Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

domingo, 30 de dezembro de 2018

CARTAS PERFUMADAS

                     CARTAS PERFUMADAS

Saudade das cartas que os namorados trocavam com tanto carinho!
Elas compensavam distâncias e fortaleciam os laços.
Nos dias atuais o computador escreve os textos e a tecnologia  se encarrega da troca de mensagens.
Mas só nas cartas havia o perfume de sândalo, a marca de batom que o beijo deixava, encabulado.
Só nas cartas de papel de linho se acariciava cada linha, se elevava a carta até acariciar o rosto, num gesto algo tresloucado e impulsivo. O toque e o manuseio da carta serviam de consolo aos apaixonados, dando-lhes um novo alento.
As palavras escritas incendiavam a imaginação e os sonhos atrevidos tomavam formas secretas.
Quando amareladas, ainda podiam guardar ,entre as folhas, uma pétala de rosa separada de um ramalhete que continha as flores do primeiro encontro. A pétala de rosa ficava quase transparente, mas embora bem sequinha, era  testemunha preciosa de belos momentos românticos.
Os blocos de carta eram estampados com imagens, em sua margem. Os adesivos eram escolhidos de modo a cultivar preciosos momentos entre os casais.
Havia caixas esculpidas em madeira, forradas com veludo, contendo as cartas de amor, como se fossem valiosos tesouros.
Hoje as mensagens de computador estão repletas de palavras vazias, fúteis ou interesseiras.
E ânsia de se ver desligado do destinatário, leva a escrever qualquer bobagem, só para se ver livre da cobrança do parceiro.
Lembro-me de um namorado de adolescência que me escrevia durante as férias escolares, pois eu costumava viajar para a casa de meus avós. Foram breves encontros para tomar um sorvete, passear na praça ou ir ao cinema. Mais um flerte do que um namoro.
Após algum tempo decorrido, encontrei esse ex-namorado. E ele me confessou que ainda tinha as minhas cartas guardadas. 
E eu, sem pensar, falei:
- Sinto não poder dizer o mesmo.
Logo percebi que deveria ter ficado calada e me despedi, apressada e sem jeito.
Em outra oportunidade encontrei outro namoradinho de férias que já era um amigo querido.
Também nos reencontramos e ambos já tínhamos casado e tínhamos filhos.
Conversamos um pouco sobre família, trabalho, planos de vida.
Quando ele e eu nos afastamos, cada um tomando o seu rumo, ele me fez um sinal para esperar. 
E, bruscamente falou:
- Quase esqueço de dizer que guardei suas cartas.
Fiquei curiosa e perguntei: 
- E você, ainda as lê ?
 - Com certeza! Sou saudosista e gosto de reviver o passado. E me apraz guardar na memória os dias mais felizes e as lembranças inesquecíveis de minha vida.
E assim dizendo, me deu um beijo no rosto e se afastou, com um sorriso encantador e os passos lentos, quase flutuantes. 

KATIA CHIAPPINI


sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

SOMBRAS E FANTASMAS

                   SOMBRAS E FANTASMAS

Percebi que certas pessoas são meteoros em nossa vida .Fazem questão de se mostrar aleatórias, displicentes em relação às relações de convívio solidário.
Tratam de não se revelar, pois são vultos que passam correndo, acenando para a partida, sem terem nunca chegado, em verdade. 
Se precisar de ajuda e telefonar, essas pessoas vão inventar qualquer desculpa para não se envolver. São pessoas que dizem que  vão te visitar e não comparecem e de nada adianta remarcar.
Mas, são pessoas bem falantes, com poder de argumentação.    Disfarçam bem, são convincentes e, aparentemente, muito legais.
É como se vivessem escorregando, a todo momento, se afastando, discretamente, como se fosse por acaso ou mera distração.
Essas sombras ambulantes se despiram de sentimentos profundos, de valores humanitários, de uma consciência do coletivo. É como se estivessem voltadas para si e para o seu pequeno mundo de viseiras.
Às vezes, é preciso passar por uma dificuldade, para só então, perceber que aquela amiga não está, nem um pouco, interessada em se fazer presente, em se mostrar solícita e companheira.
Amizades superficiais acabam por desmoronar, sem volta. 
Amores fúteis e interesseiros tomam o mesmo rumo.
Então, a aparência nada, ou quase nada, lhe diz.
Comece a prestar atenção nas atitudes dessas pessoas, nas suas conversas e interesses de cunho egoísta, na excessiva vaidade ou mania de autoqualificar-se ( sem hífen segundo Caldas Aulete )
Descubra a inutilidade de suas vidas.
Não confiem em sombras e fantasmas que só lhe causam mal.
As pessoas sem uma base sólida de bons sentimentos, quase sempre, se preocupam em acumular bens materiais. São incapazes de ajudar um sobrinho, por exemplo, a cursar uma escola de um idiomas, o que se faz necessário acrescentar ao currículo, nos dias de hoje, para  oportunizar nova colocação no mercado de trabalho.
E mesmo que esse dinheiro não lhes faça falta, preferem deixar parado na conta bancária, para realizar planos futuros que nem sempre lhe são permitidos, pois o dia de amanhã é uma incógnita.
Amores, esses de nossos dias, costumam ser meras ilusões e quimeras. Não há um comprometimento, não nasce com significado, não se prende a nada .Começa com impurezas e vícios.
E vivemos aceitando novos parceiros, de qualquer forma, porque não queremos ficar sozinhos. Ou porque a sociedade discrimina.
Preferimos nos enganar pensando em aceitar qualquer infidelidade, pois nossa análise superficial acaba por nos convencer de que precisamos seguir os outros, que por sinal, pouco estão se importando conosco.
Sombras são cargas negativas. Representam ausência de luz.
Pessoas negativas também são sombrias e temos a tendência de afastá-las de nosso convívio.
Pessoas invejosas são o câncer da sociedade e sempre terão uma vida de insatisfação para consigo mesmas. Porque querer o que o outro tem sem trabalhar para obter sucesso, é subestimar-se, todos os dias.
Comece a observar as atitudes e ações frutíferas das pessoas de boa índole, antes de fazer novas amizades.
As pessoas de má influência procuram levar as demais para atalhos escusos, como se não admitissem estar só com seus defeitos.
Sombras e fantasmas só assustam os seres humanos.
Fuja de todos eles e busque sua serenidade no exemplo das pessoas que cultivam valores cristãos, naquelas que mostraram a você, nos momentos adversos, que sempre estarão ao seu redor quando delas precisar.
Não julgue e não maltrate pessoa alguma. Apenas, selecione suas amizades entre pessoas simples, verdadeiras e leais.
Conserve suas amizades e afinidades com zelo e cumplicidade.
Sombra? só se for a sua sombra projetada na parede e que pode assustar por adquirir volume e tamanho ampliado.
Não se assuste com aquela sombra em sua janela quando parece se aproximar. Perceba se ela não está sorrindo e convidando você para deixar a luz voltar e tomar posse de seus dias.
E que um novo despertar ilumine sua vida e traga o Sol para seu convívio, ofuscando e banindo a sombra.

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

SERIA...

                                 SERIA...

Seria farol de meu mundo
Seria o meu porto seguro
Seria mergulhar bem fundo
Sem ter medo do futuro

Seria lindo conto de fadas
Seria uma história, não lenda
Seria do amor, a bem amada
Sem me perder nas calendas

Seria, não fosse a inverdade
Seria, se houvesse coragem
Seria o que ficou na saudade
Sem soberba, e sim, humildade

Seria  atestado de maturidade
Seria uma promessa cumprida
Seria ultrapassar a puberdade
Sem fugir do melhor da vida

KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

AÇÕES E EXPLOSÕES

                     AÇÕES E EXPLOSÕES

Faço'' aquele barraco''
Com nervos à flor da pele
Viro um ser falho: um ''caco''
Se o meu apelo tu repeles

Eu me disponho e atraco
Eu me preparo e me atrelo
Eu te satisfaço e te ataco
Eu me insinuo e me revelo

Sei que não nego e busco
O que sabes que me agita
Qual fiel e velho ''cusco''
Tu deslisas e me habitas

Sei que nada me pedes
É certo que me ofereço
E tu nem relutas e cedes
Num único e brusco tropeço

São pálidas e vãs as ações
Algo cruéis e traiçoeiras
Breves atos de explosões
'Sem visar eira nem beira''

Casos de um mero acaso
Sem tempo de cobrança
Amores, ora ralos ou rasos
Frutos de nossa andança

E o pálido vestido de noiva
Fez morada na amargura
Como no entalhe a goiva
Não terminou a escultura

KATIA CHIAPPINI

OBS: GOIVA:

É o nome dado a uma série de instrumentos cortantes utilizados para o entalhe em madeira. Com a lâmina curta, é semelhante ao formão, porém em escala menor. Podem ter diferenciados formatos, com a lâmina reta, em meia-cana, com o corte do lado convexo, arredondado ou em formato de "V"
( consulta no Google )

DEVANEIOS

       
                               DEVANEIOS 

Penso, logo repenso
Sem querer, eu vou
A mim não sei se venço
Se estiveres, lá estou

Sei que existem feridas
Mas eu busco e me atrevo
Já foste minha guarida
E, da sorte, o meu trevo

Escrevo versos e rimas
E lá preenches as linhas
São rimas e são cismas:
-E se vieres, como vinhas?

Sei: não queres queixa
Mas sou ser imperfeito
Se efervescente me deixas
Quase perdoo teus defeitos

KATIA CHIAPPINI

domingo, 23 de dezembro de 2018

SENTIMENTOS FALAM!

                    SENTIMENTOS FALAM!

Tenho conhecido pessoas que se orgulham de conhecer vários países do mundo em excursões memoráveis.
Mas apenas é possível ver a cidade em seus pontos turísticos, quase um cartão postal, ou uma pintura estática.
Conhecer o espírito do povo é transitar pelas ruas, observando o comportamento, os hábitos, os costumes, como manifestação de vida. É conversar com o povo da periferia, é interagir, sem discriminação de qualquer ordem.
É conversar com os vizinhos, abraçar uma criança, conversar com os transeuntes, comungar com a civilização do país.
Da mesma forma, tenho conhecido pessoas brilhantes que a si mesmas não conhecem. Pessoas que seguem uma direção diferente daquela que gostariam, para satisfazer um desejo dos pais, para ganhar mais prestígio ou poder.
Essas pessoas caminham como se fossem manipuladas e se conformam em trabalhar onde não se sentem bem. 
E custam a perceber que a vida vai passar sem que realizem seus sonhos de juventude, sua vocação verdadeira.
Há um confronto constante entre seguir a verdadeira vocação ou se deixar levar por outros caminhos, até tortuosos, em busca de fortuna ou fama.
Deixar falar os sentimentos é voltar ao início e tomar um novo rumo, mesmo que a direção exija mudanças e sacrifícios.
Deixar falar os sentimentos é voltar ao interior e buscar respostas para entender qual é o nosso lugar, qual é nossa missão. 
As escolhas não se definem com rapidez, mas exigem nossa atenção.
Se nós tivermos a  possibilidade de viver um grande amor, mas o sacrificarmos em nome de um cargo ou posição, no futuro, quando perdermos o amor, de que valerá ser um executivo de sucesso?
Às vezes, convém deixar os sentimentos falarem mais alto, pois a razão impõe alguns questionamentos e o equilíbrio é o que se deve buscar.
Quantas chances perdemos na vida por aceitar um ''não'' como definitivo. Quantas vezes não avaliamos as perdas, em prol dos lucros ilusórios?
Um grande cientista que vive aprisionado em seu laboratório, acaba por perder as amizades, os bons momentos de convívio com a família, o crescimentos e as travessuras de seu filho, o desenvolvimento da linguagem e as brincadeiras na praça de esportes.
Sentimentos falam de nós. Revelam nosso interior e mostram se estamos de bem com a vida.
Pessoas caladas, introvertidas, solitárias, às vezes, precisam de atenção, de um abraço e de uma palavra de conforto.
Como seres solidários devemos exercer a empatia para auxiliar nossos semelhantes a solucionar o que lhes aflige.
E pessoas infelizes se defendem antes do ataque, não querem se revelar fracas ou com defeitos. E não se relacionam afetivamente com outra pessoa com medo de sofrer rejeição, porque são inseguras a respeito de si mesmas.Não admitem fracassar.
Pessoas agressivas não se encontraram ainda, querem chamar atenção de qualquer modo, não sabem cativar e custam a admitir seus defeitos . E todos nós temos inúmeros defeitos, pois somos imperfeitos por natureza.
Então, se não conseguirmos revelar nossos sentimentos, haverá uma zona obscura em nossas almas e uma sensação de opressão que nos envolverá e que não nos permitirá revelar nossas qualidades.
Se houver necessidade, precisamos buscar ajuda para nos reencontrarmos, para sair do casulo, para mudar de vida e de emprego, se essa for a melhor maneira de recuperar o tempo perdido.
Não tenhamos vergonha de buscar um novo olhar, um novo caminho. Estamos sujeitos a mudar de opinião, assim como as estações do ano mudam, como as plantas se transformam, como todo o universo, que gira em círculos, nos exige a descoberta de novos rumos.
Não julguemos as pessoas pela aparência. Antes, vamos nos aproximar delas com cordialidade e ternura. Veremos que muitos sorrisos iluminarão nossa face.
E sentiremos uma alegria imensa se transformarmos a vida de uma pessoa para que essa se revele melhor  e mais amadurecida.
Sentimentos falam alto. Não vamos abafar os nossos.
Sentimentos profundos e bem trabalhados podem trazer a paz de espírito e a possibilidade de sermos felizes.

KATIA CHIAPPINI

SUPERAÇÃO

                          SUPERAÇÃO

Enterro o meu berro
A mágoa e a desilusão 
Sou como testa de ferro
De firme e forte decisão

Sou como a guerreira
Se solto o pranto meu
O riso faz uma barreira
E a fé não se corroeu

Sem armas ainda luto
Meu espírito fortaleço
Juras não mais escuto
Mentiras não esqueço

O passado já bem vivido
Lembra o que foi bom
Depois já esquecido
Perde o som e o tom

Dou o passo da esperança
Estou livre e disponível
Tento buscar na andança
A intimidade inesquecível

E se eu desvendar meus ''ais'''
Em dia, ora claro, ora escuro
Descobrirei no porto, o cais
Desvendarei, o amor do futuro

KATIA CHIAPPINI

sábado, 22 de dezembro de 2018

Feelings - Morris Albert-para sentir saudade dos anos 70.

MAGIA: NATAL!

      
                               MAGIA: NATAL

Magia é a noite de Natal
Onde renovação se espera
Uma possibilidade ou sinal
Além de sonhos e quimera

Magia é tempo de paz
Que busca a esperança
Onde se deve ser capaz
De voltar a ser criança

Magia é o sorriso solto
Dos puros de coração
Onde o espírito é envolto
De uma solidária emoção

Natal é renascimento
Dos valores cristãos
É louvar o firmamento
É amar nossos irmãos

Natal é volta à essência
É tempo de reconstruir
É tempo de reverência
É Deus menino, intuir

Que a harmonia esteja em todos os lares!
Feliz Natal!

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

CLIMA E QUÍMICA

                         CLIMA E QUÍMICA

Se pensar que não há química
Se acreditar que não há clima
Faça-se dengosa e carismática
Declame, aos sussurros, sua rima

Nada vem sem criar um  lastro
A razão nos ensina a investir
Seja aquela atriz ou um astro
Deixe-se, com leveza, seduzir

Mostre-se suave e carinhosa
Dê um forte e terno abraço
A ternura é arma poderosa
Ela vence qualquer cansaço

Quando você menos imaginar
Entre uvas licores e amoras
Virá o seu tempo de entrelaçar
O clima e a química de outrora

KATIA CHIAPPINI


quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

CORAGEM!

                            CORAGEM!

Desperta a coragem
A vida é muito breve
Traz a tua bagagem
Vem rolar na neve

Vem escalar o monte
Chamar pela sereia
Vem olhar a ponte
Vem rolar na areia

Vem regar as flores
Saborear uma Brahma
Vem falar de amor
Vem rolar na grama

Vem com teus abraços
Dizer o quanto me amas
O tempo se faz escasso
Vem rolar na cama


KATIA CHIAPPINI

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

ACELERANDO / DESACELERANDO

      ACELERANDO / DESACELERANDO

Acelere seu amor e sigo
Desacelere discriminação
Acelere o abraço amigo
Desacelere a desunião

Acelere o passo, na andança
Desacelere o pálido orgulho
Acelere a fé e a esperança
Desacelere todo o entulho

Acelere o trabalho honesto
Desacelere tortuosas vias
Acelere a caridade e atesto:
- Verá o bem pelas cercanias

Acelere o amor: nele invista
Desacelere toda ganância
Acelere o seu ponto de vista
Desacelere a intolerância

Acelere bons sentimentos
Desacelere todo o egoísmo
Acelere o melhor momento
Desacelere o consumismo

Acelere seus planos de vida
Desacelere qualquer preguiça
Acelere: cure do outro a ferida
Desacelere toda a injustiça

Acelere uma prece, amiúde
Desacelere seus pecados
Acelere valores e virtudes
Desacelere o mau- olhado

KATIA CHIAPPINI

OLHO NO OLHO

                        OLHO NO OLHO

Perdeu-se o ''olho no olho''
Migrou-se o encantamento
O romantismo está de molho
Foi levado pelo forte vento

Pobre gente, tão distraída
Que olha aleatoriamente
E já nem se vê comovida
Por um olhar envolvente

''Olho no olho,''já foi tema 
De lindas canções, outrora
Hoje perde-se o esquema
O amor cansou: foi embora

Quem diz que o conhece
É porque olha o seu bem
Mas  ''olho no olho'' é prece
E não se troca por vintém

''Olho no olho'', como primavera
Suave floração do verbo amar
Hoje assusta e faz da ''galera''
Um bando de fugitivos, além-mar.

KATIA CHIAPPINI

PALAVRAS AMIGAS ; REFLEXÃO

                       PALAVRAS AMIGAS:
                       REFLEXÃO

-1-Não se vê mais ''olhos nos olhos''.Antes que se perceba a pessoa já se retirou em fuga definitiva.

-2-Quem a ninguém se dedicou, atrofiou sua missão primordial: amar ao próximo como a si mesmo.

-3-Quem ama não precisa dizer, o sentimento transborda em todas as dimensões e  se impõe, atrevido.

-4-Se acontecer de perder o seu amor, não caminhe por trilhas obscuras: pode não achar o caminho de volta se vier a perder a si mesmo.

-5-A sentida ausência é privilégio de quem tem a eterna presença a palpitar na alma saudosa.

-6- O sentimento de ausência fica tatuado nas profundezas da alma, independente da vontade e sem limites.

-7-Deus tem um propósito para nossa vida .Será que já o descobrimos?

-8-Quando náufragos, teimamos em buscar no amor um porto seguro.

-9-Embora livres para viver o amor, nos tornamos prisioneiros em sua teia.

-10-A essência do amor é amar com a pureza da alma.

KATIA CHIAPPINI

domingo, 16 de dezembro de 2018

ESPERANDO O NATAL!

         
                       ESPERANDO O NATAL 

Esperar o Natal é transformar o dia em luz.
É a vontade de praticar uma boa ação.
É o desejo de prestar auxílio aos parentes idosos, de boa vontade.
É saber apreciar a reunião de família, sem exigir presentes de alto custo.
É convidar um menino criado em orfanato para passar a ceia de Natal em sua casa.
É, verdadeiramente, amar e demonstrar o amor ao próximo.
É mostrar, com ações evidentes, a vontade de se congratular com a vitória de filhos e netos.
É pousar com seus avós idosos e prestar-lhes o socorro e o auxílio do qual necessitam.
É amar seus amigos e companheiros de trabalho para preservar a amizade de tantos anos.
É se dedicar à pessoa amada, numa troca efetiva, sem medir esforços.
É fazer planos de constituir uma família com aquela pessoa que lhe é fiel e da qual você não pode prescindir.
É continuar em sua simplicidade, independente de sua acensão social na existência.
É fazer uma análise de si mesmo, constantemente, mudar algumas condutas e ações para se tornar numa pessoa melhor.
É saber perdoar para ser perdoado.
É amar a Deus sobre todas as coisas e não usar Seu nome em vão.
É não praticar injustiça, nem invejar, nem ambicionar a vida do outro.
É não se valer de artimanhas para caluniar seu colega de trabalho para obter o lugar que ele ocupa na firma.
É não subir, socialmente, pisando em seu próximo.
Demonstrar espírito natalino é acolher as pessoas sem discriminação de raça, cor, opção sexual, pensamento político ou prática religiosa.
Esperar o Natal é se eximir de fazer julgamentos infundados sobre as pessoas. É não querer fazer justiça com as próprias mãos
Que Deus, em Sua infinita bondade e sabedoria, dê a cada um os méritos que espera colher, como consequência de uma boa semeadura.

KATIA CHIAPPINI

LÍVIA E LINDA



                               Lívia e Linda
 Katia

Lívia era uma menina muito tímida.
Quase não falava, não gostava de visitas, não sorria e não se comunicava com desembaraço.
Lívia já completara 7 anos de idade e pouco deixava transparecer sobre seus sentimentos.
Os pais da menina não entendiam seu modo de ser porque de nenhum fato lembravam que pudesse justificar essa atitude. 
Só o cachorrinho de estimação era capaz de provocar uma expressão mais tranquila naquela menina. Era o fiel companheiro, estava sempre perto da menina e acompanhava todos os seus movimentos.

ADÉLIA

Lívia sofria e só ela sabia o motivo de sua tristeza.
Seus pais nunca haviam lhe falado nada, mas ela sentia que tinha sido gerada com sua irmã gêmea com quem ocupou o mesmo espaço no ventre da sua mãe.
Lívia, a nossa menina, nasceu primeiro e por problemas ocorridos na hora do parto a sua irmã, nasceu sem vida.
O cachorrinho de estimação era o único que a escutava e com quem desabafava . E esse lhe dava alívio nas horas densas do dia.
Os pais de Lívia pensavam em contar o ocorrido, mais tarde, quando ela, com mais idade, conseguiria compreender com mais clareza o que acontecera.
Mas não imaginavam que ela sabia de tudo, por conta de sua percepção, unida a uma significativa intuição.
As duas almas, de Lívia e de Linda, almas inocentes, dialogavam compartilhando o mesmo tempo de gestação.

ADÉLIA E KATIA

Uma noite a menina foi dormir pensando na irmã, que teria o nome de Linda se tivesse o dom da vida, que lhe foi roubado. E com quem gostaria de brincar, conversar e adormecer.
Lívia deitou, com seu cachorrinho ao lado, não antes de fazer suas preces. E sonhou um lindo sonho com a irmã. Nesse sonho tão lindo, viu um anjo de asas grandes abertas. E percebeu que em baixo da asa direita ela se aninhava e embaixo da asa esquerda estava a sua irmã, Linda.
Lívia ouviu a voz do anjo lhe dizendo que tivesse uma vida mais alegre e brincasse com as outras meninas de sua idade. E não recusasse o convite para passear com seus pais e familiares.
O anjo, antes de se despedir, falou para a pequena Lívia que estava cuidando de Linda, pois essa era Linda também de alma. E que ambos estavam cuidando dela porque desejavam que realizasse todos os sonhos. 
Ao acordar, no dia seguinte, Lívia já não sentia mais tristeza.
Um lindo sorriso, o mais belo sobre a face da terra, brotava em seus lábios. E seus olhos brilhavam de alegria.
Lívia e Linda se encontraram mais vezes, em estado de graça, quando o anjo protetor de ambas, voltava, em sonhos, para velar o sono de Lívia: um sonho sublime e responsável por resgatar a harmonia espiritual das irmãs.

ADÉLIA E KATIA



sábado, 15 de dezembro de 2018

Camiñito Tango- Dia 10 de novembro comemoramos o dia do tango.Vamos relembrar esse ritmo romântico e bem marcado aos passos da dança. E o toque de um piano!

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O BOM SAMARITANO; SEU CLEMENTINO:MEU AVÔ.

                   O BOM SAMARITANO:
          Clementino Bica de Almeida: meu avô.

Meu querido avô, Clementino Bica de Almeida foi um homem caridoso, temente a Deus, acolhedor e humanitário.
Vovô era farmacêutico e amava sua profissão. Trabalhou até o fim e faleceu atendendo seus clientes, nos balcões da farmácia.
O laboratório era o setor vital de uma farmacologia manipulada na hora, o que ocorria com boa parte dos  receituários médicos.
Além das fórmulas medicinais atendendo ao receituário do médico, vovô fabricava cremes, pomadas, xarope para bronquite asmática, talcos para curar alergia de pele e outras medicações feitas no laboratório. Os laboratoristas práticos iniciavam seu trabalho lavando vidros para as poções, fechando as capsulas de medicamentos, colocando os rótulos. Os rótulos continham instruções sobre o modo de tomar, a receita escrita, o nome do doente, o nome do médico. Tudo era executado com destreza pelos estagiários, com a orientação de vovô Bica.
A farmácia se tornou um ponto de referência em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul.
Mas essa notoriedade se deve ao atendimento dado aos clientes.
Vovô nunca mandava ninguém embora sem atender às suas necessidades.
Conforme a hora já se sabia quem estava batendo na porta da casa, sempre aberta durante o dia e só encostada durante a noite.
É que haviam os clientes habituais e clientes de horas incertas, como aqueles que buscavam por uma chupeta para o nenê dormir.
A farmácia e o laboratório ficavam na peça da frente da casa e a família ocupava os demais espaços.
As refeições eram entrecortadas. Vovó servia a sopa e logo se ouvia a porta bater. Vovô ia atender e todos esperávamos que ele voltasse para que, só então, vovó voltasse a servir o prato principal com os  devidos complementos.
A farmácia fechava mas vovô considerava ser sua obrigação seguir atendendo a quem dele precisasse, a qualquer momento. 
Vovô costumava dizer que a doença não escolhe hora e jamais reclamava do fato de interromper refeições ou suas horas de sono, para prestar um atendimento.
E quando perguntávamos a ele o que as pessoas compravam durante a noite, ele dizia:
- Às vezes, um comprimido para dor de cabeça ou enxaqueca, um  laxante, um antiácido.
A farmácia de Seu Bica era ponto de reuniões de amigos e a ''charla'' corria solta em torno da política, da economia, da situação da bolsa de valores. das ações da Vale do Rio Doce. O mate amargo era compartilhado e presença necessária na fronteira riograndense.
Os donos de estância conversavam sobre o preço da lã, da carne, sobre as exposições de gado. Lamentavam a geada ou a seca que prejudicava o pasto. Logo depois, largavam com vovô sua lista de remédios de uso veterinário e quando voltavam para suas fazendas, recolhiam os volumes na farmácia.
Vovô Bica não cobrava os medicamentos de quem não tinha condições de pagar. Ainda anotava as compras feitas, na caderneta dos que compravam fiado.Mas, o pagamento não se sabia se seria feito ou se ficaria ali, anotado, indefinidamente.
Vovô fazia lanches e distribuía ao redor da quadra para cada mendigo que encontrava em seu caminho. E esse comportamento era parte de sua rotina. Em suas andanças, se encontrasse mais um  maltrapilho, se prontificava a fornecer alguma medicação que, por ventura, lhe faltasse.
Nas noites frias de inverno, vovô deixava a população ficar sentada, preenchendo os degraus da escada da casa, enquanto ia atendendo, um a um, com toda paciência,  e aviando cada receita. Antes deles eram atendidas as pessoas que precisavam de remédios não manipulados e disponíveis nas prateleiras.
Esses atendimentos iam se seguindo pela madrugada e aos que não podiam pagar vovô dizia;
- Vai curar teu filho, depois você me paga.
Nunca se soube de algum roubo na casa de vovô. Se roubassem e fossem presos, como iriam adquirir os remédios para a família, de graça?
Apenas um roubo ocorreu, numa madrugada de Carnaval.
Um grupo de músicos que acompanhava uma cantora, descia pelo  Hotel dos Viajantes e descobriu , na janela da casa de vovô, uma panelinha velha com comida. Era uma cortesia de minha avó que deixava a refeição para que o guarda-noturno a recolhesse.
Por brincadeira, molecagem ou fome, se serviram da comida  e aproveitaram a panela para fazer uma batucada, junto ao bloco carnavalesco que  desfilava pelas ruas. 
Nessa época as pessoas contraíam tifo e morriam desse mal.
Vovô mandava buscar vacinas no quartel e ia vacinando, gratuitamente, ali em seu laboratório, todo voluntário que se apresentasse. Começava pelo pessoal da casa, empregados, funcionários e vizinhança.
Esse atendimento foi feito durante muitos anos, até que criaram um Posto de Saúde na cidade.
Vovô Bica era brincalhão, risonho, cavalheiro e incapaz de uma grosseria ou expressão áspera.
Era conhecido em toda cidade. E, ao sair na rua, precisava parar para falar com as pessoas que dele se aproximavam com um gentil cumprimento.
Vovô amou sua profissão e, principalmente, amou as pessoas.
Não vou dizer que fez dela um sacerdócio porque sacerdócio foi sua própria vida.
Só o sacerdócio seria a mola propulsora para fazer de meu avô um ser que exercitou o respeito ao próximo. Soube ser totalmente despojado dos bens materiais e dedicado ao semelhante.
E assim procedendo, encontrou  a autêntica alegria de viver.

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

ABRACE!

                            ABRACE!

Um gesto comovido e comovente é o que desperta a percepção de um abraço caloroso.
As famílias de antigas gerações não tinham o hábito de abraçar seus filhos e havia uma distância natural entre ambos, em razão da forma de tratamento exigido. Devido aos costumes de uma época de peculiar respeito, sem contestação às ordens dadas, pelos progenitores, as relações familiares traziam temor aos lares e menos demonstração de amor, embora esse estivesse presente, já que havia preocupação de atender os filhos nas doenças, nas tarefas escolares, nas necessidades básicas.
Em determinadas culturas os pais não beijavam seus filhos homens.
Hoje, tantas décadas depois, os abraços se limitam às festas de final de ano, às comemorações de formatura ou casamento, aos encontros de amigo oculto, uma tradição cultivada nas relações de trabalho, entre outras ocasiões. Mas esses são abraços formais e de cunho social.
As famílias modernas estão se tornando pouco afetivas e seus componentes, seres individualistas e afastados da casa paterna.
É certo que os pais buscam a sobrevivência e precisam atender às necessidades dos filhos. Mas o capitalismo desenfreado leva ao píncaro da ambição, do desejo de poder e fama, em detrimento dos valores e princípios essenciais.
Ficaram no esquecimento as histórias, o jogo de tabuleiro, os passeios em família, as brincadeiras, o carteado e demais atividades que permitem uma comunicação real e necessária, ao saudável desenvolvimento do ser humano.
Meu marido, criado em família italiana, tinha grande dificuldade em expressar seus sentimentos.
Quando minha filha obteve aprovação no vestibular para cursar Engenharia Mecatrônica, ele estava ouvindo rádio e escutou o resultado das provas e a respectiva lista dos calouros.
A reação dele foi inesperada, pois saiu pela casa pedindo que eu fosse abraçar a filha.
 E chamou também a secretária que me auxiliava com os afazeres domésticos:
- Ana, Ana, vem ligeiro dar um abraço na Tati.
Abraçamos a Tati que ficou surpresa, pois não sabia, ainda, dos resultados das provas.
Então, meu marido se aproximou, deu-lhe um pálido abraço e disse algumas palavras, reconhecendo seu esforço e desejando-lhe uma carreira promissora. 
Quando eu chegava em casa, voltando das férias na casa dos avós maternos, corria para minha mãe e a abraçava com força. Ela me acolhia bem. Mas quando voltava de um passeio da Escola,com duração de um só dia, se fosse abraça-la, ela reagia, algo inquieta:
- Por que tantos abraços. minha filha?
Refletindo sobre esse fato, não foi difícil perceber que também declinei de infinitos beijos e abraços que deveria ter dado em meus filhos.
Certa ocasião perguntei para minha neta:
- Qual foi o seu melhor sonho?
- Ah! vovó, foi quando sonhei que minha mãe me pedia para sentar no colo dela para me dar um abraço bem apertado.
Lembro-me de  que por ocasião da noite de Natal do ano passado, quando os relógios anunciaram a meia noite e nos abraçamos, durante a ceia, meu neto disse:
- Convido todos vocês para dar um abraço coletivo para festejar essa reunião em família e agradecer a Deus por estarmos juntos.
Ao ouvir essas palavras, formamos uma grande roda e colocamos nossos braços ao redor dos ombros, à direita e à esquerda, para envolver num grande abraço, as pessoas ao nosso lado.
Meu neto ficou radiante, não se conteve, e falou, revelando o seu mais belo sorriso:
- Valeu!

KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

RECEBA DEUS EM SUA VIDA

              RECEBA DEUS EM SUA VIDA

Não podemos acreditar na ignorância dos insensatos que se afastam de Deus quando lhes advém o sofrimento.
Deus sempre soube de nossas dificuldades porque essas fazem parte do plano divino.
Quando vencemos os dias de sofrimento nos tornamos mais fortes e determinados a vencer os desafios.
O sofrimento nos reabilita, faz acreditar que devemos nos afastar do mal, das tentações que se encontram ao redor. O sofrimento vem para fortalecer a nossa fé. 
Deus sabe que temos inúmeros desejos em nosso coração mas permite que façamos nossas escolhas e que essas sejam as de boa semeadura.
Precisamos ler os Salmos, estudar a palavra de Deus e seguir as leis divinas. E nos cabe agradecer as graças que já recebemos.
Nosso corpo deve merecer cuidados. Não pode ser usado como se fôssemos gentios, ímpios ou pagãos.
Não somos só um conjunto de órgãos que se movem através dos membros inferiores, perambulando, sem sentido, pela vida.
Na palavra de Deus iremos encontrar a razão para a nossa vida, descobrir nossa missão e o modo de ser útil ao nosso próximo.
Somos corpo e espírito, razão e sentimento, alma e coração, mente  e semente.
Não podemos nos deixar dominar pela concupiscência, pela cobiça, pelo jogo de ambições desenfreadas, pelo desejo de fama, pelo poder desmedido que nos leva a pisar no semelhante.
Estudando a palavra de Deus vamos aprender a direcionar nossa vida em prol das necessidades de nossos semelhantes dentro dos princípios cristãos e dos valores essenciais.
Não é suficiente rezar, comungar, ouvir o sermão dominical, confessar os pecados ao pároco, se seguirmos falando mal da vida alheia.
É necessário deixar Deus entrar no coração, confirmar a fé, agradecer e não só pedir graças.
Crer na palavra de Deus é não blasfemar.
Recebemos Deus no coração quando nos doamos, quando investimos no amor universal, quando dedicamos parte de nosso tempo ao trabalho voluntário, ao cuidado dos idosos.
Receber Deus no coração é chamá-lo, a cada manhã, para que conduza nossos atos para a prática do bem.
É louvar Seu santo nome e acreditar em Sua energia, em Sua suprema força, em Seu Espírito Santo.
Quando o sentimento de solidão lhe perturbar, pense se não precisa se aproximar de seu semelhante.
Se quiser amor dê o seu amor, indiscriminadamente, ao ser frágil que é o seu ente querido, o seu vizinho, ou alguém que está sofrendo e lhe pediu atenção ou alguma providência.
Dessa forma, não será um ser solitário.
Então, basta que seja solidário.
Receba Deus-Pai, Deus-Filho e o Espírito Santo, nesse 25 de dezembro de 2018.
E que a ceia natalina seja farta e regada por sentimentos humanitários.
 E que a família esteja reunida para a glória de Deus!
E, se precisar, perdoe para ser perdoado!

KATIA CHIAPPINI  

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

FOI...

                                    FOI...

Foi brisa leve
Nuvem fugaz
Um amor breve
Ficou para trás

Incandescente
Mas irracional
Pálida nascente
Febre hormonal

Perdida ilusão
Ou suave sonho 
Jeito de paixão
Onde me ponho

Intempestivo
Enfumaçado
Um aperitivo
Destemperado

Saiu do trilho
Indescritível
Perdeu seu brilho
Inverossímil

Amor garoa
Pingos d'água
Deixou-me lagoa
Derramei mágoas

KATIA CHIAPPINI

domingo, 9 de dezembro de 2018

MINHA NETINHA DE 10 ANOS E EU EM BREVES POEMAS

            MINHA NETINHA DE 10 ANOS
            DANDO IDEIA PARA POEMAS.
            E EU ACERTANDO AS RIMAS!

                             MÁGOAS

A água de minhas mágoas
Escorre pela minha face
Bendita seria essa água
 Se minha alegria voltasse

A cachoeira dizia:
- Sou o murmúrio paixão
E seus peixinhos em sintonia
Coloriam a imensidão

                        FRUTAS

O docinho da maçã
O amargo do limão
A energia da avelã
Instrumenta nossa mão

O redondo da uva
Corre como uma bola
Desce como uma luva
O suco de minha Escola

O macio da fruta
Suaviza o meu dia
Vou fazer uma permuta
E provar a melancia

                           NATUREZA

A água do rio
Gela o corpo no frio
A água no calor
Ferve como minha dor

As flores coloridas
Em vindas e vidas
São arco-íris em mudas
Nas paixões profundas

KATIA CHIAPPINI / /HELENA





VOLTEI!

                               VOLTEI!

Sinceramente, não sei se sou aquela dama do Facebook, ou aquela outra que deixou de interagir nas redes sociais através de diversos grupos literários.
Impossibilitada de permanecer por muito tempo com a perna esquerda dobrada, vejo-me na contingência de repousá-la sobre almofadas, seja num ou noutro canto da casa.
Tenho aproveitado o repouso compulsório para intensificar a leitura.
Dedico parte de meu dia para rever as aulas do curso de Inglês e conteúdos gramaticais estudados durante o presente ano. Unindo o útil ao agradável, ouço músicas em Inglês acompanhadas da tradução. Aproveito para garimpar belas melodias dos anos 60, 70, 80.
Meu piano, excelente companheiro, me chama , ao entardecer,  e sugere que eu ocupe o espaço, sob ele, para bem me posicionar, deslocando a perna engessada, de um para outro lado.
E essa é uma terapia que me tranquiliza, de imediato, como bem sabem Chopin, Beethoven, Mozart e Strauss, entre tantos gênios.
Tenho assistido a filmes antigos, retirados das prateleiras do escritório de minha casa, para reencontrar minhas lembranças.
Recebo em casa as pessoas amigas e vizinhas. E ofereço-lhes o chá da tarde, enquanto conversamos. As amizades se revesam para deixar a casa organizada e me prestam alguma ajuda.
Nesses 10 dias que deixei de me comunicar no Facebook, recuperei alguns hábitos que sempre estiveram presentes em minha rotina E fiquei surpresa ao perceber que não sentia necessidade de voltar ao computador, desde que dei preferência aos cuidados que devo ter para que minha fratura se recomponha, o mais breve possível.
Percebi que a disciplina é importante para que se obtenha bons resultados.
Nossa natureza aliada às circunstâncias do momento, nos motivam a avaliar novas situações e a assimilar novas condutas. E esse poder de adaptação aos novos fatos que se seguem, nos levam a assimilar algumas mudanças, naturalmente, quando já estamos preocupados em adquirir a maturidade emocional.
Certamente, estou com saudade de compartilhar mensagens, poemas, contos, crônicas, pensamentos e reflexões, com meus assíduos leitores.
A atividade literária já se tornou parte fundamental de minha vida e se torna prazerosa e acolhedora.
Estou voltando, em doses homeopáticas, sem pressa, para dar tempo ao tempo.
Agradeço as manifestações de apreço recebidas por parte dos leitores que já se acostumaram a buscar minhas'' palavras de ordem'' para um modo de viver com harmonia.
Ainda estou me deliciando ao ler alguns livros ou coletâneas que adquiri na feira do livro de minha cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Compartilho meus poemas e prosa poética com outros autores que publicam seus textos nas mesmas coletâneas, das quais tenho participado ativamente, durante alguns anos.
Através dessas gotas literárias, ou pingos de orvalho, sinto-me acolhida e próxima de cada autor que conheço e que me brinda com seus poemas bem elaborados.
Essa herança poética e essa sensibilidade que nos acomete, essa inspiração fértil e de boa semeadura, essa missão literária que nos foi presenteada, toda essa singela grandiosidade, é obra de Deus.
Muito obrigada pela acolhida de hoje e sempre:

KATIA CHIAPPINI


terça-feira, 27 de novembro de 2018

ESPÍRITO NATALINO

                       ESPÍRITO NATALINO

Sou do tempo, saudoso tempo, em que o Natal tinha seu sentido espalhado por todos os lares, com grupos de orações, missas festivas, visitas aos familiares e aquele convite especial para agregar todos ao redor da ceia.
Havia a cerimônia da Missa do Galo, sempre celebrada à meia noite.Só após a missa iniciava o jantar de Natal e as comemorações que incluíam a figura do Papai Noel, entrega de presentes e muita alegria. Antes da refeição havia um breve momento de oração para agradecer as graças alcançadas ao longo do ano.
Ao tocar o sino das igrejas, era chegada a hora dos abraços e o desejo de um Feliz Natal. Todos se erguiam dos seus lugares para cumprimentar os familiares com beijos e palavras de carinho.
Nas portarias dos prédios havia grupos de orações, novenas. Entoavam-se hinos natalinos que ecoavam nos corredores.
Em bairros residenciais, caravanas de moradores saíam para as ruas e paravam um pouco em cada casa para entoar um hino.
Outras pessoas se agregavam ao grupo e acompanhavam os cânticos, pelas avenidas enfeitadas com motivos natalinos.
Em nossos dias, na hora da ceia, há um momento que ainda se ouve os sinos badalando pela cidade. Mas, os glutões e insensíveis continuam abraçando os manjares e guloseimas e os abraços aos familiares ficam esquecidos.
Não há a preocupação de preservar o momento dos cumprimentos e palavras de carinho.
Algumas pessoas voltam-se para seus celulares e se desligam dos acontecimentos da ceia natalina e esquecem do momento e da razão de ser da noite especial e cristã.
Outras pessoas abrem seus presentes e lembram de agradecer.
Mas, muitas outras deixam os volumes fechados e não dão a mínima importância  a nada e acabam magoando quem escolheu com cuidado o que comprar, de acordo com a personalidade de quem iria receber.
Algumas pessoas ficam apenas para a hora do jantar e logo se mostram entediadas e voltam às casas, deixando o clima com visível quebra de energia e, consequentemente, mais pálido.
O espírito natalino está se transformando em mais um dia de consumo excessivo, o que acarreta problemas, quando as prestações feitas não terminam mais de se apresentarem nos boletos bancários de quem os acumulou, irracionalmente.
Natal deveria ser uma reunião de fé, esperança ,boa comunicação, companheirismo, amizade, gratidão.
A reunião familiar precisa conservar o espírito natalino durante todo o ano e a troca de experiências deveria detectar alguns problemas que poderíamos ajudar a solucionar, em conjunto.
Se o motivo da reunião for apenas trocar presentes e não afetividade, vamos nos eximir de auxiliar nossos pais e avós em suas necessidades. Vamos estar superficialmente presentes no evento natalino. E vamos nos distanciar dos entes queridos e de nós mesmos.
Depois, vem a constatação de que não somos bem-vindos, pois, afinal, estamos envelhecendo e necessitando, mais do que nunca, de recursos financeiros, além de compreensão e apoio.
Precisamos voltar a armar a árvore natalina com os seus enfeites luminosos.
Precisamos armar a árvore do coração com bondade, ternura, amizade e compaixão.
E nós mesmos somos a árvore da vida. Mas estamos perdendo os valores cristãos que nos foram ensinados.
Nossas raízes vão enfraquecendo e a solidão tomando conta e a ganância se projetando no desejo de fama e fortuna, as quais nos empobrecem o espírito.
E o egoísmo vai transformando o Natal em simples reunião formal e Cristo não renascerá nos lares que não mais o aceitam. 
A reflexão fica por conta de cada um .Mas, acredito que seja necessária, enquanto houver alguma lucidez para retomar de onde paramos.
Apenas, façamos nosso exame de consciência.
Apesar dos pesares, desejo que tenhamos um Feliz Natal!

KATIA CHIAPPINI

A TRADIÇÃO DO NHOC

                   A TRADIÇÃO DO ''NHOC''

Você conhece a tradição do nhoque ( nhoc ) da fortuna? Simpatia famosa no Brasil, ela garante que, quem comer em pé as sete primeiras unidades de um nhoque no dia 29, pode fazer um pedido para cada massa ingerida. E não podemos nos esquecer da nota ou moeda, de qualquer valor, que deve estar embaixo do prato. Mas, afinal, de onde surgiu esse hábito?
A lenda diz que tudo começou também em um dia 29, durante o século IV. Um santo cristão chamado São Pantaleão vagava faminto por um vilarejo italiano a procura de um quente e gostoso prato de comida.
Camuflado de andarilho, Pantaleão bateu na porta de uma das casas pedindo alimento. A família deixou o estranho entrar, mesmo desconfiada do sujeito e tendo pouca quantidade de comida para oferecer. A refeição rendeu exatas 7 unidades de nhoque para cada um dos presentes na mesa. Em troca da gentileza, o santo deixou uma lembrança aos anfitriões. Ao recolher os pratos, a família se deu conta da presença de muitas moedas de ouro embaixo de cada louça.
Após rodar o mundo, a história se transformou no ritual que é celebrado em diversos países. Até hoje, famílias realizam a tradição de colocar moedas ou notas embaixo do prato e comer as sete massas.
Contribuição de Janete Cecin, professora de idiomas, tradutora, acordeonista e divulgadora da cultura francesa.

KATIA CHIAPPINI

sábado, 24 de novembro de 2018

DIÁLOGO ESPECIAL E PESSOAL!

             DIÁLOGO ESPECIAL E PESSOAL

DIÁLOGO:
Meu pai, advogado e bancário, me felicitou quando eu me formei em Pedagogia. Deu-me um abraço carinhoso e me falou:
- Filha,por que não te inscreves em Direito?
- Mas papai ,acabei de me formar e faltam apenas 15 dias para o vestibular de Direito.
- Bem, posso tentar, para lhe deixar contente ou para trabalhar com você no escritório.
- Não filha ,nem é isso!.
- E então?
- Bem simples: é para arranjar marido, dessa vez.
Por uma incrível coincidência ou intuição de papai, me formei em Direito na mesma classe que meu marido. E nos casamos durante o terceiro ano de curso.
E fiz muitas pesquisas para deixar o campo livre e disponível para ele descobrir com quais argumentos iria fundamentar o processo do cliente.
                               KATIA CHIAPPINI

IDOSOS EM UNIVERSIDADE!

                 IDOSOS EM UNIVERSIDADE

Precisamos parar para pensar no direito da pessoa idosa quando resolve estudar. É uma ação meritória e digna de elogios.
Ao contrário do que possa parecer, essa pessoa quer descobrir novos estímulos para viver e novos caminhos para trilhar.
Nessa etapa de vida, o idoso já cumpriu parte de sua missão no seio da família. Certamente, prestou atenção aos problemas familiares e auxiliou filhos e netos da melhor maneira.
Nessa etapa, quando todos já saíram de casa para encontrar seu lugar ao sol, o idoso descobre que pode se habilitar e recuperar o tempo, tomando atitudes em seu próprio benefício.
Ingressar numa faculdade é um ato quase heroico, pois o idoso quer obter um bom desempenho nas aulas e a aprovação que busca merecer com seu especial esforço.
Ao tomar essa decisão e sendo aceito como aluno, o idoso estará demonstrando seu espírito de luta e o desejo de voltar a interagir socialmente.
A hora do recreio, junto aos colegas, no bar da faculdade, passa a ser um momento de descontração e a possibilidade de fazer novas amizades.
Quando cursei Direito na PUC de Porto Alegre, tive como colega, o prefeito de uma cidade do interior. Ele se deslocava, semana sim e semana não, e mantinha seus estudos em dia e sua aprovação de um para outro semestre escolar. Esse aluno tinha seus 55 anos e não desistiu do curso, enfrentando as viagens, com qualquer tempo, vencendo todas as dificuldades. E cumpriu todo o tempo hábil nas atribuições e tarefas pertinentes ao seu mandato.
No curso de Pedagogia, tínhamos a colega D.Laura, assim chamada por todos. Ela não mediu esforços para se formar com bom aproveitamento, devido a sua dedicação. E, assim, merecidamente, se tornou a oradora da turma
Convivi e percebi a alegria dos colegas idosos,  ao conviverem com jovens estudantes. E o prazer que tinham ao encontrar a turma superava todos os tropeços, todo o mau tempo e todo sacrifício com o transporte e cansaço que, às vezes, tomava conta de seus corpos.
Então, além de obter o conhecimento, o idoso desfruta da companhia de pessoas solidárias, com as quais passa a conviver e usufruir as melhores horas de sua nova vida.
O bar da faculdade, as danças de salão, as saídas para passeios turísticos, cinemas, teatros, visitas a museus de arte, tudo se faz importante e imperdível nessa etapa de vida.
O idoso renova suas energias, promove sua autoestima, vive mais intensamente, segue os objetivos programados e valoriza cada momento da própria existência.
Envelhecer não significa estar morrendo. Significa, antes, brincar como criança, contar piadas de salão, completar palavras cruzadas, aprender a jogar xadrez, caminhar na beira da praia e esperar o pôr do Sol, além de assistir o espetáculo das estrelas pontilhando o céu.
Envelhecer com saúde é um processo físico e emocional .Se nossos ideais se renovarem, na melhor idade, estaremos estendendo nossos dia de vida com qualidade, sabedoria e tranquilidade.
Os benefícios de buscar aprender novos ofícios, de um trabalho artesanal, de cursar uma Escola de idiomas ou uma Universidade, são inúmeros, e só acrescentam novas perspectivas, nova filosofia, novos estímulos. E se tornam um motivo para conservar o bom humor, a  sensibilidade, a candura, a serenidade, a afetividade e vivências produtivas e gratificantes.
Mas, poderíamos pensar, e com razão:
-  Mas para que voltar a estudar se não haverá tempo para exercer a profissão?
Só que esse não é o foco principal. Mesmo porque ninguém pode saber o que acontecerá amanhã, nem com jovens e nem com idosos.
O foco principal é voltar a viver com alegria, com novos ideais.
O motivo primordial é se cercar de gente carinhosa, companheira e agradável. É, antes de tudo, desfrutar de tanta energia, recebendo os benefícios de bem-viver a cada etapa de vida.
Se pudermos viver intensamente a cada dia, a partida nos será leve e consciente. E a tranquilidade será nossa companheira.
E se soubermos nos doar ao próximo, não faltará o conforto da hora final.
E seremos gratificados com a lembrança que deixaremos aos nossos amigos e familiares para todo o sempre, muito além, dessa breve passagem que nos foi dada como missão para cumprir nesse plano terreno.

                                     KATIA CHIAPPINI