Aquarela de poesias

Aquarela de poesias
Poesias para você

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

FELIZ ANO NOVO DE 2016!

                   FELIZ ANO DE 2016 !
Aquela mania que temos de reviver a memória para buscar todas as mágoas do passado, todas as nossas manhas e artimanhas, não nos deixa buscar dias melhores.
É preciso criar um novo espaço para preencher com atitudes positivas, ações meritórias e agradecimentos. Avida está nos solicitando continuidade e ações que propiciem nossa evolução espiritual. 
Então, deixar o passado nos aprisionar não leva ao amadurecimento, ao perdão, à serenidade. 
Ao acordar precisamos dizer: Bom dia vida!
E acreditar que o Sol vai brilhar no solo e nas almas de fé.
E estratificar os comportamentos não vai ajudar nessa evolução. Mudar posturas, procedimentos, pensamentos, avaliações e objetivos de vida, tudo faz parte do progresso interior.
Renovar a vida é fundamental quando se percebe que esse é o caminho. E não só passar a folha do calendário, daquele que penduramos para nosso direcionamento no ano que se inicia, mais uma vez. Mas esse, o que se pendura, fica empoeirado. E parece nos levar a pensar que vamos perder o viço também. 
O viço até podemos perder, porque o tempo é inexorável. Mas os ideais sonhados, a hora e a vez, esses não podemos abandonar, seja o que for que nos aconteça.
Temos um cordão umbilical que une corpo e espírito. Um depende do outro, ou seja, a saúde do corpo é a saúde da alma. As doenças começam no pensamento, na mente poluída, nos rancores que guardamos e não dissipamos.
Façamos esse exercício visceral: o de renovar a vida com espírito de luta, mas com sabedoria e paciência.
E o Ano Novo vem com uma nova proposta. Vem como promessa, como oportunidade, como realização, como nova parcela de felicidade.
Agradeço o convívio com meus leitores e desejo que tenham todos alguns momento de meditação e de oração. E orar é antes agradecer do que pedir!

SEJAMOS FELIZES EM 2016!

KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O MAR

                                  O MAR

O mar é um espetáculo da natureza que nos transporta aos sonhos mais lindos.
O velejador e nós sabemos que a sensação de liberdade que se tem ao navegar é única e incomparável.
Parece que, nessa hora, somos o dono da paisagem e de toda a natureza. E completamente livres para ir e vir sem tempo de olhar para o tempo.
O mistério das cores do mar se deve ao maior ou menor afastamento da costa. Podemos ter o azul-cobalto ou azul-marinho quando se apresentam pobres os sedimentos que absorvem radiações vermelhas. Nas altas altitudes e junto às costas, temos o domínio da cor verde. Junto à foz do rio Amazonas podemos ter uma cor avermelhada, e outras vezes, amarelada. Isso depende da natureza dos sedimentos lançados na água. Temos o chamado ''mar de sangue', cuja constituição ocasiona a morte da fauna marinha.
Ainda é possível lembrar que temos o'' mar de leite'',esbranquiçado e o mar fosforescente em regiões tropicais.
Os chamados  icebergs são mares em forma de gelo, quando se formam grandes blocos de tamanhos irregulares. Mas o movimento das águas inferiores e a ação dos ventos acaba por esfacelar as geleiras.
A temperatura do mar sobe com a ação do calor do Sol, com a ação dos ventos, marés, vagas e correntes marinhas.
As temperaturas sofrem a ação da latitude, profundidade, estação do ano, das horas do dia, da menor ou maior proximidade das massas continentais.
Na composição da água salgada temos o Cloreto de sódio, predominantemente. Mas temos ainda o Cloreto de magnésio, o Sulfato de magnésio, o Sulfato de cálcio, o Sulfato de potássio ,o Carbonato de cálcio e o Brometo de magnésio.
A salinidade pode se alterar em decorrência do aumento da temperatura, da evaporação. do movimento dos ventos, dos cursos d'águas das geleiras e das chuvas.
Para cada 1.000 g de água do mar há 35 g de sais, o que equivale dizer que a salinidade média corresponde a 35 milésimos. 
Mas voltando o pensamento para a capacidade que o mar tem de nos encantar, vamos nos deixar ficar em seus braços e compartilhar da tranquilidade que nos traz ao contemplá-lo. Ou quando nos banhar em suas águas.
O mar esteve na mira dos descobridores que enfrentaram todos os desafios em suas andanças.
As profundezas do mar levam os mergulhadores a buscar riquezas deixadas por navios que afundaram. À serviço das pesquisas sobre a história dos naufrágios eles descobrem dados preciosos sobre as civilizações da antiguidade.
Mas o homem, quando mergulha com roupa apropriada, levando seu oxigênio, se deslumbra com a beleza da fauna marinha e tem uma experiência digna de registro da qual não se esquecerá.
A preservação das águas é motivo de constante preocupação.
Do mar depende a vida de muitas espécies que nele habitam ,bem como, a pesca é a responsável pela subsistência dos pescadores e, eventualmente, dos náufragos perdidos.
O mar bate na areia e não avança mais. Fica embevecido com a areia branca e a beija quando a descortina em sua frente.
Quando nos deitamos numa esteira, na areia, podemos ouvir o murmúrio do mar,desfrutar da brisa, meditar sobre nosso destino.
O mar tem seus adoradores, suas lendas, sua magia e mistérios.
As ondas do mar quebram e se vão. Mas outras se sucedem num movimento constante porque não param de se multiplicar.
Somos como as ondas. Se batermos nas rochas vamos continuar sem desanimar, jamais.
Vamos continuar a dançar e a cantar como só o mar sabe fazer.
Ao entardecer vamos desfrutar da passagem do dia para a noite, outro lindo mistério da natureza que leva o Sol a se pôr no horizonte.
Deixemos que a voz do mar escute o som de nossa alma. Essa voz convida às indagações existenciais e permite que possamos dissolver alguns labirintos e preocupações que nos cercam.
A voz do mar nunca se cala para nos sugerir que não nos deixemos calar, quando falar é a necessidade do momento.
Estou lembrando agora que o mar foi o responsável pelos primeiros passos de minha filha primogênita.
Estávamos, a filha e eu, de mãos dadas quando chegamos na areia para montar nossa barraca.
Minha filha, com um ano de idade ,olhou para o mar ,largou minha mão e caminhou, embevecida, com passinhos trôpegos, em direção às águas esverdeadas.
Chegando na beira do mar olhou para mim, que tinha me mantido ao seu lado, me abraçou e sorriu.
Esse sorriso radiante e os gritos de felicidade de minha filha, eu os devo ao mar.
Assim como seus inacreditáveis e surpreendentes primeiros passos.


                                     KATIA CHIAPPINI

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A LUA

                               A LUA

A Lua é o único satélite natural da terra e o quinto maior do sistema solar. Depois do Sol é o objeto mais brilhante do céu.
Desde a antiguidade é referência cultural em calendários, na arte e na mitologia.
As missões tripuladas recolheram rochas que são usadas para estudo sobre a origem, história geológica e estrutura interna da Lua.
De 1968 a 1972 as viagens tripuladas se dirigiram à Lua, tendo como pioneiros os Estados Unidos e Rússia.
E pelo Tratado do Espaço Exterior, foi acordado que todas as nações podem explorar a Lua, livremente, desde que para fins pacíficos.
Em épocas da pré-história foi considerada divindade.
Ela é estudada em astrologia, associada ao seu ciclo de mudanças e transformações.
Aristóteles argumentava que a lua cheia induzia à insanidade. Ainda hoje é associada ao maior número de internações em hospitais psiquiátricos, acidentes de trânsito, homicídios e suicídios.
Mas a ciência não acolhe esse pensamento e ainda trata tudo isso como superstições. Mas há muitas especulações sobre a influência da Lua em cortes de cabelo, em nascimentos , no uivar dos lobos em Lua cheia...
A Lua é aclamada em artes cênicas e visuais e possui muitos poetas e menestréis aos seus pés. 
Gosto de imaginar que a Lua é a mais bela das mulheres. A Lua é uma mulher iluminada ,cor de prata ,olhar atento no céu.
Ora se encontra envolta pelas nuvens, ora resplandece entre um manto de estrelas.
A Lua é como a mulher de'' lua','com suas fases distintas. Ambas minguam e depois se tornam plenas.
A visão da Lua convida aos jogos amorosos e inspira os artistas de todas as épocas.
Desde a antiguidade ela parece mostrar o tempo do plantio e o da colheita. Ao redor da Lua há uma aura luminosa. Dizem os homens do campo que se a aura for maior é sinal de pouca chuva e se aparecer menor virá chuva abundante.
Os namorados a querem como companhia, seja à beira-mar, seja na varanda da casa ou nos passeios noturnos, quando estão de mãos dadas.
Uma visão fantástica, em todos os tempos, é a da lua deixando seu reflexo nas águas e prateando a superfície das ondas do mar.
Quando criança eu costumava enxergar uma cara na Lua. De tanto olhar para ela, comecei a ver as manchas se alinharem em formatos diversos e as cores se modificarem, conforme o passar das noites. 
Meu pai me levava a tomar banho de mar ,à noite, com a visão da Lua, na praia de Copacabana, a princesinha do mar, Rio de Janeiro.
A Lua, se pudesse falar, teria muitos segredos a revelar. E muitas vezes se escondeu para não invadir as brincadeiras amorosas dos amantes.
 Mas, achou por bem, chamar o Sol para acordá-los.

                                    KATIA CHIAPPINI

sábado, 26 de dezembro de 2015

QUANDO ME PERDER

                     QUANDO ME PERDER

                              Quando você me perder
                               Não vou estender a mão
                                 Vou respeitar seu querer
                                    E a definitiva decisão

                            Não vou chamar nem gritar
                              Vou tentar prosseguir
                                 Talvez esteja além -mar
                                    Quando quiser me ouvir

                                      Quando você me perder
                                         Sei que ninguém vai amar
                                           Seu tempo de envelhecer
                                              O tempo vai apressar

                                         Quando você se acordar
                                             Não serei mais seu suporte
                                                Minha perda irá lamentar
                                                  Como irá vagar sem norte

                                          Cada qual sua escolha faz
                                            Nessa vida de descaminhos
                                               A solidão não apraz
                                                   Nem o troca-troca de ninho

                                            Quando sair do torpor
                                               A sombra irá lhe encontrar
                                                  E será persistente a dor
                                                    E vai ferir até sangrar

                                                   Quando você me perder...

                                         KATIA CHIAPPINI

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

AMOR: VÍCIO RECORRENTE

                                AMOR:
                     VÍCIO RECORRENTE
            

                                        Amo com intensidade
                                        Mesmo sendo ausência
                                        Mas se não for verdade
                                        Será reminiscência 

                                        Serás amado se vieres
                                       Eu sigo te esperando
                                        Se como eu quiseres
                                        Só fico imaginando...

                                         Esquecerei que partiste
                                         Esperarei à beira-mar
                                         Jogando pedras - triste -
                                         Até teu barco ancorar

                                        Vamos pular barrancos
                                        Até o cansaço chegar
                                        Nos olhos lágrimas estanco
                                        Para um sorriso revelar

                                          E o gesto que vier depois
                                          Vai deixar Deus sem jeito
                                         A vida enroscou nós dois
                                         A vida e meu próprio leito

                                              KATIA CHIAPPINI
            



terça-feira, 22 de dezembro de 2015

FESTAS NATALINAS!

        
                        FESTAS NATALINAS
          

Natal é um momento de paz .É tempo de reunir a família ao redor da ceia para agradecer graças recebidas e o pão de cada dia.
Os presentes que trocamos não podem tirar o brilho do sentido verdadeiro do Natal.
 Jesus Cristo nasceu e o renascimento deve nortear nossa vida, cuja evolução espiritual está a pedir esse empenho. Cristo veio para trazer uma mensagem de fé e esperança.
Queremos vivenciar o amor solidário em todas as suas formas.
Podemos nos oferecer para auxiliar na distribuição de ranchos, de cestas natalinas. Podemos nos preocupar em promover o Natal de nossos funcionários da firma ou dos funcionários dedicados da Escola onde trabalhamos.
Podemos prestigiar organizações que se dispõem a ajudar orfanatos e asilos.
Não devemos esquecer dos serviços que nos são prestados, ao longo do ano. É o caso do entregador de jornal, do agente dos Correios, do zelador e porteiros do prédio onde moramos.
Jesus Cristo nasceu numa manjedoura, desprovido de luxo e riqueza, para mostrar aos homens que na simplicidade está a verdade.
Então, a festa deve ser a das almas em harmonia com os ensinamentos bíblicos. É  a vida interior batendo palmas para que Deus seja louvado.
Perdoar antes de julgar, dar carinho antes de oprimir, falar antes de bater, despertar amor antes do temor, é confiar no semelhante e tratá-lo como gostaríamos de ser tratados.
Se nos pedirem um conselho vamos nos colocar à disposição.Mas nunca devemos invadir a privacidade das pessoas sem que nos chamem. 
Se encontrarmos um homem atirado nas calçadas e ainda gemendo de dor, vamos parar para providenciar socorro.
Lembrem-se dos voluntários regenerados dos vícios que passam a morar nas instituições que os acolheram. E,como agradecimento,se empenham em recuperar outros seres.
A vida gira em círculos rápidos e não se ´pode antever o futuro.
E quem irá se preocupar em nos abrigar se nunca nos preocuparmos com o bem-estar de nosso semelhante?
Como colher bons frutos se nunca plantarmos a semente da solidariedade?
O mendigo que encontramos maltrapilho não é um entulho. É um ser humano que precisa encontrar abrigo nas casas-lares. E se estiver ao nosso alcance, façamos esse gesto humanitário.
Se tivermos uma postura social não discriminatória podemos auxiliar nosso semelhante e pertencer aos grupos assistenciais que se mantém em rodízio para ajudá-los.
Deus abençoará quem se dedicar a fazer o bem dentro de uma comunidade carente.
Deus dará uma bênção muito especial a quem retirar uma criança do orfanato, por um dia, para acolher em sua casa na noite da ceia natalina. E para quem apadrinhar uma criança com ajuda financeira
Deus nos abençoará e proverá todas as nossas necessidades.
Quem não trilhar os desvios escusos e nem enveredar por caminhos tão fáceis como tortuosos, esses,estarão seguindo sua jornada sob os olhos de Deus protetor e justo.
Quanto mais difícil for a caminhada mais gratificante será a conquista!
FELIZ NATAL EM CRISTO!

                                     KATIA CHIAPPINI



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

AGRADECIMENTO!













                       AGRADECIMENTO!

Quero agradecer aos leitores que me seguem no blog por 64.000 acessos, em três anos e meio de existência. Aproveito esse momento de festas natalinas para acolher com carinho todos aqueles que demonstram seu apreço pelos textos poéticos e crônicas do cotidiano que posto, a partir de minhas próprias vivências e observações sobre pessoas e fatos que me são permitidos conhecer.
Há algumas amigas que relatam suas 
histórias e me dizem:
-Isso não daria um texto para teu blog?
Então devolvo com outra pergunta:
-Estás tentando me dizer que gostarias que eu escrevesse sobre isso em meu blog?
E assim, com relatos e inspirações vou multiplicando rimas e prosa poética, contos e fatos dos quais tomo conhecimento, inesperadamente.
Ao dirigir esse agradecimento aos leitores aproveito para postar essas fotos que falam de mim e que desenham sentimentos que estão inseridos em minha realidade.
Estive presente na feira do livro de Porto Alegre, autografando diversas coletâneas, estive em eventos artísticos, ao piano, em reuniões sociais com minhas amigas. E no computador, todos os dias, quando seleciono temas a desenvolver e aqui postar, em'' inspirações,''como chamo esse blog autoral. 
Para mim é uma grata surpresa e um motivo de alegria, perceber, dia a dia, os acessos que cada matéria repercutiu. Vejo a estatística, ao entrar, e percebo quais os temas de maior abrangência.
Mas a satisfação maior é contabilizar mais de 2000 acessos, em poesias, mensalmente.
Nesses dias conturbados, ler uma poesia, podem acreditar, traz mais prazer e tranquilidade do que ler um tema de auto-ajuda. Isso porque você pode se colocar no personagem para transferir ou compartilhar as mesmas emoções, lembrar dos sonhos, pensar  num acontecimento significativo, perceber a singeleza do tema, viver as imagens poéticas e líricas que o tema possibilita.
O poema alonga o bem-estar da alma, permite que tenha seus devaneios, traz um momento de serenidade ao seu dia atribulado.
Escrevo com essa finalidade: revelar sentimentos, harmonizar comportamentos, falar de perdão e insistir na prática da solidariedade e amor ao semelhante. 
E nesse Natal reúna seus amigos, converse com seu lavador de carro, dê uma garrafa de vinho ao engraxate, dê um panetone ao entregador de jornal e, principalmente, use sua imaginação. Lembre-se dos bons princípios cristãos para resgatar a si mesmo, ao mesmo tempo que tenta se aproximar de um parente distante, de um amigo que se afastou, de um amor que desdenhou.
Feliz Natal e próspero Ano Novo aos leitores seguidores e aos simpatizantes desse blog, que minha neta nomeou de ''inspirações''. E que me deu de presente, um certo dia de verão, quando me chamou e disse:
- Vovó, abri um espaço para você escrever suas poesias e não deixar só nos cadernos. 
Minha neta, aos 9 anos de idade, me presenteou com esse espaço, colocou as primeiras fotos, as gravuras, as músicas de abertura. E foi minha grande incentivadora.
Nos primeiros poemas que postei a resposta veio, de imediato. Mostrei a ela as estatísticas e ela ficou feliz porque achou que fosse uma brincadeira e que eu nem fosse levar á sério.
Que as bênçãos de Deus recuperem a energia perdida, os desafetos sofridos, os descaminhos havidos. E que a esperança siga sendo o sustentáculo dos homens de boa vontade que se empenham em cumprir sua missão com dignidade.
 Muito obrigada.
Finalizando, o mesmo pensamento que deixo, sempre, quando estou agradecendo aos leitores:
-Enquanto houver um leitor atento, haverá um escritor agradecido.
E, nesse momento, uma escritora: essa dama que, no ocaso da vida, por acaso, se revelou uma blogueira atenta para não desapontar seus assíduos leitores.
E quando esse blog falar de amor, pense que se você quiser amor precisa se doar para recebê-lo. 
O amor se constrói, dia a dia, até criar laços sólidos e de encantamento.

KATIA CHIAPPINI 






domingo, 20 de dezembro de 2015

NÃO TE ABANDONO

                      NÃO TE ABANDONO!
                     NÃO TE ABANDONO!
Não te abandono porque um dia eu te amei. Não depende de querer, não depende de mim: surge, surpreendendo.
Não te abandono porque foi quase real. Não te abandono porque foi quase explosão. Um estado semelhante ao da paixão que envolve e asfixia sem pedir licença. Não te abandono porque fui a única a despertar um sentimento que deixou rastros: um sentimento tardio mas não menos verdadeiro. Não te abandono porque meu coração te reclama.A saudade, pálida e sombria, está presente na ausência.
Quem amou aprendeu a fazer mágicas sedutoras porque roubou a varinha de condão da fada e esqueceu de devolver.
Quem amou ainda ama, nada reclama, nada proclama, mas deixa o sentimento falar.
Não te abandono porque aquele linguado com molho de camarão ainda te espera. E precisas vir para escolher o vinho.
E aquele mar de verdes ondas quer brincar com teus verdes olhos.
Não te abandono porque tenho as marcas tatuadas na alma.
Não te abandono porque quando o amor acontece, do calor da chama sempre ficam as brasas incandescentes.
Não te abandono porque, as vezes, tenho a ilusão de que não queres ser abandonado.
O destino é imprevisível e escreve nossa história. A qualquer momento novas oportunidades podem surgir em nosso universo.
Não te abandono porque, se decidir, vou chegar antes que me chames.
Não te abandono como o João de Barro não abandona o ninho que construiu com perfeição. E fiz meu ninho pensando que seria o teu.
Não te abandono porque teus passos me perseguem e parecem seguir os meus.
Não te abandono porque o filho pródigo voltou e foi bem recebido.
Não te abandono porque preciso estar perto da porta. E quando tua mão apertar a campainha, preciso abri-la e abrir meus braços num forte abraço.
Mas não me abandono porque o poema segue minha jornada.
Não me abandono porque as rimas me acenam e preciso estar por perto. São elas que me fazem companhia, que me consolam, que despertam meus sonhos secretos e me fazem sorrir.
Não me abandono porque me sinto mais forte quando escrevo um poema e mais leve de espírito.
Não me abandono porque só te procuro em versos. Eles levam meus sentimentos ao teu conhecimento.
O poema me permite cantar o amor.
A rima não me permite parar de sonhar, porque apenas o sonho é o que tenho de meu.
Só no poema deslizo em teu corpo, sem querer, por acaso, no ocaso da vida.
Não te abandono porque é Natal e Cristo nasceu para nos falar de amor. E lembrei que seria o momento de lembrar que só por amor vale viver, para aprisionar a última volta da linha, que se enrola no carretel da esperança.
Não te abandono porque és meu hino de todos os dias! 
Não te abandono porque me abandonaria
Não me abandono porque sinto tua presença
Não me abandono porque ainda estás vivo em mim!




                                      KATIA CHIAPPINI

sábado, 19 de dezembro de 2015

CUIDADO! ESSES CARAS VOLTAM...

                                  HITLER

Hitler, enxame de lama
Perfil de ditador cão
Aquele que o mal chama
Que corrompe a Nação

Não, a essa liderança
Que homem foi esse!
Matou velho e criança
E do pedestal não desce!

Como é possível viver
Acima de Deus se julgar
Nunca se arrepender
E ao seu povo ludibriar!

Como não se arrepender
De um dia ter nascido
Deixar-se monstro crescer
E morrer sem ter morrido?

Não quis argumentação
Foi um ser mal havido
Exerceu a dominação
Fez-se ditador pervertido

Há outros líderes - um sufoco -
Com a maldade recorrente
Mais loucos que pobres loucos
Com discurso incoerente

Desconfiem do cara do mal
De olhar sombrio e feroz
Da agressividade anormal
Que só ouve a própria voz

Discursos abjetos se unem
Discriminam de toda forma
O governo não os pune
E nem segue mais a norma

Ambição, poder, riqueza
Tal qual Hitler defendia
Só a destruição é certeza
Para o joão, para a Maria

Hitler -que a terra te aperte -
Erga-se o povo e a Nação
Escolha-se quem acerte
Numa próxima eleição

Então, meu nobre cidadão
Cumpra-se as leis -progresso -
Liberte-se a voz da razão
E a justiça,ora em recesso

KATIA CHIAPPINI

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

DEPOIS...

                                   DEPOIS...

Depois pode não acontecer, o ser pode dobrar a esquina, pode causar arrependimento, pode travar os sentimentos, pode acumular frustrações.
Depois o amor não vai se render às belezas do rio e do mar.
Depois o cavalo branco do Príncipe Valente vai ficar velho e cansado e ele não vai chegar. E teremos perdido o frescor da juventude. Só restará  a dúvida da idade madura.
Não deixe tantas coisas para depois. Você vai se perguntar porque não fez o que queria fazer. E vai chegar à conclusão de que deveria tê-lo feito. E feito muito mais...
Depois se perde o rumo, se altera o planejamento, some todo o encanto, termina o licor caseiro, esfria a xícara de chá importado, termina aquela safra especial de vinho envelhecido.
Depois os pássaros vão atacar os figos que você pretendia colher para fazer doce.
Depois a hora muda, o humor se transforma, a janta espera à luz de velas e em vão. E aquela tainha recheada não será saboreada.
Depois a oportunidade escapa e a idade avança cortando vales e montanhas, para terminar num beco sem saída.
Depois o sentimento represado perde a força e cai no poço da insegurança para se  esvair em prantos. E vira água parada!
E quanto maior for a indecisão maior a probabilidade de se perder um amor grandioso que vai acabar sendo esquecido ou desacreditado.
Depois a cortina se fecha, os atores saem de cena e os planos feitos caem por terra.
E as promessas, tão repetidas como certeza, se tornam sem sentido. 
Depois as faces coradas perdem o viço, as flores murcham no jardim, as fotos são guardadas em gavetas enquanto uma lágrima escorre pela moldura dourada.
Depois de uma longa espera, a desesperança se instala e o amor se despede do palco e vai procurar outro cenário. E esse, com novos personagens que não se recusem a acolhê-lo.
Depois do desalento a paixão se recolhe primeiro e logo depois o amor.
E o ser se tranca no quarto vazio, com o coração vazio também.
E ao olhar para a cama bem feita, percebe a ausência de um dos travesseiros. E sabe que perdeu seu cobertor de braços e pernas.
Depois o ser indaga a si mesmo:
-  O que explica a minha omissão em relação à concretização de meus sonhos tão esperados? 
Algumas vezes, se o ser tenta recuperar o tempo perdido ,ele se empenha em tornar isso possível. E caminha à passos largos na direção de seu objetivo.
Outras vezes, se recusa a refletir com medo de que essa reflexão exija dele o que ainda não está preparado para assimilar.
E o vazio interior cresce e machuca. Até que um certo dia o ser se descobre solitário, sem sentido e preso em seu próprio casulo.
E o tempo segue, depois...
E depois do depois, o tempo segue sua linha cronológica e deixa de lado a linha emocional.
Depois o amor se torna impossível. Depois vem o adeus final e inexorável, cujo silêncio fala mais alto.
Depois é simplesmente depois...
E o adeus está próximo e nem vai ficar para depois...

KATIA CHIAPPINI

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

POEMA EM HEXÁGONO

                     POEMA EM HEXÁGONO

                              AMOR
                            TORPOR
                          OPRESSOR
                       ENCANTADOR
                         CONDUTOR
                           LOUVOR
                              FLOR

Poema concreto onde a forma visual tem relevância equivalente à forma sonora.
Desenha-se um hexágono na medida em que a primeira palavra tem 4 letras, a segunda 6, a terceira 8, a quarta 10.
Decrescendo, a quinta palavra tem 8 letras, a sexta 6, a sétima e última tem 4 letras, como no início.
Trata-se de um movimento em onda crescente seguido de um movimento decrescente
Percebemos que o formato do poema rompe a tradição linear do mesmo .As palavras se dispõem em busca do visual diversificado e belo.
O mesmo ocorre quando lemos um poema em forma de pirâmide, onde podemos iniciar com 2 letras na primeira palavra e 4 letras na segunda e assim por diante. Na pirâmide a ordem é crescente. A base da mesma contém o maior número de palavras. 
Esse é um processo de descoberta que tenta inovar o molde existente tradicionalmente.
É uma tendência que explora a criatividade e o processo evolutivo do ser humano
E a arte da poesia se torna investigativa e interpreta novas linguagens.
É como se fosse um novo início, nova transgressão que amplia a inspiração e a criação do texto literário.
O tema nos fala dos predicados do amor, ora opressores, ora encantadores.
O poema pode ser lido de cima para baixo ou de baixo para cima e não perde sua coesão.
Boa leitura e análise,caros leitores!

                                       KATIA CHIAPPINI
                                                   

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

''TAMO JUNTO''

                           ''TAMO JUNTO''
Enquanto me dirigia ao Banco para conferir os parcos rendimentos de uma professora aposentada, no caso, eu mesma, ouvi um cidadão passando pelo outro e perguntando:
- Qual é?
E a resposta veio rápida:
-''Tamo junto''
Nada mais foi dito e cada um seguiu sua trajetória matinal.
Mais adiante novamente a mesma cena:
-Qual é meu?
E a resposta:
- ''Vamo que vamo''
Mais adiante ainda um cidadão vestido com roupas modestas e desbotadas falou ao outro:
-Te espero no domingo para um churrasco,antes do futebol
E a resposta:
- Pode deixar que levo a cerveja.
Essas cenas de rua, em tempo de Natal, fazem pensar que os mais humildes são os mais generosos.
Quem vive com menos parece trabalhar com mais correção. Não exige muito da vida. Vai seguindo seu rumo, com uma remuneração pequena e um coração grande.
Nesse meio, as pessoas repartem o alimento, cuidam umas dos filhos das outras, prestam seu apoio nas doenças e se preocupam com o bem-estar dos vizinhos.
E essas criaturinhas de Deus são mais simpáticas, agradáveis e comunicativas .Quantas delas cuidaram de nossos filhos e netos com desvelo ?
As pessoas que se aposentam para viver das lidas do campo, ou da lavoura, não pensam em voltar a viver na cidade grande. Elas voltam às raízes e se beneficiam com o ar puro e a paisagem que Deus fez, por bem, criar.
Se já criaram seus filhos, nada melhor do que fugir dos perigos da cidade grande, das preocupações com a lentidão do trânsito ou poluição sonora.
Prefiro conviver com pessoas humildes de boa formação do que com aquelas que nos olham com sarcasmo, porque não estamos nos vestindo de acordo com as últimas tendências da moda.   
É claro que eu gostaria de encontrar pessoas simples com curso médio, pelo menos.
O aprimoramento da linguagem, por exemplo, é importante para se obter uma colocação que nos dê um salário digno e uma possibilidade de crescer.
Mas entre esse povo que se cria hoje, sem limites, sem decência e só com os olhos voltados para a ambição e o poder, às custas do trabalho alheio e explorado, e o outro povo que trabalha e se sustenta com honestidade, prefiro me comunicar com esse último.
Quem se ajuda Deus ajuda e com certeza não abandona.
Esse é o espírito natalino: amparar o semelhante.
E, nesse sentido ''tamo junto, irmão.''


KATIA CHIAPPINI


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

SAMBA DE UMA NOTA SÓ

                   SAMBA DE UMA NOTA SÓ

Sempre me chamou atenção a harmonia dessa música cantada por João Gilberto, da autoria de Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça.
A letra diz o seguinte:
1-Eis aqui esse sambinha
2-Feito de uma nota só
3-Outras notas vão entrar
4-Mas a base é uma só
5-Essa outra é consequência
6-Do que acabo de dizer
7-Como eu sou a consequência
8-Inevitável de você
9-Quanta gente existe por aí
10-Que fala, fala e não diz nada
11-Já me utilizei de toda a escala
12- E no final não sobrou nada ou quase nada
13-E voltei pra minha nota
14-Como eu volto pra você
15-Vou mostrar com minha nota
16-Como eu gosto de você
17-Quem quiser todas as notas-ré, mi, fá, sol, lá, si, dó
18-Fica sempre sem nenhuma.Fique numa nota só

O interessante é que a música tem uma harmonia rica.
Do número 1 ao 4, repete-se a mesma nota, mas podemos encontrar uma harmonia para cada frase musical, ou seja, quatro acordes diferentes.
As frases de número 5 e 6 mudam para outra nota e aceitam mais 4 acordes .Nas frases de número 7 e 8 volta-se para a nota base.
Nesse momento as notas se referem a uma relação amorosa.
A melodia que se relaciona com os versos das frases 9, 10, 11 e 12, utilizam toda a escala musical, fazendo um contraponto às demais frases da composição.
Nas frases 13, 14, 15 e 16, voltamos à nota base.
Mas justamente na nota base que se repete temos a possibilidade de voltar a criar diversas harmonias para enriquecê-la.
Percebe-se uma analogia entre as notas e os amores e a mensagem final se encontra nas frases das linhas 17 e 18, que terminam com chave de ouro.
O amor é cantado de forma simples, sem os arroubos característicos dos sambas de ''dor de cotovelo'', de Altemar Dutra ou Nélson Gonçalves. 
João Gilberto confere uma interpretação suave, limpa, afinada e contida, o que transmite a emoção sem exageros.
Ele é considerado o'' Papa'' da Bossa Nova, um ritmo que revolucionou o mundo da música. Criaram-se características próprias e diferentes daquelas que encontramos  no samba-canção ou no de gafieira.
A musa da Bossa Nova é Nara Leão que abraçou as canções de João Gilberto e reuniu, em sua casa, grupos de artistas inseridos no novo ritmo.
E o'' Samba de uma nota só'' tem essa propriedade de encantar pela simplicidade da melodia. Mas, ao mesmo tempo, temos oportunidade de criar harmonias e acordes que permitem tornar a arte mais  significativa e rica em minúcias musicais.
''Samba de uma nota só'' é uma canção com música e letra, urbana, de entendimento fácil e acessível à comunicação de massa.
A Bossa Nova veio renovar a MPB. Incorporou alguns elementos do jazz como a improvisação e os acordes dissonantes.
Era cantada em saraus musicais, em pequenos ambientes. Era uma música intimista surgindo ao som de violão e voz.
Houve na preocupação de integrar a voz, o instrumento e o arranjo.
Notamos no ''Samba de uma nota só'' que letra e música estão estreitamente ligadas, uma comentando ou ilustrando os procedimentos da outra.
A música é uma experiência estética, intuitiva e que interpreta diversos momentos importantes de nossas vidas. Ela produz uma consciência intensificada do mundo que nos cerca.
Vamos buscar não ser uma nota só. E, sim, soar em uníssono com um par imperfeito, mas quase perfeito. E assim formar um acorde harmonioso de duas notas vibrantes que se reportem aos protagonistas de uma linda história de amor. O amor de dois seres que buscam viver com intensidade e sentido, arriscando-se em nome da felicidade.
E para não esquecer desse princípio, vamos recordá-lo:
''E voltei pra minha nota como eu volto pra você''

                                     KATIA CHIAPPINI

domingo, 13 de dezembro de 2015

ILAÇÕES!

                             ILAÇÕES!

Algumas curiosidades que venho anotando e vou compartilhar:
- A palavra'' calma'' tem em seu interior a palavra'' alma''. Penso que precisamos preservar a alma em paz, como se intui.
 - A palavra'' coração'' traz em seu bojo ''oração''. Orar nos faz ficar de coração leve.
-'' Amar'' traz o'' mar'' à tona. Particularmente, amo o mar desde a infância. E veraneio na praia de Torres ( Rio Grande do Sul /Brasil)
- Na palavra'' Deus'' encontramos'' eu''. Ou seja, temos a centelha divina e estamos em sintonia com o Criador
 -'' Felicidade''=feliz + idade, lembra que podemos buscar a felicidade em qualquer idade.
-''Setenta'', ou seja, aos 70 se tenta ser feliz.
Posso falar:
- Eu'' amaria'' a'' Maria'', também contida na expressão'' amaria''
A palavra''felizmente'' contém feliz + mente. E isso nos sugere que quem não poluir a mente poderá ser feliz.
E o nome próprio ''Anabela''parece dizer que toda a moça chamada Ana deve ser bela.
Na palavra ''parabéns'' temos bens, ao final. E isso nos lembra que ouvir parabéns, no dia do aniversário, já lembra que temos bens maiores que se voltam aos sentimentos: amor, amizade ,família.
E brincando com a língua inglesa, podemos traduzir ''love-me tender'' por'' lave-me e estenda-me''
E com a língua francesa, temos:
-Merci beaucoup
 ( obrigada )
-Na pas de quoi
( não há de que )
Então: merci beaucoup / na pas de quoi  ficaria:
-Perdi meu ( aquele orifício ) e não posso achar.
                   ( desculpem )
Essa foi uma tradução jocosa que minhas colegas de internato inventaram, quando estávamos na quinta série do primário.
E ainda me lembrei de uma história. Ela conta que um homem chamava seu serrote de'' vaivém'', querendo dizer que deveriam devolvê-lo quando o emprestasse. Mas como as pessoas demoravam a devolver o ''vaivém'', o homem cansou e resolveu conservá-lo em seu poder.
 E assim falou para certa pessoa que tentou pedir emprestado o serrote:
- Se o vaivém fosse e viesse o vaivém iria, mas como o vaivém vai e não vem, o vaivém não vai. 
E após ler esse texto inventamos, na época de internato, uma brincadeira. O desafio era falar bem rápido essa frase, e no relógio cronometrar o tempo decorrido para cada jogador. E ver quem se saía melhor tanto na rapidez, como no modo de falar sem erros, toda a frase. 
E,finalmente, para concluir essas ilações, lembrei-me de que na palavra ''namorada'', se tirarmos a palavra'' amor,'' ali contida, ficaremos com ''nada'', ou sem nada...

KATIA CHIAPPINI


ILAÇÕES!

                             ILAÇÕES!

Algumas curiosidades que venho anotando e vou compartilhar:
- A palavra'' calma'' tem em seu interior a palavra'' alma''. Penso que precisamos preservar a alma em paz, como se intui.
 - A palavra'' coração'' traz em seu bojo ''oração''. Orar nos faz ficar de coração leve.
-'' Amar'' traz o'' mar'' à tona. Particularmente, amo o mar desde a infância. E veraneio na praia de Torres ( Rio Grande do Sul /Brasil)
- Na palavra'' Deus'' encontramos'' eu''. Ou seja, temos a centelha divina e estamos em sintonia com o Criador
 -'' Felicidade''=feliz + idade, lembra que podemos buscar a felicidade em qualquer idade.
-''Setenta'', ou seja, aos 70 se tenta ser feliz.
Posso falar:
- Eu'' amaria'' a'' Maria'', também contida na expressão'' amaria''
A palavra''felizmente'' contém feliz + mente. E isso nos sugere que quem não poluir a mente poderá ser feliz.
E o nome próprio ''Anabela''parece dizer que toda a moça chamada Ana deve ser bela.
Na palavra ''parabéns'' temos bens, ao final. E isso nos lembra que ouvir parabéns, no dia do aniversário, já lembra que temos bens maiores que se voltam aos sentimentos: amor, amizade ,família.
E brincando com a língua inglesa, podemos traduzir ''love-me tender'' por'' lave-me e estenda-me''
E com a língua francesa, temos:
-Merci beaucoup
 ( obrigada )
-Na pas de quoi
( não há de que )
Então: merci beaucoup / na pas de quoi  ficaria:
-Perdi meu ( aquele orifício ) e não posso achar.
                   ( desculpem )
Essa foi uma tradução jocosa que minhas colegas de internato inventaram, quando estávamos na quinta série do primário.
E ainda me lembrei de uma história. Ela conta que um homem chamava seu serrote de'' vaivém'', querendo dizer que deveriam devolvê-lo quando o emprestasse. Mas como as pessoas demoravam a devolver o ''vaivém'', o homem cansou e resolveu conservá-lo em seu poder.
 E assim falou para certa pessoa que tentou pedir emprestado o serrote:
- Se o vaivém fosse e viesse o vaivém iria, mas como o vaivém vai e não vem, o vaivém não vai. 
E após ler esse texto inventamos, na época de internato, uma brincadeira. O desafio era falar bem rápido essa frase, e no relógio cronometrar o tempo decorrido para cada jogador. E ver quem se saía melhor tanto na rapidez, como no modo de falar sem erros, toda a frase. 
E,finalmente, para concluir essas ilações, lembrei-me de que na palavra ''namorada'', se tirarmos a palavra'' amor,'' ali contida, ficaremos com ''nada'', ou sem nada...

KATIA CHIAPPINI


LAZER

                                   LAZER

O lazer foi privilégio dos nobres e depois dos burgueses. Esses últimos ´promoviam caçadas, festas, bailes e intensificavam uma atividade ociosa.
Antes da Revolução Industrial, camponeses e artesãos saiam ao clarear do dia, para trabalhar, e voltavam ao cair da noite.
Nos dias sem trabalho havia´pouca chance de repouso. Havia a imposição de práticas religiosas com seus rituais obrigatórios.
Todos deveriam comparecer às festas que marcavam o fim da colheita. Essas tinham um sentido social de relevância, o que exigia o devido prestígio
Após o século XX, esse panorama se modificou, pelo advento da civilização industrial.
O ritmo de trabalho deixa de ser marcado pela natureza, pela mudança da lua, somente.
Surgem as máquinas, a introdução do relógio, a divisão de tarefas. Mas as jornadas eram longas, ao redor de 18 horas corridas.
A civilização do lazer só se definiu depois da regulamentação das horas de trabalho, em decorrência das reivindicações dos trabalhadores.
Em 1850 é restabelecido o descanso semanal, em 1919 é votada a lei das 8 horas, com a pausa para fazer as refeições.
Depois de 1930 os trabalhadores conquistam o descanso remunerado, as férias e a organização de colônia de férias .A jornada de trabalho passa a ser de 5 dias .Cria-se o tempo liberado, que necessariamente, não é o tempo livre.
Ainda há o tempo que o trabalhador perde com a locomoção, com as compras de casa, com os afazeres inerentes ao lar, com as obrigações religiosas e sociais. E há necessidade de se empenhar em fazer''bicos''para aumentar a renda da família.
Lazer é aquele tempo que cada um pode se ocupar com atividades que ele mesmo escolhe e que lhe dão prazer. O tempo pode ser distribuído entre o repouso, a diversão, a recreação com os filhos, a ida às bibliotecas ou exposições de arte.
O lazer é uma atividade voluntária que o homem busca, após se liberar das obrigações profissionais.
O lazer tem como objetivo libertar da fadiga, levar ao divertimento, ao entretenimento que vai propiciar um equilíbrio psicológico à vida.
O lazer promove a sociabilidade, o desenvolvimento de novas habilidades, o convívio com um grupo de amigos e estimula a sensibilidade e a razão.
Mas sabe-se que uma pessoa submetida a um trabalho repetitivo e massante tem o tempo livre ameaçado pela fadiga. E essa é  mais psíquica do que física. E isso resulta na incapacidade de se divertir. 
Ou pior do que isso, pode levar ao uso das drogas e das bebidas alcoólicas e a outras sensações radicais. Seria uma forma de driblar seu descontentamento e revolta, compensando-os com atividades violentas que recuperem o amortecimento dos sentidos.
Não se pode desviar para um lazer alienado e prejudicial.Temos que administrá-lo com responsabilidade, sem confundir a liberdade com a libertinagem.
Também não podemos nos deixar levar por modismos que manipulam e, subliminarmente, nos agridem.
Outra constatação que se faz é que as autoridades governamentais não se preocupam em proporcionar locais seguros para o lazer das classes mais necessitadas. Não há infra-estrutura que garanta aos mais pobres a ocupação sadia de seu tempo livre: locais para ouvir música, praças limpas para passeios, locais cercados para jogos de futebol, clubes populares. Esse fato reduz a possibilidade de buscar um lazer ativo, seguro e adequado, sem alienação.
Nos dias de hoje o homem se vê submetido a todas as formas de massificação, inclusive, pelos meios de comunicação.
O lazer ativo e diversificado leva a uma escolha crítica sendo capaz de multiplicar experiências. 
O lazer passivo não deixa o homem reorganizar a informação recebida: seu comportamento é mecânico.
Esse caráter de atividade ou passividade decorre da postura do homem na sociedade. Não é culpa do lazer em si mesmo.
O que fará a diferença será o nível cultural do indivíduo, seu senso crítico em relação às suas escolhas.
O torvelinho em que se encontra o homem ao se preocupar com produção e consumo, com tarefas e metas a cumprir, impede-o de ver com clareza a exploração que vinga ao seu redor.
Isso acaba produzindo a alienação, confundindo seus valores, tornando-o apático no campo da política ,da arte, da moral social.
Precisamos usar nosso lazer de modo sadio.
Sabemos que há uma série de escapismos na literatura e nas novelas para a televisão que fazem com que as pessoas realizem suas fantasias ,colocando-se na pele dos personagens. Isso sem falar na esperança de ganhar a Loto ou vencer a rodada do ''bingo''.
Vamos valorizar a cultura para transpor essas barreiras  e desvios de conduta que assolam o país. E para saber opinar, participar de movimentos sociais na hora certa. E com o necessário e real discernimento para que se atinja a inevitável mudança. 
Procure o seu lazer dentro dos critérios que preservem os preceitos cristãos.
Não se permita ser massa de manobra.
Valorize-se. E seja um cidadão que saiba lutar em prol da justiça e da liberdade de expressão, do direito de ir e vir.
E não abra mão de sua liberdade garantida na Constituição Federal.
Reaja para evitar se tornar um morto vivo, descartável, desagregado em seu meio social.
Viva o seu lazer com harmonia e use-o para ter o entretenimento que achar melhor: o de sua livre escolha.

                                     KATIA CHIAPPINI