Aquarela de poesias

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Poesias para você

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

REFLEXÕES: DIVAGAÇÕES SAUDOSISTAS

REFLEXÕES:

 DIVAGAÇÕES SAUDOSISTAS 


DIVAGAÇÕES SAUDOSISTAS!

Tenho algumas antiguidades que aprecio.
Como ainda tenho LP, conservo um toca disco para me beneficiar dos chamados "bolachoes".
Assim posso ouvir o som das grandes orquestras dos anos 60, 70 e 80, bem como intérpretes desse repertório bem produzido e emoldurado por letras bem construídas.
Ouço as fitas cassetes gravadas antigamente e gravações feitas com os temas que toco ao piano
Logo, passo para CD, essas fitas que venho guardando há algum tempo.
Coleções de livros me acompanham e não me desfaço da Divina Comédia, da coleção de Monteiro Lobato', de algumas enciclopédias ilustradas, da coleção de livros de Jorge Amado, Érico Verissimo e tantos outros.
Dom Quixote de La Mancha me chama e sua Dulcinéia já se cansou das estrepolias dele. E o escudeiro Sancho Pança não quer mais andar tanto porque seu porte cambaleia.
Meus álbuns de fotografia estão amarelados. Mas tenho prazer em folhear suas páginas e teimo em disfarçar as lágrimas de saudade dos entes queridos.
Meu diário e as tantas mensagens que recebi guardam passagens de minha juventude. E me deleito em ler cartas de antigos namorados que só me dirigiam olhares furtivos e ficavam vermelhos quando eu me aproximava.
Tenho dois baús grandes e esculpidos que portam lembranças diversas: vestidos bordados, bolsas de festa, fantasias de carnaval, luvas, leques, chapéus, castanholas e curiosidades.
Algumas peças já emprestei para festas de época, para apresentações teatrais e festas a rigor.
Alguns enfeites pertenceram a minha vó e outros mamãe tinha sobre os balcões da sala.
As peças são pesadas e espaçosas.
Algumas possuem figuras pintadas ou são peças trabalhadas em alto relevo.
Quando pequena eu ficava na banheira imensa do banheiro da casa de minha avó e ficava em imersão, meditando, antes de tomar banho.
Vovó tinha os sais de banho, pó de arroz, talcos e cremes diversos, colocados nas laterais da banheira e à disposição de todos.
A casa de vovó tinha clarabóia, fones antigos, jarros e bacias de prata, mesas de cabeceira com acabamento em mármore, pratos de porcelana pendurados nas paredes, bem como relógio de pêndulo que cantava as horas.
Mas havia um refinado modo de se portar e o respeito aos pais e avós eram inerentes às famílias bem formadas.
Os professores eram sagrados e sua palavra merecia todo o apreço.
O sacerdote da família visitava vovó aos domingos e era convidado para almoçar.
Os namorados passeavam de mãos dadas e a vestimenta era impecável e os sapatos dos cavalheiros brilhavam.
As moças levavam lenços bordados em sua bolsa e o cavalheiro usava um cravo na lapela.
As namoradas recebiam serenata dos admiradores , à noite e fiicavam na janela sorrindo e abanando para mostrar gratidão. Mas não iam para a rua ouvir de perto as canções.
O namorado pedia licença para namorar a moça, abria a porta do carro quando iam passear e trazia a namorada de volta,na hora combinada.E esperava a moça entrar em cada para , só então, dar a partida no carro.
A porta da casa nem sempre ficava fechada, só encostada, até que os jovens retornassem das festas.
Havia ternura no olhar, vontade de permanecer no relacionamento e formar uma família.
Antigamente os sentimentos eram mais densos e havia profundidade, verdade e cumplicidade.
Antigamente, os sonhos faziam sentido, os planos e promessas eram cumpridos por casais de namorados que buscavam prosperar e esperar, um pelo outro, em certas circunstancias, pois o bem querer era levado em conta e merecia algum sacrifício.
Mas, acho que a nostalgia me fez divagar de tal modo que está a me proteger de minhas próprias e recorrentes preocupações .
Muitos pensamentos ficam pululando em minha inspirações.
Volto para a realidade para colocar o feijão de molho e lavar a louça que está esperando na pia.
Logo farei minhas orações para dormir protegida e ter um sono reparador.
É finalizando essa resenha, desejo aos leitores bons momentos, boas lembranças e uma promissora andança.
E que essa seja humanitária para interagir com o espírito natalino
.
Kátia Chiappini
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