Aquarela de poesias

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Poesias para você

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

A CHÁCARA DE MINHA TIA THEREZA

A CHÁCARA DE MINHA TIA THEREZA


 MINHAS LEMBRANÇAS DA CHÁCARA DE TIA THEREZA

Sinto que o homem pensa em fazer as pazes com seu ''eu essencial''.
Algumas famílias já estão abrindo mão da poluição sonora e da agitação das metrópoles ,e trocando seu domicílio para se estabelecer em zonas rurais, em contato com a natureza pródiga .Morar em chácara é estar mais perto de Deus.
Vislumbra-se o azul celeste, as matas verdejantes ,o colorido da paisagem, num evento diário que encanta e emociona.
Fauna e flora são bem cuidadas para que se transformem, inclusive, em sustento diário.
Os ipês explodem em amarelo ,azaleias de jogam entre os gramados, jasmins exalam inconfundível aroma e glicínias exibem sua cor e formosura.
Durante o verão, a sombra das parreiras e o verde acinzentado das velhas figueiras servem de contraste para as flores que desabrocham até no abandonado roseiral.
Durante o inverno as árvores que derrubam as folhas, como cinamomos, ameixeiras, nogueiras, ficam esperando pela estação Primavera e suas novas roupagens.
Amo o verde constante do laranjal cuja folhagem perene se assemelha a dos pinheiros e ciprestes.
E a claridade pela fresta da janela me desperta nas manhãs como se fosse a luz da vida me chamando para mais um dia produtivo.
Gosto de despertar antes do sol para vê-lo espalhar a intensidade de seus raios sobre as pessoas de passo ligeiro, que buscam sua rota rumo ao trabalho. E, quando o sol se esconde no horizonte a mutação das cores é um espetáculo deslumbrante, visível a cada entardecer.
E, ao se despedir, tem como missão chamar a primeira estrela, a suntuosa Vésper.
O som urbano é substituído pelo silêncio tranquilizante e que convida à meditação.
Mas o silêncio da chácara é pontilhado de assobios, trinados, rufar de asas, zumbido de abelhas.
A noite traz o som dos grilos, o resmungo dos sapos, a luz dos pirilampos, o olhar da coruja que espreita entre as árvores com seus grandes olhos.
As folhas e galhos provocam um rumorejar macio que o balanço do vento impulsiona.
A chuva beneficia a plantação e se nos apresenta majestosa, como se fosse um acalento em forma de murmúrios que se intensificam.
A névoa faz desaparecer a visão dos cerros e a amplidão do espaço toma grandes proporções, e descobre as nuvens estendidas no tapete do horizonte.
Morar na chácara é ampliar a sensação de bem-estar. A volta à natureza traz à tona alguns valores afetivos que se desvanecem nas cidades.
Morar na chácara é descobrir um novo sentido para a vida,, é comungar com a simplicidade, vivenciar a liberdade e fortalecer a fé.
Nas paredes da casa há uma memória que se vivifica diante dos quadros, telas e fotos que marcaram momentos especiais.
Cada rosto estampado nos álbuns de recordações, revela fatos e acontecimentos afetivos de remota lembrança
Entre elas as minhas próprias lembranças se fazem presentes.
Na galeria de fotos descubro meus heróis de barro que já foram bálsamo e lenitivo quando deles precisei.
Alguns estão ligados a minha cascata de sonhos juvenis.
Percebo que posso olhar, novamente, todas essas lembranças.
E que não mais me entristecem!

KATIA CHIAPPINI
A imagem pode conter: montanha, grama, nuvem, atividades ao ar livre e natureza
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

MINHA AVÓ: DONA GLÓRIA

MINHA AVÓ: DONA GLÓRIA


 VOVÓ GLÓRIA, ESPOSA DE CLEMENTINO BICA,

MINHA QUERIDA AVÓ!
Vovó Glória era uma companheira muito dedicada ao meu vovô Bica. Sempre cercada por filhos e netos, foi amada e respeitada por todos.
A personalidade era firme e a disciplina da casa devia ser seguida, sem pestanejar,
Havia horário para que as refeições fossem feitas em família.
E para que os netos voltassem para casa à noite.
Havia a hora do rosário, quando vovó dedilhava as contas do mesmo, rezando, ao entardecer.
E os habitantes da casa devia respeitar o silêncio, religiosamente.
Vovó cortava as unhas dos pés de vovô e tirava os seus calos.
Às vezes vovó fazia algum movimento brusco e vovô se defendia:
- Cuidado, Glória!
Mas, mesmo assim, ninguém mais tratava dos calos de vovô
Dona Glória tinha vivacidade e iniciativa. Estava sempre atenta a tudo que acontecia ao seu redor.
Em certa ocasião, resolveu escrever uma carta aos devedores de caderninho para reaver o que era devido a vovô.
Isso porque ele era farmacêutico e vendia fiado, ou não cobrava de quem não pudesse pagar.
Vovó encaminhou a correspondência e aguardou um tempo.
Depois, resolveu cobrar ,pessoalmente, já que tinha uma bicicleta ao seu dispor.
Os devedores receberam minha avó e ficaram envergonhados, se desculparam e pagaram contas vencidas.
Ela organizou a contabilidade e foi mostrar ao vovô o que tinha arrecadado.
Vovô, muito bondoso e surpreso disse:
- Mas Glória, não precisava cobrar nada dessa pobre gente.
Só que as prateleiras quase vazias, ficaram com as divisões completas, pois minha avó repôs o estoque.
Vovó sabia ser carinhosa ,mas tinha um senso de responsabilidade que não a deixava concordar com algo que saísse do combinado.
Em certa ocasião, meu marido chegou de viagem, entrou na casa de vovó e deixou uma arma carregada no sofá da sala, antes de pegar as malas no carro.
Ela pegou a arma e a colocou rapidamente sobre um roupeiro e xingou meu marido. Mas, com classe, sem dizer nada ofensivo e sem pronunciar palavras chulas.
Meu marido se desculpou e disse que não tinha se lembrado de que os netos pequenos circulavam livremente pela casa.
Na outra manhã, meu marido falou que não ia almoçar porque estava com a gastrite dando seu sinal característico e provocando azia e dor estomacal.
Minha vó providenciou uma canja de galinha e uma porção de purê de batatas, levou para ele ,no quarto, e disse:
- Precisa se alimentar porque fiz esse cardápio especial para você.
Nas férias escolares vovó convidava os netos para passar uns dias com ela. E depois íamos para a casa da estância de meus tios ;Léo e Bebê.
Era muito divertido conviver com os primos durante as férias.
Vovó costumava fazer ambrosia, pudim, bolo, pão caseiro e compotas em calda, com as frutas que recolhia das árvores de seu pátio.
Ela era uma excelente dona de casa, além de se dedicar ao corte e costura. E pedalava sua máquina Singer, confeccionando as roupas da família.
Minha querida vovó sempre contou com a dedicação e assistência dos filhos,
Tia Thereza, uma das filhas, se aposentou do magistério e passou a morar perto de vovó, numa chácara.
Tio Walter e depois tio Severiano, ajudaram meu avô a'' tocar'' a farmácia e dedicaram uma boa parte de seu tempo para esse fim. E ambos tinham seus empregos e respectivos compromissos para cumprir.
Vovó Glória foi o equilíbrio da casa e a conselheira de vovô , algumas vezes.
Quando vovô faleceu e cheguei na casa de vovó ,ela me abraçou e chorou muito.
Lembrou que vovô e eu conversávamos muito e se emocionou com minha presença.
Foi essa a única vez que vi minha avó chorar tanto.
Quando eu chegava para ficar uns dias com ela, costumava comprar uns doces de uma confeitaria de Rivera.
Sabia que ela gostava de receber esse modesto presente.
Vovó era simples valorizava qualquer gesto delicado.
Lembro de presenciar a hora de seu banho, como se fosse um ritual da época da nobreza.
Ela demorava muito na enorme banheira e usava uma escova de cabo longo para esfregar bem as costas.
Saía bem perfumada e usando um pó de arroz e um batom clarinho. E ajeitava o coque nos cabelos longos e já fininhos.
Vovó Glória foi uma fortaleza para meu avô e uma dama faceira.
Saudades de sentar ao seu lado para ouvir as histórias da família, dos antepassados e suas peculiaridades.
Saudades de estar na mesa da sala de jantar com todos os primos e de ver minha avó levantar para servir, um por um, com carinho.
E quando ia se sentar , não raras vezes, os netos queriam repetição e vovó fazia questão de servi-los, novamente.
Bons tempos em que a hora da refeição era sagrada e reunia todos ao redor da mesa.
E preces a Deus eram feitas nas missas de domingo, onde colocávamos a melhor roupa para acompanhar tia Bebê, tio Léo e filhos à igreja.
Essas lembranças da casa de minha avó voltam sempre à memória
São as melhores lembranças de um tempo feliz..,
A casa de minha avó foi um recanto mágico!
E mágicos foram todos esses personagens que acompanharam minha infância e juventude.
KATIA CHIAPPINI
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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

PACIÊNCIA

PACIÊNCIA


 PACIÊNCIA

Essa é uma virtude que devemos preservar e exercitar ao longo da vida. Desde a hora que saímos com o carro, pela manhã, até a hora de voltar para casa, podemos descobrir maneiras para reconhecer a paciência e tentar mantê-la como uma fiel aliada.
Cumprimentar as pessoas, dar um sorriso para os vizinhos, agradecer o cafezinho que nos servem na firma, são maneiras de agir com tranquilidade. Não precisamos reclamar da demora em servir, por parte do garçom, no restaurante. Não precisamos sair de casa com o semblante fechado porque pode ser que não nos cumprimentem ao chegar no local de trabalho. Se precisarmos esperar pela nossa hora, no consultório médico, o façamos lendo um livro ou uma revista ao alcance. Se a pessoa do lado começar a reclamar, podemos falar que o médico pode estar saindo de um plantão ou de uma cirurgia. Se formos reclamar também, criaremos um clima negativo na sala de espera. E as pessoas sugestionáveis vão se sentir mais ansiosas. Contemporizar e ser uma pessoa equilibrada é manter a calma e não ser aquela que põe fogo na pálida brasa.
Se alguém nos aborrece afeta nossa tranquilidade .Mas só o que nos aborrece serve de nutrição espiritual. Precisamos desses aborrecimentos para ter oportunidade de exercitar a paciência.
Se temos um dia bem tranquilo e amizades mais tranquilas ainda, não temos obstáculos para superar e nem podemos exercitar a paciência.
Então, temos que agradecer àquelas pessoas que nos tiram do sério. Agradecer ao encontrar pessoas brabas, desbocadas, mal educadas, em nosso caminho. E dizer para nós mesmos:
- Não vou perder a calma, não vou alimentar as desavenças.
Só então poderemos tentar alguma estratégia que acalme as pessoas destemperadas. O fato de precisar pensar como vamos agir já é um bom caminho para chegar aos outros com calma ,com as palavras certas. Porque as palavras mudam comportamentos e operam milagres.
O inimigo pode ser o caminho necessário a trilhar para nossa iluminação. Nessa jornada vamos cogitar em nos desfazer da raiva, em ter compaixão.
Se alguém procura nos tirar a tranquilidade e aceitamos isso, duplicamos o problema. Se ficarmos raivosos vamos perceber que aquela pessoa nos cutucou e seguiu seu caminho. E nós ficamos com raiva acumulada. Nas dificuldades vencemos a nós mesmos e procuramos manter a calma. Crescemos como seres humanos. E como seres humanos queremos evoluir e nos tornar melhores.
Para exercitar a paciência devemos relaxar ao fazer as refeições, conversar com as colegas de trabalho e ficar à mesa, no convívio amigo. Há pessoas que não sabem beber um cafezinho mantendo um bom nível de conversação. Essas falam dos outros, se exclamam e reclamam da vida e se tornam desagradáveis, socialmente. Outras ficam olhando para o celular e não dão atenção ao convívio.
O ódio não cassa com mais ódio e sim com uma trégua que só o amor restabelece.
O fato de guardar rancor fará mal a nós na medida que irá nos torturar, talvez mais, e nos causar mais mal do que o inimigo nos causaria.
Exercitar a paciência é nutrir a alma , a mente e o espírito com bondade ,caridade ,perseverança.
Uma sábia e iluminada monja indiana saiu pelo mundo a fazer conferências sobre os valores cristãos que devemos cultivar.
Seu nome é Jetsunma Tenzin Palmo e algumas de suas ideias estou confirmando nessa breve dissertação sobre a paciência.
Peçamos a Deus nossa cura espiritual. Seu ensinamento fundamental é baseado na compaixão pelo semelhante, no amor universal, na bondade e caridade. Essa também é a linha filosófica de Gandhi e de Dalai Lama.
E com paciência estaremos englobando outras tantas virtudes e buscando evoluir no amor ao próximo.
Está surgindo, por exemplo, na Europa, um movimento chamado de ''Slow Food'' que significa comer com vagar, nos restaurantes. Isso porque só assim é possível saborear os alimentos, conversar com a família, com os colegas de trabalho e com os amigos. É um movimento contrário ao conceito de ''Fast Food'.
O objetivo do movimento é chamar a atenção para se dar preferência à qualidade e não à quantidade. É uma tentativa de voltar à calma e rever conceitos que perdemos e das horas que suprimimos do convívio familiar.
Franceses e alemães estão trabalhando menos horas do que os americanos e produzindo mais e com menos estresse.
Os efeitos advindos do ''Slow Food'' são inúmeros. Entre eles podemos salientar o fato de se perceber menos pressão, mais alegria, mais produtividade, mais prazer nas tarefas realizadas, maior satisfação pessoal com resultados que se ampliam para a esfera da vida pessoal e social.
O mundo de hoje precisa de amor e não do consumismo baseado no terror. Precisa de nossa coragem em exercer nossa missão com bom senso e sabedoria. E não de homens covardes que estão com a ideia fixa de destruir o planeta com sua ambição e falta de escrúpulos. Não de homens que teimam em vencer pisoteando seu semelhante.
Nem de homens que teimam em acumular fortunas ou latifúndios e que só crescem em egoísmo pernicioso e desumano.
Dai-nos liberdade com responsabilidade e muita paciência para suportar tantos desmandos e tantas injustiças, meu Deus e meu Senhor.
KATIA CHIAPPINI
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Carmem Marisa, Neiva Chiappini de Ubal e outras 6 pessoas
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TRANSPONHA A PONTE

TRANSPONHA A PONTE


 TRANSPONHA A PONTE!

Se você se encontra triste e desiludido, transponha essa ponte para chegar ao outro lado que significa o novo ano que se aproxima.
Enfrente todos os seus desafios e siga em busca de seus ideais.
Não se deixe levar por pessoas falsas que não querem o seu bem. Nem por bajulações enganosas que pretendem lhe enveredar por caminhos escusos. e , muitas vezes, sem saída.
A doença vai ser curada, um novo amor pode surgir, um novo emprego lhe será oferecido.
Mas é necessário acreditar em todas as possibilidades e querer, com determinação, alterar as circunstâncias que não lhe favorecem.
Aceite a ajuda de quem lhe quer bem, através da palavra amiga, de um gesto de estímulo,de uma preocupação constante.
Deixe os caminhos abertos, as oportunidades à vista.
Avalie todas as chances e mostre interesse em interagir.
Um sorriso nos lábios pode impulsionar sua energia e deixar transparecer seu impulso para determinada atividade.
Sorria ao acordar e dê bom dia a todo o povo!
Estude, busque seu talento e o desenvolva com empenho.
Seu momento virá, desde que você creia e se ajude para que ele aconteça..
Transponha os espinhos do caminho e siga em frente de uma ou outra forma. Importa é não desistir da luta diária.
A ponte está esperando que seus passos a percorram e que a jornada continue.
Alguns chegam antes, mas não se preocupe com isso. Cada um tem um ritmo e um modo de agir.
Só não pare de buscar seus anseios e seu lugar ao sol.
Um novo ano lhe chama e que esse seja feliz!
KATIA CHIAPPINI
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