Aquarela de poesias

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Poesias para você

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

ALEGRIA, ALEGRIA...

                       ALEGRIA, ALEGRIA...

Entre os sentimentos que experimento nas férias de verão à beira mar, destaco a sensação que tenho de que todos estão desfrutando os  melhores momentos do ano.
O fato de vê-los na praia é prazeroso porque a alegria se espalha por todos os lados.
Crianças brincam no mar, idosos ganham as ondas, casais de namorados namoram mais, os vendedores ambulantes sorriem para os veranistas e fazem descontos nas mercadorias. Os donos das barracas, próximas ao mar, se deslocam para levar os lanches até as barracas dos veranistas.
Nossos vizinhos acabam por nos emprestar, com um sorriso, algum utensílio doméstico que, por vezes, esquecemos na cidade.
Profissionais de Educação Física ensinam as danças e os passos das coreografias da moda, realizadas nas aulas gratuitas, na areia da praia.
Nas calçadas caminham famílias inteiras, à noite, frequentando os bares litorâneos e buscando a música das bandas locais.
Na cidade as vozes dos povos de outras'' bandas'' exibe seu sotaque diferenciado. 
Os idiomas revelam a presença de estrangeiros na praia.
A alegria toma conta do tempo e do espaço de verão.
Os amigos se encontram e se abraçam de modo diferenciado e a hospitalidade se faz presente nas rodas de chimarrão e nos churrascos, ao entardecer.
As garagens das casas recebem uma tribo feliz que vem para ''jogar conversa fora ''mas nunca a amizade.
Areia e mar, falésias de grandes dimensões, penhascos e rochas, belas lagoas, tudo isso faz a natureza se mostrar pródiga em encantos naturais, tornando-se convidativa aos veranistas.
Estou em Torres, a mais bela praia do litoral riograndense, onde vislumbro essa alegria, tema de meu texto de hoje.
Todas as desavenças parecem ter permanecido nas cidades e todos os sorrisos parecem ter vindo, como parte indispensável da bagagem .
Ao escrever essas linhas, vislumbro da janela, as famílias passando em direção à praia de mar. As crianças ajudam carregando seus brinquedos. Não podem faltar os baldes,nem as formas para fazer estrelas do mar, cavalos marinhos e peixes, com a areia úmida.
E os castelos de areia são feitos com as mãos e com a ajuda de pás de plástico que são compradas junto com os baldes de brinquedo.
A alegria vai à praia vestida de inúmeras faces sorridentes e receptivas.
Crianças, jovens, adultos e pessoas idosas, compartilham do mesmo clima de verão e vestem fragmentos de alegria e felicidade.
As economias feitas durante o ano viajaram para a praia e são responsáveis em dar o suporte para os gastos das famílias. 
Os padrinhos colaboram com as finanças e os tios  e avós aumentam a mesada da criançada.
Um pouco do esforço coletivo reverte em novas possibilidades e o veraneio fica mantido. Vale à pena solicitar a colaboração de todos em prol de um bem estar familiar e agregador.
Não percebo, durante o veraneio, aquelas pessoas estressadas no trânsito. Ao contrário, vejo motoristas dos carros de passeio que fazem sinal para que os pedestres possam atravessar as ruas com tranquilidade. 
Em todos os lugares a alegria transparece.
Pode ser o efeito da natureza unida ao tempo de férias e a possibilidade de reunir a família em torno da mesa de jantar.
Pode ser a chamada para um carteado em família, para um jogo de futebol na praia, para a prática de outros esportes de areia.
Pode ser pela espera de um convívio mais estreito com filhos e netos, pelo diálogo que renasce em clima de veraneio.
O fato é que a alegria que percebo, todos os anos, desde a minha infância, é real durante as férias na praia de meu andar. 
A calmaria de ambientes convida à prática da meditação, ao exercício da leitura, à comunicação saudável.
Até os homens se prontificam para lavar a louça ou a própria roupa para auxiliar suas mulheres, sempre atribuladas, com a organização de todas as tarefas domésticas.
Gostaria que ,cada vez mais, essa alegria superasse nossas preocupações e nos tornassem mais humanos e solidários em nossos lares, como se fosse uma trégua em tempo de guerra.
Vamos demonstrar esse contentamento nos salões de festa, nos jantares promovidos pelos clubes que frequentamos, na caminhada à beira mar, nas brincadeiras com os netos, nas rodas de piadas de salão, na roda de pescadores e seus ''causos'' mentirosos que fingimos acreditar.
Vamos espalhar a alegria onde nos for possível!
Vamos viver intensamente o lazer de nossos verões antes que o inverno da vida se interponha, célere e implacável.

KATIA CHIAPPINI

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