente aquela
Flor entre prendada e bela
Que serve bolo na tigela
Que a correspondência sela

Quero cantar ' Aquarela''
Assistir alguma novela
Jantar com a amiga Estela
Rezar o terço na capela
Estou cansada da ''Amélia''
Não sou perfeita como ela
Não tenho o ar de donzela
Não quero ter mais tutela

A vida passa e apela
Pra atravessar a cancela
Pra ver a beleza singela
Que o coração então atrela
E os sentimentos acelera
Vou me erguer da escorregadela
Esquecer do que me atropela
Vou meditar em Compostela

Quero estudar sobre as caravelas
Preencher minhas sequelas
Não chorar minhas mazelas
Quero desfilar na Portela
Ver o samba da favela
Fugir de todas as celas
Alçar voo através das janelas
Beijar meu príncipe qual Cinderela.

                                      KATIA CHIAPPINI
                    e-mail: katia_fachinello42@hotmail.com



terça-feira, 28 de maio de 2013

MINHA MÃE E A NATUREZA

                     A PRAÇA DE TORRES
                                        E
                             MINHA MÃE

Minha mãe viveu sob meus cuidados e o de quatro dedicadas auxiliares que contratei para me ajudar, durante os últimos anos de sua vida. Terminou seus dias com a doença de Alzheimer que a debilitou, aos poucos, invadindo o cérebro e todas as funções de seu corpo.Mamãe gostava muito de estar na praia durante o período de verão. Houve época em que começou a manifestar uma mudança de personalidade, própria da doença. Durante as crises , costumava teimar para sair em dias de chuva, ou durante a noite, pois perdera a noção do tempo.E teimava em subir as escadas da casa porque queria ver se suas roupas não tinham sido reviradas ou roubadas.
Mesmo com o andar prejudicado pela fraqueza muscular, fazia questão que a levassem para sentar na frente da casa, de onde se avistava a avenida e o jardim com flores que ornamentavam a paisagem. Eu estava a ponto de perder as cuidadoras porque nas crises de mamãe elas ficavam temendo alguma agressão física, pelo  descontrole emocional que a acometia. 
Então tive uma ideia que parecia comum, mas que representou para mamãe um pouco de felicidade. Levei a bom termo a minha ideia e passei a levar mamãe, depois do almoço e de seu sono, para sentar na praça central da praia de Torres, onde veraneávamos.
Nos preparativos eu incluía cadeiras e almofadas, lanche, cafezinho, guardanapos de papel, toalhas e demais miudezas que nos permitissem ficar algumas horas fora de casa , de modo que nada  atrapalhasse o lazer de mamãe. Um táxi já ficava ciente da hora que deveria nos buscar e depois retornar à casa, pois além de tudo que precisávamos ter conosco, ainda havia necessidade de levar o andador e a bengala sem os quais mamãe não se locomovia.
Ficávamos à sombra da figueira milenar, onde armávamos as cadeiras. Quando víamos uma senhora idosa sentada sozinha em um banco da praça, a convidávamos para fazer companhia a minha mãe.
A cena era perfeita para trazer tranquilidade ao coração de mamãe, já acostumada a sofrer em silêncio, porque nunca dava o braço a torcer e não se queixava de nada em sua vida.
Então mamãe ria ao se deparar com os cães e gatos a povoarem a praça, com as crianças andando de bicicleta, com o andar despreocupado dos transeuntes em férias, com a menina que vendia pipoca, com os vendedores de churros, com os nordestinos que traziam redes artesanais, mantas e lindas toalhas de mesa e banho.
Ao entardecer começavam a chegar alguns músicos ,o pessoal da capoeira, alguns malabaristas e os bolivianos com suas flautas mágicas. Um violino soando chamava atenção de toda a platéia e a praça se tornava mais convidativa e cativante aos olhares de mamãe. Desde então mamãe parou com os gritos lancinantes, com os momentos de crise, com a inquietação do corpo que não parava de se mexer na cadeira Passou a se alimentar melhor e já nem brigava mais na hora de tomar banho.
Só a certeza de que a levaríamos à praça era suficiente para que seu cérebro desse um comando de bons fluídos. Não teria existido melhor terapia do que o contacto com a natureza para harmonizar o  espírito de mamãe, acometida da doença de Alzheimer.
Toda essa dinâmica fazia a felicidade de mamãe e a nossa, que convivíamos diretamente com ela. O seu sono passou a ser mais tranquilo e o nosso, meu e das cuidadoras, também se beneficiou.
Uma simples ideia tornou minha mãe mais feliz e foi uma das lembranças que me fez bem, e que me faz bem, quando dela me lembro, em minha orações diárias. Não podemos duvidar da força da natureza, da energia que captamos no universo e da certeza da existência de um Ser superior que tudo provê, seja qual for o Seu nome. Mas além disso há o fato da dedicação e do amor filial. Se não houvessem esses sentimentos, não seria possível atenuar o sofrimento de um familiar nosso. Sem esse empenho não seria viável tornar o melhor possível, a vida de uma pessoa debilitada e sem poder governar-se por ter se perdido de si mesma.
Depois de um dia de praça, eu abraçava e beijava mamãe e conseguia aprisionar, por breves segundos, um olhar seu, um pálido sorriso e uma expressão de tranquilidade. E eu colocava suas mãos entre as minhas e lhe dizia :
- Deixe comigo,mamãe
E vendo um brilho em seus olhos eu completava :
- Está nas mãos de sua filha fazê-la mais feliz.
E foi o que tentei fazer. E eu velava seu sono por um bom tempo, antes de me acomodar no colchão que colocava ao lado da cama dela. E aquela cena da praça teimava em permanecer em meus sonhos, durante a noite. Mas eu me acordava alegre e com aquela sensação de missão cumprida.
E, um dia, já no final de suas horas, mamãe apertou com força a minha mão, antes de dar seu último suspiro. 
E fiquei sem entender de onde tirou tanta força para aperta-la, e ao mesmo tempo, despertar em mim o sentimento de admiração. É que ela fez o possível e o impossível para dar o mínimo trabalho, sem nada exigir e sem de nada se queixar, mesmo nos momentos mais críticos de sua doença.

                                    KATIA CHIAPPINI
                     Email: katia_fachinllo42@hotmail.com




domingo, 26 de maio de 2013

O EXEMPLO DE UMA EDUCAÇÃO REFINADA

                        O COPO DE LEITE

 Um oriental de fino trato conheceu meu pai no Banco do Brasil.
As relações profissionais se tornaram pessoais.
O senhor Chang era o próspero dono de uma fábrica de óleo de cozinha, dos mais aceitos no mercado.Meu pai gerenciava a carteira de crédito do Banco do Brasil e tinha a seu cargo autorizar ou não pedidos de financiamento para grandes empresas.
Aos finais de semana, papai e o senhor  Chang costumavam beber uma cerveja e colocar algumas questões em dia.
Ele viera da China, como milhares de imigrantes, esperançosos com o fato de se estabelecer no Brasil.
Minha mãe houve por bem planejar um jantar para convidar o senhor Chang e sua família a nossa casa.
Mamãe se esmerou nos detalhes. Passou a toalha de linho, lavou a coberta de mesa, talheres, copos, cálices de vinho.Preparou as iguarias, molhos e temperos especiais .O odor característico da boa culinária exalou por toda a casa antecipando o sucesso do evento.
Ao final da tarde experimentou especial prazer em sentir o perfume das flores postas no vaso, no centro da mesa.
Ao ouvir a campainha nos dirigimos à porta de entrada para receber o senhor Chang e família. Dirigiram-se à sala de jantar e se acomodaram em seus lugares. O jantar obedeceu a um ritual.Cada manjar era servido com o prato e o talher correspondente. Seguiram-se novos pratos, novos talheres novos cálices durante sessenta minutos, sem que nada quebrasse o encanto da noite.
Sr Chang ficou encantado com as habilidades culinárias de mamãe.
Após o jantar, os convidados passaram para a sala e tiveram uma verdadeira aula sobre os costumes e usos do povo chinês.
Dois anos depois, mamãe recebeu uma linda mesa de centro esculpida nas laterais e em cima, com motivos de guerra. Uma verdadeira obra de arte entalhada em madeira, presente do senhor Chang. Ele ainda encomendou porcelanas e cerâmicas chinesas para minha mãe, como uma forma de agradecer o empenho de papai em manter seu financiamento em dia, sem nenhum problema.
Após nos reunirmos outras vezes, mamãe teve a ideia de preparar um jantar típico chinês e papai aprovou, de imediato, a iniciativa.
Minha mãe pesquisou em livros de culinária para apresentar o cardápio adequado aos costumes chineses, onde incluiu peixes, frutos do mar, camarões, finos condimentos e um bom vinho.
Como das outras vezes a confraternização teve pleno êxito, ou quase...
Justamente quando a inovação foi aplaudida, deixando agradavelmente surpresa a família de senhor Chang, nos deparamos com um acidente de percurso preparado pelo destino e não menos surpreendente. Aconteceu que o senhor  Chang pediu um copo de leite, momentos após ter deixado a sala de jantar.
Enquanto bebia o conteúdo do copo continuou conversando e sorrindo, como era seu hábito. Mas bebeu muito lentamente, com pequenos goles, entre uma e outra palavra, como se estivesse se adequando a alguma espécie de ritual.
Minha mãe observou seus movimentos enquanto ele se preocupava em entornar o copo. Num primeiro instante admirou a paciência do convidado, de tal modo que teve a sensação de ver o leite se recusando  a deixar o copo que o continha, como se tivesse vontade e personalidade próprias.
Ao término de mais uma reunião nos despedimos dos convidados e papai os conduziu até a porta. Em seguida dirigiu-se aos seus aposentos para descansar.
Minha mãe e eu retiramos toda a louça servida e a levamos para a pia da cozinha. Ao fazê-lo deixamos a mesa da sala de jantar já arrumada, com a toalha e o vaso de flores no centro. Sobre a pia da cozinha ainda estava o saco de leite com um resto do líquido.
 Mas , mamãe, entre curiosa e desconfiada, derramou esse último gole num copo e o provou. Definitivamente certa do que percebera disse com uma expressão de desagrado :
- Minha filha ! o leite está azedo!
- Minha mãe, não se preocupe, o senhor Chang continuou com a mesma fisionomia.
Eu e minha mãe não conseguimos conter as gargalhadas que quase tiraram nosso fôlego e , ao mesmo tempo, nos abraçamos, voltando a acreditar no sucesso da janta chinesa.Tomamos um copo d'água e voltamos ao normal. Comentei com mamãe que o ocorrido era um pequeno detalhe.  E que para o senhor Chang ,vindo de uma civilização evoluída, não seria esse fato, motivo suficiente para tirar o brilho do jantar chinês. Com seu comportamento exemplar e educação esmerada, ficou bem claro seu nível de sociabilidade e normas de boa convivência, de modo a não deixar transparecer, em nenhum momento, qualquer desconforto que viesse a ter.
E minha mãe que se esmerou em acatar os preceitos da boa culinária, não poderia esperar comportamento diferente, desse que presenciou.
Prevaleceu o fato de que ela se empenhou no preparo de deliciosas iguarias, onde os sabores e os odores celestiais, se alternavam para a apreciação e o deleite do senhor Chang e de sua família.
Mas, talvez no próximo evento em minha casa o senhor Chang, por precaução, não solicite um copo de leite. E, se minha mãe inventar de oferecer, ele simplesmente dirá com sua voz suave: 
- Não, obrigado, agradeço pela gentileza
E, se fosse em nossos dias, o senhor Chang também não aceitaria um copo de leite que poderia estar contaminado, adulterado e oferecendo riscos a toda a população.
E, infelizmente, os contraventores se deixam dominar pelo capital e a saúde da população é vista com desatenção e descaso, próprios de um sistema à margem da moralidade.

                                   
               KATIA CHIAPPINI: katia_fachinello42@hotmail.com


sexta-feira, 24 de maio de 2013

COMO NÃO FALAR DE AMOR ?

                      FALANDO DE AMOR

Se fosses um bem-te-vi
Eu te chamaria aqui
Se fosses um girassol
Te admiraria ao pôr do sol
Desfolhando a margarida
Fico de bem com a vida
Vejo um trevo no jardim
A sorte virá para mim

És meu amuleto, coringa
Minha colheita que vinga 
Meu embarque sem fronteiras
Sou tua -queiras ou não queiras -
Se fosses um canarinho
Contigo eu faria ninho
Se fosses um branco lírio
Te beijaria com delírio

Sei seguir minha intuição
Dar voz ao meu coração
Se disseres : eu te quero
Podes saber que te espero
A andorinha vive em bando
Me segue por onde ando
Se fosses meu beija-flor
Seria tua única flor

Se fosses vegetação
Seria semeada em teu chão
Se fosses meu orquidário
Serias o meu relicário
Se fosses um rio profundo
Eu mergulharia fundo
Se fosses imponente coqueiro
Subiria nele,escalaria primeiro

Seria a primeira e única
Me cobririas com a túnica
Se me desses vestido de renda
Eu seria a tua prenda
Se me amar fosse o teu ensaio
Eu cairia ao chão num desmaio
Mas se ao amor estivesses prestes
Eu removeria de ti as vestes 

                                     KATIA CHIAPPINI




VERSOS ROMÂNTICOS !

               VERSOS PARA FALAR DE AMOR

A rima é minha sina
Vem pronta e me afronta
Atropelando , encantando
Atingindo e consumindo
Quer falar de amor, sem pudor
Vem coerente, num repente
E amor em rima se estima
Sem me conter passo a escrever
Criando surpresas e belezas
Trazendo a magia e a poesia

O amor é meu tema e emblema
Se não o chamo, proclamo
Dengosa qual linda rosa
Como hei de ser e te merecer
És o meu sonho - não te quero tristonho -
Sou tua luta e fiel recruta
Mostras a arma e olho com calma
Em mim te lanças em especial dança
Sabes a direção e nem tenho opção
Sou tua paisagem e te dou passagem

O amor sempre vence e convence
Em mim se insere e interfere
Me devora como me apavora
Mas é verdade e vontade
E quando acelera me atrela
É acrobata, jorra em cascata
Vem sinuoso, dengoso
Procura a caça com graça
Se me invade deixa saudade
Se o venero mais quero 

Vem de mansinho para o ninho
Chega ao lençol ao pôr do sol
Por ele suspiro e respiro
Depois me calo e me embalo
E os gemidos são ouvidos
E os gritos ecoam e me povoam
Vem o cansaço depois do abraço
Respiro a paz que a hora traz
Devido ao arremesso travesso
Misto de vigor e esplendor

Tive a consciência da consequência
Fui me insinuando, te direcionando
Enlouqueceste e me preencheste
Atingindo o ângulo após preâmbulo
Sentindo que minha pele não te repele
E sem nenhum propósito fui teu depósito
Descansas em mim, deitado assim
Sou  a que te aquece, sou tua prece
Sou maré cheia a transbordar na areia
Chego ao apogeu - essa sou eu -

                                  KATIA CHIAPPINI








quinta-feira, 23 de maio de 2013

LITERATURA

               

                    AMOR À LITERATURA !

                      

                    A literatura perdura
                    Tem especial estrutura
                    Não faz triste figura
                    E  a história configura

                    Literatura é cultura
                    Estimula, é formosura
                    Nossa tristeza cura
                    É uma licenciatura

                    Literatura é atualidade
                    Esclarece a realidade
                    Se insere como verdade
                    Independe da idade

                    Ela tem especial linhagem
                    Força e livre passagem
                    Merece a homenagem
                    Negá-la ? - uma defasagem - 

                    É mãe do conhecimento
                    Abrigo do encantamento
                    Não nos deixa ao relento
                    Nos traz Deus no sacramento

                    Na Idade Média - dissabores -
                    Serviu aos dominadores
                    Calou risos e fez horrores
                    Dissipou seus defensores

                    Mas como louvou o civismo
                    Precisou mostrar o cinismo
                    O impacto do terrorismo
                    Do Nazismo, do Fascismo

                    Os desmandos do Comunismo
                    As agruras do militarismo 
                    A ameaça do capitalismo
                    E a prevalência do consumismo

                    Trouxe à tona o mal certeiro
                    Magia negra no terreiro
                    Revelou o culto interesseiro
                    Que recolhe o dízimo ligeiro

                    Mas Literatura é sina
                    Que a tecnologia não mina
                    O livro educa e me fascina
                    Desde os tempos de menina

                    Amo reler os versículos
                    E algum poema específico
                    Não vou teclar num cubículo
                    Sem amigos, sem currículo.

                                     KATIA CHIAPPINI
                   Email: katia_fachinello42@hotmail.com




sábado, 11 de maio de 2013

ÀS MAMÃES NO SEU ESPECIAL DIA !

                               ÀS  MÃES !

Mãe, adorável criatura
Que encontrei em meu choro
Tua bondade e ternura
Perdoa qualquer desaforo

Noites em claro - quantas -
Rezas contrita um terço
Enquanto ajeitas as mantas
Que escorregam do berço

Tantos cuidados -bem sei -
Tens a sublime missão
Manter a ordem e a lei
Como amar com devoção

Pulando ou brincando na praça
Contando histórias no berço
A mãe o seu filho abraça
- Não o quer sem endereço -

Depois auxilia nos temas
Quando seu  filho cresce
Empenha-se nos teoremas
E nos tempos verbais padece.

Mãe de invejável fibra
A fraqueza não te amargura
És aquela que vibra
E a superação procura

Há mães precisando um auxílio
Uma chance para se reerguer
Não as condenem ao exílio
Sem esperança no amanhecer

Mães são tantas e santas
De amor e ternura feitas
Os filhos as têm na lembrança
E são quase perfeitas

Feliz dia, mães e filhos !
Agradecemos a Deus a ocasião
De seguir das mães o mesmo trilho
Quanto aos valores cristãos

                                    KATIA CHIAPPINI 

 Eu desejo que todos percebam a alegria de estar com a mãe e os irmãos ao redor da mesa de refeições. 
Ter a mãe para dizer que a ama, beijar e abraçar com ternura, é uma das melhores bênção que Deus nos concedeu, assim como a de  sua lembrança, se não estiver mais entre nós.

                                FELICIDADES ÁS MÃES !


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Charles Aznavour: She Piano

Gostaria de compartilhar um pouco do meu universo musical, pois uma das minhas paixões é executar melodias ao piano ao entardecer.
Escolhi Charles Aznavour e sua composição She, aproveitando para lembrar que ele irá se apresentar em Porto Alegre, onde moro, nos próximos dias.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

FALANDO AO CORAÇÃO !

              UM CORAÇÃO DESTROÇADO

Foste embora como o vento
Mas meu coração segue habitado
Fiquei com o interior ao relento
Tenho teu travesseiro guardado

Somos na vida aprendiz
Temos o nosso legado
O amor deixa cicatriz
Sem que nos seja revelado

As mágoas nos deixam marcas
E nem avisam a hora
As desilusões, mesmo parcas
Nos consomem vida a fora

E o coração fica a repetir :
 - Não tem vaga, está lotado -
Temos medo de nos consumir
Abrir o corte cicatrizado

Recusamos o envolvimento
A alma permanece vazia
Damos um tempo, um momento
Para pensar de cabeça fria

Promessas são como hinos :
Fáceis de cantarolar
Ouvimos o badalo do sino
E sussurros a ecoar

Mas ouvimos futilidades
- Juras de amor eterno -
Não convincentes em verdade
E frias como frio é o inverno

A ausência povoa  as almas
Nem sempre percebemos
Para o vazio não bato palmas
Estar só é o que não queremos

E o coração destroçado 
Faz eco com a razão
Melhor nem ser amado
Que sofrer ingratidão

Sofrer faz parte do amor
Somos mesmo imperfeitos
Mas tudo retorna ao lugar
Se o coração bater no peito

                                        KATIA CHIAPPINI








segunda-feira, 6 de maio de 2013

LEMBRANDO AS MAMÃES !

                                  MÃES !

Mães são as melhores companheiras que desejamos ter sempre ao nosso lado. São as primeiras a se levantar e as últimas a adormecer.
São as que não se esquecem de guardar os alimentos na geladeira ou de verificar se a porta da casa foi chaveada ao anoitecer.
Pouco lembramos de escrever sobre ela. Isso é feito quando as professoras de primeiro grau solicitam um a redação para comemorar o seu dia. E tanto teríamos que escrever, e mesmo assim, pouco diríamos do muito que representam em nossas vidas.
Teríamos que lembrar de sua meiguice, dos conselhos na fase da adolescência, de sua dedicação, do senso de dever e do  espírito incansável na busca de uma vivência fortalecida com os valores cristãos. Mães bondosas são sempre bonitas, mesmo com o cabelo desfeito ou as unhas inacabadas. Elas esperam pelos filhos madrugada a dentro e aguardam o barulhinho da chave da casa na porta central, que lhes dirá que está tudo bem. E só depois se dirigem ao leito para o merecido descanso.
Mesmo as mães mais sofridas, com condições mínimas de sobrevivência, protegem seus filhos com igual cuidado para que nada lhes falte. E contornam todas as dificuldades sem temores.
Elas pintam a face do mal e do bem de tal modo que os filhos não podem alegar ignorância na escolha do caminho a percorrer.
Lembram de ensinar que o dinheiro não vale a desonestidade, nem a ambição desmedida que se voltam contra quem nelas mergulhou sem medir consequências. E que a prioridade será obter um trabalho digno e vencer pelo próprio esforço.
As mães amorosas perdoam os filhos pródigos que retornam arrependidos ao lar de origem. Porque Deus as fez dotadas de uma beleza interior capaz de ofuscar o brilho da joia mais preciosa.
Mães são estrelas, as mais cintilantes, cuja missão é guiar os passos dos homens. São as geradoras da vida. Não precisam ser letradas 
Amam, sofrem, lutam, sonham, desafiam e ultrapassam fronteiras e nenhum sábio tem melhor intuição do que elas. E vencendo as barreiras do tempo se tornam a pedra angular da humanidade..
O destino do homem está nas mãos de suas mães. Só elas tem o discernimento para construir e defender os valores éticos e morais que norteiam nosso comportamento e postura diante da vida.
Minha querida mãe -e já não a tenho - nasceu em noite de lua cheia e brilhou intensamente em minha vida. Aos noventa anos de idade se despediu de mim, noutra noite de lua cheia, que se fez presente, espreitando pela janela, o seu leito. 
Mamãe foi minha mulher-guia e a figura mais expressiva em minha vida. Compartilho o amor que tenho por minha mãe com todos os filhos que irão abraçá-las na data que lhes pertence.  E que irão comemorar a esse dia, reunindo a família ao redor da mesa.
E lembrem-se : não magoem o coração de uma mãe porque elas, mesmo sem entender, não atiram pedras porque esperam receber flores. E não esperem seu perdão, antes declarem o seu amor.

                                    FELIZ DIA DAS MÃES !

                                    KATIA CHIAPPINI

                                    MAIO / 2013
                                    E-mail: katia_fachinello42@hotmail.com


sábado, 4 de maio de 2013

ORA SOU...

                  ORA SOU, ORA NÃO SOU...

Não sou
Brinquedo
Não cedo
Ao teu enredo
Tenho medo

Sou
Vida
Guarida
Preferida
Contida

Não sou
Passageira
Sem eira
Sou pioneira
Sem cegueira

Sou
Rosa
Amorosa
Dengosa
Misteriosa

Não sou
Ventania
Alegoria
Hipocrisia
Maresia

Sou
Fonte
Ponte
Me conte
Não me afronte

Não sou
Possessiva
Agressiva
Primitiva
Instintiva

Sou
A que fica
Intensifica
Reivindica
Implica

Não sou
Só coração
Só razão
Tenho noção
Da direção

Sou 
Expressiva
Cativa
Sensitiva
Tua Diva

                                      Katia Chiappini / 
                      E-mail: katia_fachinello42@hotmail.com