EVIDÊNCIAS- A MELHOR CANÇÃO SERTANEJA- UMA DAS MAIS EXECUTADAS.

ALDRÁVIA ( PARA A COLÔNIA ITALIANA )

                            ALDRÁVIA
                     ( para a colônia italiana )

                           pensero
                           sabato
                           ricordo
                           tristezza
                           pace?
                           sconosciuto

                  KATIA CHIAPPINI

Charles Aznavour She Piano-Morre, aos 94 anos de idade,Charles Aznavour. Uma de suas mais belas composições chama-se ''She''.Minha homenagem ,ao piano,para esse grande artista.

O QUE PROCURAMOS

    

                     O QUE PROCURAMOS

Sonhamos ser de alguém  o brilho, como purpurina
Pular o carnaval, de mãos dadas no leito da sedução
Queremos ser destino, carma, feitiço, fada ou sina
Sentir que o corpo se inflama e ferve em ebulição

Talvez nem saibamos que essa vida  se faz tão curta
E que muitos desafios estão prestes a nos ´perseguir
Quem ama vive a ternura e a voz do coração escuta
E corre em busca do amor para, em breve, interagir

Iremos comprar flores, bombons, velas, incenso e vinho
Para investir no cuidado do ambiente, para viver a história
Beijos e abraços se intercalarão, cativando, de mansinho
Quando encontrarmos um grande amor em nossa trajetória

Entre o céu e a terra há uma constelação: vamos percebê-la
A brilhar em todas as dimensões de um universo enluarado
Refiro-me ao lusco -fusco e às gotas de prata das estrelas
Que surgem após o crepúsculo para espiar os namorados

KATIA CHIAPPINI
  

- PARE COM AS PIADAS!

             

                     - PARE COM AS PIADAS!

Surpreendi-me ao ouvir uma moça com o rosto bem sério dizer para o seu namorado:
-Pare com as piadas!
Será que uma moça tão jovem não se deu conta de que o sorriso é sinal de bom humor, de autoestima, de comunicação e bem-estar?
Um sorriso chama amigos, atrai todo o tipo de pessoas, envolve o dia com um leque de cores no rosto. Um sorriso traz emoções mil.
Um sorriso que se dá para um pobre no seu colchão de papelão, consegue obter outro sorriso em troca.
E as piadas de salão são fonte de alegria e descontração para o nosso dia atribulado.
Quando estive nas férias de verão, acampada na praia, percebi que as pessoas reunidas contavam piadas e se divertiam sadiamente. E faziam novos amigos.
Em certa ocasião,meu marido e eu jantamos, com dois casais amigos, no restaurante de um hotel, na praia de Torres.Ele começou a contar piadas e percebemos que os argentinos iam se deslocando e se aproximando da nossa mesa porque todos riam muito das anedotas que meu marido contava com graça. E ensaiando gestos teatrais que acompanhavam as narrativas.
Ele falava alto e chamou atenção do público.
Notei que os garçons se perfilaram e ficaram em pé, já no final da noite, ouvindo e vendo toda aquela alegria.
De repente, começaram a apagar as luzes para que percebêssemos que estava na hora de fechar.
E saímos sob aplausos de um público que ali se formou e que veio se despedir de nós e agradecer a surpresa da noite e a atuação de meu marido e a ênfase que dava para cada frase dita.
Na estância de meus tios, ao entardecer, os gaúchos se aproximam do fogo de chão, em noites frias, para beber o mate, beliscar um churrasco e ouvir piadas do pessoal de serviço e dos mascates, forasteiros que se hospedam, por uma noite ou duas, antes de seguir viagem com suas malas cheias de todo o tipo de mercadorias.
Na beira do rio, em nossas praias, e mesmo mar a dentro, há pescadores que tiram seu sustento das águas. E depois descansam sentados em cadeiras preguiçosas ou no chão,junto às margens e contam piadas: aquelas, cheias de mentiras que contam afirmando serem fatos verdadeiros.
Quem sabe contar uma piada, sabe encontrar seu horário de lazer. 
Quem se comunica com esses ''causos'', como fala o gaúcho, acaba encontrando amigos para o jogo de truco ou o carteado, no final da semana.
Felizes daqueles que ainda encontram tempo para reunir os amigos para desenrolar seu repertório de piadas.
Mas, até entendo as razões daquela moça a qual me referi no início.
Quem sabe o seu dia estava longe de terminar e suas obrigações não lhe permitiam entrar no clima das piadas que o namorado  fazia questão de contar, sendo o primeiro a rir das mesmas.
Mas  moça podia ter se lembrado de dar um livro de piadas para o namorado, para que renovasse o repertório.
De qualquer forma, é sinal dos tempos difíceis, que nos obrigam a cumprir muitas tarefas e que nos exigem uma jornada árdua e de longa duração.
Mas para quem sabe se deliciar com as piadas de salão e congregar pessoas ao redor, aconselho que sigam alegrando e atenuando os dias do seus semelhantes.
Não parem de contar piadas!
Exerçam seu poder de reunir e congregar seus entes queridos.
Quem sabe sorrir já aprendeu muito.
Quem sublima suas dores e angústias o faz com um sorriso nos lábios. 
Mas não falo de piadas ofensivas ou constrangedoras. Essas pertencem a espíritos menores que se aproveitam da desgraça alheia e fazem dela piadas agressivas e aviltantes. E ainda tripudiam, se referindo aos dependentes químicos, que estão em tratamento, por exemplo, com gargalhadas maldosas e piadas desumanas.
Só as pessoas que sabem sorrir conseguem conservar suas amizades, pois conquistam a todos com o seu entusiasmo.
Jesus Cristo chamava os humildes e verdadeiros dizendo:
- Vinde a mim, os homens de boa vontade, pois muitos serão chamados e poucos os escolhidos.
Encerro esse texto desejando que os namorados saibam se divertir correndo de pés descalços pela chuva, competindo em maratonas, dançando na praia, rolando em dunas de areia e jogando conversa fora com as faces iluminadas pelo sorriso.
E que coloquem em suas piadas, em secretos momentos, insinuações amorosas, ditas ao pé do ouvido, para seduzir e alçar o voo mais alto, antes da descida inevitável, que coroa a hora do melhor cansaço.

KATIA CHIAPPINI

ALDRÁVIA DA SEMANA

                  ALDRÁVIA DA SEMANA

                                                  sinto
                                       olhares
                                       opacos
                                       recolho
                                       sorrisos
                                       fugidios

                                KATIA CHIAPPINI
                                           
                                         


                                 
                   

                                 
                                              

QUADRINHA

                         QUADRINHA

                     O momento é reverso
                     Mas eu seco meu pranto
                     Só não deixo meu verso
                     Só não calo meu canto

                       KATIA CHIPPINI

QUASE..( UM DESAFIO )

                      QUASE: ( um desafio )

Quase agradeço, quase faço uma prece
Quase peço alforria, quase quero ser livre
Quase acredito em mim, quase sorrio sem ti
Quase almejo estar só, quase crio coragem
Quase tomo iniciativa ,quase, mas ainda não
Quase deixo você, mas não me exija a decisão

Quase acredito no meu sonho: sonho de amor
Quase senti dor no peito, fiquei até sem jeito
Quase desejei seu carinho, quase quis acreditar
Quase fui desejada, quase fui muito amada
Quase me senti a mulher escolhida, quase
Quase acreditei que chegaria, que me acenaria

Quase fui esperar o navio atracar no porto
Quase vesti o vestido de seda: o das flores
Quase aquele abraço me envolveu: quem dera!
Quase aquele beijo foi meu, quase estendi a mão
Quase foi o ator principal de meu palco e eu, a atriz 
Quase fui a mulher mais feliz, quase...por um triz

KATIA CHIAPPINI

PAIXÃO & AMOR: EIS A QUESTÃO

       

            PAIXÃO & AMOR: EIS A QUESTÃO

A paixão é um sentimento que cega e cuja instabilidade se impõe. É um sentimento que anda a passos largos e deixa para traz a razão.
O amor continua a existir após os arroubos da paixão, é o sentimento que permanece, se os casais aprenderam a dividir suas vivências com cumplicidade. O amor procura a comunicação e o diálogo que se fazem frequentes pois há necessidade de acertar os conflitos da trajetória.
A paixão traz em seu bojo uma necessidade fisiológica, um impulso selvagem, um prazer imediatista e nem sempre ligado a um real sentimento, ou a planos futuros.
A paixão impele à dominação e exige mais do que se pode dar. Não há uma preocupação de ajustar desejos, opiniões, expectativas.
Há pessoas que passam pela vida acumulando paixões, por um certo tempo, para depois descartar o outro friamente, sem explicações.
O amor é aquele sentimento que resiste aos tempos mais difíceis, é o sentimento que mantém lado a lado, que procura estar presente antes mesmo que o outro chame.
Há casais que abandonam seus parceiros, após anos de casamento, sem nem saber porque. Mas sentem, talvez, que se perderam de si, que não sabem mais o que estão fazendo, presos por uma relação, onde a acomodação parece ter tomado o lugar da paixão.
Muitas vezes, esses casais passam a conviver, após se relacionarem com outros parceiros, e acabam por voltar a viver juntos.
Na verdade sentem falta das lembranças que são só suas, dos lugares por onde andaram, sentem falta das fotos que marcaram cada ocasião especial, da música que os uniu, das brigas e da reconciliação acompanhada de surpresas inesperadas.
Sentem falta das caminhadas matinais, do café da manhã, da taça de vinho e do brinde de cada dia, de compartilhar planos e expectativas futuras, de dançar uma valsa, de improviso e sem motivo aparente, de acampar juntos, de planejar o veraneio em família. Sentem falta do que faltou após a separação e que adquiriu uma importância antes não calculada.
Os casais que verdadeiramente se amaram, às vezes, precisam se separar para entender a saudade que ficou, o aperto no peito que não cessa, a perda de uma madrugada em que a conversa correu solta até o amanhecer. Onde as palavras foram alimento da alma mais do que os abraços e beijos trocados corpo a corpo.  
Quando os casais têm motivos relevantes para justificar a separação, quando todas as soluções foram tentadas, não há mais nada a contestar.
Mas quando querem a liberdade para agir como solteiros, ou como adolescentes, voltando às baladas para se tornar o centro das atenções, mulheres e homens, umas se vendendo e outros se deixando comprar, sem amor próprio, então, a vida está descarrilhando e o arrependimento não deve tardar.
Amadurecer é perceber que as paixões chamam os sentidos e o amor chama os sentimentos profundos de respeito, carinho, união e dedicação constantes.
Nossas escolhas, quando verdadeiras, dão sentido às nossas vidas.
Mas se preferirmos viver para experimentar sensações de breves momentos, vamos perceber que vivemos de ilusão, sem nada construir. A solidão será nossa companheira final e não haverá vínculos, nem ninguém para nos cuidar, em nossas futuras necessidades. 
E nenhuma fortuna acumulada vai substituir a falta de um verdadeiro amor.
Conheci um homem que pediu para a ex-mulher cuidar dele, na velhice, quando se encontrava muito doente e acamado.
Ela atendeu ao pedido e me relatou que o homem a esperava ansioso e o único momento do dia em que sorria, era quando a via entrar no quarto. E ele dizia para ela que ficava esperando a hora e tinha um aperto no peito que só passava quando a via chegar.
E esse homem tinha uma amante e nem sabia mais o que fora feito dela.Pois, amantes somem, são feitas só para os momentos de prazer.
As amantes de formas esculturais têm um período de curta duração e não serão de ninguém.
As mulheres guerreiras que cuidam dos seus maridos e filhos, um dia, vão perder o frescor da pele, mas não perderão o mistério que as envolve, a sabedoria, a vontade de interagir na alegria e na tristeza, o cuidado e a generosidade que garantem a presença e a permanência no lar. 
Cada um que faça a sua escolha.Mas, cuidado, dela depende a possibilidade ou a impossibilidade de ser feliz.
E nada de colocar a culpa no destino.
Lute pela sua felicidade e desvie os obstáculos da jornada. E aceite sobre seus ombros o peso das vicissitudes, de cabeça erguida.
E espere pelo companheiro ou companheira que preencha as condições para, juntos, construírem os alicerces de um lar solidário e que possa acrescentar mais sentido à vida. 
E agradeça ao bom Deus, todos os dias, pela oportunidade de buscar a melhor condição de vida para oferecer aos familiares, através de um trabalho digno.
Se a paixão e o amor andarem juntos, apesar dos anos e muito além dos desenganos, é porque você mereceu e se preocupou em manter a chama acesa : agradeça por esse milagre

                                KATIA CHIAPPINI

NA CORDA BAMBA!

                        NA CORDA BAMBA

No entremeio do mundo
O vácuo parece que grita
E como pano de fundo
A solidão se habilita

A exuberante montanha
Faz contraste com a pessoa
Uma tem beleza tamanha
Outra, está vivendo à toa

As crianças sem calçado
Machucam seus pobres pés
O povo há muito abandonado
Clama pela Arca de Noé

Apagamos as labaredas
Pisamos sobre pedras soltas
Trabalhando perigosas veredas
Em escuridão envoltas

Enriquecimento ilícito
Afronta o assalariado
Favorecimento explícito
É um ato injustificado

Lastimo: o povo está cansado
Das falsidades, e ao percebê-las
Apela por um Brasil renovado
Sob nova constelação de estrelas

KATIA CHIAPPINI

PENSAMENTO DO DIA!

     

                      PENSAMENTO DO DIA

O dia desperta o amor que acorda a distraída esperança.

                         Katia Chiappini

DIÁLOGO: 1

                      DIÁLOGO: 1

- Oi ,eu sou o mar
- Sim ,sou sua apreciadora
- Eu cuido das baleias
- Eu levo meus filhos até você
-Você gosta de me observar ?
- Como não gostaria ?
- Posso lhe ajudar?
- Se quiser, veja se encontra um navegador em suas águas
- Mas o que aconteceu?
- Ele me prometeu uma visita
- Enquanto espera o que faz?
- Observo os pescadores
- Sim, merecem admiração
- Você não se encanta com os namorados brincando nas ondas?
- Sim, mas sorrio ao ver os idosos de mãos dadas, pulando ondas.
- Sim, entendo, mas como é seu dia ?
- Eu peço que minhas ondas levem a sujeira para fora para que eu me mantenha limpo.
- Eu me preocupo com as impurezas da alma.
- Eu tento acalmar tormentas e enchentes
- Eu transbordo em lágrimas: o coração me trai
- Eu sou eterno
- Eu quero deixar bons exemplos para meus filhos, antes de partir.
- Mas vai

lembrar de mim também?
- Sim, não percebe que recolho suas conchas para fazer colares?
- E o que mais?
- Recolho peixes em um balde com água para brincar com meus netos
- Mas posso perguntar algo?
- Pergunte sem receio
- Onde está seu navegador ?
- Não o vejo faz um tempo
- E se ele não voltar?
- Como você, vou transbordar de esperança
- Vai ficar esperando até quando?
- Até que o acaso me ajude a descobrir um barco singrando as águas e realize meu sonho:o de encontrar o meu navegador nas ondas do tempo, a qualquer tempo

                                   KATIA CHIAPPINI

DIÁLOGO: 2

                              DIÁLOGO: 2

                             NA LAN-HOUSE

Um homem teclava na lan-house e parecia nervoso,brigando com a máquina e se exclamando em voz alta.
Como não conseguia me concentrar no que estava fazendo, comecei a dialogar com ele:
- Se o senhor não consegue teclar porque está perdendo tempo e dinheiro?
- Tem razão, acho que vou desistir
- Se quiser conversar  quem sabe tomamos um café para relaxar?
- Na sua casa ou na minha?
- No bar da esquina, certamente
- Aceito, não me importo se for no bar da esquina
- O que mais importa?
- Ser seu amigo e conversar um pouco
- O mesmo pensei eu, pois a comunicação é importante.
- Posso desabafar com você?
- Fale
- Faz um tempo que minha mulher e eu não nos comunicamos e moramos na mesma casa: nem bom dia, nem boa noite 
- Mas um de vocês precisa quebrar a barreira
- Então, se puder me deixar falar, no bar da esquina, terei um dia melhor, pois quero ouvir um conselho seu.
- Bem, vou tentar.Mas tenho que confessar que meu filho viajou sem se despedir de mim e sem dizer quando voltaria, pois faltou-nos tirocínio para discutir uma situação delicada.
- Bah! mas então é melhor aceitar o meu convite para para beber alguns copos de cerveja, não é amiga ?

KATIA CHIAPPINI

DIÁLOGO: 3

                           DIÁLOGO: 3

- Mamãe, o que é maestro?
-É quem faz músicas com as mãos
A filha só tinha 4 anos de idade e falou:
- Mamãe, minhas mãos estão cansadas de balançar para todo o lado e não sai música.
- Filha, esqueci de dizer que há outros músicos e que o maestro só os dirige, usando o movimento das mãos.
- Mamãe, quero isso para mim
- Quando crescer você tem tempo para resolver
- Já resolvi, amo a música ´porque ela me faz feliz e termina com a vontade de chorar
- Mas minha filha, eu estarei sempre ao seu lado
- Sim, mamãe, você e todos os músicos da orquestra que quero ter

KATIA CHIAPPINI

CASA E LAR

                        CASA E LAR

O seio da família é o aconchego maior que podemos almejar.
O lar é nosso refúgio, abrigo, apoio e segurança. É o lugar que nos traz tranquilidade e onde recebemos filhos e netos para uma sadia convivência. No lar conseguimos relaxar e meditar, quando necessário, para colocar os pensamentos em dia.
Mas convivemos também com o conflito entre gerações.É preciso ouvir os filhos, dialogar com paciência e tentar uma solução.
Algumas circunstâncias da vida dão margem a acontecimentos que só vão ser solucionados aos poucos, com o correr do tempo.
Quando a mulher se separa, nem sempre o marido colabora com o sustento dos filhos.Se ela tiver que cumprir dupla jornada entre o trabalho fora de casa e seus afazeres domésticos, é normal que se sinta sobrecarregada e ansiosa, além do cansaço do dia a dia.
A mãe passa a ser marido e mulher, responsável por gerenciar a vida dos filhos adolescentes e contestadores, em nome da liberdade que dizem ter, e nem sempre, com a responsabilidade inerente.
Alguns filhos se rebelam e trazem muitas preocupações para essa mãe.
Em nome dessa liberdade exigida, muitos adolescentes saem da casa dos pais, enveredam por caminhos escusos e não dão notícias. 
Bem mais tarde vão entender porque passam a exigir de seus filhos a mesma conduta que receberam de seus pais.
Muitos voltam para pedir perdão e, como o filho pródigo, devem ser perdoados.
Vão entender, com a própria experiência de vida, que o cuidado, o interesse, as reclamações e exigências em relação ao trabalho e ao estudo, são prioritárias.
As reclamações em prol da preservação dos princípios fundamentais para conviver em sociedade, são sinais de amor. Infelizes e tristes são aqueles adolescentes que percebem que seus pais nem perguntam em que horário voltaram para casa, à noite. E que não se importam se passaram a noite fora. Esse conformismo gera insatisfação e prejudica o desenvolvimento afetivo e social dos filhos esquecidos em seus anseios.
Hoje os lares estão se desfazendo e perdendo o sentido.
As relações estão se perdendo no vazio. A comunicação é suplantada pelos eletrônicos que invadiram os lares e que servem de consolo aos filhos em desarmonia com a sociedade familiar.
O almoço de domingo que reunia todos ao redor da mesa já não existe.
O casal chega do trabalho e cada um vai para um lado sem se importar com o outro.
A casa parece sobreviver em seu aglomerado de tijolos,argamassa, grades, suportes de ferro, para que se conserve intacta.
Mas o lar está desmoronando e os tijolos da insensatez tomando conta do ambiente, bem como a indiferença. O relacionamento dos membros da família está envolto em sombras.Os filhos não beijam e nem abraçam seus pais e não lhes dirigem palavras carinhosas.
Os pobres avós estão reclusos num quarto pequeno e sem conforto. Não são convidados para uma janta no restaurante, nem para ir para a praia com a família.
Toda a organização familiar está em extinção. 
O ego exacerbado não deixa o sentimento de solidariedade vingar nos lares.
Os bens materiais geram conflitos e desavenças, notadamente, em caso de divisão de herança.
Se não tivermos força para recuperar os valores familiares, vamos perder nossos filhos para o mundo.
Estou lembrando dos povos indígenas pelos quais tenho admiração e respeito.
Esses povos têm sido perseguidos pelas autoridades constituídas que, ora lhes roubam as terras, ora permitem que grupos de colarinho branco as dissipem.
Mesmo assim, a comunidade tenta se proteger e se unir na defesa do território.
Os índios vivem da caça ,da pesca, dos trabalhos artesanais das mulheres da tribo. As famílias cuidam de suas crianças e dos idosos. A tribo tem suas leis e obedecem à autoridade constituída.
A união de seus membros os mantém fortes e contestadores.
Custamos a crer que nesse pequeno espaço circulado pelas ocas indígenas, onde a sobrevivência não é fácil, haja um lar gigante e harmonioso.
Os rituais religiosos e os sacerdotes são merecedores de respeito.
Existe o conforto espiritual que a todos irmana na guerra e na paz.
Talvez, num futuro próximo, os lares possam ressurgir, com novos rumos, recuperando os valores perdidos, que existem, qual seja a época.
Nessa confusão em que vivemos, em relação aos princípios, os jovens identificam como sinônimos, liberdade e libertinagem.
E os lares irão se desmoronar todas as vezes que a inversão de valores for dada como parâmetros a seguir.
Onde e quando quer que seja, desejo viver para louvar a fraternidade, o amor solidário e os princípios cristãos.
E que esses sejam capazes de ultrapassar qualquer extensão relativa aos metros quadrados das construções de residências das famílias.
Desejo ouvir canções de ninar de mães embalando o sono de seus filhos.
Desejo ver casais abraçados em seu lar, debruçados na janela para esperar o pôr do Sol.
Desejo ver o marido colocar uma valsa em seu aparelho de som e convidar a esposa para dançar, de surpresa, enquanto ela espera o tempo necessário para ferver e engrossar a ambrosia.
Espero  visitar um lar onde a alegria se faça presente desde o amanhecer.
Um lar onde o entardecer seja acolhedor e onde os casais se deitem na rede para embalar seus sonhos, irmanados no aconchego de beijos e abraços.
E onde os passos sejam dados lado a lado, no mesmo ritmo e compasso, até encontrar o som e o tom certo.
E onde renovadas descobertas nos jogos amorosos, sejam a principal pauta nas noites enluaradas. 

KATIA CHIAPPINI

A DANÇA

                            A DANÇA

                              Dança da vida

                               A vida
                               Dança
                               Tropeça 
                               Troca o passo
                               Convida
                               Ensina o ritmo
                               Para de dançar
                               Repara
                               Nos pares
                               Nos passos
                               Descuidados
                               Perigosos
                               Aconselha
                               Reclama
                               Perdoa
                               Quem pede
                               Nova chance
                               A vida é dança
                               Dá asas
                               Para aqueles
                               Que lutam
                               Que se erguem
                               Para novos voos
                               E se erguem
                               Da queda
                               Com um sorriso
                               E um canto
                               De louvação
                               Aos espíritos
                               De luz
                               Vida:
                               - Ensina-me
                              Quero dançar
                              Pela paz...

                         

                               Katia Chiappini

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