Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

DESACERTOS

            
                                DESACERTOS

Um quer dormir com ar condicionado
No café da manhã quer comer melão
Outra quer deitar com ar só ventilado
E pede ao marido: não esqueça do limão 

Um janta , ao chegar, às 20 horas
Outra prefere jantar bem mais tarde
Melhor ter paciência, sem demora
Do que criar um clima de alarde

Ele já falou que vai ler o jornal
Ela tinha pensado em ir ao cinema
Ele nem cogita e acha bem normal
Ela precisa usar um estratagema

Ele se contenta em falar de negócios
Ela tinha imaginado poder  desabafar
Ele prefere não ser interrompido no ócio
E não está disposto à mulher escutar 

Ela quer incenso e o melhor vinho
Ele assegura que tudo isso é bobagem
Ela o conduz, insinuante, ao ninho
Ele, distraído, nem entende a mensagem 

Quantos e tantos casais, por aí, existem
Que teimam em conviver desse jeito
Pensam no seu conforto, mas admitem
Ficou sem sentido ocupar o mesmo leito

Penso que temos uma vida assaz curta
Para desistir de viver amor e paixão
Quem os íntimos momentos não furta
Colhe pedras espinhos e triste solidão

KATIA CHIAPPINI

O GUARDADOR DE CARROS: MINICONTO

               O GUARDADOR DE CARROS

No estacionamento do restaurante um guardador de carros auxiliava a estacionar e sempre estava presente na hora da retirada dos veículos.
Além do parco vencimento que recebe, conta com a gorjeta dos presentes ao local. Essa é uma contribuição espontânea e variável. E, algumas vezes, costuma falhar. 
O guardador de carros nada reclama. Ele quer atender os clientes e dar-lhes o melhor direcionamento ao estacionar o veículo.
Fomos ao restaurante e estacionamos com a sua ajuda. 
Meu filho sorriu e agradeceu sua intervenção segura.
Na saída, o filho olhou e não encontrou nenhuma moeda para dar ao homem, já próximo do nosso carro.
Não sabendo o que dizer, bateu amigavelmente nas costas do homem e disse:
- Muito obrigada, valeu! Tenha uma boa noite de trabalho e um bom descanso.
E assim dizendo, deu a partida no carro e se dirigiu para a saída.
Na saída do portão, ainda antes de chegarmos na avenida, ouvimos o guardador de carros falar em voz alta:
- Muito prazer e felicidades para sua família.
Meu filho,surpreso, abanou-lhe sorrindo, em tempo de escutar:
- Dinheiro não é tudo, patrão!

KATIA CHIAPPINI

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

TRÊS QUADRINHAS!

  
                       TRÊS QUADRINHAS

                          

                       
                         
          


                          São fragmentos guardados
                          Com carinho e saudade
                          Meus sentimentos velados
                          Fragmentos de felicidade

                          Ser feliz é uma difícil arte
                          Que vem como linimento
                          É arte que parte e reparte
                          É dos amantes o alento

                          Não falo nem para Deus
                          Sobre a carta que rasguei
                          Os segredos meus e teus
                          No coração eu armazenei

                                    KATIA CHIAPPINI

UMA REFLEXÃO PARA A SEMANA!

                   
                 UMA REFLEXÃO PARA A SUA SEMANA!

Quando for impossível recuperar algo perdido, aceita o que
a realidade exige de ti.
Busca um novo posicionamento e volta o olhar para um novo caminho, de frutíferas soluções.
O círculo da vida não permite parar no tempo e exige constantes mutações e o desapego para adquirir harmonia, quando essa estiver rompida e flutuante.

                          KATIA CHIAPPINI


SURPRESAS DO SER!

                     SURPRESAS DO SER! 

Penso ter achado motivo
Logo parece que minto
Pois nada é definitivo
Andamos num labirinto

Penso que sou quieta
Mas chamam por mim
Será por ser poeta?
Ou por amar o jardim?

É uma certa empatia
Que ainda vou rever
Estranho todo o dia
Confidências receber

Será dom revelado
Será algo passageiro?
Ouço o que é falado
Atenta e por inteiro

Mas seja como for
Ocupa o pensamento
Recolho aquela dor
E busco um linimento

Então eu me decido:
- Como posso ajudar?
O problema resolvido
Serenidade irá me dar

Não me sinto capaz
De interagir de verdade
Mas o sentimento de paz
Se exercita na caridade 

É necessário buscar
Evolução espiritual
Quando alguém chamar
Vá e torne-se especial

KATIA CHIAPPINI



domingo, 28 de janeiro de 2018

VÁ ATRAS DE VOCÊ

                          Vá atras de você !

Vá buscar por você
Não se deixe abater
Quem quer sabe e vê
Que não merece sofrer

Desperte mais valente
Precisa se retratar
Transforme-se, tente
Banhe-se sob o luar

Vá regar a sua flor
Passear com seu cão
Saiba se dar valor
Busque sua missão

Desfaça aquele nó
Procure novo projeto
Siga o exemplo da avó
Brinque com o seu neto

Mesmo grande a sua dor
Seja maior que ela
Saia logo desse torpor
Sinta a brisa na janela

Não somos bons ouvintes
Mas temos uma certeza
Quem crê no dia seguinte
Nada além da correnteza

KATIA CHIAPPINI

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

PEQUENO RELATO: MINICONTO

           PEQUENO RELATO: MINICONTO

Meu filho saiu para dar uma olhada pelos bares noturnos.
Entrou num deles e sentou para ouvir a banda se apresentar.
Percebeu que na mesa ao lado havia um cidadão alto e corpulento, calado, cabeludo, barbudo, tatuado e curioso, só observando tudo ao seu redor. Em sua mesa só havia um copo.
Meu filho levantou para ir ao bar e pediu uma garrafa de cerveja.
Levantou mais uma vez em busca de uns petiscos que  havia encomendado para acompanhar a bebida, já que o garçom estava demorando a atendê-lo.
Ao voltar para seu lugar percebeu que a garrafa de cerveja estava na mesa ao lado, com aquele cidadão algo estranho ao ninho.
Dirigiu-se à mesa em questão e encheu o copo do cidadão de cerveja e pegou a garrafa de volta. 
Esperou a reação, já pensando em rebater qualquer investida. Ficou nervoso e aguardou.
O cidadão levantou-se, dirigiu-se à mesa em que estava meu filho, olhou para ele absolutamente normal e falou:
- Desculpe aí,cara, foi mal...

KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

UM PENSAMENTO ATUAL

                 UM PENSAMENTO ATUAL

Nunca tanto, tantos deixaram visível o pranto nos olhos de um povo sofrido, como se fosse merecedor de vil quebranto!
                           KATIA CHIAPPINI

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

NADA MAIS SABEMOS

                     NADA MAIS SABEMOS

Nada mais sabemos
A vida se transformou
Em mais nada cremos
Tudo se desintegrou

Usamos mil novas faces
Porque somos impelidos
Vamos lá tomar passes
Estamos, sim, sofridos

Quem ainda é sincero
Tomam como defeito
Um dia, eu ainda espero
Quebrar o preconceito

Façam a prova dos nove:
- Quem não bajula desce
É como o mundo se move
Porque o íntegro padece

Valores perdem a senha
Crescem as inquietações
E a ninguém julgar venha
Siga seus próprios padrões

A alma precisa ser leve
Busque a beleza interior
A vida é difícil e breve
Receba nossa prece, Senhor!

KATIA CHIAPPINI

domingo, 21 de janeiro de 2018

ENVELHECER

                          ENVELHECER

Envelhecer é esquecer 
De quem se deve ser
É se isolar por querer
É tentar se encolher
É sem motivo sofrer
O vazio não preencher

Envelhecer é não colher
É amizade não acolher
É a porta não atender
É o chá não oferecer
É o filme não querer ver
É em sombra se converter

Envelhecer é esmorecer
Quando há vida pra viver
É afirmar não se comover
É se recusar a crescer
É o obstáculo não vencer
É da essência se desfazer

Envelhecer é não entender
É temer o que tiver que ser
É ao quarto se recolher
É o poema não querer ler
É a mensagem não escrever
É deixar o amor se perder 

KATIA CHIAPPINI





                      e-mail:katia_fachinello42@hotmail.com










sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

QUEM SABE...

                            QUEM SABE...

Quem sabe, ao final do novo dia
Apareças num especial instante
Quem sabe eu cante a melodia
Ou declame o poema insinuante...

Quem sabe, lembres e não cales
Da folia, risos, do roupão caindo
Quem sabe de vinho e velas, fales
Da carícia entre as fendas se abrindo

Quem sabe, ainda digas não saber
Que o meu carinho era verdadeiro
Quem sabe não me fiz entender
E pensaste ser ímpeto passageiro

Quem sabe nada queiras arriscar
Porque amor é labirinto infernal
Quem sabe prefiras desacreditar
Que paixão perdoa qualquer mal

Talvez reflitas, um dia, sobre tudo
Quem sabe queiras pedir um beijo
Se vieres falante  te deixarei  mudo 
Semearei amor para colher desejo 

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

NÃO SE COMPRA, NÃO SE VENDE...

                        NÃO SE COMPRA,
                        NÃO SE VENDE...

Não se compra a bondade
Não se vende a tenacidade
Não se empresta a caridade
Não se aluga a amizade

Não se rouba a saudade
Não se finge a afinidade
Não se arrenda a fidelidade
Não se cobra a sanidade

Não se quer a iniquidade
Não se aceita parcialidade
Não se treina na faculdade
Não o valor da paternidade

Não se colhe a maldade
Não se mede amor ou verdade
Não se vive na ambiguidade
Sem perder a dignidade

KATIA CHIAPPINI

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

REFLEXÕES AO FINAL DO DIA

  PREMISSA:   

O valor da premissa está na linha secreta da alma que a decifra

  Katia                            

                                         SOBRE O AMIGO!

O verdadeiro amigo é o que não precisa escutar o seu pedido de socorro porque já está a caminho antes que o chame.

                                        Katia
                                        Chiappini

RELACIONAMENTOS EM CRISE

            RELACIONAMENTOS EM CRISE 

Encontramos nossos amores tão rápido como nos desencontramos deles.
Parece até que o amor se tornou a arte do desencontro.
Casais se relacionam aos finais de semana, algum outro dia da semana. E voltam para suas casas paternas, onde moram por longo período.
Depois de certo tempo resolvem casar, depois de uma vida em comum, em casas separadas. Mas, acho que se assustam, um com a presença do outro, no dia a dia, resolvendo esse impasse com a separação.
Não se percebe a intenção de conversar, de rever e dimensionar alguns comportamentos, de ceder, mutuamente, de harmonizar as crises e ir superando obstáculos com maturidade e vontade de acertar.
Na separação, os casais não poupam os filhos.
O pai convida o filho para jantar e só fala mal da mãe da criança, o tempo todo. O filho fica entre os dois se sentindo um fantoche.
Os filhos sofrem calados, choram nos cantos, recolhem as fotos do casal, para vê-los juntos. Os filhos esperam pelo pai no portão da casa e se sentem ansiosos e infelizes quando o pai faz uma ligação telefônica dizendo que não irá mais. E as desculpas se sucedem e frustram os filhos. 
As mães criam os seus filhos com dificuldade, assumem a direção da casa e todas as responsabilidades. Pois a pensão que deveriam ganhar, vem nos primeiros meses e depois costuma desaparecer. E, muitas vezes, a mãe desiste de denunciar o pai. Prefere ganhar algumas migalhas, como um par de tênis, uma roupa, vez ou outra, do que ''quebrar os pratos'' definitivamente.
Mães criam seus filhos e perdem a esperança de constituir nova família, pois muitas vezes, seu novo namorado não quer assumir essas crianças que não são dele.
E, não raramente, os companheiros propõem que mães abandonem seus filhos com algum familiar e sigam com eles em nova moradia.
Há mães que se deixam iludir e fazem a escolha errada. Depois, quando percebem que o companheiro não presta, tentam resgatar o amor dos filhos e não mais conseguem. A ausência desfaz o amor filial e deixa mágoas profundas.
Há muitos homens morando sozinhos e se aventurando com mulheres diversas, apenas ficantes e amantes.
Há muitas mulheres morando sozinhas, com os filhos já casados e independentes. E chegam ao entendimento de que morar consigo mesmas, vale mais à pena para ter sua liberdade não vigiada e uma certa tranquilidade que os relacionamentos teimam em tirar.
Mas, fomos feitos para viver em sociedade, em coletividade, em família .Fomos feios para criar vínculos ,educar os filhos de comum acordo. assumir, em conjunto os papéis maternos e paternos.
Em contrapartida, hoje, os casais têm vida dupla, quando um espera o outro sair de casa e vai para frente do computador se relacionar virtualmente. E não se dão conta de que essa situação ilusória pode se transformar em tragédia.
E essas pessoas que assim preferem se relacionar, ficam sem noção da realidade, se apaixonam sem conviver, criam ilusões que logo se transformam em sofrimento, dada as decepções que se sucedem como jatos d'água a jorrar, sem fim.
O egocentrismo está em alta e o altruísmo se perdeu nas esquinas da vida.
Há pessoas que passam a vida se sujeitando a ser a segunda opção de um homem casado e que jamais irá deixar seu lar e filhos por uma ou outra companheira que já foi avisada de que nada pode exigir. E essa carência faz a pessoa entrar e sair pela porta dos fundos.
No mundo moderno não há lugar e nem tempo hábil para exercer a conquista, escolher flores e bombons, olhar para um rosto expressivo e entender a mensagem que quer deixar transparecer. Valorizar o ser humano como alguém digno de respeito e consideração parece ter se tornado utopia.
As relações são etéreas, meteóricas, oscilantes e falsas.
Os casais que costumam sair juntos, como amigos, não raro se tornam amantes, um da mulher do outro.
O descontrole é total e as orgias ( troca de casais ) estão na moda e são consideradas uma ''evolução''. Mas que espécie de evolução é essa que destrói famílias? Que leva ao suicídio? Que submerge num mar de lamas? E que no final da vida traz a solidão como par constante? Que evolução é essa que retrocede à Idade Média?
E que empoderamento feminino é esse que lhe subtrai o direito de ser respeitada? Que mania é essa de falar que o empoderamento da mulher é top? 
Relacionamentos são uma loteria remota e quase inacessível. 
Creio que precisamos embarcar na arca de Noé, desde que queiramos ser salvos. E desembarcar em outro mundo promissor, livre de tantos impostos e pleno em espírito humanitário.
Precisamos encontrar outra Eva, ou outro  Adão, noutra civilização.
Precisamos retomar os verdadeiros valores, o caráter, a cumplicidade, o altruísmo, o companheirismo, a justiça social.
Precisamos que as leis não condenem os pobres e livrem das penas os abastados e manipuladores.
Precisamos de uma roda de mate amargo, de um carteado, de um churrasco de fogo de chão, de uma prenda carinhosa, de um gaúcho hospitaleiro, de uma orquestra de tangos e boleros, de um acampamento na mata, do som dos pirilampos, das luzes dos vaga-lumes. 
Precisamos de um acordeon tocando as músicas de Edith Piaf, de um piano interpretando Richard Clayderman, de Procópio Ferreira declamando ''As mãos de Eurídice'', monólogo que o consagrou como grande ator de teatro. Precisamos, de sua filha, Bibi Ferreira, invicta nos palcos, já aos 90 anos de idade. Precisamos reencontrar Paulo Autran e Molière em ''O Avarento'', interpretando Harpagon, o sovina, ainda aos 84 anos de idade.
Precisamos assistir ao balé clássico de Bolshoi, voltar a assistir ''A Noviça Rebelde'', ''A Dama das Camélias, ''O Poderoso Chefão'',''A Dolce Vita'', ''O Morro dos Ventos Uivantes'',''12 Anos de Escravidão e os inesquecíveis musicais do cinema americano, destacando-se Fred Astaire e Ginger Roger ,no sapateado.
Precisamos meditar, recuperar a autoestima, exercer o espírito de coletividade, aceitar se dedicar a um trabalho voluntário. Precisamos voltar a amar para sermos amados.
Precisamos de um sapatinho de cristal para calçar em mimosos pés.
Precisamos de duendes, fadas,  mágicos, palhaços.
Precisamos bem mais do gênio da lâmpada do que dos 40 ladrões.
Precisamos de nós mesmos, bem como precisamos de dois travesseiros, de uma cama de casal perfumada. E de lençóis de linho, contendo monogramas bordados com ponto cheio.
Nem que seja em forma de um sonho fantástico enquanto a realidade não nos contempla.  O importante é clarear o fundo de nossa essência e tornar possível uma evolução interior.
Que nossa preocupação seja a de buscar um novo olhar, um renascer, um novo caminho. Finalmente, um novo ideal, num mundo melhor em tons de verde-esperança ou de azul celeste.
E que os anjos, arcanjos, serafins e querubins concordem com nossos propósitos e digam amém.
E que coloquem nuvens sobre nossos pés!


KATIA CHIAPINI

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

SOBRE A BELEZA

                         SOBRE A BELEZA
     ( essa dama, aos 15 anos e aos 60 de idade )

Toda a beleza é alvo de canções e composições, de pintura, escultura, poesia e admiração.
Mas a beleza pode estar num sorriso, num gesto, num jeito de olhar, num abraço, num beijo, num lampejo, num desejo incontido.
A beleza pode estar na cultura, no conhecimento, no aflorar de emoções, no amadurecimento. 
A cada década a beleza se modifica, a pele envelhece, enruga, balança, mostra manchas e sinais.
Mas a beleza permanece porque é um somatório de vivências e experiências que adquirimos e que precisamos valorizar como tempo de vida ,de convívio social, de interação ao meio e às pessoas.
Quantas senhoras idosas conservam sua vaidade pessoal, seu corte de cabelo, suas unhas bem feitas, suas roupas bem talhadas, seu porte elegante!
Quantas ainda sabem dançar nos bailes de terceira idade, se comunicar por aplicativos para renovar as amizades!
Quantas frequentam os concertos ,as peças de teatro, as salas de cinema com direito ao pacote de pipoca!
Quantas valorizam o passar dos anos e são gratas por suas conquistas e pelo respeito que adquiriram no seio das famílias.
Quantas agradecem pelo despertar de cada manhã, pelos raios de Sol, pelo crepúsculo, pelas ondas do mar, pela paisagem das campinas verdejantes.
Quantas acordam cedo para ouvir os primeiros cantos dos pássaros ou o canto do galo.
Quantas sabem respirar a brisa das primeiras horas do dia, dar uma volta no quarteirão, cumprimentar a vizinhança e acenar para os semelhantes que dormem nas ruas!
Todas essas pessoas estão em estado de graça e são belas de alguma forma.
Como não achar linda uma cena de um vovô passeando com seu netinho e brincando na praça?
Ou a cena de uma vovó dando milho aos pombos, ou levando leite para o gato desabrigado e perdido?
De que vale uma pessoa renovar a plástica todo o ano e se manter ociosa, arrogante e petulante?
De que vale o excesso de vaidade sem serventia?
De que vale expor a própria vida à infecções, febres, dores e sofrimento, em prol da beleza fabricada?
Ser bela não é aceitar as imposições da mídia, de uma sociedade doente que inverte os valores.
Ser bela não é ficar plastificada e desprovida da mobilidade natural dos músculos da face.
Ser bela não é querer parecer uma eterna boneca de porcelana para ser admirada, elogiada, sem sentido e sem valia. E bajulada por interesses escusos.
Pois, quando a beleza física for perdendo o viço e se nada mais restar, em relação aos verdadeiros valores da vida, essa pessoa vai se desestruturar e se isolar em seu casulo.
E o que dizer daquela pessoa que gasta todas as suas economias para se tornar esbelta e, pouco tempo depois, engorda de tal forma que se desconhece e não mais se aceita, já que não assimilou a reeducação alimentar como base de sua vida?
Então, o ser tanto procura seguir as tendências da moda que se molda cegamente por elas, perdendo o próprio tirocínio e a sua identidade.
E aquele rapaz que tira ''sefs'' e mais ''selfs'' para mostrar seu corpo definido em academia?
Será que já se preocupou com o alongamento do espírito, com a solidariedade e sentimento humanitário?
Será que soube segurar sua barra em relação à família, ou fazer levantamento de peso em relação à própria formação pessoal e aos obstáculos que deve transpor sem se aviltar em aceitar benesses?
A beleza é um conceito amplo e não se deve generalizar em relação aos preceitos que querem nos impor.
Posso me ver no espelho aos 20 ou aos 60 anos e me achar bela. Apenas a beleza toma a forma diferenciada e vai se modificando. Depende de cada um, saber equilibrar os contornos do corpo com os da alma. Pois nessa última está a verdadeira e imorredoura beleza.
Não sejamos frágeis vasos de cristais que se rompem ao perder parte da beleza física.
Nascemos para cumprir uma missão solidária. E essa exige que nossa dedicação ao semelhante justifique essa existência.
Não podemos ser bonecos enfeitados à espera de elogios, nem fúteis sombras de gente, ou pseudos e inúteis cidadãos.
Ser bela é uma arte que temos que descobrir ao longo da vida, na tristeza e na alegria, na saúde e na doença, na juventude como na idade madura.
Ser bela é ser autêntica, transparente, cúmplices  e conselheira.
Ser bela é ser aquela que se deve ser. Aquela  que se permite errar para acertar e amadurecer.
Ser bela é ajudar o próximo e amar a Deus como Ele nos amou. É seguir em frente, sabendo olhar para todos os lados, para socorrer os menos favorecidos e que estão a nos pedir auxílio: qualquer forma de auxílio.


                                                           ( COM MEU NETO BRUNO
 
                                                          (  UMA FOTO DE 15 ANOS)

                                         KATIA CHIAPPINI

domingo, 14 de janeiro de 2018

VAI E NÃO VEM!

                          VAI E NÃO VEM

Se o amor vai e não vem
Esse amor não se tem
É jogo sem um bem
E só carência retém

Se ele valesse um vintém
Se houvesse um alguém
Se não fosse só desdém
Se não estivesse aquém

Seria como sino de Belém
Vibraria cordas no além
Não seria um João ninguém
A nos transformar em refém

Não seria peça de Harém
Onde só volúpia contém
Não seria um vaivém
Nem objeto de armazém

KATIA CHIAPPINI

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

FIQUEI

           
                                    FIQUEI...

Fiquei, ontem, com Henrique
Depois, perdi o apetite
Perdi, também, meu aplique
Hoje, estou com gastrite

Fiquei, sem que justifique
Sem que o amor me habite
Fiquei, mas isso, não publique
Não me julgue e bem me fite

Curei-me da conjuntivite
Aceitei aquele convite
Nem tenho quem me explique
Quem souber me dizer, cite

Como ontem, quero, se estique
Estou muito só -se me permite-
Hoje serei a sua Monique
Amanhã, se eu ligar, me despiste

KATIA CHIAPPINI

-e-mail:katia_fachinello42@hptmail.com

AMOR VOLÁTIL

                          AMOR VOLÁTIL

Tremula no vaso a flor
Guarda uma saudade
Do cravo, o seu amor
De outrora felicidade

O cravo não se despediu
A rosa nem acreditou
Partiu e não mais se viu
A rosa, triste, chorou

Se o amor bate na porta
Vem e espera nos lencóis
Mas a ninguém importa
Apagaram-se os faróis

O tempo é de amor etéreo
Sentimento já não vinga
Mas amor ainda é mistério
Embriaga quando respinga

Embota razão e sentidos
Quando se faz promessa
Coração e alma feridos
Vão vivendo às avessas

Adeus integridade
Ou doação espontãnea
Amor é frágil inverdade
Ou ilusão contemporânea

KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

PENSAMENTO DA SEMANA!

               PENSAMENTO DA SEMANA!

Nada é tão urgente como a urgência de ser feliz!

                    KATIA CHIAPPINI

domingo, 7 de janeiro de 2018

MÚSICA DE A a Z

                       MÚSICA DE A a Z

MÚSICA É ENERGIA QUE NOS ENVOLVE:

Alegrando
Bailando
Convivendo
Divagando
Eletrizando
Florescendo
Gingando
Harmonizando
Interiorizando
jubilando
Karaokê-cantando
Libertando
Meditando
Ninando
Ovacionando
Pacificando
Questionando
Revolucionando
Silenciando
Transformando
Ululando
Vivenciando
Xingando ( em letras ''chulas'' )
Zombando (  Igualmente )

A música também é forma de expressar sentimentos, unir, conviver, inspirar, construir, sentir, sonhar, crescer, realizar, equilibrar, imaginar. conciliar, alfabetizar, fantasiar e evoluir espiritualmente.

KATIA CHIAPPINI

PENSAMENTO DA SEMANA!

                       PENSAMENTO:

    Quanto mais fundo se mergulha
    mais profundas as águas se descobrem!

                   KATIA CHIAPPINI

sábado, 6 de janeiro de 2018

UMA CABANA!

                           UMA CABANA

Sempre me chamou atenção o fato de que as pessoas aposentadas escolhem mudar de vida para morar numa simples cabana, na praia ou no sítio.
É uma decisão que reflete o cansaço que nos causam certas circunstâncias advindas de cidades bem povoadas e ruidosas.
Na cidade vivemos aceleradamente, tentando ganhar o sustento e sob pressão contínua que nos é imposta por diretores, supervisores, chefes e superiores com os quais temos que conviver de modo civilizado.
Ao adquirir um ganho fixo, as pessoas analisam todos esses componentes que as sufocam. E que são responsáveis por  direcionar a vida, diferentemente, do modo atual de se comportar, buscando mais liberdade e uma vida saudável e tranquila.
Na cabana simples, que possui o suficiente, descobrimos outros valores que não se prendem aos bens materiais que não paramos de acumular durante a vida toda. E que não mais nos satisfazem como pessoas.
Num cantinho qualquer do planeta buscamos a própria identidade, o valor da leitura, o conforto da música, a serenidade da vizinhança, o contato com a natureza pródiga, a beleza da cachoeira, o canto dos pássaros, o ruído da brisa da manhã, o encanto do pôr do Sol e da Lua emoldurada por estrelas que pontilham o céu azul.
Acordar com o canto do galo é algo que remonta a uma vida mais simples, que conhecemos nas estâncias, onde a gauchada já se levanta para iniciar o dia com a lida no campo.
Na cabana somos acolhidos pela nossa essência, pelos estímulos espirituais, pelo sentimento de solidariedade, pelo melhor de nós.
Deixamos de lado nossas máscaras, nossos vestidos antigos, nossa biografia recheada de dados que não mais nos fazem falta.
Deixamos de frequentar os Salões de Beleza porque descobrimos que a beleza maior não necessita de maquiagem: é dom de Deus.
Voltamos a viver em paz de espírito, organizamos reuniões para encontrar com os familiares mais próximos, sem a preocupação de apresentar manjares raros para exibir nossas qualidades culinárias. Aquelas que implicam em trabalhar um dia todo para depois desfrutar da exaustão enquanto os demais se fartam e se embebedam. E, não raro, nessas ocasiões, surge um clima pesado onde as desavenças e cobranças transformam o clima, como por encanto.
Na cabana há entendimento, mais diálogo, mais vida ao ar livre, mais união entre os seres.
Há roda de chimarrão, há o clube da pesca, os churrascos de domingo, o carteado, ao anoitecer e o chá das comadres, em rodízio, para não sobrecarregar ninguém.
E, pela manhã, você é convidado a cavalgar para se embriagar com a paisagem que se desenrola a sua volta, sem que nada a iguale.
Ou para andar de canoa, no riacho, cercado pelas margens rodeadas de uma vegetação exuberante, onde o canto dos pássaros se faz ouvir, onde, mais ao longe, sua visão se perturba com a impressão de que o céu parece encontrar as águas límpidas.
Algumas pessoas idosas não fazem questão de lidar com seus aparelhos eletrônicos e voltam a usar o telefone fixo, ler os jornais, e apenas, assistir os românticos filmes da televisão.
A vida na cabana é uma volta no tempo, em tempo hábil.
É uma volta a Deus a quem devemos agradecer por tudo o que conseguimos. É uma volta ao interior pela meditação, pelo louvor em forma de oração, pela continuidade da vida.
Se perguntassem para um senhor de 95 anos:
 - O senhor não tem medo da morte?
Eu imagino que ele diria, e com propriedade, o seguinte:
- Tenho medo da vida, pois quero servir  ao meu semelhante enquanto viver, assim como Deus ensinou.
Vivamos esse tempo de paz, em algum momento de nossas vidas!
Vivamos para nos encontrar no emaranhado desse labirinto que é a existência.
Que cada um de nós busque uma cabana para descansar da lida, numa rede ao luar de um lar feliz!

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

INDECISÕES AMOROSAS

      
                   INDECISÕES AMOROSAS

Ilusões trazem tensões
Sonhos e desilusões
Brotam aos borbotões
As mágoas sem previsões

Somos como frágeis anões
Durante as quatro estações
Os amores são senões
Tristes são as recordações

Queria dançar nos salões
Com orquestras em profusões
Ouvir serenatas dos violões
Dedilhando românticas canções

Um só, entre tantos varões
Romperia, um a um, meus botões
No leito secreto das paixões
Onde os gemidos calam trovões

KATIA CHIAPPINI


quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

DIVAGAÇÕES NOTURNAS

                                          DIVAGAÇÕES NOTURNAS

                       A VIDA PASSA TÃO LIGEIRO
                       NEM MESMO ISSO PERCEBEMOS
                       DEITAMOS NO NOSSO TRAVESSEIRO
                       SONHANDO COM O QUE NÃO TEREMOS

                       OUTROS PLANETAS TERÃO GUARIDA
                       É ERA DE EVOLUÇÃO NO MUNDO
                       AMORES ETERNOS DESSA VIDA
                       AFUNDARÃO NUM LAGO PROFUNDO

                       OU NUM LABIRINTO ORIUNDO
                       DE VÃS ESPERANÇAS PERDIDAS
                       NUM POÇO , NO FIM DO MUNDO
                       SEM QUE SE ACHE A SAÍDA

                                        KATIA

OSCILANTE!

                     OSCILANTE

Fui tão íntima e tão distante
Faceira, a primeira e fulgurante
Desejada,muito amada, cativante
Fui, ora meiga, ora beligerante

Fui inesquecível, ferina, instigante
Leonina, inacessível, mutante
Fui fiel companheira, excitante
Fui ponte, fonte, cativante

Fui força motriz, fascinante
Ontem, jovem, fui insinuante
Hoje, madura, me vejo suplicante
E amanhã, frágil Dulcineia  de Cervantes

KATIA CHIAPPINI



terça-feira, 2 de janeiro de 2018

PENSANDO EM VOZ ALTA!

                 PENSANDO EM VOZ ALTA

Guardado num recanto
Sujo e já sem encanto
Está o livro, em espanto

E o povo em desencanto
Ora tonto, ora sem santo
Está sem luzes, sem manto

Povo que suplica, e tanto
De Deus a proteção, quanto
Pede para que ouça seu canto

Quer educação, não quebranto
Saúde e moradia e, portanto
Quer mais riso e menos pranto

KATIA CHIAPPINI

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

DIVAGAÇÕES SINGELAS!

          
                     DIVAGAÇÕES SINGELAS

Me encanto em frente ao mar
Nele desfaço meu pranto
Renova-se o meu versejar
Mar é Sol, sal, é acalanto

Já fui uma fada e fui sereia
Fui mulher bela e já me doei
Bebemos vinho na ceia
Fui tua dama e  foste o meu rei

Os anos inexoráveis passando
E ressentimentos crescendo
Foram o nosso amor minando
E os espinhos foram doendo

Mas, certos momentos da vida
Intensos, colhemos um ao outro
Logo curamos as nossas feridas
Desejamos mais um encontro

Quem não busca  sua guarida
Nos dias de intensa magia
Não prova o melhor da vida
E, sem amor, qual a serventia?

KATIA CHIAPPINI