RAZÃO
Todos queremos nos dizer
Donos do bem e da razão
Nem nos compete saber
Não está pronta a equação
Razão é tema de filosofia
Por vezes até preterida
Torna-se mera alegoria
Mas é uma via sem saída
A razão corre em nossa veia
É um impositivo a cumprir
Quem não a tem desnorteia
Antes desce para subir
O sentimento interfere
Quer enganar a razão
Igual ao amor que se insere
Sem solicitar permissão
A circunstância determina
Quem está ou não com a razão
E quando ela nos domina
O pensamento inquieto faz serão
Se temos medo de agir
Invocamos antes a razão
Mas escolher não se ferir
É rejeitar o prazer da emoção
Somos seres muito pequenos
Dentro dessa imensa criação
Deus nos quer mais serenos
Agindo em prol da união
Nós não somos julgadores
Cada um tem suas razões
A vida já nos cobra penhores
E os resgatamos com boas ações
Antes razão ou sentimento?
Esse é um tema arrojado
Somos seres em crescimento
Buscando um acorde afinado
A razão vem junto às emoções
Aponta o erro e mostra a verdade
Quem viver nas transgressões
Jamais conhecerá a liberdade
KATIA CHIAPPINI
Pensamentos,poesias e crônicas de minha autoria,para os apreciadores de gotas poeticas. Essas constituem um bálsamo para a paz espiritual,cujas ondas se inserem na harmonia do cosmos.
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
A NOITE ME ACOMPANHA
A NOITE ME ACOMPANHA
A noite calma me acompanha
Escolho o vinho pra servir
A música de beleza tamanha
Ponho no aparelho para ouvir
A noite se deixa descortinar
Aprendi a conviver com ela
A tranquilidade vem se instalar
Se a rima estiver de sentinela
O poema surge desvairado
A alma se aninha nas letras
Deixo as tristezas de lado
Para investir nas teclas pretas
Escrevo e entre meu anseio
As vezes espero um milagre
A visão de meu devaneio:
-Um nome que na tela se abre
Posso sonhar por um momento
Me libertar do mando da razão
Conversar com o sentimento
Colher a saudade da paixão
A noite sempre me conforta
A escrita leva os meus passos
O poema gentil me transporta
Enquanto recolhe meus pedaços
KATIA CHIAPPINI
E-MAIL:KATIA_FACHINELLO42@HOTMAIOL.COM
A noite calma me acompanha
Escolho o vinho pra servir
A música de beleza tamanha
Ponho no aparelho para ouvir
A noite se deixa descortinar
Aprendi a conviver com ela
A tranquilidade vem se instalar
Se a rima estiver de sentinela
O poema surge desvairado
A alma se aninha nas letras
Deixo as tristezas de lado
Para investir nas teclas pretas
Escrevo e entre meu anseio
As vezes espero um milagre
A visão de meu devaneio:
-Um nome que na tela se abre
Posso sonhar por um momento
Me libertar do mando da razão
Conversar com o sentimento
Colher a saudade da paixão
A noite sempre me conforta
A escrita leva os meus passos
O poema gentil me transporta
Enquanto recolhe meus pedaços
KATIA CHIAPPINI
E-MAIL:KATIA_FACHINELLO42@HOTMAIOL.COM
TRISTE DESALENTO
TRISTE DESALENTO
Quem chama porque ama
Implora à qualquer hora
Bate na porta e se importa
Quem se desespera se esmera
Pra esconder ou pra entender
O sentimento posto ao relento
Ninguém a conforta-e como morta-
Se vê desolada e desorientada
Sem carinho no vazio do ninho
Antes tempero e depois destempero
Antes a alegria depois a melancolia
É a paixão sem suporte e sem norte
A criatura já sem formosura
Está sofrendo e aprendendo:
-É sina: ônus de mulher-menina
KATIA CHIAPPINI
Quem espera à beira mar não se cansa de esperar
Quem chama porque ama
Implora à qualquer hora
Bate na porta e se importa
Quem se desespera se esmera
Pra esconder ou pra entender
O sentimento posto ao relento
Ninguém a conforta-e como morta-
Se vê desolada e desorientada
Sem carinho no vazio do ninho
Antes tempero e depois destempero
Antes a alegria depois a melancolia
É a paixão sem suporte e sem norte
A criatura já sem formosura
Está sofrendo e aprendendo:
-É sina: ônus de mulher-menina
KATIA CHIAPPINI
Quem espera à beira mar não se cansa de esperar
KATIA
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
CICLOS DA VIDA
CICLOS DA VIDA
Das flores lindas que colherei
Dos bons vinhos que beberei
Das horas que construirei
Da luz que recebo e refletirei
Dos amigos que eu escolherei
Dos amores que talvez viverei
Dos muitos mares que chorei
De tudo saudosa eu lembrarei
Dos inimigos que esquecerei
Das ofensas que provarei
Dos descaminhos que trilharei
Das tristezas que lamentarei
Das mentirar que ouvirei
Das injustiças que constatarei
Da intolerância que não aceitarei
De tudo isso me libertarei
Da paz me beneficiarei
Dos erros me fortalecerei
Dos netos exemplo serei
Dos filhos amigos me valerei
Do amor proveito ainda terei
Da queda me levantarei
Da fé me apropriarei
De mim mesma não abdicarei
KATIA CHIAPPINI
-E-MAIL:katia_fachinello42@hotmail.com
Das flores lindas que colherei
Dos bons vinhos que beberei
Das horas que construirei
Da luz que recebo e refletirei
Dos amigos que eu escolherei
Dos amores que talvez viverei
Dos muitos mares que chorei
De tudo saudosa eu lembrarei
Dos inimigos que esquecerei
Das ofensas que provarei
Dos descaminhos que trilharei
Das tristezas que lamentarei
Das mentirar que ouvirei
Das injustiças que constatarei
Da intolerância que não aceitarei
De tudo isso me libertarei
Da paz me beneficiarei
Dos erros me fortalecerei
Dos netos exemplo serei
Dos filhos amigos me valerei
Do amor proveito ainda terei
Da queda me levantarei
Da fé me apropriarei
De mim mesma não abdicarei
KATIA CHIAPPINI
-E-MAIL:katia_fachinello42@hotmail.com
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
INCONSTÂNCIA
INCONSTÂNCIA
O sol nasce forte e brilhante
De noite a nuvem o esconde
A lua no céu dominante
Some e não sei pra onde
A árvore graciosa espalhada
Acolhe, na praça, a criança
Um dia talvez seja podada
Restará só uma lembrança
A fruta sadia e vermelha
Amadurece e cai já murcha
Faz o que lhe dá na telha
Ou a gravidade a puxa
Hoje vestimos harmonia
Amanhã vem a incerteza
Do amor só a nostalgia
Ficou sendo a certeza
O palhaço itinerante
Queria ser um doutor
Finge um sorriso gigante
Para esconder sua dor
Céu, terra e mar conspiram
Todo o cenário é mutante
Os homens fundo respiram
E a paz ninguém garante
O preso sai e passa fome
Quer voltar para a prisão
A fortuna do homem some
E se instala a depressão
É a inconstância que vinga
O mundo é feito de ilusões
As vezes só uma boa pinga
Aliviará do ser as frustrações
O que parece ser não é
A corda bamba balança
Viver o intervalo com fé
É vibrar no ritma da dança
A vida é uma grande roda
Ficamos tontos e com frio
Alem da inconstância é moda
Viver sem razão no vazio
KATIA CHIAPPINI
O sol nasce forte e brilhante
De noite a nuvem o esconde
A lua no céu dominante
Some e não sei pra onde
A árvore graciosa espalhada
Acolhe, na praça, a criança
Um dia talvez seja podada
Restará só uma lembrança
A fruta sadia e vermelha
Amadurece e cai já murcha
Faz o que lhe dá na telha
Ou a gravidade a puxa
Hoje vestimos harmonia
Amanhã vem a incerteza
Do amor só a nostalgia
Ficou sendo a certeza
O palhaço itinerante
Queria ser um doutor
Finge um sorriso gigante
Para esconder sua dor
Céu, terra e mar conspiram
Todo o cenário é mutante
Os homens fundo respiram
E a paz ninguém garante
O preso sai e passa fome
Quer voltar para a prisão
A fortuna do homem some
E se instala a depressão
É a inconstância que vinga
O mundo é feito de ilusões
As vezes só uma boa pinga
Aliviará do ser as frustrações
O que parece ser não é
A corda bamba balança
Viver o intervalo com fé
É vibrar no ritma da dança
A vida é uma grande roda
Ficamos tontos e com frio
Alem da inconstância é moda
Viver sem razão no vazio
KATIA CHIAPPINI
sábado, 25 de outubro de 2014
O PASSO CERTO!
O PASSO CERTO
Nunca se sabe
Como saber
Nem nos cabe
Resolver
Cada ser
Sabe de si
É só ver
Como vi
A relatividade
Nos confunde
A verdade
Nos infunde
Ora riscos
Inimagináveis
Ora ciscos
Imponderáveis
O passo certo
Pode se medir
De jogo aberto
Sem mentir
O passo certo
É o do bem
É o mais correto
Se quiser tem
Escolher o passo
Requer ciência
Pra seguir o traço
Com consciência
Se eu viver
Com verdade
Meu passo vou ter
Na sinceridade
O passo certo Mas terá laços
Ou o errado E harmonia
Certo, incerto Um abraço
Não foi programado Uma simetria
O passo não escuso
Deve somar
Se for recluso
Não vai vingar
Certo é evitar
O passo desertor
É acreditar
Na vida e no amor
KATIA CHIAPPINI
Nunca se sabe
Como saber
Nem nos cabe
Resolver
Cada ser
Sabe de si
É só ver
Como vi
A relatividade
Nos confunde
A verdade
Nos infunde
Ora riscos
Inimagináveis
Ora ciscos
Imponderáveis
O passo certo
Pode se medir
De jogo aberto
Sem mentir
O passo certo
É o do bem
É o mais correto
Se quiser tem
Escolher o passo
Requer ciência
Pra seguir o traço
Com consciência
Se eu viver
Com verdade
Meu passo vou ter
Na sinceridade
O passo certo Mas terá laços
Ou o errado E harmonia
Certo, incerto Um abraço
Não foi programado Uma simetria
O passo não escuso
Deve somar
Se for recluso
Não vai vingar
Certo é evitar
O passo desertor
É acreditar
Na vida e no amor
KATIA CHIAPPINI
ARTHUR MOREIRA LIMA
ARTHUR MOREIRA LIMA
Arthur Moreira Lima nasceu na cidade de Rio de Janeiro em 16 de julho de 1940. Começou seus estudos de piano aos 6 anos de idade e aos 8 anos já se apresentava executando peças eruditas. Aos 9 anos ganhou o primeiro prêmio de solista com um concerto de Mozart.
Durante sua brilhante carreira apresentou-se em Moscou, Berlim, Viena, Praga, Londres, sempre com a regência de grandes maestros.
Entre outros podemos lembrar Kurt Sanderling, Sir Charles Groves, Vladimir Fedosseyev, Kirill Kondraschin.
Entre inúmeros prêmios recebeu os Prêmios Sharp em 1989 e 1990, quando foi agraciado pelo seu trabalho discográfico feito no Brasil.
Entre suas antologias musicais, esse instrumentista já interpretou Chopin. Tchaikovsky, Rachimaninov.
Arthur Moreira Lima participou das adaptações e transcrições da obra de Piazzolla, músico argentino, de quem foi amigo.
Laércio de Freitas trabalhou nas primeiras transcrições e Arthur Moreira Lima gravou as obras de Piazzola, que usou o bandoneon como instrumento de expressão. Então, foi preciso transpor a obra do compositor argentino do bandoneon para o piano
Arthur Moreira Lima resgatou a obra de Ernesto Nazareth, Villa Lobos e Radamés Gnattali para torná-las conhecidas pelo grande público. Sua dicografia é considerável.
Arthur Moreira Lima é uma das figuras mais representativas dentro do cenário musical e do mundo das teclas clássicas e populares.
Ele salienta a figura de alguns mestres que o orientaram nessa difícil trajetória:Lúcia Branco ( carioca ), Marguerite Long ( Paris )
e Rudolf Kehrer ( Moscou)
Conta o famoso pianista que costumava treinar num teclado mudo, de 5 oitavas. Como viajava muito, aproveitava o seu tempo, quando no avião, para dedilhar o teclado mudo. Certa ocasião, no aeroporto dos Estados Unidos, descobriram o instrumento e como não acharam fios e nem bateria, ficaram intrigado com a ausência da parte elétrica .E vasculharam o aparelho procurando mercadoria ilícita e arrebentaram o teclado mudo. De volta ao Brasil tratou de mandar reconstruir o teclado.
Arthur Moreira Lima fez a primeira gravação mundial da obra de Brasílio Itiberê, inicialmente a pedido da prefeitura de Curitiba / Paraná. Depois a divulgou para o mundo.
Esse pianista coloca o seu piano de cauda em cima de um caminhão e vai levar a música clássica para a periferia e para os locais mais longínquos desse Brasil. E se apresenta gratuitamente.
Entre 2004 a 2011 levou a música para mais de 1 milhão de pessoas e percorreu 180.000 km pelos Estados de MG, BA, PE, SE, AL, GO, SP, SC,RS,MT,AC,RO,RJ e DF.
Esse projeto tem o nome de ''Um piano na Estrada'' e visa a inclusão social e musical.
Arthur Moreira Lima tocou com Nelson Gonçalves, Ney Matogrosso, Raphael Ribeiro, Paulo Moura e com o grupo''Época de Ouro'', entre outros artistas de renome .Notabilizou-se pela interpretação do ''Choro''.
Ainda hoje continua a se apresentar no caminhão teatro.
Arthur Moreira Lima percebeu que o piano acústico vem perdendo força e a dignidade de tempos idos, onde as famílias faziam questão de exibi-lo na sala principal. E onde as moças da casa faziam seus estudos e se apresentavam em saraus familiares. O piano era um patrimônio e passava por várias gerações. Atualmente virou apoio de porta-retratos.
Mas Arthur Moreira Lima continua a trabalhar em partituras e se dedica ao toque do instrumento como sempre o fez. É um divulgador da música e de vários estilos musicais.
Ele tem um temperamento inquieto e seus cabelos desgrenhados não parecem combinar com os de um pianista erudito ou com trajes sociais. Entretanto, estamos diante de uma personalidade ímpar em nossa cultura.
Arthur Moreira Lima realizou seus concertos em todos os continentes lotando as principais salas de teatro do mundo inteiro.
É, sem dúvida, um dos maiores-senão o maior- símbolo do piano erudito.
Segue divulgando os compositores eruditos e nacionais.
Seu piano preferido é da marca Steinway, modelo D, importado.
E considera a marca Fritz Dobbert uma boa aquisição nacional.
Arthur Moreira Lima reconhece que não teria conseguido vencer a técnica pianística se essa não fosse fruto de um especial empenho e determinação constantes.
Considero esse pianista memorável: um baluarte de nossa música. E vou, especialmente, chamá-lo de ''O pianista da brasilidade''.
OBS;
Como também me dedico ao estudo de piano vou me atrever a fazer algumas considerações para que se possa obter melhores resultados na técnica e interpretação pianísticas.
PASSOS SUGERIDOS:
1- A chave mestra é a dedicação ao estudo do instrumento, intensificando-se os esforços no sentido de cumprir um horário breve e depois mais alongado.
2-Procurar a melhor formação no país de origem e ,se possível, complementar os estudos no exterior.
3-Nunca procurar imitar a interpretação de outros pianistas e, sim, buscar o seu próprio caminho.
4-Investir o tempo em cursos de percepção, teoria, solfejo e interpretação pianística. E em cursos de extensão de nível universitário.
5-Ouvir os grandes clássicos, conhecer diferentes estilos, ritmos, compositores de todas as épocas da história da música.
6-Você já pensou como o Rock se aproximou da música clássica, principalmente na década de 1970? Nessa época de bandas tais como Emerson, Lake & Palmer, Yes e Gênesis?
Isso se explica porque a música clássica sempre esteve nos bastidores do que quer que aconteça no mundo musical.
Toda a organização usada na música ocidental vem da música clássica. Por essa razão intensifique suas consultas e perceba que os acordes e estrutura da música erudita influenciam, mesmo, a música popular.
É como pedir que perceba que a precisão de um bailarino será maior se sua base for o estudo da dança clássica.
7-Conservar o piano bem afinado e cuidar de sua conservação.
8-Amar a música incondicionalmente .Ela tem o poder de transformar seus momentos tristes em horas de sonho e devaneios.
Sentir as teclas pretas e brancas como se o som delas percorresse suas veias, mais do que sua audição.
9-Não seja aquele aluno preguiçoso que tenta convencer os outros de que é bom pianista, enganando-os com suas firulas.
10-Pensar que o talento musical é um dom que você traz. Mas ele precisa ser lapidado, ano após ano, com estudo criterioso, disciplinado, gradativo e sem fim. Quanto maior for a dedicação melhores serão os resultados.
Dedique-se com afinco e quase genialidade. E, seja um concertista ou um leigo, não importa: seja você mesmo.
KATIA CHIAPPINI
Bibliografia:
Obras sobre os mestres da interpretação pianística.
Entrevista feita pela direção da revista TECLADO ( que se adquire nas bancas de revista)
DEDICO ESSE TEXTO AOS MEUS ALUNOS DE PIANO, COM CARINHO. E DESEJO QUE CONTINUEM A DEDILHAR AS TECLAS SONORAS QUE ECOAM NA ALMA........katia
Arthur Moreira Lima nasceu na cidade de Rio de Janeiro em 16 de julho de 1940. Começou seus estudos de piano aos 6 anos de idade e aos 8 anos já se apresentava executando peças eruditas. Aos 9 anos ganhou o primeiro prêmio de solista com um concerto de Mozart.
Durante sua brilhante carreira apresentou-se em Moscou, Berlim, Viena, Praga, Londres, sempre com a regência de grandes maestros.
Entre outros podemos lembrar Kurt Sanderling, Sir Charles Groves, Vladimir Fedosseyev, Kirill Kondraschin.
Entre inúmeros prêmios recebeu os Prêmios Sharp em 1989 e 1990, quando foi agraciado pelo seu trabalho discográfico feito no Brasil.
Entre suas antologias musicais, esse instrumentista já interpretou Chopin. Tchaikovsky, Rachimaninov.
Arthur Moreira Lima participou das adaptações e transcrições da obra de Piazzolla, músico argentino, de quem foi amigo.
Laércio de Freitas trabalhou nas primeiras transcrições e Arthur Moreira Lima gravou as obras de Piazzola, que usou o bandoneon como instrumento de expressão. Então, foi preciso transpor a obra do compositor argentino do bandoneon para o piano
Arthur Moreira Lima resgatou a obra de Ernesto Nazareth, Villa Lobos e Radamés Gnattali para torná-las conhecidas pelo grande público. Sua dicografia é considerável.
Arthur Moreira Lima é uma das figuras mais representativas dentro do cenário musical e do mundo das teclas clássicas e populares.
Ele salienta a figura de alguns mestres que o orientaram nessa difícil trajetória:Lúcia Branco ( carioca ), Marguerite Long ( Paris )
e Rudolf Kehrer ( Moscou)
Conta o famoso pianista que costumava treinar num teclado mudo, de 5 oitavas. Como viajava muito, aproveitava o seu tempo, quando no avião, para dedilhar o teclado mudo. Certa ocasião, no aeroporto dos Estados Unidos, descobriram o instrumento e como não acharam fios e nem bateria, ficaram intrigado com a ausência da parte elétrica .E vasculharam o aparelho procurando mercadoria ilícita e arrebentaram o teclado mudo. De volta ao Brasil tratou de mandar reconstruir o teclado.
Arthur Moreira Lima fez a primeira gravação mundial da obra de Brasílio Itiberê, inicialmente a pedido da prefeitura de Curitiba / Paraná. Depois a divulgou para o mundo.
Esse pianista coloca o seu piano de cauda em cima de um caminhão e vai levar a música clássica para a periferia e para os locais mais longínquos desse Brasil. E se apresenta gratuitamente.
Entre 2004 a 2011 levou a música para mais de 1 milhão de pessoas e percorreu 180.000 km pelos Estados de MG, BA, PE, SE, AL, GO, SP, SC,RS,MT,AC,RO,RJ e DF.
Esse projeto tem o nome de ''Um piano na Estrada'' e visa a inclusão social e musical.
Arthur Moreira Lima tocou com Nelson Gonçalves, Ney Matogrosso, Raphael Ribeiro, Paulo Moura e com o grupo''Época de Ouro'', entre outros artistas de renome .Notabilizou-se pela interpretação do ''Choro''.
Ainda hoje continua a se apresentar no caminhão teatro.
Arthur Moreira Lima percebeu que o piano acústico vem perdendo força e a dignidade de tempos idos, onde as famílias faziam questão de exibi-lo na sala principal. E onde as moças da casa faziam seus estudos e se apresentavam em saraus familiares. O piano era um patrimônio e passava por várias gerações. Atualmente virou apoio de porta-retratos.
Mas Arthur Moreira Lima continua a trabalhar em partituras e se dedica ao toque do instrumento como sempre o fez. É um divulgador da música e de vários estilos musicais.
Ele tem um temperamento inquieto e seus cabelos desgrenhados não parecem combinar com os de um pianista erudito ou com trajes sociais. Entretanto, estamos diante de uma personalidade ímpar em nossa cultura.
Arthur Moreira Lima realizou seus concertos em todos os continentes lotando as principais salas de teatro do mundo inteiro.
É, sem dúvida, um dos maiores-senão o maior- símbolo do piano erudito.
Segue divulgando os compositores eruditos e nacionais.
Seu piano preferido é da marca Steinway, modelo D, importado.
E considera a marca Fritz Dobbert uma boa aquisição nacional.
Arthur Moreira Lima reconhece que não teria conseguido vencer a técnica pianística se essa não fosse fruto de um especial empenho e determinação constantes.
Considero esse pianista memorável: um baluarte de nossa música. E vou, especialmente, chamá-lo de ''O pianista da brasilidade''.
OBS;
Como também me dedico ao estudo de piano vou me atrever a fazer algumas considerações para que se possa obter melhores resultados na técnica e interpretação pianísticas.
PASSOS SUGERIDOS:
1- A chave mestra é a dedicação ao estudo do instrumento, intensificando-se os esforços no sentido de cumprir um horário breve e depois mais alongado.
2-Procurar a melhor formação no país de origem e ,se possível, complementar os estudos no exterior.
3-Nunca procurar imitar a interpretação de outros pianistas e, sim, buscar o seu próprio caminho.
4-Investir o tempo em cursos de percepção, teoria, solfejo e interpretação pianística. E em cursos de extensão de nível universitário.
5-Ouvir os grandes clássicos, conhecer diferentes estilos, ritmos, compositores de todas as épocas da história da música.
6-Você já pensou como o Rock se aproximou da música clássica, principalmente na década de 1970? Nessa época de bandas tais como Emerson, Lake & Palmer, Yes e Gênesis?
Isso se explica porque a música clássica sempre esteve nos bastidores do que quer que aconteça no mundo musical.
Toda a organização usada na música ocidental vem da música clássica. Por essa razão intensifique suas consultas e perceba que os acordes e estrutura da música erudita influenciam, mesmo, a música popular.
É como pedir que perceba que a precisão de um bailarino será maior se sua base for o estudo da dança clássica.
7-Conservar o piano bem afinado e cuidar de sua conservação.
8-Amar a música incondicionalmente .Ela tem o poder de transformar seus momentos tristes em horas de sonho e devaneios.
Sentir as teclas pretas e brancas como se o som delas percorresse suas veias, mais do que sua audição.
9-Não seja aquele aluno preguiçoso que tenta convencer os outros de que é bom pianista, enganando-os com suas firulas.
10-Pensar que o talento musical é um dom que você traz. Mas ele precisa ser lapidado, ano após ano, com estudo criterioso, disciplinado, gradativo e sem fim. Quanto maior for a dedicação melhores serão os resultados.
Dedique-se com afinco e quase genialidade. E, seja um concertista ou um leigo, não importa: seja você mesmo.
KATIA CHIAPPINI
Bibliografia:
Obras sobre os mestres da interpretação pianística.
Entrevista feita pela direção da revista TECLADO ( que se adquire nas bancas de revista)
DEDICO ESSE TEXTO AOS MEUS ALUNOS DE PIANO, COM CARINHO. E DESEJO QUE CONTINUEM A DEDILHAR AS TECLAS SONORAS QUE ECOAM NA ALMA........katia
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
O CAPATAZ
O CAPATAZ DE ESTÂNCIA!
À galope pelos campos lá vai o capataz percorrendo os potreiros.
O cachorro fiel vai ao lado do cavalo e acompanha o capataz em todo o trajeto. É,geralmente, um guaipeca. Ao final da tarde regressa ao ninho para o devido descanso da lida do campo. Esse gaúcho é um homem bronzeado, com pua de aço, correndo à cavalo. dispersando sonhos e, como a águia, singrando horizontes.
O capataz não abandona a querência.
Seu João, capataz de meu tio, está com 65 anos ou mais, 40 dos quais, no trabalho da estância São Miguel do Sarandi, em Livramento, fronteira com o Uruguai. Lá criou sua família, recebeu terra e gado, como estímulo, para seu sustento.Tem uma vaca de leite, uma pequena horta e detém a confiança do patrão.
É ele o responsável por manter a peonada ativa em seus afazeres e pelo cumprimento das tarefas diárias, já estabelecidas.
Ao final da tarde o capataz se dirige ao escritório de meu tio e presta conta da lida. Sugere novas providências, lembra das compras a serem feitas na cidade e dirime dúvidas.
Muitos fatos curiosos presenciou na estância e vou relatar um deles:
-Como não lembrar?
Certo dia um moço da cidade chegou para se hospedar na estância.
Levava um revólver que não parecia combinar com o traje social que vestia. Recolheu-se aos seus aposentos, levantou cedo e disse que ia caçar perdiz.
João, o capataz, perguntou-lhe:
-Mas o moço tem certeza de que vai caçar de revólver?
-Sim e já estou de saída.
E João, surpreso, foi comentar com todos os demais o ocorrido. Isso porque nunca tinha visto ninguém trocar a espingarda de caça por um revólver.
Ao entardecer voltou o moço sem nenhuma caça e percebeu que a peonada o aguardava curiosa. E os cochichos se multiplicaram por todos os pagos.
Quando a noite ia chegando, os peões se reuniam para tomar chimarrão, assar uma carne no fogo de chão, contar ''causos'' e lendas. E ouvir o som do acordeon interpretando alguma milonga, rancheira ou chamamé.
Aos domingos o churrasco era acompanhado por refrigerantes e o vinho fazia parte do lazer do homem do campo.
Era possível assistir às corridas de cavalo, às lutas de galo de rinha e apostar uns trocados para tentar a sorte. O boliche também era uma diversão muito apreciada e cultivada nesses pagos.. Ainda havia os rodeios que faziam a festa do gaúcho.
Não há rincão suficientemente agreste que impeça o capataz de trabalhar. Ao contrário, sua lida é seu lazer. E seu rancho é sua vida. Ele só se sente bem em meio à natureza e junto ao gado.
O capataz atravessa campos, vales, açudes, rios e cachoeiras. E se deixa envolver pela beleza da paisagem. Percorre caminhos com pedras, aprecia as árvores frondosas, ranchos à beira da estrada e uma imensidão de campo a perder de vista.
Vive cercado por ovelhas, cavalos, bois, touros, vacas, porcos, galinhas, avestruzes, garças, cães e raposas. E as cobras do campo, não raro, aparecem perto de seus pés.
O tempo passa e chega a hora dos filhos do capataz irem estudar na cidade. E mesmo vendo sua prole tomar outro rumo, ele faz questão de permanecer nos pagos. É que sua alma já fez o pouso predileto e não vai alçar voo para outras cercanias.
Tocando a carreta, o jipe de serviço, o caminhão ou o seu cavalo, de coxilha em coxilha e de rincão em rincão, o capataz divulga os usos e costumes do gaúcho.
Com pilchas e bombachas enfeitadas com favo de mel nas laterais, com o seu facão na cintura, com botas de cano alto, chapéu e lenço, vai o capataz marcando os passos da história com requintes de glória. Vai ensinando o que representa a tradição do gaúcho por essas terras distantes e estradas sem calçamento.
O capataz sempre vai se lembrar da confusão em torno dos rodeios, da sombra das árvores, do alarido na porteira dos currais. Nem da época de tosa, vacinação e marcação do gado. E da pujança da dança do facão e da dança do pau de fita, respectivamente, dançadas pelos homens e pelas mulheres.
O capataz sempre vai ter na memória a beleza da prenda com seu vestido rodado e uma rosa vermelha nos cabelos. E nem lhe é possível esquecer de seu andar à cavalo e dos cabelos soltos ao vento, balançando e fazendo ondas ao galopar pelos campos sem fim.
O capataz é sentinela das estâncias, amante das tradições e a figura altiva que melhor representa a lida no campo e o amor aos pagos dessa querência.
KATIA CHIAPPINI
e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com
À galope pelos campos lá vai o capataz percorrendo os potreiros.
O cachorro fiel vai ao lado do cavalo e acompanha o capataz em todo o trajeto. É,geralmente, um guaipeca. Ao final da tarde regressa ao ninho para o devido descanso da lida do campo. Esse gaúcho é um homem bronzeado, com pua de aço, correndo à cavalo. dispersando sonhos e, como a águia, singrando horizontes.
O capataz não abandona a querência.
Seu João, capataz de meu tio, está com 65 anos ou mais, 40 dos quais, no trabalho da estância São Miguel do Sarandi, em Livramento, fronteira com o Uruguai. Lá criou sua família, recebeu terra e gado, como estímulo, para seu sustento.Tem uma vaca de leite, uma pequena horta e detém a confiança do patrão.
É ele o responsável por manter a peonada ativa em seus afazeres e pelo cumprimento das tarefas diárias, já estabelecidas.
Ao final da tarde o capataz se dirige ao escritório de meu tio e presta conta da lida. Sugere novas providências, lembra das compras a serem feitas na cidade e dirime dúvidas.
Muitos fatos curiosos presenciou na estância e vou relatar um deles:
-Como não lembrar?
Certo dia um moço da cidade chegou para se hospedar na estância.
Levava um revólver que não parecia combinar com o traje social que vestia. Recolheu-se aos seus aposentos, levantou cedo e disse que ia caçar perdiz.
João, o capataz, perguntou-lhe:
-Mas o moço tem certeza de que vai caçar de revólver?
-Sim e já estou de saída.
E João, surpreso, foi comentar com todos os demais o ocorrido. Isso porque nunca tinha visto ninguém trocar a espingarda de caça por um revólver.
Ao entardecer voltou o moço sem nenhuma caça e percebeu que a peonada o aguardava curiosa. E os cochichos se multiplicaram por todos os pagos.
Quando a noite ia chegando, os peões se reuniam para tomar chimarrão, assar uma carne no fogo de chão, contar ''causos'' e lendas. E ouvir o som do acordeon interpretando alguma milonga, rancheira ou chamamé.
Aos domingos o churrasco era acompanhado por refrigerantes e o vinho fazia parte do lazer do homem do campo.
Era possível assistir às corridas de cavalo, às lutas de galo de rinha e apostar uns trocados para tentar a sorte. O boliche também era uma diversão muito apreciada e cultivada nesses pagos.. Ainda havia os rodeios que faziam a festa do gaúcho.
Não há rincão suficientemente agreste que impeça o capataz de trabalhar. Ao contrário, sua lida é seu lazer. E seu rancho é sua vida. Ele só se sente bem em meio à natureza e junto ao gado.
O capataz atravessa campos, vales, açudes, rios e cachoeiras. E se deixa envolver pela beleza da paisagem. Percorre caminhos com pedras, aprecia as árvores frondosas, ranchos à beira da estrada e uma imensidão de campo a perder de vista.
Vive cercado por ovelhas, cavalos, bois, touros, vacas, porcos, galinhas, avestruzes, garças, cães e raposas. E as cobras do campo, não raro, aparecem perto de seus pés.
O tempo passa e chega a hora dos filhos do capataz irem estudar na cidade. E mesmo vendo sua prole tomar outro rumo, ele faz questão de permanecer nos pagos. É que sua alma já fez o pouso predileto e não vai alçar voo para outras cercanias.
Tocando a carreta, o jipe de serviço, o caminhão ou o seu cavalo, de coxilha em coxilha e de rincão em rincão, o capataz divulga os usos e costumes do gaúcho.
Com pilchas e bombachas enfeitadas com favo de mel nas laterais, com o seu facão na cintura, com botas de cano alto, chapéu e lenço, vai o capataz marcando os passos da história com requintes de glória. Vai ensinando o que representa a tradição do gaúcho por essas terras distantes e estradas sem calçamento.
O capataz sempre vai se lembrar da confusão em torno dos rodeios, da sombra das árvores, do alarido na porteira dos currais. Nem da época de tosa, vacinação e marcação do gado. E da pujança da dança do facão e da dança do pau de fita, respectivamente, dançadas pelos homens e pelas mulheres.
O capataz sempre vai ter na memória a beleza da prenda com seu vestido rodado e uma rosa vermelha nos cabelos. E nem lhe é possível esquecer de seu andar à cavalo e dos cabelos soltos ao vento, balançando e fazendo ondas ao galopar pelos campos sem fim.
O capataz é sentinela das estâncias, amante das tradições e a figura altiva que melhor representa a lida no campo e o amor aos pagos dessa querência.
KATIA CHIAPPINI
e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
QUESTIONAMENTO !
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
SHE- PIANO
DEDICO A MINHA MÃE ESSA LINDA COMPOSIÇÃO DE CHARLES AZNAVOUR.
O ARRANJO É DE MINHA AUTORIA: SUAVE COMO A CANÇÃO.
O ARRANJO É DE MINHA AUTORIA: SUAVE COMO A CANÇÃO.
O ANIVERSÁRIO DE MINHA MÃE
ESSE TEXTO ME EMOCIONA E CONSOLA. REVELA MEUS PRÓPRIOS SENTIMENTOS EM RELAÇÃO À MAMÃE E MEU ESFORÇO PARA QUE NADA LHE FALTASSE, NOS ÚLTIMOS DIAS. E FAZ UM APELO A TODOS OS FILHOS: CUIDEM DE SEUS PAIS COM CARINHO.
RELEIAM, CAROS LEITORES. SÓ ESSE DESABAFO POR ESCRITO TEM 1000 ACESSOS, APROXIMADAMENTE.
OBRIGADA........KATIA.
RELEIAM, CAROS LEITORES. SÓ ESSE DESABAFO POR ESCRITO TEM 1000 ACESSOS, APROXIMADAMENTE.
OBRIGADA........KATIA.
inspirações: O ANIVERSÁRIO DE MINHA MÃE
inspirações: O ANIVERSÁRIO DE MINHA MÃE: HOJE, 17 DE FEVEREIRO DE 2011, MINHA MÃE ESTÁ COMPLETANDO 90 ANOS DE IDADE. A DEMÊNCIA TOMOU CONTA DE SEU CÉREBRO E MAMÃE PAROU DE CAMINH...
domingo, 19 de outubro de 2014
MINHA ÁRVORE
MINHA ÁRVORE
Lembrei-me de um dito popular que diz que devemos ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore, para ser feliz.
Mas a árvore eu não plantei. Entretanto, adotei uma, em especial, que se situa na praça central de Torres, Rio Grande do Sul.
É nessa praça que o movimento toma forma.
No horário da manhã já acolhe, sob sua sombra, as senhoras idosas que se acomodam nos bancos à procura dos raios de sol que se infiltram entre os galhos da árvore.
No horário da tarde temos a presença da criançada e dos jogos de bola. Começam a chegar os vendedores de pipoca, algodão doce, churros, crepe e cachorro quente. As mães ocupam os bancos sob a árvore, e não raro, observam a gurizada balançando os galhos da árvore para que soltem a bola que se prendeu. Ou os balões coloridos ou aviões de brinquedo que somem entre os ramos.
As mães levam o chimarrão para a praça e as vovós levam seus trabalhos manuais. Os pequenos se equilibram em seus patinetes e os maiores pedalam ao redor da praça com suas bicicletas.
No horário noturno a árvore recebe o clarão da luz da lua e dos postes de iluminação de arquitetura antiga e, por isso, originais.
A praça fica repleta de artistas de rua, artistas de circo com seus malabares e os mágicos que fazem a alegria da gurizada.As apresentações de capoeira são permanentes. Caricaturistas e tatuadores completam o ambiente festivo.
E os artistas bolivianos com suas flautas se apresentam todos os anos bem como o violinista com suas áreas clássicas.
E a árvore, personagem mais importante da paisagem, assiste a tudo de camarote e cada vez fica mais viçosa.E nem se importa de ver a gurizada escalando seus galhos, subindo e descendo para brincar.
A brisa do mar se faz presente e torna a noite perfeita.
E a árvore de minha infância recebe os passarinhos em seus galhos, torna-se a cada ano mais frondosa. E conserva intacto o largo tronco que divide os galhos para todos os lados, abraçando a praça e convidando os transeuntes a observar a natureza. E a descansar sob os bancos que ficam à espera das famílias.
Mas essa árvore se reveste de importância ímpar quando me lembro de que ela foi a companheira preferida de minha mãe por ocasião de sua velhice e doença degenerativa: o mal de Alzheimer.
Tudo começou numa certa manhã quando tive a ideia de levar mamãe para a praça. Providenciei seus pertences e os coloquei numa sacola. Levei cadeiras, toalha, lenços, lanche, água e cafezinho na garrafa térmica. E me fiz acompanhar por uma atendente de enfermagem que já me esperava todos os verões.
Providenciei um táxi para cumprir o horário da ida e da vinda, previamente acertado.
Nessa ocasião mamãe não falava mais e nem reconhecia pessoa alguma.
Ao chegar na praça com ela, percebi que sorria para os cães, abanava para as crianças pequenas, apontava o dedo em direção aos pássaros nos fios de luz. Era só olhar para sua fisionomia para perceber a transformação em seu semblante e o bem que o contato com a natureza lhe proporcionava. E isso porque raramente saía de casa.
E a árvore passou a ser seu ponto de referência e o único lugar onde queria estar: seu pouso preferido na praia de Torres, onde veraneávamos.
Desde o primeiro dia mamãe se mostrou deslumbrada com o movimento ao seu redor e queria voltar todas as tardes à praça.
Eu precisava inventar uma desculpa para não levá-la todos os dias. Dizer que o tempo estava para chuva ou que a ventania estava varrendo tudo e levantando poeira. Mas íamos três vezes na semana e estendíamos o passeio pelas tardes a fora. Mesmo porque minha mãe já acordava olhando pela janela da sala ou apontando para a sacada que dava para a rua.
Mamãe saía de casa com sua bengala sob um dos braços e o meu braço a apoiava do outro lado. Era preciso dar mais alguns passos, apesar de irmos de táxi. Isso porque eu a levava ao banheiro do restaurante mais próximo, onde a dona já ia preparando o café de mamãe como era de seu gosto. E até que foi possível repeti esse ritual que a fazia feliz.
Agora que mamãe não está mais comigo, ficou a presença dela sob a sombra da árvore que a acolheu. E quando estou em Torres vou á praça e sento nos mesmos bancos em que ficava com mamãe e observo toda a paisagem. E uma saudade me invade ao mesmo tempo que a consciência me diz que fiz o melhor por ela, enquanto viveu.
E nem preciso me preocupar em saber quantos anos mais a árvore vai estar lá. Mas sei que é uma árvore centenária. E mesmo, que por alguma razão, precisasse ser abatida, nunca estaria longe de meu pensamento. Eu não plantei a árvore mas quando a adotei era criança ainda, e levava um livro para a pracinha, subia nela e me acomodava num dos galhos para ler. E minha seria a primeira assinatura contra sua retirada do local caso a prefeitura quisesse removê-la. Gravei a imagem da árvore ligada à imagem de minha mãe, de meus filhos e netos.
Mas a imagem que me comove e da qual não me separo é aquela que me reporta ao sorriso de mamãe ao sentir que estava chegando na praça, mais uma vez. É como se sentisse o aperto de sua mão e seus lindos olhos verdes me fixando o olhar.
E desde que não mais a tenho comigo, lembro dos verões a seu lado e da árvore da praça central de Torres. Essa que lhe serviu de abrigo e foi seu único lazer, ao final da vida.
Amo essa árvore frondosa cuja verde roupagem competia em beleza com os verdes olhos de minha mãe. Olhos que espelhavam sua alma feliz, contrariando todas as circunstâncias de sua doença tão triste como fatal.
E dentro desse quadro desolador para uma filha, principalmente, há
uma certeza que tenho como fato incontestável:
-Fiz de minha mãe uma pessoa feliz, enquanto Deus me permitiu.
E fiz daquela árvore um motivo de prece e de agradecimento. E pedia aos céus que a conservasse imponente e firme no mesmo lugar, para que eu pudesse proporcionar esses momentos de prazer e de lazer à mamãe.
A árvore ainda me espera todos os verões. E vou ficar perto dela, sob sua sombra, ao entardecer, enquanto eu viver.
KATIA CHIAPPINI
Lembrei-me de um dito popular que diz que devemos ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore, para ser feliz.
Mas a árvore eu não plantei. Entretanto, adotei uma, em especial, que se situa na praça central de Torres, Rio Grande do Sul.
É nessa praça que o movimento toma forma.
No horário da manhã já acolhe, sob sua sombra, as senhoras idosas que se acomodam nos bancos à procura dos raios de sol que se infiltram entre os galhos da árvore.
No horário da tarde temos a presença da criançada e dos jogos de bola. Começam a chegar os vendedores de pipoca, algodão doce, churros, crepe e cachorro quente. As mães ocupam os bancos sob a árvore, e não raro, observam a gurizada balançando os galhos da árvore para que soltem a bola que se prendeu. Ou os balões coloridos ou aviões de brinquedo que somem entre os ramos.
As mães levam o chimarrão para a praça e as vovós levam seus trabalhos manuais. Os pequenos se equilibram em seus patinetes e os maiores pedalam ao redor da praça com suas bicicletas.
No horário noturno a árvore recebe o clarão da luz da lua e dos postes de iluminação de arquitetura antiga e, por isso, originais.
A praça fica repleta de artistas de rua, artistas de circo com seus malabares e os mágicos que fazem a alegria da gurizada.As apresentações de capoeira são permanentes. Caricaturistas e tatuadores completam o ambiente festivo.
E os artistas bolivianos com suas flautas se apresentam todos os anos bem como o violinista com suas áreas clássicas.
E a árvore, personagem mais importante da paisagem, assiste a tudo de camarote e cada vez fica mais viçosa.E nem se importa de ver a gurizada escalando seus galhos, subindo e descendo para brincar.
A brisa do mar se faz presente e torna a noite perfeita.
E a árvore de minha infância recebe os passarinhos em seus galhos, torna-se a cada ano mais frondosa. E conserva intacto o largo tronco que divide os galhos para todos os lados, abraçando a praça e convidando os transeuntes a observar a natureza. E a descansar sob os bancos que ficam à espera das famílias.
Mas essa árvore se reveste de importância ímpar quando me lembro de que ela foi a companheira preferida de minha mãe por ocasião de sua velhice e doença degenerativa: o mal de Alzheimer.
Tudo começou numa certa manhã quando tive a ideia de levar mamãe para a praça. Providenciei seus pertences e os coloquei numa sacola. Levei cadeiras, toalha, lenços, lanche, água e cafezinho na garrafa térmica. E me fiz acompanhar por uma atendente de enfermagem que já me esperava todos os verões.
Providenciei um táxi para cumprir o horário da ida e da vinda, previamente acertado.
Nessa ocasião mamãe não falava mais e nem reconhecia pessoa alguma.
Ao chegar na praça com ela, percebi que sorria para os cães, abanava para as crianças pequenas, apontava o dedo em direção aos pássaros nos fios de luz. Era só olhar para sua fisionomia para perceber a transformação em seu semblante e o bem que o contato com a natureza lhe proporcionava. E isso porque raramente saía de casa.
E a árvore passou a ser seu ponto de referência e o único lugar onde queria estar: seu pouso preferido na praia de Torres, onde veraneávamos.
Desde o primeiro dia mamãe se mostrou deslumbrada com o movimento ao seu redor e queria voltar todas as tardes à praça.
Eu precisava inventar uma desculpa para não levá-la todos os dias. Dizer que o tempo estava para chuva ou que a ventania estava varrendo tudo e levantando poeira. Mas íamos três vezes na semana e estendíamos o passeio pelas tardes a fora. Mesmo porque minha mãe já acordava olhando pela janela da sala ou apontando para a sacada que dava para a rua.
Mamãe saía de casa com sua bengala sob um dos braços e o meu braço a apoiava do outro lado. Era preciso dar mais alguns passos, apesar de irmos de táxi. Isso porque eu a levava ao banheiro do restaurante mais próximo, onde a dona já ia preparando o café de mamãe como era de seu gosto. E até que foi possível repeti esse ritual que a fazia feliz.
Agora que mamãe não está mais comigo, ficou a presença dela sob a sombra da árvore que a acolheu. E quando estou em Torres vou á praça e sento nos mesmos bancos em que ficava com mamãe e observo toda a paisagem. E uma saudade me invade ao mesmo tempo que a consciência me diz que fiz o melhor por ela, enquanto viveu.
E nem preciso me preocupar em saber quantos anos mais a árvore vai estar lá. Mas sei que é uma árvore centenária. E mesmo, que por alguma razão, precisasse ser abatida, nunca estaria longe de meu pensamento. Eu não plantei a árvore mas quando a adotei era criança ainda, e levava um livro para a pracinha, subia nela e me acomodava num dos galhos para ler. E minha seria a primeira assinatura contra sua retirada do local caso a prefeitura quisesse removê-la. Gravei a imagem da árvore ligada à imagem de minha mãe, de meus filhos e netos.
Mas a imagem que me comove e da qual não me separo é aquela que me reporta ao sorriso de mamãe ao sentir que estava chegando na praça, mais uma vez. É como se sentisse o aperto de sua mão e seus lindos olhos verdes me fixando o olhar.
E desde que não mais a tenho comigo, lembro dos verões a seu lado e da árvore da praça central de Torres. Essa que lhe serviu de abrigo e foi seu único lazer, ao final da vida.
Amo essa árvore frondosa cuja verde roupagem competia em beleza com os verdes olhos de minha mãe. Olhos que espelhavam sua alma feliz, contrariando todas as circunstâncias de sua doença tão triste como fatal.
E dentro desse quadro desolador para uma filha, principalmente, há
uma certeza que tenho como fato incontestável:
-Fiz de minha mãe uma pessoa feliz, enquanto Deus me permitiu.
E fiz daquela árvore um motivo de prece e de agradecimento. E pedia aos céus que a conservasse imponente e firme no mesmo lugar, para que eu pudesse proporcionar esses momentos de prazer e de lazer à mamãe.
A árvore ainda me espera todos os verões. E vou ficar perto dela, sob sua sombra, ao entardecer, enquanto eu viver.
KATIA CHIAPPINI
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
O CRAVO E A ROSA!
A mulher é perfumada rosa
Vestida, pintada e faceira
É uma rosa venturosa
É amada, queira ou não queira
O homem é o cravo branco
Cavalheiro, elegante e gentil
Já foi rústico, usando tamanco
Hoje tem um novo perfil
O cravo quer impor respeito
A rosa jeitosa se acanha
O cravo aponta algum defeito
A rosa sorri e lhe ganha
O homem vive pra sofrer
Mas vence na queda de braço
A mulher sofre pra viver
Porque ainda busca o seu espaço
O cravo tem ar imponente
A rosa tem seus espinhos
Mas se o cravo vier carente
Quem o acolhe no ninho?
O cravo se diz o mais forte
A rosa embeleza o semblante
Se o cravo é o ponto norte
A rosa é a luz mais brilhante
O cravo vê a rosa na janela
Se aproxima dela e se amansa
Diz que é sua flor mais bela
De repente a enlaça na dança
Colher a rosa foi surpresa
Colher o cravo-um acaso-
A rosa ainda tem sua grandeza
O cravo surgiu no ocaso
O cravo carinhoso se faz
A rosa precisou espera
O cravo é a promessa-é a vez-
O destino precisa acreditar
O cravo parece fiel ainda
A rosa não negará guarida
O cravo lhe tem ternura infinda
E a rosa é tempero da vida
KATIA CHIAPPINI
DORMIR OU ESCREVER?
DORMIR OU ESCREVER?
Escrever pouco para dormir
Ou dormir pouco para escrever?
É um dilema que faz refletir
Mas escrever é o meu viver
Os poemas são meu alento
E exercício para a alma
Dormir bem é um alimento
E faz retornar a calma
A janela descobre a montanha
Toda a natureza respira
Espero a hora tamanha
Quando o silêncio me inspira
Acordo do sono renovada
O pensamento me diz
Que sem escrever sou nada
E na vida nada ainda fiz
Escrever é um bom sinal
Escrevo pra me transportar
Ao céu e aos mares de sal
Até o sono me chamar
Sabedoria e uma dose de bom senso
Pedem e devem nos equilibrar
Dorme-se pra não ficar tenso
Escreve-se para o sentido encontrar
Se escrever é uma terapia
É uma satisfação e um prazer
Dormir 7 horas por dia
É o que nos faz bem viver
Se eu continuar escrevendo
Me perco, pois a rima me invade
Sonho acordada revivendo
Os dias de minha saudade
E todos os bocejos que eu der
São rimas a mais que faço
Estou imaginando se vier
O prometido beijo e um abraço
O amor é parte das rimas
Mas se pouco dormir tenho custos
Deixo nas rimas minha estima
Para encontrar o sono dos justos
KATIA CHIAPPINI
Escrever pouco para dormir
Ou dormir pouco para escrever?
É um dilema que faz refletir
Mas escrever é o meu viver
Os poemas são meu alento
E exercício para a alma
Dormir bem é um alimento
E faz retornar a calma
A janela descobre a montanha
Toda a natureza respira
Espero a hora tamanha
Quando o silêncio me inspira
Acordo do sono renovada
O pensamento me diz
Que sem escrever sou nada
E na vida nada ainda fiz
Escrever é um bom sinal
Escrevo pra me transportar
Ao céu e aos mares de sal
Até o sono me chamar
Sabedoria e uma dose de bom senso
Pedem e devem nos equilibrar
Dorme-se pra não ficar tenso
Escreve-se para o sentido encontrar
Se escrever é uma terapia
É uma satisfação e um prazer
Dormir 7 horas por dia
É o que nos faz bem viver
Se eu continuar escrevendo
Me perco, pois a rima me invade
Sonho acordada revivendo
Os dias de minha saudade
E todos os bocejos que eu der
São rimas a mais que faço
Estou imaginando se vier
O prometido beijo e um abraço
O amor é parte das rimas
Mas se pouco dormir tenho custos
Deixo nas rimas minha estima
Para encontrar o sono dos justos
KATIA CHIAPPINI
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
PARA O PROFESSOR
PROFESSOR!
Professor és poesia
Recordo tua anatomia
Fui criança em tua sintonia
És fonte de pura energia
Tens aquela sutil magia
Ao comunicar com alegria
Ensinas tanto a Geografia
Como esclareces a Filosofia
Com igual sabedoria
Sabes driblar a agonia
De uma geladeira vazia
Da casa escura e fria
Sou aquela guria
Que despenteada corria
Quando tu percebias
E me pentear querias
Se pudesse eu iria
Te salvar da hipocrisia
De promessas e alegorias
Dos governos em desarmonia
Ainda lembro da melodia
Que me ensinaste-eu pedia-
Cantei-a nas cercanias
Inventei a coreografia
És de maior valia
Quero a tua simpatia
Aos teus braços eu sorria
Teu carinho me comovia
Guardo o caderno que vias
Com aulas de Sociologia
Mas amei tua psicologia
E especial diplomacia
És meu exemplo: sabias?
Na cidade ou periferia
Sei que no barco subias
E para a escola te dirigias
Quero tua fisionomia
Suave em plena ventania
Imploro à Virgem Maria
Que te proteja nesse dia
KATIA CHIAPPINI
OBS:
Em certa ocasião estava com 45 alunos para ministrar uma aula de estágio, valendo minha admissão ao magistério e antes disso, minha conclusão de curso.
Prometi aos alunos uma caixa de bombons se ficassem em silêncio, enquanto eu recebia a orientadora do magistério que iria assistir minha aula de final de curso, para posterior avaliação.
O silêncio foi total e tirei a nota máxima.
Que me perdoe a professora Liba Knijnik, do Instituto de Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre / Rio Grande do Sul, pelos idos de 1960.
Mas, independente disso. preparei a melhor aula possível e meus alunos acertaram os exercícios previstos para a avaliação do conteúdo ministrado naquele horário.
Katia Chiappini
Professor és poesia
Recordo tua anatomia
Fui criança em tua sintonia
És fonte de pura energia
Tens aquela sutil magia
Ao comunicar com alegria
Ensinas tanto a Geografia
Como esclareces a Filosofia
Com igual sabedoria
Sabes driblar a agonia
De uma geladeira vazia
Da casa escura e fria
Sou aquela guria
Que despenteada corria
Quando tu percebias
E me pentear querias
Se pudesse eu iria
Te salvar da hipocrisia
De promessas e alegorias
Dos governos em desarmonia
Ainda lembro da melodia
Que me ensinaste-eu pedia-
Cantei-a nas cercanias
Inventei a coreografia
És de maior valia
Quero a tua simpatia
Aos teus braços eu sorria
Teu carinho me comovia
Guardo o caderno que vias
Com aulas de Sociologia
Mas amei tua psicologia
E especial diplomacia
És meu exemplo: sabias?
Na cidade ou periferia
Sei que no barco subias
E para a escola te dirigias
Quero tua fisionomia
Suave em plena ventania
Imploro à Virgem Maria
Que te proteja nesse dia
KATIA CHIAPPINI
OBS:
Em certa ocasião estava com 45 alunos para ministrar uma aula de estágio, valendo minha admissão ao magistério e antes disso, minha conclusão de curso.
Prometi aos alunos uma caixa de bombons se ficassem em silêncio, enquanto eu recebia a orientadora do magistério que iria assistir minha aula de final de curso, para posterior avaliação.
O silêncio foi total e tirei a nota máxima.
Que me perdoe a professora Liba Knijnik, do Instituto de Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre / Rio Grande do Sul, pelos idos de 1960.
Mas, independente disso. preparei a melhor aula possível e meus alunos acertaram os exercícios previstos para a avaliação do conteúdo ministrado naquele horário.
Katia Chiappini
Assinar:
Postagens (Atom)