Aquarela de poesias

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Poesias para você

sábado, 16 de dezembro de 2017

CIÚME QUE MATA!

                        CIÚME QUE MATA!

Como entender, caros leitores, os desvios de caráter que, atualmente, ceifam vidas, sem nem considerar o ser humano, com direito à vida ,que é um dom de Deus?
Refiro-me, especialmente  ao fato de tomar ciência de que os homens estão matando suas ex-companheiras por não aceitarem a separação. 
A cada 10 crimes passionais,7 deles, são praticados por homens.
Trata-se de um sentimento atávico de posse, disfarçada em amor.
Um sentimento que leva a ver traição onde não há, pois a fixação na companheira se torna doentia sendo capaz de inventar a dita traição. A raiva, a cegueira, o sentimento de dominação, levam ao veredito errôneo.
Somos o quinto país do mundo que mais mata mulheres.
Quando há remorso, é comum acontecer o suicídio, logo após a morte da mulher. 
Famílias desaparecem quando o homem mata mulher e os próprios filhos do casal.
Há casos, mais raros, onde mulheres matam seus companheiros.
Mas, nesses, há um acúmulo de frustrações e maus tratos sofridos em silêncio e machucando a alma. E tudo isso transborda e leva a mulher a terminar com essa situação insustentável.
Algumas delas, de tanto guardarem esse ódio, praticam crimes mais violentos do que o dos homens, com maior grau de crueldade.
A tentativa das mulheres de pedir proteção judicial, na prática, não funciona. Pois, não raras vezes, já haviam passado por exames de lesões corporais e denúncias repetidas.
O ciúme normal é sinal de cuidado, de carinho. Esse costuma ser brando e há o entendimento e a boa comunicação que tudo esclarece. Pode ser visto como um modo de reconquistar a pessoa, uma preocupação com a continuidade do relacionamento.
O que diferencia o ciúme normal do ciúme doentio é a intensidade dos gestos de violência praticados sem nenhuma noção e consciência. É um instinto criminoso, patológico, que nada vê, que nada considera. É um gesto bestial e totalmente fora de controle.
O hábito de beber contribui para a perda dos sentidos. As  brigas constantes e pelo mesmo motivo, vão minando a relação.
Mas nada justifica um homem matar uma mulher. 
Há outros meios de resolver as questões matrimoniais que passam longe dessa violência.
Seria bem  melhor haver a separação consensual, antes da traição.
Homens traem e mulheres também.E a desonestidade leva ao delito
Se houvesse franqueza para lidar com todas essas desavenças matrimoniais, jamais haveria esse gesto que leva à agressão extrema, geralmente, com a morte da mulher.
O homem não sabe ficar sozinho. E não se vê lavando louça, varrendo a casa, passando roupa, cozinhando, fazendo o rancho. Ou qualquer outra tarefa caseira. 
Por outro lado, acha que tem o controle da mulher e que essa deve lhe servir. E a submete à ameaças tais, que ela se vê impotente para sair da relação. Vem o temor e a preocupação com a moradia, com as finanças e com a situação futura dos filhos.
E se as mulheres saíssem buscando as amantes de seus maridos, encontrariam sem nenhuma dificuldade. E sairiam matando todas elas.
Então, antes, tenhamos em mente de que a ninguém é dado o direito de tirar a vida, de fazer justiça com as próprias mãos, de fazer tocaia e eliminar quem quer que seja.
A iniciativa deve ser a de partir para mudanças e buscar uma nova perspectiva de vida, com racionalidade valendo-se dos trâmites legais.
Matar uma mulher é inadmissível pela relevância de seu papel na sociedade familiar, como esteio do lar. Sem falar que desempenha dupla jornada, ao cumprir um trabalho remunerado.
Mulheres devem receber rosas e não tiros de revólver.
Mulheres são o equilíbrio de um lar, o suporte , o alicerce da própria´sociedade.
Mulheres felizes são as que conseguem conhecer homens especiais,  que reconhecem seu valor e que com elas se propõem a constituir um verdadeiro e sólido lar. E cujos parceiros não dizem, ao primeiro desentendimento, que vão comprar cigarros  pra não mais retornar.
Infelizmente, em nossa atual sociedade, os valores estão definhando, anulando famílias, desmembrando o direito à justiça e à liberdade. Sem, ao menos,perceber que os cidadãos pagam seus pesados impostos, ao erário.
Há uma tentativa de acumular poder, fama e dinheiro a qualquer custo.
E homens e mulheres se deixam ser fantoches de si mesmos e fingem amar para fugir da solidão que a todos apavora.
E o amor se tornou mais frágil do que uma folha de papel de linho.
Mas, apesar dos pesares, em outras encarnações, eu queria voltar  a ser do sexo feminino, com certeza.
E lutaria até os meus últimos dias pelo direito de sê-lo, dignamente.
Quero ,sim, deixar minhas pegadas na areia, porque ainda que se apaguem, teriam servido para deixar a marca de meus passos.
Não iniciemos o ano com sentimentos menores, cuja negatividade oprime mais a alma de quem os tem .
Perdoar para que sejamos perdoados é a grande lição. E amar para colher amor é criar laços de amizade e confiança. Assim como, ajudar nosso semelhante, é, em última análise, nossa missão na existência.

KATIA CHIAPPINI



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