O DIVORCIADO
O divorciado prefere
Sair com mulher casada
Mas essa também se insere
Sem pudores, sem mais nada
O marido perdeu o jeito
A mulher frustra o seu desejo
O divorciado vem ao leito
Insinuante, sem pejo
Não se exige compromisso
O que faz bem aos dois
É só um breve sumiço
Sem promessas pra depois
A casada fica à mingua
Quer conhecer um motel
O divorciado é o coringa
E se presta a esse papel
Nas festas todos se abraçam
Frequentam os mesmos locais
Os divorciados disfarçam
Mas as casadas querem mais
O segredo é bem guardado
Da mulher ou do marido infiel
Do casamento desgarrados
Precisam esconder o anel
O divorciado quer na internet
Um par para se relacionar
Anônimo como sua vedete
Improvisa e se faz amar
Há o que procura um novo amor
Mas só fala na ex-mulher
Então, sem orelha no cobertor
Bebe sozinho num bar qualquer
KATIA CHIAPPINI
Pensamentos,poesias e crônicas de minha autoria,para os apreciadores de gotas poeticas. Essas constituem um bálsamo para a paz espiritual,cujas ondas se inserem na harmonia do cosmos.
domingo, 28 de julho de 2013
CONVERSANDO COM O LEITOR-JULHO / 2013
Se você está descobrindo o blog agora, sugiro a leitura das 11 postagens mais acessadas :
O gaúcho- 28/3/2012
Porto Alegre-5/3/2012
Sobre a Letra F-27/3/2012
Meditação -31/3/2012
Porto Alegre-7/4/2012
Amor ou amizade ?- 7/4/2012
Visão no espelho- 27/3/2012
Sobre a paixão-8/4/2012
Ser-29/3/2012
O acordeon-21/2/2012
Versos românticos-24/5/201
Caro leitor do blog inspirações :
Alguns textos são poemas e outros crônicas. Todas vivenciadas por mim e, excepcionalmente, por amizades que revelam suas histórias e solicitam que eu as transforme em material do blog, respeitada a identidade.
Então, as histórias são inéditas e escritas de forma a colaborar para uma leitura agradável, revelando fatos do cotidiano .
Desejo um bom entretenimento aos leitores.
Muito obrigada : KATIA CHIAPPINI
O gaúcho- 28/3/2012
Porto Alegre-5/3/2012
Sobre a Letra F-27/3/2012
Meditação -31/3/2012
Porto Alegre-7/4/2012
Amor ou amizade ?- 7/4/2012
Visão no espelho- 27/3/2012
Sobre a paixão-8/4/2012
Ser-29/3/2012
O acordeon-21/2/2012
Versos românticos-24/5/201
Caro leitor do blog inspirações :
Alguns textos são poemas e outros crônicas. Todas vivenciadas por mim e, excepcionalmente, por amizades que revelam suas histórias e solicitam que eu as transforme em material do blog, respeitada a identidade.
Então, as histórias são inéditas e escritas de forma a colaborar para uma leitura agradável, revelando fatos do cotidiano .
Desejo um bom entretenimento aos leitores.
Muito obrigada : KATIA CHIAPPINI
Caros amigos, amigas e leitores anônimos.
Chegamos aos 20.000 acessos e vamos continuar a escrever aqui nesse pequeno mundo de sonhos, de tranquilidade e meditação, ao final do dia, ou nas madrugadas, enquanto o sono tarda.
É um imenso prazer estar aqui respirando sentimentos e compartilhando os mesmos com os leitores que já me descobriram e a quem faço valer meu empenho porque os tenho comigo.
Muito obrigada pela companhia diária e pelas manifestações de apreço que recebo em meu e-mail
Tudo que se realiza com amor se torna duplamente produtivo e fonte de grandes merecimentos.
Através desse blog, todo autoral,recebo pedidos para colaborar em coletâneas, o que me permite expandir a poesia e as crônicas de vivência pessoal que aqui se encontram.
Mas, antes de tudo, posto as matérias que me inspiram e que divido com os leitores. Ao mesmo tempo percebo a aceitação dos textos que se multiplicam e cujos acessos me gratificam.
Enquanto houver um leitor amigo disposto a ler, estarei aqui para escrever.
KATIA CHIAPPINI
e-mail: katia_fachinello42 @hotmail.com
Muito obrigada !
sábado, 27 de julho de 2013
AMOR MADURO !
ENSAIO SOBRE MATURIDADE !
Seria lindo poder vivenciar um grande amor na maturidade. Nessa fase de vida já se tem alguns dissabores, perda de pessoas queridas e tristezas.
Temos a impressão de que apenas estamos completando o nosso tempo, dia após dia, com um caminhar mais lento e silencioso.
Em clima de mesmice, se a luz intensa de um amor viesse a brilhar, todas as células se renovariam, os sorrisos se fariam mais ruidosos e as lágrimas menos frequentes. E todos os tremores voltariam com a intensidade da juventude, aprisionando cada emoção como se fosse a última. Haveria uma nova promessa em cada amanhecer, o despertar de contidas emoções e sutis revelações feitas no silêncio da noite.
Imagino que , se pudessem, até os peixinhos do mar gostariam de saltitar na areia para compartilhar tanta alegria. Ou os pássaros se perfilariam em revoada, cortando os céus para quase pousar na superfície das águas. E a fauna e a flora se irmanariam e se embelezariam para compartilhar da visão de um amor maduro.
Os jovens tomariam como exemplo e imitariam as cenas de carinho, ao invés, de criticar os anseios justos da maturidade.
E eu perceberia o cravo se aproximando da rosa mais bonita do jardim para brincar de desfolhar suas pétalas.
Os sinos se fariam mais melodiosos.
Seria gratificante vivenciar o amor maduro, mesmo nos lares de repouso, ou principalmente neles.
Sabemos que , de modo geral, os idosos estão mortos em vida na geriatria. Ou pela debilidade física ou pelo abandono com o qual se deparam.
- Como pode repousar uma alma sofrida ?
- O que é feito do espírito solidário ?
- Onde estão filhos, irmãos e netos ?
Certamente a realidade cruel leva os filhos a vender os bens do idoso para se locupletarem às custas da senilidade. E não raras vezes interditam o idoso, com atestado forjado, porque se encontram já sem rumo, sem voz e sem razão de viver. E recebem a pensão em nome desse idoso.
Seria lindo, então, antes de todos esses fatos se precipitarem que as pessoas idosas pudessem viver um grande amor.
Assim seria menos cruel a lembrança do desamor dos filhos, esse que consome a alma.
Esse desamor que desvirtua o sentido da palavra'' bem', porque as pessoas pensam no seu próprio bem estar e jamais pensam nessa palavra com a conotação de bem querer.
O mesmo desamor faz com que passem na secretaria da geriatria no final do mês, para acertar valores, e nunca para visitar o seu familiar e nem sequer perguntar como ele está.
E ainda se intitulam homens de bem, homens bem nascidos.
Se eu fosse legisladora gostaria de ver na constituição do meu Brasil o seguinte texto :
- Sejam oferecidos a todos os idosos, gratuitamente, casas de dança de salão, parques para caminhadas orientadas, jantares comunitários e casas de repouso com estrutura de um lar. Casas mistas, onde homens e mulheres possam desfrutar de uma convivência sadia, boas amizades e, quem sabe, de um novo amor.
KATIA CHIAPPINI
sexta-feira, 26 de julho de 2013
VOVÓ !
DIA DA VOVÓ !
Vovó na beira do rio
Sem conforto e sofrida
Lava a roupa no frio
Não desiste da lida
Vovó que cuida dos netos
Para a filha estudar
Em troca recebe o afeto
Dos anjos que vai criar
Vovó na beira da cama
Cuida do parceiro doente
Ainda conserva a chama
Amor por vovô sente
Vovó lá no capinzal
Na horta, no pomar
Vovó que doma o animal
Dona da estância sem par
Vovó que trabalha na creche
No asilo, no hospital
Com os sentimentos mexe
Só faz o bem, nunca o mal
Vovó que derruba comida
Quebra os copos e os pratos
Que os filhos sejam a guarida
Demonstrem seu amor de fato
Vovó barriga de aluguel
Vai gerar vida para a filha
Ela extrapola seu papel
Não a isolem como ilha
Vovó é o sustento do lar
Sem lamúrias, com amor
Tem prazer em ajudar
Nem pensa que faz um favor
Feliz dia da vovó
Flores para a homenageada
Não a deixem estar só
Ela merece ser amada
KATIA CHIAPPINI
Que o dia da vovó traga muitas alegrias em família !
Que os filhos tratem suas avós com carinho e paciência como gostariam de ser tratados na mesma circunstância.
Que Deus cubra com seu manto protetor todas as vovós do planeta Que os netos sejam atenciosos e convidem suas vovós para um passeio no parque, para jantar no restaurante, assistir um filme, uma peça de teatro. Isso fará com que os laços afetivos se fortifiquem e que os jovens demonstrem sua gratidão aos mais velhos
E trará mais harmonia para a família e as bênçãos de Deus que nos ensinou a honrar pai e mãe e a amar nossos semelhantes como a nós mesmos.
KATIA CHIAPPINI
Vovó na beira do rio
Sem conforto e sofrida
Lava a roupa no frio
Não desiste da lida
Vovó que cuida dos netos
Para a filha estudar
Em troca recebe o afeto
Dos anjos que vai criar
Vovó na beira da cama
Cuida do parceiro doente
Ainda conserva a chama
Amor por vovô sente
Vovó lá no capinzal
Na horta, no pomar
Vovó que doma o animal
Dona da estância sem par
Vovó que trabalha na creche
No asilo, no hospital
Com os sentimentos mexe
Só faz o bem, nunca o mal
Vovó que derruba comida
Quebra os copos e os pratos
Que os filhos sejam a guarida
Demonstrem seu amor de fato
Vovó barriga de aluguel
Vai gerar vida para a filha
Ela extrapola seu papel
Não a isolem como ilha
Vovó é o sustento do lar
Sem lamúrias, com amor
Tem prazer em ajudar
Nem pensa que faz um favor
Feliz dia da vovó
Flores para a homenageada
Não a deixem estar só
Ela merece ser amada
KATIA CHIAPPINI
Que o dia da vovó traga muitas alegrias em família !
Que os filhos tratem suas avós com carinho e paciência como gostariam de ser tratados na mesma circunstância.
Que Deus cubra com seu manto protetor todas as vovós do planeta Que os netos sejam atenciosos e convidem suas vovós para um passeio no parque, para jantar no restaurante, assistir um filme, uma peça de teatro. Isso fará com que os laços afetivos se fortifiquem e que os jovens demonstrem sua gratidão aos mais velhos
E trará mais harmonia para a família e as bênçãos de Deus que nos ensinou a honrar pai e mãe e a amar nossos semelhantes como a nós mesmos.
KATIA CHIAPPINI
segunda-feira, 22 de julho de 2013
DIA DOS PAIS, EM AGOSTO.
MEU PAI:ALÉM DE SEU TEMPO
Meu pai era bondoso
Sem ambição material
Sempre alegre e amoroso
Cedo veio para a Capital
Seus valores, seus amores ?
Família, trabalho, devoção
Não falava de suas dores
Se as tinha nem soube, não
Oferecia seu auxílio
Recompensa nem esperava
A todos tratava como filho
Aos desafortunados amparava
O semblante cativava
O conselho era valioso
Irmãos e sobrinhos amava
Jamais o vi rancoroso
Ninguém lhe tirava a paz
Seu interior a continha
De ofender era incapaz
Advertia sem sair da linha
No trabalho era festivo
Notava-se seu esmero
Do boy ao executivo
Atendia sem destempero
Tinha excelente postura
Servia café ou quentão
Desvendava sua alma pura
Solucionava qualquer questão
Tratava mamãe pacientemente
Seu único e eterno amor
Mamãe sempre foi exigente
E papai, do bem estar, defensor
Era esteio, nossa fé e alegria
Meu irmão e eu éramos unidos
Papai sempre nos comovia
E jamais esteve esquecido
Quando mamãe enviuvou
Não pensou em se casar
Dizia que só papai vingou
Por ser um homem exemplar
KATIA CHIAPPINI
É meu desejo que todos tenham uma linda lembrança de seu pai e se o tiverem presente sejam os melhores filhos, não só nessa data, e os mais agradecidos.
FELIZ DIA DOS PAIS !
E-MAIL:katia_fachinello42@hotmail.com
Meu pai era bondoso
Sem ambição material
Sempre alegre e amoroso
Cedo veio para a Capital
Seus valores, seus amores ?
Família, trabalho, devoção
Não falava de suas dores
Se as tinha nem soube, não
Oferecia seu auxílio
Recompensa nem esperava
A todos tratava como filho
Aos desafortunados amparava
O semblante cativava
O conselho era valioso
Irmãos e sobrinhos amava
Jamais o vi rancoroso
Ninguém lhe tirava a paz
Seu interior a continha
De ofender era incapaz
Advertia sem sair da linha
No trabalho era festivo
Notava-se seu esmero
Do boy ao executivo
Atendia sem destempero
Tinha excelente postura
Servia café ou quentão
Desvendava sua alma pura
Solucionava qualquer questão
Tratava mamãe pacientemente
Seu único e eterno amor
Mamãe sempre foi exigente
E papai, do bem estar, defensor
Era esteio, nossa fé e alegria
Meu irmão e eu éramos unidos
Papai sempre nos comovia
E jamais esteve esquecido
Quando mamãe enviuvou
Não pensou em se casar
Dizia que só papai vingou
Por ser um homem exemplar
KATIA CHIAPPINI
É meu desejo que todos tenham uma linda lembrança de seu pai e se o tiverem presente sejam os melhores filhos, não só nessa data, e os mais agradecidos.
FELIZ DIA DOS PAIS !
E-MAIL:katia_fachinello42@hotmail.com
sábado, 20 de julho de 2013
DÚVIDA !
O QUE VOCÊ FARÁ DE MIM ?
Nasceu um amor sem fim
Paz, agonia ,tormento
O que você fará de mim ?
Estou ao sabor do vento
Com você respiro, suspiro
Sinto sua presença
As vezes é minha paz e retiro
Mas nunca será minha crença
Ora ando, ora desando
A desconfiança me cansa
Desequilibro amando
Mas estou em sua dança
Não me prometeu nada
Mas estou ao seu lado
Sendo ou não amada
Você ainda é acariciado
Sonho com minha paz
Simulo ser quem eu quis
A realidade é capaz
De não me fazer feliz
O que você fará de mim ?
Sou prêmio de consolação
Nunca ganhei um jasmim
Nada me trouxe a sua mão
Sempre temo em fingir
Que sou por você amada
Um dia vou conseguir
Afasta-lo da jornada
Mas ainda não vá agora
Amanhã vou estar preparada
Hoje minha alma chora
Inventa que sou amada
O que você fará de mim ?
Devo tomar a iniciativa
Sei que chegamos ao fim
Vou antes que fique cativa
Cansei dessa humilhação
De me enganar sem sentido
Gostar é sofrer em vão
Amo mas vou - meu querido -
KATIA CHIAPPINI
Nasceu um amor sem fim
Paz, agonia ,tormento
O que você fará de mim ?
Estou ao sabor do vento
Com você respiro, suspiro
Sinto sua presença
As vezes é minha paz e retiro
Mas nunca será minha crença
Ora ando, ora desando
A desconfiança me cansa
Desequilibro amando
Mas estou em sua dança
Não me prometeu nada
Mas estou ao seu lado
Sendo ou não amada
Você ainda é acariciado
Sonho com minha paz
Simulo ser quem eu quis
A realidade é capaz
De não me fazer feliz
O que você fará de mim ?
Sou prêmio de consolação
Nunca ganhei um jasmim
Nada me trouxe a sua mão
Sempre temo em fingir
Que sou por você amada
Um dia vou conseguir
Afasta-lo da jornada
Mas ainda não vá agora
Amanhã vou estar preparada
Hoje minha alma chora
Inventa que sou amada
O que você fará de mim ?
Devo tomar a iniciativa
Sei que chegamos ao fim
Vou antes que fique cativa
Cansei dessa humilhação
De me enganar sem sentido
Gostar é sofrer em vão
Amo mas vou - meu querido -
KATIA CHIAPPINI
SOBRE O BEIJO !
ENSAIO SOBRE O BEIJO
Um dia implorei por um beijo
Era por amor, por desejo
Como o melhor dos cortejos
Pura harmonia qual arpejo
Hoje basta o da amizade
O da família me invade
O do neto de tenra idade
Que beija e abraça de verdade
Recebo um beijo meio torto
Do idoso em mim absorto
O filho não lhe dá conforto
Tanto faz se vivo ou morto
Judas também beijou
E a Cristo delatou
A falsidade O crucificou
E César Brutus atraiçoou
Os bajuladores almejam
Enganar onde estejam
As falsas intenções - vejam -
Tiram o sentido dos que beijam
Há os que beijam e depois matam
Ou do beijo do pobre se afastam
Os que não beijam se bastam
Mas sua solidão alastram
Há o beijo de passagem
O que busca vantagem
O que muda de roupagem
O que não está na bagagem
Lembro mil beijos perdidos
E outros tantos esquecidos
No passado em tempos idos
Hoje não são exigidos
Beijo nem sempre é amor
É ilusão, murcha flor
As vezes só traz a dor
Então, devagar com o andor
Fiel é o beija-flor que viceja
Seu beijo é seu labor - veja -
A natureza beija quem a deseja
O homem possui mas não beija
KATIA CHIPPINI
Um dia implorei por um beijo
Era por amor, por desejo
Como o melhor dos cortejos
Pura harmonia qual arpejo
Hoje basta o da amizade
O da família me invade
O do neto de tenra idade
Que beija e abraça de verdade
Recebo um beijo meio torto
Do idoso em mim absorto
O filho não lhe dá conforto
Tanto faz se vivo ou morto
Judas também beijou
E a Cristo delatou
A falsidade O crucificou
E César Brutus atraiçoou
Os bajuladores almejam
Enganar onde estejam
As falsas intenções - vejam -
Tiram o sentido dos que beijam
Há os que beijam e depois matam
Ou do beijo do pobre se afastam
Os que não beijam se bastam
Mas sua solidão alastram
Há o beijo de passagem
O que busca vantagem
O que muda de roupagem
O que não está na bagagem
Lembro mil beijos perdidos
E outros tantos esquecidos
No passado em tempos idos
Hoje não são exigidos
Beijo nem sempre é amor
É ilusão, murcha flor
As vezes só traz a dor
Então, devagar com o andor
Fiel é o beija-flor que viceja
Seu beijo é seu labor - veja -
A natureza beija quem a deseja
O homem possui mas não beija
KATIA CHIPPINI
quarta-feira, 17 de julho de 2013
SOBRE A SAUDADE !
SAUDADE !
Saudade é mal secreto
Que toma vulto e maltrata
Não tem direção nem teto
É nó que ata e não desata
Tem origem na ilusão
O amor teima em acontecer
Mas perdura só por um verão
E a saudade traz o sofrer
Mas se ela não existisse
Não seria possível amar
E há quem diga ou já disse :
- Corra riscos e aceite errar
Saudade também faz sonhar
É senha, sentinela, sina
De sonhos vai se embalar
E faz chorar a menina
Quem nunca teve saudade
Talvez nem tenha vivido
Verdade ou inverdade
É um fato e faz sentido
Só não se deixe mergulhar
Na saudade como crença
Nem se permita navegar
Num mundo sem recompensa
Sonho e saudade convivem
Ambos trazem a ansiedade
Mas fé e esperança revivem
Nossa visão de realidade
Não somos totalmente felizes
Mas infelizes também não
Somos eternos aprendizes
Em busca da superação
Se as juras forem de amor
Cuidado, podem magoar
Quando resta o desamor
Precisamos força pra levantar
Se acolher a dor da saudade
Vai querer se isolar do mundo
Então, procure sua verdade
Pra amar basta um segundo
KATIA CHIAPPINI
Saudade é mal secreto
Que toma vulto e maltrata
Não tem direção nem teto
É nó que ata e não desata
Tem origem na ilusão
O amor teima em acontecer
Mas perdura só por um verão
E a saudade traz o sofrer
Mas se ela não existisse
Não seria possível amar
E há quem diga ou já disse :
- Corra riscos e aceite errar
Saudade também faz sonhar
É senha, sentinela, sina
De sonhos vai se embalar
E faz chorar a menina
Quem nunca teve saudade
Talvez nem tenha vivido
Verdade ou inverdade
É um fato e faz sentido
Só não se deixe mergulhar
Na saudade como crença
Nem se permita navegar
Num mundo sem recompensa
Sonho e saudade convivem
Ambos trazem a ansiedade
Mas fé e esperança revivem
Nossa visão de realidade
Não somos totalmente felizes
Mas infelizes também não
Somos eternos aprendizes
Em busca da superação
Se as juras forem de amor
Cuidado, podem magoar
Quando resta o desamor
Precisamos força pra levantar
Se acolher a dor da saudade
Vai querer se isolar do mundo
Então, procure sua verdade
Pra amar basta um segundo
KATIA CHIAPPINI
terça-feira, 16 de julho de 2013
ISSO NÃO É AMOR !
AMOR DESVIRTUADO!
Amor de balada
É o da madrugada
Que não quer nada
Que é carta marcada
Virou bagagem
Está de passagem
Perdeu a voltagem
Virou bobagem
Chegou ao leito
Tocou no peito
Quase sem jeito
E já está feito
Nada a prometer
Menos a envolver
É só comparecer
E ''mandar ver''
Só faz figuração
Sem intenção
É uma fria visão
Na escuridão
Nada antevejo
Nem o desejo
É só um lampejo
Sem abraço e beijo
Um dia cansa
Essa mesma dança
É desesperança
Simples andança
Nem ciúmes
Nem perfumes
É só um costume
Nem chega ao cume
O amor não vinga
Se esvai na'' pinga''
Perdeu sua ginga
Enganou a ''gringa''
O amor - aprenda -
Virou hora da merenda
Uma simples revenda
Triste figura ou lenda
KATIA CHIAPPINI
Amor de balada
É o da madrugada
Que não quer nada
Que é carta marcada
Virou bagagem
Está de passagem
Perdeu a voltagem
Virou bobagem
Chegou ao leito
Tocou no peito
Quase sem jeito
E já está feito
Nada a prometer
Menos a envolver
É só comparecer
E ''mandar ver''
Só faz figuração
Sem intenção
É uma fria visão
Na escuridão
Nada antevejo
Nem o desejo
É só um lampejo
Sem abraço e beijo
Um dia cansa
Essa mesma dança
É desesperança
Simples andança
Nem ciúmes
Nem perfumes
É só um costume
Nem chega ao cume
O amor não vinga
Se esvai na'' pinga''
Perdeu sua ginga
Enganou a ''gringa''
O amor - aprenda -
Virou hora da merenda
Uma simples revenda
Triste figura ou lenda
KATIA CHIAPPINI
segunda-feira, 15 de julho de 2013
A MAGIA DO ENCONTRO !
MAGIA
O encontro é pura magia
O amante é alpinista
A pele se faz macia
Pronta para a conquista
Um o outro percorre
Escala montes sem fim
O alpinista não morre
Se agarra em algum jardim
Agora o outro é que escala
Sulcos ,fendas e sendas
Um corpo o outro embala
Retiram-se véus e vendas
É tateando os labirintos
Que os amantes se dão
A luz das velas - não minto -
Não faz sombra para a emoção
O ambiente escuro é mistério
O amante descobre a aurora
Antes do amanhecer - é sério -
E se recusa a ir embora
Antes calmo depois tenso
O momento se acelera
O homem - será que venço ?
A mulher - calma, me espera !
Te amo e clamo tanto...
- São os sussurros e gemidos -
Depois vem saudade e o pranto
Só restam os dias vividos
Mas houve um enlace lindo
Quando em ti me encontrei
Inigualável e bem -vindo
Como eu jamais sonhei
Embora houvesse a dor
Pelo pouco que conheço
Só sei que intenso foi o amor
E nem sabia teu endereço
Descobriste pouco a pouco
O segredo de minha anatomia
Gritaste meu nome bem louco
No prazer, como em tua agonia
KATIA CHIAPPINI
O encontro é pura magia
O amante é alpinista
A pele se faz macia
Pronta para a conquista
Um o outro percorre
Escala montes sem fim
O alpinista não morre
Se agarra em algum jardim
Agora o outro é que escala
Sulcos ,fendas e sendas
Um corpo o outro embala
Retiram-se véus e vendas
É tateando os labirintos
Que os amantes se dão
A luz das velas - não minto -
Não faz sombra para a emoção
O ambiente escuro é mistério
O amante descobre a aurora
Antes do amanhecer - é sério -
E se recusa a ir embora
Antes calmo depois tenso
O momento se acelera
O homem - será que venço ?
A mulher - calma, me espera !
Te amo e clamo tanto...
- São os sussurros e gemidos -
Depois vem saudade e o pranto
Só restam os dias vividos
Mas houve um enlace lindo
Quando em ti me encontrei
Inigualável e bem -vindo
Como eu jamais sonhei
Embora houvesse a dor
Pelo pouco que conheço
Só sei que intenso foi o amor
E nem sabia teu endereço
Descobriste pouco a pouco
O segredo de minha anatomia
Gritaste meu nome bem louco
No prazer, como em tua agonia
KATIA CHIAPPINI
domingo, 14 de julho de 2013
POBRE MÃE GENTIL !
POBRE PÁTRIA AMADA, BRASIL !
A pátria é vilipendiada
Agrotóxicos dão um susto
A saúde está ameaçada
Vale o lucro a qualquer custo
Flora e fauna em extinção
Ferem o eco-sistema
A terra está em devastação
Sem solução, com problema
Enchentes e desabamentos
Mapeiam a natureza
O homem sem argumentos
É impotente, com certeza
A saúde está falida
Nada está sendo feito
A humanidade é agredida
Não há verbas e nem leito
A educação pede socorro
O professor apanha
Da elite e do morro
Do governo que barganha
Vejo o idoso sofrido
E a infância torturada
Discriminados esquecidos
E a justiça maquiada
Bajuladores no ministério
E o roubo a transpor fronteiras
Estrangeiros extraindo minérios
Como em terra sem eira nem beira
A bala perdida é perfurada
Escorre o sangue do inocente
A mulher aparece queimada
Pelo monstro que julgava gente
Pátria amada, mãe gentil
Os sem teto morrem congelados
Também filhos do Brasil
Querem abrigos pré -fabricados
Os que atingiram quarenta anos
Onde conseguirão trabalho ?
A experiência é mero engano
É carta fora do baralho
Há malfeitores orquestrados
Nas passeatas em andamento
A ordem foi o combinado
Mas incendeiam-se monumentos
Mas parece que a pátria acordou
Estudantes são a esperança
A estrutura já se abalou
E se prepara para a mudança
Ainda fora do combinado
Homens de poder se beneficiam
Executivos, banqueiros e apadrinhados
E os partidos políticos aliciam
Pobre pátria muito amada
Corroída pela corrupção
O Congresso Nacional é piada
Tornou-se o câncer da Nação
Só me resta esperar pelo dia
Da voz do povo cantando o Hino
Celebrando a total alforria
Ouvindo a Catedral tocar o sino
KATIA CHIAPPINI
EMAIL :katia_fachinello42@hotmail.com
A pátria é vilipendiada
Agrotóxicos dão um susto
A saúde está ameaçada
Vale o lucro a qualquer custo
Flora e fauna em extinção
Ferem o eco-sistema
A terra está em devastação
Sem solução, com problema
Enchentes e desabamentos
Mapeiam a natureza
O homem sem argumentos
É impotente, com certeza
A saúde está falida
Nada está sendo feito
A humanidade é agredida
Não há verbas e nem leito
A educação pede socorro
O professor apanha
Da elite e do morro
Do governo que barganha
Vejo o idoso sofrido
E a infância torturada
Discriminados esquecidos
E a justiça maquiada
Bajuladores no ministério
E o roubo a transpor fronteiras
Estrangeiros extraindo minérios
Como em terra sem eira nem beira
A bala perdida é perfurada
Escorre o sangue do inocente
A mulher aparece queimada
Pelo monstro que julgava gente
Pátria amada, mãe gentil
Os sem teto morrem congelados
Também filhos do Brasil
Querem abrigos pré -fabricados
Os que atingiram quarenta anos
Onde conseguirão trabalho ?
A experiência é mero engano
É carta fora do baralho
Há malfeitores orquestrados
Nas passeatas em andamento
A ordem foi o combinado
Mas incendeiam-se monumentos
Mas parece que a pátria acordou
Estudantes são a esperança
A estrutura já se abalou
E se prepara para a mudança
Ainda fora do combinado
Homens de poder se beneficiam
Executivos, banqueiros e apadrinhados
E os partidos políticos aliciam
Pobre pátria muito amada
Corroída pela corrupção
O Congresso Nacional é piada
Tornou-se o câncer da Nação
Só me resta esperar pelo dia
Da voz do povo cantando o Hino
Celebrando a total alforria
Ouvindo a Catedral tocar o sino
KATIA CHIAPPINI
EMAIL :katia_fachinello42@hotmail.com
CONSTRUINDO
CONSTRUINDO A CANÇÃO
Componho uma canção
No desencanto e no pranto
Surge da insatisfação
Do desamor e do espanto
Brotam os versos de amor
Surgem da natureza insana
Surge a melodia a se sobrepor
As vezes, no quarto, na cama
A dor ensina a compor
E a gemer - dito popular -
O fato é que alivia a dor
Compor e beber num bar
Canta a Colombina
Que perdeu seu Arlequim
Jorram lágrimas da menina
E regam as rosas do jardim
Papéis rabiscados no chão
Na tentativa de compor
Revelam o tremor das mãos
E do coração a dor
Tantas canções já fiz
Inspiradas na tristeza
Sigo apenas aprendiz
Mas amar é minha certeza
Compor não é primazia
Do ser alfabetizado
Nasce bem mais da agonia
De um pobre coração quebrado
Da vida o amor é o fermento
O compositor segue a paixão
Nada se ergue sem sentimento
Nem uma canção, nem a explosão
Não é força de expressão
É a própria lei da vida
Amar é uma missão
É o que impulsiona a lida
Equilibro-me na alegria
Lembro do amor que me quis
Vou compor com magia
Se me permitir ser feliz
KATIA CHIAPPINI
Email:katia_fachinello42@hotmail.com
Componho uma canção
No desencanto e no pranto
Surge da insatisfação
Do desamor e do espanto
Brotam os versos de amor
Surgem da natureza insana
Surge a melodia a se sobrepor
As vezes, no quarto, na cama
A dor ensina a compor
E a gemer - dito popular -
O fato é que alivia a dor
Compor e beber num bar
Canta a Colombina
Que perdeu seu Arlequim
Jorram lágrimas da menina
E regam as rosas do jardim
Papéis rabiscados no chão
Na tentativa de compor
Revelam o tremor das mãos
E do coração a dor
Tantas canções já fiz
Inspiradas na tristeza
Sigo apenas aprendiz
Mas amar é minha certeza
Compor não é primazia
Do ser alfabetizado
Nasce bem mais da agonia
De um pobre coração quebrado
Da vida o amor é o fermento
O compositor segue a paixão
Nada se ergue sem sentimento
Nem uma canção, nem a explosão
Não é força de expressão
É a própria lei da vida
Amar é uma missão
É o que impulsiona a lida
Equilibro-me na alegria
Lembro do amor que me quis
Vou compor com magia
Se me permitir ser feliz
KATIA CHIAPPINI
Email:katia_fachinello42@hotmail.com
sábado, 13 de julho de 2013
CONSTRUINDO...
CONSTRUINDO O POEMA !
Primeiro joga as ideias
Materializa as emoções
Ideias novas ou ''véias''
Importam as vibrações
Reflete no tema a saber
Na lógica, na adequação
- Agrada-te o que estás a ler ?
Então segue o campo de visão
Chama pela linguagem poética
Aceita a dos sonhos e quimeras
Quem lê percebe a estética
Valoriza quando te esmeras
Convoca a métrica e a rima
Um exercício confiável
Depois lê com ritmo e mima
O teu ouvinte provável
Agora enriquece a rima
Usa o sinônimo e o lapida
Molda tua auto-estima
O verso é a forma escolhida
Observa as figuras de linguagem
Lê outro poeta brilhante
Não estás só de passagem
A poesia é tua amada amante
Imprime vibração às frases
Demonstra tua originalidade
Aprende a amar o que fazes
Quando ilusão ou verdade
Reinicia firme e com gosto
Refaz as estrofes ou o tema
Teu quebra-cabeça está posto
Tua incógnita ou teorema
Quanto mais verdadeiro fores
Melhor será teu desempenho
Entrega-te ao verso sem favores
Tem valor quem tem empenho
Então relê linha por linha
Analisa os detalhes finais
A mensagem está na entrelinha
E se transforma em mananciais
KATIA CHIAPPINI
EMAIL: katia_fachinello42@hotmail.com
Primeiro joga as ideias
Materializa as emoções
Ideias novas ou ''véias''
Importam as vibrações
Reflete no tema a saber
Na lógica, na adequação
- Agrada-te o que estás a ler ?
Então segue o campo de visão
Chama pela linguagem poética
Aceita a dos sonhos e quimeras
Quem lê percebe a estética
Valoriza quando te esmeras
Convoca a métrica e a rima
Um exercício confiável
Depois lê com ritmo e mima
O teu ouvinte provável
Agora enriquece a rima
Usa o sinônimo e o lapida
Molda tua auto-estima
O verso é a forma escolhida
Observa as figuras de linguagem
Lê outro poeta brilhante
Não estás só de passagem
A poesia é tua amada amante
Imprime vibração às frases
Demonstra tua originalidade
Aprende a amar o que fazes
Quando ilusão ou verdade
Reinicia firme e com gosto
Refaz as estrofes ou o tema
Teu quebra-cabeça está posto
Tua incógnita ou teorema
Quanto mais verdadeiro fores
Melhor será teu desempenho
Entrega-te ao verso sem favores
Tem valor quem tem empenho
Então relê linha por linha
Analisa os detalhes finais
A mensagem está na entrelinha
E se transforma em mananciais
KATIA CHIAPPINI
EMAIL: katia_fachinello42@hotmail.com
sexta-feira, 12 de julho de 2013
SAUDADES DO TREM MINUANO !
MINHAS VIAGENS DE TREM !
Meus pais me permitiam visitar meus avós em Santana do Livramento, onde eu costumava passar minhas férias de inverno.
Desde cedo eu viajava sozinha de trem e me acomodava no vagão leito porque embarcava durante a noite.
Depois de alguns anos passei a viajar no trem comum onde permaneceria na poltrona durante toda a viagem.
Quando eu voltava de Livramento para Porto Alegre, minha vó tinha por hábito preparar um lanche suculento e se esmerava nessa tarefa.
Em certa ocasião recusei o lanche de vovó porque ficaria envergonhada, já adolescente, em abrir aquele farnel, como se ainda fosse uma criança faminta.
No dia da viagem, embarquei e segurei meu lugar junto à janela.
Do meu lado sentou um senhor não muito idoso e tranquilo.
Era um dia de frio intenso, em pleno mês de julho
Pensei estar bem agasalhada, mas logo me dei conta de que minhas roupas eram leves para segurar meu desconforto na poltrona.
Um vento frio começou a soprar em minhas pernas e pés e comecei a sentir o estômago vazio para completar o quadro.
Da janela do trem avistei extensões de campo e, as vezes, se avistavam alguns casebres, animais magros e gente descalça pela estrada.
Essa é uma visão comum na zona de fronteira onde as pedras e irregularidades do terreno não permitem que ali se plantem hortaliças ou árvores frutíferas. Assim, o homem do campo tira seu sustento exclusivamente da criação de gado.
Interrompi meus pensamentos ao ouvir o barulho de papel alumínio se abrindo ao meu lado. Tratava-se de um farnel do meu companheiro de viagem, que surgia aos meus olhos, descobrindo uma galinha com farofa, de aroma irresistível, o que prontamente atiçou meu paladar.
O homem, gentilmente, se virou em minha direção e perguntou:
- Quer dividir comigo esse lanche, senhorita ?
- Vou aceitar, sim.
- Então, sirva-se à vontade e bom apetite.
E esperou que eu me servisse, o o que fiz, retirando as duas coxas da galinha, esquecendo a timidez.
O petisco estava saboroso, bem temperado, mastiguei, aos poucos, para aproveitar melhor o momento, sem pressa e me deliciando com a oportunidade de me alimentar.
Mas havia outro problema me preocupando :
- Como fazer para não continuar sentindo frio ?
Abri o jornal após lanchar e desejei que a leitura me desviasse do desconforto e da sensação de frio que me tomava por inteiro. Li meu horóscopo e lá dizia que meu dia seria coroado de êxito.
Estava absorta lendo uma crônica, mas em dado momento olhei para o lado, por acaso,quando deparei com o homem dormindo profundamente, tendo nos seus joelhos um cobertor que parecia escorregar .Seguindo um impulso incontrolável, levantei com cuidado o cobertor e joguei sobre o meu corpo, prendendo bem as pontas em minhas costas. Sentindo-me confortável passei do sono ao sonho e perdi a noção do tempo. Depois ouvi um ruído do meu lado, o que me despertou e me deixou em prontidão.
Agindo com presteza, procurei recolocar a coberta em meu companheiro que parecia se espreguiçar. Esse acordou a tempo de ver meu gesto, quando eu tentava devolver o que lhe pertencia. Com a pressa e o susto, derrubei o cobertor no chão ao tentar jogá-lo sobre seus joelhos. Respirei fundo e, antecipando-me a sua provável voz de censura, fixei meus olhos nos seus e com um sorriso disse-lhe :
- Seu cobertor estava caindo porque o senhor se revirou durante o sono.
E continuei:
- Estou tentando cobri-lo novamente e espero que, bem aquecido, possa recuperar seu sono interrompido.
- Obrigada, moça, quanta gentileza !
- Não me agradeça, o senhor, certamente, faria o mesmo por mim.
O homem não tardou a dormir e respirei aliviada e já aquecida.
Agora já se vislumbrava a cidade imponente com suas construções, fumaças, luzes , pontes e estradas.
Cheguei bem ao meu destino, não sem antes me despedir do meu companheiro de viagem , com um aperto de mão.
No trajeto da estação até minha casa pensei no prazer que teria ao saborear uma refeição feita por minha mãe, bem como na alegria de poder dormir em minha cama, quente e acolhedora, me esperando com lençóis limpos e perfumados.
Meu cobertor de lã de ovelha seria o complemento indispensável para que eu pudesse ter um sono reparador, na hora de descansar .
E sonharia com o apito do trem Minuano, de minha infância e adolescência, e com aqueles meninos maltrapilhos que me abanavam sorridentes, pela estrada dos trilhos do trem. Esses também sonhavam em pegar o trem mas se contentavam em sorrir e sacudir os braços para quem passasse por eles.
Sempre gravei na memória esse sorriso infantil que me parecia tão esperançoso e singelo!
KATIA CHIAPPINI
EMAIL: katia_fachinello42 @hotmail.com
Meus pais me permitiam visitar meus avós em Santana do Livramento, onde eu costumava passar minhas férias de inverno.
Desde cedo eu viajava sozinha de trem e me acomodava no vagão leito porque embarcava durante a noite.
Depois de alguns anos passei a viajar no trem comum onde permaneceria na poltrona durante toda a viagem.
Quando eu voltava de Livramento para Porto Alegre, minha vó tinha por hábito preparar um lanche suculento e se esmerava nessa tarefa.
Em certa ocasião recusei o lanche de vovó porque ficaria envergonhada, já adolescente, em abrir aquele farnel, como se ainda fosse uma criança faminta.
No dia da viagem, embarquei e segurei meu lugar junto à janela.
Do meu lado sentou um senhor não muito idoso e tranquilo.
Era um dia de frio intenso, em pleno mês de julho
Pensei estar bem agasalhada, mas logo me dei conta de que minhas roupas eram leves para segurar meu desconforto na poltrona.
Um vento frio começou a soprar em minhas pernas e pés e comecei a sentir o estômago vazio para completar o quadro.
Da janela do trem avistei extensões de campo e, as vezes, se avistavam alguns casebres, animais magros e gente descalça pela estrada.
Essa é uma visão comum na zona de fronteira onde as pedras e irregularidades do terreno não permitem que ali se plantem hortaliças ou árvores frutíferas. Assim, o homem do campo tira seu sustento exclusivamente da criação de gado.
Interrompi meus pensamentos ao ouvir o barulho de papel alumínio se abrindo ao meu lado. Tratava-se de um farnel do meu companheiro de viagem, que surgia aos meus olhos, descobrindo uma galinha com farofa, de aroma irresistível, o que prontamente atiçou meu paladar.
O homem, gentilmente, se virou em minha direção e perguntou:
- Quer dividir comigo esse lanche, senhorita ?
- Vou aceitar, sim.
- Então, sirva-se à vontade e bom apetite.
E esperou que eu me servisse, o o que fiz, retirando as duas coxas da galinha, esquecendo a timidez.
O petisco estava saboroso, bem temperado, mastiguei, aos poucos, para aproveitar melhor o momento, sem pressa e me deliciando com a oportunidade de me alimentar.
Mas havia outro problema me preocupando :
- Como fazer para não continuar sentindo frio ?
Abri o jornal após lanchar e desejei que a leitura me desviasse do desconforto e da sensação de frio que me tomava por inteiro. Li meu horóscopo e lá dizia que meu dia seria coroado de êxito.
Estava absorta lendo uma crônica, mas em dado momento olhei para o lado, por acaso,quando deparei com o homem dormindo profundamente, tendo nos seus joelhos um cobertor que parecia escorregar .Seguindo um impulso incontrolável, levantei com cuidado o cobertor e joguei sobre o meu corpo, prendendo bem as pontas em minhas costas. Sentindo-me confortável passei do sono ao sonho e perdi a noção do tempo. Depois ouvi um ruído do meu lado, o que me despertou e me deixou em prontidão.
Agindo com presteza, procurei recolocar a coberta em meu companheiro que parecia se espreguiçar. Esse acordou a tempo de ver meu gesto, quando eu tentava devolver o que lhe pertencia. Com a pressa e o susto, derrubei o cobertor no chão ao tentar jogá-lo sobre seus joelhos. Respirei fundo e, antecipando-me a sua provável voz de censura, fixei meus olhos nos seus e com um sorriso disse-lhe :
- Seu cobertor estava caindo porque o senhor se revirou durante o sono.
E continuei:
- Estou tentando cobri-lo novamente e espero que, bem aquecido, possa recuperar seu sono interrompido.
- Obrigada, moça, quanta gentileza !
- Não me agradeça, o senhor, certamente, faria o mesmo por mim.
O homem não tardou a dormir e respirei aliviada e já aquecida.
Agora já se vislumbrava a cidade imponente com suas construções, fumaças, luzes , pontes e estradas.
Cheguei bem ao meu destino, não sem antes me despedir do meu companheiro de viagem , com um aperto de mão.
No trajeto da estação até minha casa pensei no prazer que teria ao saborear uma refeição feita por minha mãe, bem como na alegria de poder dormir em minha cama, quente e acolhedora, me esperando com lençóis limpos e perfumados.
Meu cobertor de lã de ovelha seria o complemento indispensável para que eu pudesse ter um sono reparador, na hora de descansar .
E sonharia com o apito do trem Minuano, de minha infância e adolescência, e com aqueles meninos maltrapilhos que me abanavam sorridentes, pela estrada dos trilhos do trem. Esses também sonhavam em pegar o trem mas se contentavam em sorrir e sacudir os braços para quem passasse por eles.
Sempre gravei na memória esse sorriso infantil que me parecia tão esperançoso e singelo!
KATIA CHIAPPINI
EMAIL: katia_fachinello42 @hotmail.com
quinta-feira, 11 de julho de 2013
MAIS UM CAFEZINHO ?
- MAIS UM CAFEZINHO ?
- NÃO, OBRIGADA !
Lori é faceira, sensível, firme , excelente mãe e amiga.
É minha companheira para assistir peças de teatro e espetáculos musicais.No verão viaja até a praia com a família, como faço também.
Numa dessas ocasiões em que voltava da praia, trazia, além de malas de roupas, muitas sacolas de plástico em sua bagagem.
O carro veio lotado e Lori desceu na frente do edifício onde morava, em Porto Alegre, deixando os volumes na portaria, aos cuidados do porteiro. Voltou até o carro e se dirigiu à garagem onde estacionou o veículo. Chegando à portaria, novamente, disse :
- Vou subir com alguns volumes e retorno .
Antes disso, solicitou ao funcionário que jogasse no lixo algumas sacolas contendo cascas de frutas, guardanapos de papéis servidos, garrafas vazias e jornais velhos.
E assim descarregou os volumes no apartamento e veio buscar outros até que a bagagem toda chegasse ao seu destino.
Preparou um bom café com pão e manteiga e se alimentou.
Depois pensou em guardar primeiro os gêneros alimentícios e outras miudezas contidas nos sacos plásticos, antes de tomar seu banho e descansar.
Começou a remexer em seus pertences e não tardou a dar falta de uma sacola com pertences pessoais e de valor estimativo.
Desceu até a portaria e indagou do porteiro :
- Onde colocaste o lixo que te pedi?
- Dei ao carroceiro.
- Como ? não percebeste que uma das sacolas era mais pesada ?
- Será que fiz o que estou pensando, dona Lori ?
- Sim, simplesmente entregaste ao carroceiro uma sacola com meus pertences
- A senhora me desculpe.
Lori, nem se deteve a ouvir nada. Correu a tirar o carro da garagem para tentar encontrar o carroceiro nas imediações. Sabia que o ponto dos carroceiros era próximo ao Rio Guaíba. Mesmo ao perceber a aproximação da noite nenhum temor tomou conta dela.
Foi encontrando os carroceiros e perguntando, um a um, que percurso haviam feito. Explicou que precisava identificar sua sacola recolhida por acidente.
Os papeleiros ficaram assombrados com o fato de Lori estar com um automóvel de valor transitando por becos de frequência duvidosa.
Um morador de rua se aproximou dela e disse :
- Madame, deixe seu carro numa garagem e depois venha caminhando que lhe mostro os locais onde, provavelmente, poderá encontrar o local onde ficam os barracos dos carroceiros.
Assim, percorreram algumas ruelas e becos e não tardou que avistassem, através de uma janela aberta, algumas medalhas, troféus e fotos jogados no chão, dentro de um casebre. Ao vê-los Lori teve certeza de que eram seus pertences. Agradeceu ao homem, despediu-se dele e bateu na porta. Uma mulher jovem veio recebê-la. Lori revelou o motivo de sua presença ali e soube que seu marido trouxera , realmente, uma sacola com pertences não comuns e nada parecidos com sucata. Então Lori pediu as medalhas, troféus, as fotos de família. E resolveu que não mencionaria as roupas, os blusões de lã, casacões de inverno e sua carteira contendo alguma importância em dinheiro.
Preferiu ficar com os objetos conferidos a seus filhos em campeonatos esportivos, cujo valor estimativo justificava a desistência dos demais pertences.
Era possível que seu marido, ausente, tivesse saído
para dividir os agasalhos com seus amigos de infortúnio. Os filhos, também ausentes, brincavam na vizinhança.
A dona da casa levou Lori para o interior da moradia e ela recolheu do chão os seus pertences, enquanto relembrava os bons momentos registrados junto aos filhos, ao ver as fotos que organizava para guardar em sua bolsa.
E antes que alcançasse a porta avistou a dona da casa trazendo uma xícara de cafezinho para lhe oferecer.
Lori, para não parecer descortês, bebeu o café, com elegância, embora tivesse notado as manchas escuras da xícara, de outros tantos cafés nela servidos. Acrescente-se a isso o fato de que o café estava quase frio, com sabor de requentado, entre amargo e pastoso, como se o filtro estivesse corroído pelas traças.
Após beber o líquido colocou a xícara na pia e voltou para a sala, aguardando a dona da casa para se despedir.
Ficou observando o Rio Guaíba, através da janela, até ouvir os passos dela lhe perguntando :
- Mais um cafezinho ?
Subitamente se deu conta que não ficava bem recusar porque elogiara o primeiro. Mesmo assim, num impulso falou:
- Não, obrigada !
E ouviu:
- Aceite, não me custa nada servi-la !
Paralisada, minha amiga Lori, olhou em direção ao bule que a dona da casa portava, quando lhe foi possível visualizar, aliviada, que esse, ao entornar, pingou apenas duas míseras gotas do liquido na xícara, inexpressivas e solitárias.
KATIA CHIAPPINI
E-mail: katia_fachinello42@hotmail.com
- NÃO, OBRIGADA !
Lori é faceira, sensível, firme , excelente mãe e amiga.
É minha companheira para assistir peças de teatro e espetáculos musicais.No verão viaja até a praia com a família, como faço também.
Numa dessas ocasiões em que voltava da praia, trazia, além de malas de roupas, muitas sacolas de plástico em sua bagagem.
O carro veio lotado e Lori desceu na frente do edifício onde morava, em Porto Alegre, deixando os volumes na portaria, aos cuidados do porteiro. Voltou até o carro e se dirigiu à garagem onde estacionou o veículo. Chegando à portaria, novamente, disse :
- Vou subir com alguns volumes e retorno .
Antes disso, solicitou ao funcionário que jogasse no lixo algumas sacolas contendo cascas de frutas, guardanapos de papéis servidos, garrafas vazias e jornais velhos.
E assim descarregou os volumes no apartamento e veio buscar outros até que a bagagem toda chegasse ao seu destino.
Preparou um bom café com pão e manteiga e se alimentou.
Depois pensou em guardar primeiro os gêneros alimentícios e outras miudezas contidas nos sacos plásticos, antes de tomar seu banho e descansar.
Começou a remexer em seus pertences e não tardou a dar falta de uma sacola com pertences pessoais e de valor estimativo.
Desceu até a portaria e indagou do porteiro :
- Onde colocaste o lixo que te pedi?
- Dei ao carroceiro.
- Como ? não percebeste que uma das sacolas era mais pesada ?
- Será que fiz o que estou pensando, dona Lori ?
- Sim, simplesmente entregaste ao carroceiro uma sacola com meus pertences
- A senhora me desculpe.
Lori, nem se deteve a ouvir nada. Correu a tirar o carro da garagem para tentar encontrar o carroceiro nas imediações. Sabia que o ponto dos carroceiros era próximo ao Rio Guaíba. Mesmo ao perceber a aproximação da noite nenhum temor tomou conta dela.
Foi encontrando os carroceiros e perguntando, um a um, que percurso haviam feito. Explicou que precisava identificar sua sacola recolhida por acidente.
Os papeleiros ficaram assombrados com o fato de Lori estar com um automóvel de valor transitando por becos de frequência duvidosa.
Um morador de rua se aproximou dela e disse :
- Madame, deixe seu carro numa garagem e depois venha caminhando que lhe mostro os locais onde, provavelmente, poderá encontrar o local onde ficam os barracos dos carroceiros.
Assim, percorreram algumas ruelas e becos e não tardou que avistassem, através de uma janela aberta, algumas medalhas, troféus e fotos jogados no chão, dentro de um casebre. Ao vê-los Lori teve certeza de que eram seus pertences. Agradeceu ao homem, despediu-se dele e bateu na porta. Uma mulher jovem veio recebê-la. Lori revelou o motivo de sua presença ali e soube que seu marido trouxera , realmente, uma sacola com pertences não comuns e nada parecidos com sucata. Então Lori pediu as medalhas, troféus, as fotos de família. E resolveu que não mencionaria as roupas, os blusões de lã, casacões de inverno e sua carteira contendo alguma importância em dinheiro.
Preferiu ficar com os objetos conferidos a seus filhos em campeonatos esportivos, cujo valor estimativo justificava a desistência dos demais pertences.
Era possível que seu marido, ausente, tivesse saído
para dividir os agasalhos com seus amigos de infortúnio. Os filhos, também ausentes, brincavam na vizinhança.
A dona da casa levou Lori para o interior da moradia e ela recolheu do chão os seus pertences, enquanto relembrava os bons momentos registrados junto aos filhos, ao ver as fotos que organizava para guardar em sua bolsa.
E antes que alcançasse a porta avistou a dona da casa trazendo uma xícara de cafezinho para lhe oferecer.
Lori, para não parecer descortês, bebeu o café, com elegância, embora tivesse notado as manchas escuras da xícara, de outros tantos cafés nela servidos. Acrescente-se a isso o fato de que o café estava quase frio, com sabor de requentado, entre amargo e pastoso, como se o filtro estivesse corroído pelas traças.
Após beber o líquido colocou a xícara na pia e voltou para a sala, aguardando a dona da casa para se despedir.
Ficou observando o Rio Guaíba, através da janela, até ouvir os passos dela lhe perguntando :
- Mais um cafezinho ?
Subitamente se deu conta que não ficava bem recusar porque elogiara o primeiro. Mesmo assim, num impulso falou:
- Não, obrigada !
E ouviu:
- Aceite, não me custa nada servi-la !
Paralisada, minha amiga Lori, olhou em direção ao bule que a dona da casa portava, quando lhe foi possível visualizar, aliviada, que esse, ao entornar, pingou apenas duas míseras gotas do liquido na xícara, inexpressivas e solitárias.
KATIA CHIAPPINI
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